Natal: paganismo?

23/04/2013 22:01

 

A comemoração do natal é uma festa já consolidada em nossa cultura ocidental. Diz respeito à comemoração do nascimento do Senhor Jesus, mas traz consigo um pacote de símbolos, mensagens, lembranças e interpretações que mexem com os sentimentos das pessoas.

Não há como evitar estar inserido nesse contexto de festas e confraternizações entre familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, religiosos etc. É impossível passar pela semana do natal sem ser abordado por alguém desejando boas festas e felicidades, com votos de amor, paz união etc. Também, não há como escapar daqueles que dão e esperam presentes ou que fazem questão que participemos de uma reunião de confraternização.

No ocidente, o natal não passa em branco. É uma época propícia para o comércio aumentar seus lucros, uma vez que é nesta época que todo trabalhador recebe um dinheirinho extra e fica rodeado de vendedores de tudo que se possa imaginar. Ninguém escapa. Todos se tornam alvo dos vendedores, desde o bebê de colo até o mais idoso cidadão. Os meios de comunicação são utilizados intensamente para promover e estimular essa festa.

Por isso, desde a mais tenra idade, a mente do homem ocidental já vem recebendo um grande carga de estímulos mentais e emocionais. Com o passar do tempo, a palavra natal já traz à memória do homem uma série de símbolos e fatos que geram diversos sentimentos, uns agradáveis e outros não.

Os símbolos que normalmente vêm à mente são os seguintes: menino Jesus; reis magos; presépio; papai Noel; ruas e casas iluminadas, família reunida, pinheiro com bolas coloridas, presentes; e muita festa, comida, bebida etc.

Há lembranças que sobem ao coração do homem nesta data. É hora de lembrar de amigos e parentes distantes e de pessoas que já partiram e não podem mais compartilhar desse momento de confraternização.

Também, nesta data, observa-se um movimento de solidariedade de alguns, que distribuem alimentos e presentes a moradores de rua ou a orfanatos e asilos. O natal traz consigo o que alguns chamam de “espírito natalino”, que é um envolvimento emocional que deixa o homem sensibilizado, seja por sua fartura, seja por sua miséria; seja por sua boa aventura, seja pelas desventuras; seja pela presença de alguns queridos, seja pela ausência de outros; e assim por diante, ou seja, há um misto de alegria e tristeza que afeta o estado emocional do homem.

Se o natal não tem suas origens no evangelho, conforme veremos, pelo menos não há como negar que é um momento propício para anunciarmos a verdade do evangelho – Jesus, a despeito de sabermos que há uma miscelânea religiosa e cultural envolvida, muitas vezes, sem qualquer propósito de adorar, de fato, o salvador.

Tenho certeza de que este é um excelente momento para convidarmos  nossos parentes, amigos, vizinhos e conhecidos para a comemoração da maior festa que pode existir e lhes oferecer o melhor presente que alguém pode receber: a salvação em Cristo Jesus.

Sim, desejamos que todos tenham plena consciência da origem e das distorções cristãs desta festa, mas, podemos aproveitar a oportunidade em que o homem demonstra-se, de certo modo, sensível para lhe apresentar, a pretexto desta festa, o verdadeiro sentido do natal para um cristão, conforme veremos a seguir.

A igreja primitiva e o natal

A Igreja nos seus primeiros anos de vida causou uma verdadeira revolução na sociedade contemporânea, e até o final do 1º século se manteve firme no fundamento dos apóstolos, isto é, nas verdades estabelecidas por Cristo.

Após a morte do último apóstolo, a Igreja começou a se afastar daquela linha traçada por seu fundador. Em conseqüência disso, muitas verdades foram perdidas e algumas práticas pagãs foram acrescentadas na vida da Igreja.

O que dizem as Enciclopédias acerca da comemoração do natal pela igreja primitiva?

A festa do Natal teve sua origem na Igreja Católica Romana e desta se estendeu ao protestantismo e ao resto do mundo.

