Carta 44

02/07/2013 12:37

De: JOÃO

Em 09/05/2009 12:57

Pastor

Apds

Quero em primeiro lugar dizer que desde que conheci seu site me tornei um admirador de suas orientações, mensagens (verdadeiramente reveladas), pois sabemos que toda mensagem vinda de Deus ela penetra em nossa mente e coração,nos trazendo paz, mansidão e conhecimento das coisas do Senhor.

Pastor: estou na ICM desde (...), pois era da IGREJA TAL na minha cidade e passei muitas tristezas dissabores chegando ao ponto do meu 1º casamento acabar,na igreja havia tanta bagunça que eu não concordava ,que acabei saindo me tornando quase um inimigo do pastor presidente, pois mostrei a ele e a todos os erros cometido ali dentro, só que me tornei o errado, na época eu era um servo ativo era o braço direito do pastor, o 2° na hierarquia da igreja, homem de monte,vigílias, na igreja fazia parte do conselho, estava na faculdade de teologia era evangelista.

   Aprouve a Deus permitir eu passar pelo vale da sombra da morte no aspecto financeiro, matrimonial e espiritual, por ultimo de tudo sofri um acidente (...) e quase morri, nada dava certo em minha vida, houve tantos erros, a igreja acabou encerrando seus trabalhos, eu resolvi ir pro mundo e aproveitar as delicias que ele tinha pois onde eu estava era igual ou pior. Só que a chama que havia dentro de mim não se apagou, sentia necessidade de Deus, até que um dia resolvi voltar, fui convencido a participar de um culto maranata o qual gostei da organização e ali estou até hoje.

Minha lutas espirituais não acabaram só mudaram de endereço.

Hoje sou casado novamente, tenho um filho lindo, esposa maravilhosa, uma empresa que esta lutando para crescer sou um profissional que é referência naquilo faz e tenho meu trabalho na ICM dentro dos limites que me foi imposto. Sou um Obreiro que faço todo o tipo de trabalho na igreja, porém jamais serei um diácono ou outra coisa ali dentro.

No peito eu sinto a chama pastoral, porém, é lançado água nela a todo instante. dizem que na ICM serei só isso que sou devido a minha condição de 2º casamento mesmo eles vendo que sou muito feliz com minha esposa,  filho, servindo inclusive de referência para um casamento perfeito  harmonioso, amo minha esposa e família me dou muito bem com minha filha do 1º casamento (...), mesmo separado consegui passar  a ela as bênçãos do Senhor.

   Desde que vim para ICM jamais concordei com certos ensinos e preceitos, pois não vejo fundamento bíblico, porém como estou nela acabo fazendo uso e tentando aplicar.

Eu cheguei a sair um vez da Maranata e comecei a freqüentar uma outra igreja, foi a maior felicidade da minha vida ,lógico que havia muitos erros, porém eu era usado nas mãos do Senhor, no ensinos, na palavra (louvor não, sou péssimo com a voz) e nessa época eu cresci tanto que eu já iria ser ungido como pastor, porém minha esposa começou morrer espiritualmente não tinha alegria na igreja falava o tempo todo da ICM da escolinha das crianças, tinha medo do meu filho naquela denominação.

Eu fui aconselhar-me com o pastor da onde estava o qual eu admirava muito e ele me disse pra voltar para ICM para que minha esposa não perdesse a salvação e com isso eu retornei e aqui estou eu novamente não concordando com muitas coisas, mais em silêncio do que nunca trazendo as mensagens sonças e padronizadas de todos os dias e jamais serei nada ali além de um obreiro, perdi o interesse de trabalhar para a igreja como secretario tesoureiro ou outras coisas, pois tudo que faço não tem valor e vejo outros (que Deus me perdoe), sem revelação, sem conhecimento bíblico, apático e sem amor as ovelhas, com cajado nas mãos APAUSSENTANDO as ovelhas e crescendo na ICM pois tem o padrão maranata, francamente me dá tristeza.

Eu não sei o que faço pois amo a minha esposa que não quer sair dali mesmo não concordando com aquilo que vê, ela acha que ali ainda é o melhor lugar pra educar nosso filho, como eu não aceito congregar em outro lugar separando a família, vou ficando enterrando o talento que Deus me deu (conheço a mensagem sobre os talentos não precisa citar).  Eu mostrei seu site para minha esposa e ela ficou maravilhada com tudo, viu o que o Sr. passou como se fosse um reprise da minha vida, porém ela me disse que só iria conhecer se fosse a CEEN ou outra de pessoas que foram da ICM e aqui não tem, então continuamos naquilo em que começamos na mesmisse de sempre

E eu, o que faço?