Mas, em que se inspirou a Igreja Católica? Não foi nos ensinamentos do Novo Testamento. Não foi na Bíblia e nem nos apóstolos que foram instruídos pessoalmente por Jesus. O Natal foi introduzido na Igreja durante o século IV proveniente do paganismo.

Uma vez que foi a Igreja Católica que inseriu a comemoração do natal no mundo, ninguém melhor do que ela para nos falar acerca dessa criação. Vejamos, portanto, o que diz a esse respeito a Enciclopédia Católica (edição de 1911):

"A festa do Natal não estava incluída entre as primeiras festividades da Igreja ... os primeiros indícios dela são provenientes do Egito ... os costumes pagãos relacionados ao inicio do ano se concentram na festa do Natal".

Na mesma enciclopédia encontramos que Orígenes, um dos chamados pais da Igreja, reconheceu a seguinte verdade : "... não vemos nas Escrituras alguém que haja celebrado uma festa ou um grande banquete no dia do seu natalício. Somente os pecadores (como Faraó e Herodes) celebraram com grande regozijo o dia em que nasceram nesse mundo".

A Enciclopédia Americana (edição de 1944) diz: "O Natal de acordo com muitas autoridades, não se celebrou nos primeiros séculos da Igreja Cristã. O costume do cristianismo não era celebrar o nascimento de Jesus Cristo, mas sua morte. (A comunhão instituída por Jesus no Novo Testamento é uma comemoração da Sua morte)”.


 

A Enciclopédia Britânica (edição de 1946) diz o seguinte:

"O Natal não constava entre as antigas festividades da Igreja... Não foi instituída por Jesus Cristo nem pelos apóstolos, nem pela autoridade bíblica. Foi tomada mais tarde do paganismo. Em memória do nascimento de Cristo se instituiu uma festa no século IV. No século V, a Igreja Oriental deu ordem de que fosse celebrada para sempre, e no mesmo dia da antiga festividade romana em honra ao nascimento do deus Sol, já que não se conhecia a data exata do nascimento de Cristo".

Tomemos nota deste fato importante. Estas autoridades históricas demonstram que durante os três primeiros séculos da nossa era, os cristãos não celebraram o Natal. Esta festa foi introduzida pela Igreja Romana no século IV d.C e, somente no século V d.C foi oficializada como festa cristã.

Como esta festa se introduziu na Igreja?

Os primeiros séculos da igreja formada pelos apóstolos

Inicialmente é necessário lembrar que o império romano era pagão, ou seja, não reconhecia o Deus de Israel, nem Jesus, nem o Espírito Santo como a verdadeira divindade.

Antes do século IV os cristãos eram poucos e a Igreja Cristã era perseguida e martirizada pelos pagãos que queriam eliminar o cristianismo. Mas como mostra Justo Gonzalez, na coleção “Uma História Ilustrada do Cristianismo”, quanto mais era perseguida, mais a Igreja crescia, e o martírio dos cristãos, trazia uma mensagem poderosa que, sem palavras, levava cada vez mais pessoas a Cristo, pois todos ficavam admirados pelo fato dos cristãos enfrentaram a morte com aquela coragem, alguns cantando e exaltando a Jesus por serem achados dignos de morrer pelo Seu Nome.

A igreja a partir do governo de Constantino

No período em que Constantino foi governador de Roma, no século IV, ouve uma mudança radical no cristianismo.

A suposta conversão de Constantino alterou completamente a disposição da igreja. Constantino, alegando uma experiência sobrenatural com a cruz, declarou-se cristão, instituindo o cristianismo como religião oficial do seu governo, o que elevou o cristianismo a um nível de igualdade com paganismo. Com isso, o mundo romano passou a aceitar este cristianismo popularizado e os novos adeptos começaram a apareceram aos milhares, sendo dispensáveis os marcantes sinais de conversão, de alteração do curso da vida e de mudança significativa de costumes e hábitos para ser um cristão.

Nesse contexto, Constantino assume o Império Romano e se inicia um processo até hoje suspeito. Os resultados da “conversão” do imperador acabaram produzindo frutos em grande quantidade, mas ruins em sua essência, uma vez que aquela igreja que entregava a própria vida pelo nome de Jesus aos poucos foi deixando de existir para dar lugar a uma outra acomodada e participante dos valores daquele reino que preservou muitos costumes pagãos. Quando Constantino assumiu e declarou todo o império cristão, misturou a igreja com os pagãos não convertidos de fato, mas que apenas admitiam a Jesus  e as práticas cristãs dentre tantas outras já impregnadas na cultura romana pagã. Foi assim, que se abriu a porta para a entrada e permanência de heresias na igreja cristã, algumas das quais vemos até hoje.

Devemos notar que, a partir de Constantino, cada recém-nascido em Roma já era cristão. Já não era mais necessário fé, novo nascimento (transformação de vida e mudança de valores) ou mesmo uma vida de santidade.

Costumes pagãos aderiram à igreja a partir de Constantino

A cultura romana do tempo de Constantino era profundamente paganizada. Quando Constantino fez sua declaração de fé cristã, os pagãos que, por decreto, haviam tornado-se cristãos continuavam com seus costumes pagãos, naturalmente, pois a adesão ao cristianismo não ocorreu por ocasião do novo nascimento, mas do convencimento de que aquela era a melhor coisa a fazer para não contrariar o governador romano.

A origem da comemoração realizada no dia 25 de dezembro

Temos visto, pois, que o Natal foi estabelecido por meio da Igreja Católica Romana e que ela o recebeu do paganismo. Porém, qual foi sua verdadeira origem?

O natal é uma das principais tradições do sistema corrupto chamado Babilônia e, como tal, tem suas raízes na antiga Babilônia de Ninrode! Sim, data da época imediatamente posterior ao dilúvio!

O livro de Gênesis nos fala deste personagem, que também é citado na história e nas tradições dos povos mais antigos.

“8  Cuxe gerou a Ninrode, o qual começou a ser poderoso na terra. 9  Foi valente caçador diante do SENHOR; daí dizer-se: Como Ninrode, poderoso caçador diante do SENHOR. 10  O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar. 11  Daquela terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir e Calá. 12  E, entre Nínive e Calá, a grande cidade de Resém.” (Gênesis 10:8-12 RA)

 

Sendo filho de Cuxe, neto de Cão e bisneto de Noé, Ninrode foi o verdadeiro fundador do sistema babilônico que até hoje domina o mundo – o sistema de competição organizado – de impérios e governos baseados no sistema econômico de competição e de lucro.

Como vimos, Ninrode construiu a torre de Babel, a Babilônia primitiva, a antiga Nínive e muitas outras cidades. Ele organizou o primeiro reino deste mundo. E o significado de seu nome bem descreve o que criou – Ninrode deriva de “Marad”, que significa “ele se rebelou, rebelde”, uma vez que, por meio dos escritos antigos, sabe-se que Ninrode se afastou de Deus e começou uma grande apostasia profana e bem organizada, que tem dominado o mundo até hoje.

Consta que Ninrode era tão perverso que se casou com sua própria mãe, cujo nome era Semíramis. Após a morte prematura de Ninrode, Semíramis, desejando preservar o poder, propagou a perversa doutrina da reencarnação de Ninrode, um deus, em seu filho Tamuz, como um ente espiritual. Ela alegava que um grande pinheiro havia crescido da noite para o dia, de um pedaço de árvore morta, que simbolizava o desabrochar da morte de Ninrode para uma nova vida. Então, Semíramis declarou que em cada aniversário de seu nascimento, Ninrode desejaria receber presentes em uma árvore. A data de seu nascimento era 25 de dezembro. Eis aí a verdadeira origem da árvore de Natal.

Conforme a lenda foi tomando vulto, a própria Semíramis foi ganhando assumindo uma postura de deusa, o que a levou a ser chamada de “Rainha dos Céus” dos babilônicos.

Daí, percebemos mais uma fonte do engano semeado há milênios.  Surge, desde então um deus do sexo feminino: a zelosa mãe de um já aclamado deus - Ninrode. A partir de então, a história nos relata outras deusas. Se a Babilônia tinha a deusa Semíramis, Éfeso tinha a deusa Diana. Por sua vez, o Egito tinha a deusa Isis e assim por diante.