Qual a atitude a tomar?

O que Deus espera de mim?

Se o Sr. puder me aconselhar ficaria muito agradecido.

Muito obrigado e me perdoe pelo tamanho da carta.

Posso lhe garantir que isto é só um resumo (rss).

Deus abençoe sua vida e seu ministério.

 PS. Me perdoe ter enviado ao seu e-mail pois dava mais de 1000 caracteres

 

De: pastor-solon

Date: Sun, 10 May 2009 00:37:12

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja contigo.

Já li sua carta e sempre que você quiser pode se comunicar diretamente em meu e-mail.

Como o irmão é membro da ICM e sua esposa ainda considera que lá é o melhor lugar para se estar, preciso de um tempo mais para respondê-lo. Eu não quero trazer complicações para sua vida nem desarmonizar seu lar. Eu tenho opiniões formadas sobre tudo o que você falou. Se você já leu minha carta de desligamento, já tem noção de que um dos problemas que eu tive na ICM foi exatamente por permitir que servos de segundo casamento fossem usados por Deus na igreja.

Portanto, peço que você me dê um pouco de tempo para orar antes de respondê-lo. Prometo que responderei a sua carta na semana que vem. Neste tempo, pedirei a Deus que me concederá graça e sensibilidade para respondê-lo da melhor maneira.

Se puder, diga-me de onde você é, ok?

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.

 

De: JOÃO    

Para:pastor-solon

Data:11/05/2009 07:10

A paz do senhor meu amado

Eu sou de (...)

Freqüento a ICM (...)

 

De: pastor-solon

Date: 11/05/2009

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua família.

Fico feliz em saber que você tem acompanhado o conteúdo do site e que isso lhe tem feito bem.

Querido, vou procurar responder a todos os seus questionamentos, mas desde logo esclareço que minha opinião é apenas o parecer de alguém que tem uma experiência de vida sem a pretensão de ser o dono da verdade. Vou ter que fazer algumas considerações que, talvez, lhe pareçam legalistas, mas não deixe de ler até o final, pois o que eu digo em tese não se aplica a todos os casos concretos. Cada caso é um caso e já aprendi que não podemos generalizar e aplicar nossas teorias bíblicas sem ter em mente o alvo principal do amor de Deus em nosso contexto – o homem.

“Pastor: estou na ICM desde 2000, pois era da (...) na minha cidade e passei muitas tristezas dissabores chegando ao ponto do meu 1º casamento acabar, na igreja havia tanta bagunça que eu não concordava, que acabei saindo me tornando quase um inimigo do pastor presidente, pois mostrei a ele e a todos os erros cometido ali dentro, só que me tornei o errado, na época eu era um servo ativo era o braço direito do pastor, o 2° na hierarquia da igreja, homem de monte, vigílias, na igreja fazia parte do conselho, estava na faculdade de teologia era evangelista.”

Meu irmão, o que passou, passou. Como diz o ditado: “águas passadas não movem moinhos”. Sei que você fez essas referências apenas para que eu pudesse conhecer sua trajetória de vida, mas gostaria de aproveitar sua experiência para dela tirar um ensinamento para nossos dias futuros.

Como você é um homem maduro, não ficará escandalizado se eu lhe disser que onde o homem está não há perfeição, uma vez que o homem é imperfeito. A operação de Deus em nossas vidas minimizam nossas imperfeições, mas não as eliminam. Ora, como esperar a perfeição do imperfeito? Por mais que queiramos fazer a vontade de Deus com perfeição, estamos sujeitos a falhas. Na bíblia, os vencedores são aqueles que reconheceram suas falhas, sofreram suas conseqüências, mas não desistiram de corrigir seus rumos continuamente. Veja: Abraão falhou, Isaque falhou, Jacó falhou, Moisés falhou, Arão falhou, Miriã falhou, Josué falhou, Juízes falharam, Davi falhou, Salomão falhou, reis falharam, profetas falharam, Pedro falhou, Paulo falhou etc. Todos esses personagens amavam a Deus, tiveram a revelação de Deus em suas vidas e desejaram realizar os Seus desígnios com perfeição, mas falharam porque eram homens. Ora, nem a presença de Deus e sua maravilhosa revelação associada à vontade de realizar a perfeita vontade de Deus não foram suficientes para tornar o homem infalível. Seríamos nós melhores que todos esses personagens bíblicos?

Agora, não fique chocado com o que eu vou dizer: não somos nós que realizamos a obra de Deus, pois ela já foi integralmente consumada por Jesus.  Se fôssemos nós que tivéssemos a missão de realizá-la, ela seria igualmente imperfeita. Mas, a obra de Deus é perfeita, ou seja, o projeto para a salvação do homem é perfeito. E por que a obra de Deus é perfeita? Porque foi realizada por aquele que é perfeito.

“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” (João 4:34 RA)

“Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer;” (João 17:4 RA)

Não vou me estender sobre essa questão. Quero aqui apenas dar-lhe uma dica para você investigar a esse respeito depois: quem realizou a obra de salvação foi Jesus e nós somos apenas colaboradores para fazê-la conhecida. Nós, os imperfeitos, não somos a obra, não somos responsáveis por ela e não a realizamos, pois ela já foi realizada (consumada). Simplesmente, a aceitamos ou não. Cooperamos para que ela se torne conhecida, ou não.

“Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” (João 6:29 RA)

Não destruas a obra de Deus por causa da comida. Todas as coisas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem o comer com escândalo.” (Romanos 14:20 RA)

Última dica: o livro de Atos, ao se referir à obra de Deus, faz menção ao projeto de Deus, em Jesus, para a remissão de pecados (salvação). E quando se refere ao realizá-la em “nossos dias”, cita os profetas, ou seja, se refere aos dias dos profetas, ocasião em que a obra de Deus estava em processo, pois Jesus ainda não tinha vindo a este mundo – eles tinham apenas a lei e os sacrifícios como sombra das coisas que haveriam de vir.

“38 Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste; 39  e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés. 40  Notai, pois, que não vos sobrevenha o que está dito nos profetas: 41  Vede, ó desprezadores, maravilhai-vos e desvanecei, porque eu realizo, em vossos dias [tempo dos profetas], obra tal que não crereis se alguém vo-la contar.” (Atos 13:38-41 RA)

“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.” (Hebreus 10:1 RA)

Portanto, querido, assumirmos uma postura de perfeição é, no mínimo, uma bobagem. Melhor mesmo é admitirmos que somos falhos. Desse modo, deixamos de exigir a perfeição dos outros e passamos a compreendê-los para poder ajudá-los. E é isso que vou tentar fazer agora, com base no que você me disse.

Quanto à igreja que você freqüentou inicialmente, parece-me que o fato de você ter permanecido lá por algum tempo e ter se desgastado, lutando contra as coisas com as quais você não concordava, me faz pensar que você não era maduro suficientemente naquele tempo. Você achava que se permanecesse ali poderia corrigir as falhas da igreja indo contra o ministério estabelecido? Você pensava que eles dependiam de você? Você pensava que aquela igreja era a melhor de todas e que você não teria para onde ir se a deixasse?

Ora, uma vez que sabemos que o homem é imperfeito e que suas obras não são perfeitas, por que imaginar que haverá alguma igreja perfeita, ainda que nela haja pessoas bem intencionadas, dotadas de revelação de Deus e com amor e disposição em seus corações para realizar a vontade de Deus? Como eu já disse, pensar que o imperfeito pode produzir o perfeito é uma grande incoerência.

Eu tenho certeza que a Igreja (...) não é perfeita, assim como nenhuma outra é, mas estou convicto de que suas atitudes não ajudavam muito, pois você estava piorando as coisas enquanto ficava lá dentro se queixando, reclamando, confrontando e criando mais dificuldades para o pastor. Seria melhor se você tivesse deixado aquela congregação antes de se tornar um inimigo do pastor.

E a melhor maneira de sairmos do ambiente em que estamos nos sentindo desconfortáveis é em paz e não em guerra. Sair em guerra é a garantia de tormentos futuros. Já uma saída pacífica, movida por suas convicções, lhe permite buscar, com tranqüilidade, outro grupo que se aproxime mais de seus valores pessoais para, então, desenvolver seus talentos, sem traumas. Reflita sobre isso e comece o trabalho de restauração pela sua própria vida.

Quanto ao seu primeiro casamento, perdoe-me, mas as imperfeições da igreja que você freqüentou inicialmente não podem justificar suas atitudes. Colocar a culpa de sua separação na igreja é inútil. Acredito que a igreja tinha seus problemas, mas a culpa do desfazimento do seu casamento é sua e de sua ex-mulher. Você precisa reconhecer isso para que possa se arrepender e ser justificado. Não coloque a culpa em outras pessoas pelas suas falhas, mas assuma-as e as leve ao madeiro de Cristo. As portas se abrirão para você e o passado deixará de pesar em suas costas.