É interessante observar que Ninrode passou a ser adorado como um verdadeiro messias - “Filho de Baal”, o deus-Sol. Nesse falso sistema babilônico, “a mãe e a criança” ou a “virgem e o menino” (isto é, Semíramis e Ninrode redivivo), transformaram-se nos principais objetos de adoração. Essa adoração da “virgem e o Menino” se espalhou pelo mundo afora com variação de nomes segundo os países e línguas.

A adesão da cultura pagã ao cristianismo após Constantino

A prática pagã da adoração ao deus-Sol Ninrode, à sua mãe Semíramis e a seu filho Tamus já estava enraizada quando Constantino forçou a conversão dos romanos.

Uma vez que as figuras do evangelho guardavam semelhança com a história pagã, não foi difícil preservar a cultura pagã simplesmente com um ajuste de nomes. A partir daí, Ninrode – o deus-Sol - passa a ser “o Senhor”, Semíramis passa a ser Maria, Tamuz passa a ser Jesus e a árvore continua sendo o pinheiro com um pequeno ajuste: o pinheiro que antes recebia os presentes no dia 25 de dezembro em comemoração ao nascimento do filho do deus-Sol, agora passa a receber os presentes dos magos em comemoração ao nascimento do filho de Deus - Jesus.

Foi nessa esteira que a comemoração de 25 de dezembro (dia do nascimento do deus sol), aderiu, de modo sutil, às comemorações da igreja cristã. Naquele tempo essa era a maior festividade daquele povo que, a partir de então, passou a ser a maioria na igreja e que não desejava abandonar aquela celebração, a qual era uma excelente ocasião para se festejar e manter o “espírito de alegria e fraternidade”. Bastou, então, um pequeno ajuste para que a festa não fosse abandonada. No lugar do “deus sol”, comemora-se o nascimento de Deus.

A Enciclopédia Americana, já citada, afirma que “em memória do nascimento de Cristo se instituiu uma festa no século IV. No século V, a Igreja oriental deu ordem de que fosse celebrada para sempre, e no mesmo dia da antiga festividade romana em honra ao deus-Sol...”

Já a Enciclopédia Britânica relata que:

 “a partir de 354, alguns latinos, possivelmente, transferiram o dia da festividade de 06 de janeiro para 25 de dezembro, quando se realizava uma festa mitraísta, ou nascimento do Sol Invicto... Os sírios e os armênios, que se prenderam a data de 06 de janeiro, acusavam os romanos de idólatras e adoradores do Sol, alegando... que a festa de 25 de dezembro tinha sido inventada pelos discípulos de Corinto”.

Neste processo o mundo se "cristianizou" e a Igreja se "paganizou".  O sistema dominante aceitou a moral cristã, com seus ensinamentos básicos para a preservação da família e seus deveres religiosos sem ter que renunciar aos valores fundamentais do humanismo: a ambição do poder, o amor ao dinheiro e a vangloria da vida.

Desde então, a igreja cristã sucumbiu às tentações de desfrutar da glória oferecida pelo Império Romano, com suas riquezas e possibilidades de exercer o poder terreno, ainda que sob o argumento de um poder religioso, o qual seguia lado a lado com o poder político, chegando, em determinados momentos, a superar o próprio poder político.

O paganismo romano passa à igreja católica romana e desta ao cristianismo moderno

Considerando a mássica influência da igreja católica romana na formação das bases culturais brasileiras, não é difícil compreender as razões pelas quais a tradição perpassa pelas gerações sem sequer ser questionada pelos fiéis. Tudo parece natural. Quem foi criado neste mundo babilônico e tem introjetado a tradição do natal desde sua infância tem sérias dificuldades em examinar suas origens, uma vez que tudo parece sagrado. Não há razão para duvidar. As pessoas não se detém para verificar se estes costumes tem sua origem na Bíblia ou na idolatria pagã.

Assombramo-nos ao conhecer a verdade e, infelizmente, há aqueles que se ofendem ao ouvir a verdade. Porém, Deus ordena a seus ministros fiéis: "Clama em vós alta, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão." (Isaías 58:1).

A verdadeira origem do Natal está na babilônia. Está envolvida na apostasia organizada que tem mantido o mundo no engano há muitos séculos!  O cristão evangélico não pode ignorar isso.

O evangelho distorcido pela influência pagã

No Egito sempre se creu que o filho de Ísis (nome egípcio da "rainha do céu") nasceu no dia 25 de dezembro. Os pagãos em todo o mundo conhecido celebram esta data antes do nascimento de Cristo.

Jesus não nasceu em 25 de dezembro

Qualquer enciclopédia ou outra autoridade pode confirmar o fato de que Cristo não nasceu em 25 de dezembro. A enciclopédia católica o disse claramente.

“A data exata do nascimento de Jesus Cristo é desconhecida. Isto é reconhecido por todas as autoridades. Se fosse a vontade de Deus que guardássemos e celebrássemos o nascimento de Jesus Cristo, Ele não haveria ocultado esta data.”

Jesus, o verdadeiro Messias, não nasceu em 25 de dezembro. Os apóstolos e a Igreja primitiva jamais celebraram o nascimento de Cristo nesta data e em nenhuma outra. Não existe na Bíblia ordem ou instrução alguma para fazê-lo. Porém, existe sim, a ordem de observarmos a Sua morte

(I Co 11:24-26) “E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.”

Jesus Cristo sequer nasceu na época do ano em que se comemora o Natal!

Pastores no campo

Quando Ele nasceu "havia pastores no campo que velavam e guardavam seus rebanhos durante a vigília da noite" (Lucas 2:8). Isto jamais pode acontecer na Judéia no mês de dezembro. Os pastores tiravam seus rebanhos dos campos em meados de outubro e os guardavam para os proteger do inverno que se aproximava, tempo frio e de muitas chuvas. A própria bíblia nos indica esta verdade (Esdras 10:9,13).

“Então, todos os homens de Judá e Benjamim, em três dias, se ajuntaram em Jerusalém; no dia vinte do mês nono [novembro], todo o povo se assentou na praça da Casa de Deus, tremendo por causa desta coisa e por causa das grandes chuvas.” (Esdras 10:9 RA)

 “Porém o povo é muito, e, sendo tempo de grandes chuvas, não podemos estar aqui de fora; e não é isto obra de um dia ou dois, pois somos muitos os que transgredimos nesta coisa.” (Esdras 10:13 RA)

Como se vê, o inverno era época de chuvas, o que tornava impossível a permanência dos pastores com seus rebanhos a noite no campo.

O recenseamento

É também pouco provável que um recenseamento fosse convocado para época de frio e chuvas:

(Lucas 2:1) “E ACONTECEU naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse.” 

Afinal, a Bíblia mostra quando nasceu Jesus?

Sim, podemos através de alguns detalhes bíblicos, situar cronologicamente o nascimento de Jesus e verificar que o Seu nascimento foi o cumprimento de uma das mais importantes festas do Velho Testamento - a Festa dos Tabernáculos.

Jesus Cristo nasceu na festa dos Tabernáculos, que acontecia a cada ano, no final do 7º mês (Tisri/Etanin) do calendário judaico, que corresponde ao mês de setembro/outubro do nosso calendário. A festa dos Tabernáculos ou das Cabanas, significava Deus habitando com seu povo. Foi instituída por Deus como memorial para que o povo de Israel se lembrasse dos dias de peregrinação pelo deserto em que o Senhor habitou num Tabernáculo no meio do seu povo: (Lv 23:39-44) e (Ne. 8:13-18)

No Evangelho segundo João (Jo 1:14), vemos : "Cristo ... habitou entre nós". Esta palavra em grego é skenoo ou tabernaculou; isto é, a festa dos tabernáculos cumprindo-se em Jesus Cristo, o Emanuel.

(Is 7:14) “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.”