Sobre o rompimento de uma aliança de casamento, tenho minhas próprias convicções. Entre elas, que isso só é consentido por Jesus em caso de relações sexuais ilícitas. Fora isso, classifico todas as demais razões como Jesus fez: “por causa da dureza dos corações”, mas não é essa a vontade de Deus para o homem, desde o princípio.

“Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério.” (Mateus 19:9 RA)

“Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio.” (Mateus 19:8 RA)

Mas, como eu disse no começo, cada caso é um caso e eu não espero a perfeição das pessoas, assim como eu mesmo não sou perfeito. Logo, na minha experiência pastoral, enfrento cada caso que se me apresenta em particular e procuro amar o imperfeito e levá-lo à consciência de suas falhas para que haja arrependimento e perdão. Creio que essa é a minha função, pois o justo juiz tratará com o que não estiver ao alcance da minha percepção.

Não quero, de modo algum, aliviar a consciência do pecador em relação ao seu pecado, pois isso o manteria em condenação. Mas, também, não quero ser “mais realista do que o Rei” e condenar aqueles a quem o Senhor perdoou e reabilitou.

Essa é apenas a minha opinião pessoal e a forma com que trato essas questões.

“Aprouve a Deus permitir eu passar pelo vale da sombra da morte no aspecto financeiro, matrimonial e espiritual, por último de tudo sofri um acidente (...) e quase morri, nada dava certo em minha vida, houve tantos erros, a igreja  acabou encerrando seus trabalhos, (...)”

Meu irmão, se é assim que você sentiu, amém. Mas, vou aproveitar o início e o fim de sua história para lhe dizer que eu tenho uma experiência diferente. Aquilo que eu considero ser uma provação de Deus, sempre espero ver a vitória no final, pois uma vez que somos provados e aprovados saímos vitoriosos no final, já que o Senhor faz a ferida e Ele mesmo cura.

“Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará.” (Oséias 6:1 RA)

“6 Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, 7  para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;” (1 Pedro 1:6-7 RA)

De outro modo, muitas vezes pensamos que estamos vivendo uma provação enquanto estamos sofrendo as conseqüências dos nossos pecados. Neste caso, não havendo reconhecimento, arrependimento e perdão, o fim é sempre trágico. A isto eu não chamo de provação, mas de “lutas” que, muitas vezes nós mesmos entramos nelas e só saímos quando alteramos a causa que originou o sofrimento ou fechamos as brechas.

“Para os perversos, todavia, não há paz, diz o SENHOR.” (Isaías 48:22 RA)

O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” (Provérbios 28:13 RA)

“(...) eu resolvi ir pro mundo e aproveitar as delicias que ele tinha, pois onde eu estava era igual ou pior.” Só que a chama que havia dentro de mim não se apagou, sentia necessidade de Deus, até que um dia resolvi voltar, fui convencido a participar de um culto maranata o qual gostei da organização e ali estou até hoje. Minhas lutas espirituais não acabaram só mudaram de endereço.”

Querido, perdoe a minha sinceridade, mas um erro não justifica o outro. Se na igreja que você estava as coisas não estavam boas, isso não significa que a igreja de Jesus não seja boa. Sei que seu coração ainda aceita a igreja como uma instituição divina necessária ao aperfeiçoamento dos homens segundo o caráter de Jesus, tanto é verdade que você procurou o caminho de volta.

“Hoje, sou casado novamente, tenho um filho lindo, esposa maravilhosa, uma empresa que esta lutando para crescer sou um profissional que é referência naquilo faz e tenho meu trabalho na ICM dentro dos limites que me foi imposto. Sou um Obreiro que faço todo o tipo de trabalho na igreja, porém jamais serei um diácono ou outra coisa ali dentro.”

É verdade. Ainda bem que você não está iludido quanto a isso. De fato, salvo algumas exceções, homens de “segundo casamento” não podem pregar na igreja, não podem ser levantados como diáconos, ungidos ou pastores na ICM.

Certa vez, presenciei uma justificativa sobre essa questão em um seminário da ICM. Foi dito o seguinte: “se não há pessoas preservadas para o ministério nesta obra, nossos pastores serão aqueles que, como Samuel, foram separados desde a infância para o ministério (filhos dos crentes da ICM)”.

Acho louvável esse propósito, mas, afinal, a questão é: por que?

O que lhe dizem? Como o seu pastor lhe explica isso? Ele apenas diz que é assim porque Deus revelou? Você teve a curiosidade de perguntar como foi essa revelação. A quem foi dada? Foi um sonho? Foi uma visão?