Emanuel significa Deus conosco. Em Cristo não se cumpriu somente a festa dos Tabernáculos, mas também a festa da Páscoa, na Sua morte (Mt 26:2 “Bem sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado”).

I Co 5:7 “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”), e a festa do Pentecostes, quando enviou o Espírito Santo sobre a Igreja (Atos 2:1 “E, CUMPRINDO-SE o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar”).

Vejamos nas escrituras alguns detalhes que nos ajudarão situar cronologicamente o nascimento de Jesus:

  1. Os levitas eram divididos em 24 turnos para prestarem serviço no templo e em cada turno os sacerdotes escalados ministravam por 15 dias. (I Cr 24:1-19). Então, em 24 turnos de 15 dias temos a distribuição do serviço pelos 360 dias do ano.

“6  Semaías, escrivão, filho de Natanael, levita, registrou-os na presença do rei, dos príncipes, do sacerdote Zadoque, de Aimeleque, filho de Abiatar, e dos cabeças das famílias dos sacerdotes e dos levitas; sendo escolhidas as famílias, por sorte, alternadamente, para Eleazar e para Itamar. 7  Saiu a primeira sorte a Jeoiaribe; a segunda, a Jedaías; 8  a terceira, a Harim; a quarta, a Seorim; 9  a quinta, a Malquias; a sexta, a Miamim; 10  a sétima, a Hacoz; a oitava, a Abias;(...) “ a vigésima terceira, a Delaías; a vigésima quarta, a Maazias.” (1 Crônicas 24:6-10 e 18 RA)

“Porque, segundo as últimas palavras de Davi, foram contados os filhos de Levi de vinte anos para cima. (...) e para que tivessem a seu cargo a tenda da congregação e o santuário e atendessem aos filhos de Arão, seus irmãos, no ministério da Casa do SENHOR.” (1 Crônicas 23:27 e 32 RA)

  1. O oitavo turno pertencia a Abias

10 a sétima, a Hacoz; a oitava, a Abias; (1 Crônicas 24:10)

  1. O primeiro turno iniciava-se com o primeiro mês do ano judaico (mês de Nisã ou Abibe – Ex 12:1-2; Dt. 16:1; Ex. 13:4), que corresponde ao mês de março do nosso calendário.
  2. Assim, o turno de Abias, ao qual pertencia Zacarias (pai de João Batista), caía na segunda quinzena dos meses de junho de cada ano.
  3. Logo, João Batista foi gerado no inicio de julho, quando Zacarias, que era do turno de Abias (Lc 1:5), voltou para casa após seu serviço no templo.
  4. Jesus, por sua vez, foi concebido seis meses depois, no fim de dezembro ou início de janeiro, conforme relato bíblico sobre a visita de Maria à casa de Isabel.

 “35 Respondeu-lhe o anjo [a Maria]: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus. 36 E Isabel, tua parenta, igualmente concebeu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam ser estéril.” (Lucas 1:35-36 RA)

Logo, Jesus não nasceu em dezembro como diz a tradição, mas foi gerado neste mês. Nove meses depois, no final do sétimo mês (Tisri/Etanin), setembro no nosso calendário, quando os judeus comemoravam a festa dos Tabernáculos, Deus veio habitar com Seu povo. Nasceu Jesus!

Deus tabernaculou com seu povo. Nasceu o Emanuel. Deus habitando conosco.

Diante de tudo isso, temos claro da parte de Deus e da própria história secular a origem do natal e de seus objetos (árvore de natal, guirlanda, cordão ornamental de flores, folhagem, presentes, presépio, Papai Noel, etc.).

A Igreja nestes dias de restauração tem que renunciar a essa cultura que nos foi imposta e pregar que Jesus não está indefeso numa manjedoura, mas que nasceu, cumpriu todo o propósito de Deus, morreu, ressuscitou e hoje reina sobre e através da Igreja pelo poder do Espírito Santo, que está em nós que O confessamos e O temos como Senhor de nossas vidas.

Outros costumes pagãos absorvidos pelo cristianismo

Papai Noel.