Não sei se as informações que eu tenho vão coincidir com as que você tem, mas vou lhe dizer o que me diziam enquanto eu era pastor da ICM. Segundo me disseram, em uma reunião de obreiros, em uma certa igreja de Vitória-ES, alguém teve uma visão de uma espada que caía do teto e atingia o braço direito de um homem que estava presente naquela reunião. Aquele homem, que era usado normalmente nas atividades da igreja, era um varão que estava em seu segundo casamento. Então, o discernimento dado foi que Deus estava proibindo que pessoas nessas condições fossem usadas nas funções “de frente” da igreja.

Ficou convencido? Não? Eu também não. Naquele tempo vieram muitos questionamentos à minha mente, do tipo:

- Deus estava se referindo àquele homem especificamente ou a todos os homens da igreja indistintamente?

- Deus estava se referindo àquela igreja de Vitória ou a todas as igrejas da ICM indistintamente?

- Aquele homem estava casado pela segunda, terceira ou quarta vez?

- Qual a idade daquele homem quando se separou de sua primeira mulher? Ele tinha maturidade ou consciência do que estava fazendo?

- Aquele homem já chegou na igreja casado pela segunda vez, ou trocou de mulher depois de conhecer o evangelho?

- O fim do primeiro casamento daquele homem foi motivado por ele ou por sua esposa?

- O fim do primeiro casamento daquele homem decorreu de adultério? De quem?

- Aquele homem cumpria com suas obrigações para com seus filhos do primeiro casamento? (assistência financeira e afetiva)

- Aquele homem mantinha um relacionamento amigável com sua primeira mulher, com um bom testemunho, ou nutria ódio por ela e vice-versa?

- Será que o exemplo daquele homem se aplicaria indistintamente a todos os outros homens de “segundo casamento” que freqüentavam a igreja?

- O que foi feito com os ungidos e pastores que estavam na condição de “segundo casamento”? Foram afastados de suas funções?

- Por que Deus trataria casos diferentes de modo igual? Isso é justo? Deus é injusto?

Meu irmão, essas coisas trouxeram-me grande incômodo, pois, na condição de pastor, eu tinha que cumprir aquela exigência sem poder dar explicações convincentes às minhas ovelhas que estavam naquela condição (detesto isso). Então, eu simplesmente dizia: Deus revelou e nós temos que obedecer. Mas, eu mesmo não cria que Deus pudesse tratar casos diferentes de modo igual, pois Deus é justo e trata cada pessoa em particular.

Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras.” (Salmos 145:17 RA)

“Se disseres: Não o soubemos, não o perceberá aquele que pesa os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? E não pagará ele ao homem segundo as suas obras?” (Provérbios 24:12 RA)

“grande em conselho e magnífico em obras; porque os teus olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens, para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas obras.” (Jeremias 32:19 RA)

“Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras.” (Mateus 16:27 RA)

“E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.” (Apocalipse 22:12 RA)

Ademais, eu também não estava convencido de que um homem que teve um casamento destruído enquanto vivia no curso deste mundo não pudesse ser usado por Deus após sua conversão ao evangelho do Senhor Jesus. Eu me lembrava que a mulher samaritana não foi impedida de ir à cidade anunciar a Jesus mesmo tendo 5 casamentos desfeitos no passado. Jesus não recomendou que ela deixasse essa tarefa para outros com uma “ficha” mais limpa do que a dela. Jesus não se preocupou com Sua “imagem” diante dos Samaritanos ou dos Judeus. Aliás, Jesus comia com pecadores e publicanos sem se importar com o que diziam os fariseus (brancos por fora mas podres por dentro – sepulcros caiados). Jesus não se preocupava com as aparências, pois conhecia os corações e a sinceridade ou hipocrisia dos homens.

“Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.” (1 Samuel 16:7 RA)

Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que cogitais o mal no vosso coração?” (Mateus 9:4 RA)

Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá.” (Mateus 12:25 RA)

Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas?” (Mateus 22:18 RA)

Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Que arrazoais em vosso coração?” (Lucas 5:22 RA)

“Mas ele, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem da mão ressequida: Levanta-te e vem para o meio; e ele, levantando-se, permaneceu de pé.” (Lucas 6:8 RA)

 Para concluir, vou fazer mais uma comparação de coisas que eu não compreendia enquanto era pastor da ICM (hoje eu compreendo perfeitamente): por que um homem que teve a infelicidade de ter um casamento desfeito, ainda que por sua culpa, mesmo sinceramente arrependido, não pode pregar a palavra de Deus no púlpito da igreja, enquanto um ex-fornicador, igualmente arrependido, pode?