A Enciclopédia Britânica, vol. 19, 11ª. Edição inglesa, informa que: o nome “Papai Noel” é, ainda, uma corruptela do nome “São Nicolau” um bispo romano que viveu no Século V, e atesta que “São Nicolau, bispo de Mira, um santo venerado pelos gregos e latinos no dia 06 de dezembro... A lenda de sua dádiva oferecida às escondidas, de dotes, às três filhas de um cidadão empobrecido...” diz se ter originado o costume de dar presentes às escondidas no dia de São Nicolau (06 de dezembro), o que mais tarde foi transferido para o dia 25 de dezembro.

Diante do exposto, vemos que a estória de São Nicolau na verdade é uma forma de dar sentido cristão a um costume totalmente pagão.

Árvore de Natal

Já vimos que a figura do “Papai Noel” como sendo aquele que vem sorrateiramente à noite trazer presentes na celebração do aniversário, é uma figura que se assemelha à história inventada por Semíramis a respeito de Ninrode, que desejava receber presentes debaixo do pinheiro na data de seu aniversário – 25 de dezembro.

Assim, a árvore de natal, um pinheiro, também tem suas raízes no paganismo babilônico. Expor uma árvore de natal nada mais é que a assimilação de um costume pagão, apesar de ter sido incorporado ao cristianismo. Também, é bom lembrar que  que as idéias referentes a árvores sagradas são muito antigas. Entre os druidas, por exemplo, o carvalho era sagrado; entre os egípcios as palmeiras; em Roma, era o abeto. O deus escandinavo Odin era crido como um que dava presentes especiais na época de natal a todos os que se aproximavam de seu abeto sagrado.

Sabemos que os verdadeiros cristãos não adoram árvores, mas é sempre bom estamos conscientes do que significam os objetos que escolhemos para por em destaque em nossos lares. É claro que há inúmeros cristãos sinceros que ignoram esses fatos, por isso não devemos nos apressar em nossos julgamentos.

Troca de presentes no Natal

Normalmente o clímax da celebração do Natal é o momento em que as pessoas podem se cumprimentar e trocar presentes entre si. Confraternização e liberalidade em demonstrar às pessoas o nosso carinho e consideração por elas é sempre muito bom.

Hoje, porém, além da raiz pagã do “espírito natalino”, há ainda a forte influência econômica. Natal é a época de muita propaganda e marketing para venda. É um tempo em que o deus Mamom domina e leva, inclusive muitos cristãos a desonrarem seus compromissos. Ficam tão preocupados em seguir o costume pagão, são tão enredados pelos desejos gerados por Mamom de ter, ter e ter mais, que vão além daquilo que podem gastar, criando dívidas e compromissos que ocuparão sua mente nos próximos meses.

Devemos estar conscientes que o Natal tem se tornado uma festa comercial sustentada em parte pelas companhias publicitárias. Em muitos lugares vemos um "Papai Noel" (em disfarce) que é simplesmente uma figura sugestiva do consumismo já tão tentador em nossos dias. Os anúncios publicitários nos mantém deslumbrados com “a hora de comprar”.

Muitas pessoas podem ficar tristes por não poderem comprar presentes, mas estou certo que mais triste ficarão as pessoas que não conseguirem pagar o que compraram.

Devemos ficar apercebidos para não sermos levados pelo curso econômico implantado desde a Babilônia de Ninrode.

(Apocalipse 18:4) "Sai dela povo meu para que não sejas participante dos sete pecados, e para que não incorras nas suas pragas.”

Qual a mensagem a ser transmitida pelo cristão no natal?

Em nossa cultura, o Natal é uma data de comemoração quase unânime. Nem mesmo os ateus conseguem fugir do Natal, e de uma ou outra maneira são confrontados com essa festa. Mas até que ponto conseguimos transmitir o verdadeiro significado do Natal?

Não é porque o mundo ocidental, principalmente, se volta para comemorar o Natal nesta época do ano que nós o fazemos. Na verdade, o nosso Natal é comemorado de uma maneira completamente diferente do mundo.