Um ex-viciado pode? Um ex-ladrão pode? Um ex-estelionatário pode? Um ex-sonegador de impostos pode? Um ex-homossexual pode? Um ex-mentiroso pode?

Como se dá a classificação dos que podem e dos que não podem? Como se classificam esses pecados diante de Deus? Apenas os aparentes são impeditivos? Somente quando ninguém sabe da condição passada da pessoa arrependida é que ela pode ser usada por Deus sem qualquer restrição? Então, a questão é com a aparência?

Sobre esta questão, acho que já falei demais, não é mesmo?

“No peito eu sinto a chama pastoral, porém é lançado água nela a todo instante. Dizem que na ICM serei só isso que sou devido a minha condição de 2º casamento mesmo eles vendo que sou muito feliz com minha esposa,  filho, servindo inclusive de referência pra um casamento perfeito  harmonioso, amo minha esposa e família me dou muito bem com minha filha do 1º casamento (...), mesmo separado consegui passar  a ela as bênçãos do Sr.”

Essa é a realidade. Se você pretende viver bem com o grupo que você escolheu para cultuar a Deus, procure não se importar com essas coisas.

Não tenho como avaliar quais talentos você recebeu de Deus. Só sei que, se Deus lhe concedeu algum talento, não deveria enterrá-lo. O que você dirá a Deus quando Ele perguntar por que você não trabalhou com o talento que lhe foi confiado? Colocará a culpa na ICM? Você está amarrado aí? Seja como for, querido, o único responsável por seus atos e pelas conseqüências deles é você mesmo. Não tente transferir isso para os outros.

“Desde que vim para ICM jamais concordei com certos ensinos e preceitos pois não vejo fundamento bíblico, porém como estou nela acabo fazendo uso e tentando aplicar.”

Compreendo. Isso é louvável.

“Eu cheguei a sair um vez da Maranata e comecei a freqüentar uma outra igreja, foi a maior felicidade da minha vida, lógico que havia muitos erros, porém eu era usado na mãos do Sr. no ensinos, na palavra (louvor não, sou péssimo com a voz) e nessa época eu cresci tanto que eu já iria ser ungido como pastor, (...)”

Como já tentei lhe mostrar, não há igreja na terra isenta de defeitos. Mas, se exercitarmos o amor entre os irmãos, teremos mais chances de nos aproximar da perfeição que Deus espera de nós.

“13  Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; 14  acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.” (Colossenses 3:13-14 RA)

“(...) porém minha esposa começou morrer espiritualmente não tinha alegria na igreja falava o tempo todo da ICM da escolinha das crianças, tinha medo do meu filho naquela denominação.”

No meu entendimento, a mulher é quem deve acompanhar o marido, por ser ele a cabeça do casal. Se cremos que isso vem de Deus, temos confiança de que o próprio Deus honrará o marido, a mulher e os filhos. Ou será que Deus não tem poder para nos abençoar quando fazemos a sua vontade revelada na bíblia?

“22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; 23  porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. 24  Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.” (Efésios 5:22-24 RA)

Ora, se uma mulher não se submete ao marido, como se submeterá a Deus? Como ela poderá dizer que obedece a Deus quando não obedece aquele que Deus mandou que ela obedecesse? Será que devemos fechar os nossos olhos para esta questão, eliminando esse texto da bíblia?

Mas, vamos falar de amor. Você ama sua mulher e por isso resolveu abandonar seu chamado só para não vê-la triste, certo? Fez muito bem, pois agiu por amor a ela e por amor a seu filho (leia primeira parte da carta que escrevi com o título “Igreja, amor e relacionamentos ilícitos”).

Agora, vejamos pelo outro lado: parece-me que sua mulher nunca aceitou sua opção, mesmo vendo que isso lhe fazia muito bem e que disso dependia o desenvolvimento de seu ministério. Ela o amou? Quando ela “falava o tempo todo da ICM”, estava incentivando sua vida ou lhe criando obstáculo? Qual interesse prevaleceu? O seu, o dela ou o de Deus?

Querido, sobre esse assunto eu poderia escrever um livro, mas vou ficar por aqui.

“(...) eu fui aconselhar-me com o pastor da onde estava o qual eu admirava muito e ele me disse pra voltar para ICM para que minha esposa não perdesse a salvação e com isso eu retornei e aqui estou eu novamente não concordando com muitas coisas, (...)”

É comum buscarmos soluções mais fáceis para os nossos problemas. Quando temos dificuldades para superar certos problemas, muitas vezes preferimos fugir em vez de enfrentá-los. Com as devidas vênias, creio que o seu pastor preferiu o caminho mais fácil para resolver a questão que lhe foi posta. Porém, nem sempre o caminho que devemos trilhar é o mais fácil. Sei exatamente o que estou falando.