1º Comemoramos o nascimento de Cristo todos os dias do ano! Sim, esta é a mensagem do Evangelho: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade... (João 1:14). Não há um culto sequer, durante o ano, em que deixemos de louvar a Deus pela vinda de Jesus para ser o nosso Redentor.

2º Comemoramos, ainda, o dia em que Cristo nasceu em nossas vidas, aleluia! Naquele dia maravilhoso tomamos consciência de quem é Jesus e do que Ele fez por nós. Descobrimos que Jesus é eterno, que no princípio Ele era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (João 1:1). Compreendemos, também, que o homem Jesus foi a encarnação do Filho de Deus, e que todas as coisas (o Universo) foram feitas por intermédio dele (Jesus), e sem ele nada do que foi feito se fez (João 1:3). Ainda, naquele dia entendemos que a vinda de Jesus ao mundo é prova do grandioso amor de Deus por nós. Por fim, comemorar o dia em que Jesus nasceu em nossos corações é um privilégio quando lembramos que Deus amou o mundo (a nós) de tal maneira que deu Seu Filho... (João 3:16).

O Natal não se comemora somente na segunda quinzena de dezembro, mas durante todo o ano. Não se comemora comendo, bebendo ou comprando presentes compulsivamente. O Natal se comemora servindo a Deus, adorando, louvando o Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Aproveitando as oportunidades

A despeito de todas as questões pagãs que envolvem as comemorações natalícias, considero que este é um excelente momento para convidarmos nossos parentes, amigos, vizinhos e conhecidos para a comemoração da maior festa que pode existir e lhes oferecer o melhor presente que alguém pode receber: a salvação em Cristo Jesus.

Se, por um lado, desejamos que o povo de Deus esteja consciente da origem e das distorções cristãs desta festa, por outro, de um modo racional e inteligente, podemos aproveitar a oportunidade em que o homem demonstra-se, de certo modo, sensível para lhe apresentar, a pretexto desta festa, o verdadeiro sentido do natal para um cristão. Em vez de focarmos simplesmente no nascimento do menino Jesus, podemos aproveitar a oportunidade para desviar a atenção do homem de um “papai noel” para apresentar aos nossos amados toda a obra redentora de Cristo.

Porém, não podemos ignorar que, em pensamentos, o homem desta cultura sempre se lembra da estrebaria e da criança na manjedoura. Mas esse é apenas um dos fragmentos visíveis do que aconteceu naquela ocasião. Antes, temos que  aproveitar a sensibilidade do homem nesta data para transportá-lo a um encontro com a salvação de Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.

Jesus tornou-se homem. Ele começou a Sua vida como todos nós: Ele nasceu num mundo perdido. Ele teve um lar seguro, apesar da pobreza, inquietação e fuga que caracterizaram os primeiros dias da Sua vida. Com Ele aconteceu exatamente o mesmo que ocorre a milhões de pessoas em nossos dias. Jesus foi homem como nós. Mas a data da comemoração tradicional pode ser aproveitada para a transmissão da mensagem do nascimento de Jesus em cada coração humano.

Até os magos do longínquo Oriente reconheceram: lá em Belém nasceu alguém que é mais que simples homem! Eles O procuraram e tiveram um encontro com Jesus. O Natal é o convite de Deus a nós seres humanos: venham, vejam meu Filho! O verdadeiro encontro com Jesus, o verdadeiro Natal, também fez com que os magos do Oriente mudassem os seus planos de viagem:

"Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra" (Mt 2.12).

O encontro com Jesus protegeu-os de um novo encontro com o Seu adversário.

Enfim, o que faz o natal é encontrarmos Jesus de verdade, em especial quando por meio disso ocorre uma mudança no rumo da nossa vida. O encontro com Jesus abre os nossos ouvidos interiores para a exigência do Altíssimo, aleluia!

Pr. Sólon Lopes Pereira

Textos base:

Artigo “A verdade sobre o natal” de Mauro C. Graner

Artigo “A verdade sobre o natal” de Edson Valentim de Freitas Filho