“(...) mais em silêncio do que nunca trazendo as mensagens sonças e padronizadas de todos os dias e jamais serei nada ali além de um obreiro, perdi o interesse de trabalhar para a igreja como secretario tesoureiro ou outras coisas , pois tudo que faço não tem valor e vejo outros (que Deus me perdoe), sem revelação, sem conhecimento bíblico, apático e sem amor as ovelhas, com cajado nas mãos APAUSSENTANDO as ovelhas e crescendo na ICM pois tem o padrão maranata, francamente me dá tristeza.”

Querido, mais uma vez vou repetir: não devemos atribuir aos outros a responsabilidade que é nossa. A opção de entregar a sua felicidade ou realização nas mãos de terceiros é somente sua. Se você está vivendo a sua escolha e colhendo os frutos dela, não culpe mais ninguém por isso. A ICM não é a culpada por sua insatisfação ou infelicidade.

“(...) Eu não sei o que faço pois amo a minha esposa que não quer sair dali mesmo não concordando com aquilo que vê, ela acha que ali ainda é o melhor lugar pra educar nosso filho, (...)”

Imagino que seu filho ainda não seja um jovem. Eu tenho 3 filhas jovens e não posso dizer o mesmo que sua esposa.

“(...) como eu não aceito congregar em outro lugar separando a família, vou ficando enterrando o talento que Deus me deu (conheço a mensagem sobre os talentos não precisa citar).”

Sugiro que você leia o texto com o título “O ministério pastoral na CEEN”.

“Eu mostrei seu site para minha esposa e ela ficou maravilhada com tudo, viu o que o Sr. passou como se fosse um reprise da minha vida, porém ela me disse que só iria conhecer se fosse a CEEN ou outra de pessoas que foram da ICM e aqui não tem, então continuamos naquilo em que começamos na mesmisse de sempre.”

Eu espero, sinceramente, que sua mulher não me queira mal depois de ler esta carta.

Ainda não temos a CEEN onde você mora. Mas, pela fé, sei que um dia alcançaremos a todos os que gostariam de viver o mesmo que estamos vivendo. A questão é: quem há de ir por nós?

“E eu, o que faço? Qual a atitude a tomar? O que Deus espera de mim?”

Meu irmão, quando Jesus veio ao mundo, confrontou os fariseus e saduceus do lado de fora da organização deles. Não tentou tomar o lugar do sumo sacerdote para influenciá-los e mudar suas tradições. Ao contrário, afirmou que não se deveria colocar vinho novo em odres velhos, nem colocar remendo de pano novo em vestes velhas. Eu não posso lhe dizer o que fazer, mas posso lhe dizer o que não fazer: não tente mudar a ICM e não a responsabilize pela sua situação.

O que Deus espera de você? Espera que multiplique os talentos que você recebeu.

Juntando todas essas peças, sem desconsiderar as imperfeições e limitações do meu ministério, gostaria de lhe dizer como eu trato questões semelhantes na igreja.

Creio que os dons e talentos que foram concedidos por Deus ao homem são irrevogáveis. Por isso, para que alguém exerça um ministério na CEEN deve observar os princípios que constam do nosso site, associados aos nossos valores, também divulgados no site.

Há um princípio que adotamos e que não está citado nos textos referidos, mas que está implícito. Valorizamos mais as pessoas do que as coisas. Entendo que devemos amar as pessoas e usar as coisas e não o contrário. Perdoe-me o exemplo, mas é o que me ocorreu neste momento: na ICM a figura da “obra” (ICM) vale mais que as pessoas. Para proteger a imagem da “obra” desconsidera-se a pessoa. Os exemplos para algumas de suas disciplinas são tirados do velho testamento, das execuções promovidas por Salomão. Pergunte a qualquer teólogo e ficará sabendo que Salomão foi um dos piores reis que Israel teve, especialmente porque recebeu um reino estável e em tempo de paz fez diversas alianças espúrias e esmagou o povo com pesados tributos. O Rei vivia na pujança enquanto o povo vivia na miséria.

 A minha noção sobre essa questão é diametralmente oposta. Mesmo que alguém fale mal de mim ou da CEEN, prefiro valorizar as pessoas. Mesmo que digam que temos pessoas tortas em nosso meio, continuarei a lutar pelas pessoas.

Enfim, podem me chamar de estúpido, mas Deus também faz o mesmo conosco não é assim? Nós erramos, nos arrependemos e Ele nos recebe e volta e nos abençoa. Quantas vezes? Até sete vezes? Não. Até setenta vezes sete, ou seja, enquanto estivermos vivos. E quanto à imagem da igreja? Se a imagem da igreja não for a imagem de Jesus (amor), para que serve? Ninguém na igreja me questiona quanto a isso, pois sabem que eu não sou conivente com o pecado de ninguém. Cada um dará conta de si mesmo. 

A vantagem de ser como Jesus é que temos a confiança das pessoas, que sabem que não iremos condená-las ou descartá-las como lixo quando erram. Um pai espancador e cruel não terá a confiança de seu filho. É por isso que os filhos desses pais são os últimos que ficam sabendo das coisas. Seus filhos fazem tudo escondido e não têm coragem de abrir um diálogo para o aconselhamento, pois sabem que serão espancados e maltratados.

Para nós da CEEN a imagem da igreja é importante, mas nunca será mais importante que uma vida. Se Deus perdoou, quem somos nós para condenar?

Agora, para resumir os pontos tratados, segue minhas posições acerca de suas colocações:

1)    Os homens são imperfeitos e por isso as denominações são imperfeitas;

2)    A obra de Deus é perfeita porque foi consumada por aquele que é perfeito;

3)    A imperfeição das denominações não pode servir de justificativa para nossas falhas;

4)    Sou contra o desfazimento de uma aliança de casamento, exceto quando há relações sexuais ilícitas envolvidas em que o cônjuge traído não consiga superar o trauma da traição. No entanto, esta é a última hipótese a ser considerada e somente depois que todas as tentativas possíveis para a realização do arrependimento e perdão tiverem sido esgotadas;

5)    Embora eu seja contra o desfazimento de uma aliança de casamento, não condeno o homem ou a mulher que esteja vivendo o seu segundo, terceiro ou quarto relacionamento. Meu chamado não me permite discriminar, mas somente amar, socorrer, amparar e aconselhar;

6)    Para que um homem de segundo casamento seja usado no ministério pastoral é necessário avaliar caso a caso, segundos suas peculiaridades, pois a generalização de regras ou revelações concedidas a casos específicos podem produzir muitas injustiças e Deus não é injusto nem se alegra com a injustiça;

7)    Deus conhece a mente e os corações dos homens e sabe a verdadeira motivação de suas ações, por isso podemos enganar os homens, que só vêem o exterior, mas não podemos enganar o criador, que nos julgará segundo as nossas obras;

8)    Entendo que a mulher deve acompanhar o marido em sua escolha pelo local onde ambos devem congregar e não o contrário, pois Deus está comprometido com sua palavra para honrar aqueles que a obedecem;

9)    Os talentos dados ao homem por Deus devem ser multiplicados segundo a capacidade de cada um, pois um dia todos se apresentarão diante do Senhor para prestar contas;

10)  Sem atitudes não vamos a lugar algum.

Por fim, vou repetir: o que Deus espera de você? Espera que você multiplique o talento que você recebeu. Só isso. O que você está esperando?

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.

 

De: JOÃO

Data: seg 18/05/2009 11:08

Pastor Solon

A paz do Senhor Jesus

Li, reli sua respota e cheguei a seguinte conclusão:

 Todas as questões ICM eu concordo com o Sr. em gênero, número e grau porém algumas coisas do meu passado me deixaram triste , porque eu acho que faltou entendimento da sua parte ou talvez  eu não tenha lhe explicado corretamente, vou tentar novamente pra que o Sr. não tenha uma péssima imagem a meu respeito.

Quero deixar bem claro que jamais me levantei contra  pastor algum, sempre procurei ser um  ajudador, nunca estar a frente da unção e sim do lado como auxiliar homem de confiança.

O senhor escreveeu:

 “Quanto à igreja que você freqüentou inicialmente, parece-me que o fato de você ter permanecido lá por algum tempo e ter se desgastado, lutando contra as coisas com as quais você não concordava, me faz pensar que você não era maduro suficientemente naquele tempo. Você achava que se permanecesse ali poderia corrigir as falhas da igreja indo contra o ministério estabelecido? Você pensava que eles dependiam de você? Você pensava que aquela igreja era a melhor de todas e que você não teria para onde ir se a deixasse?”

Jamais fui contra tal ministério, nunca pensei que dependiam de mim, não pensei que ela era a melhor de todas ou que não tivesse outra para eu ir...Vou explicar melhor o acontecido.

Esta igreja eu fui um dos fundadores dela na região, começamos a obra embaixo de um abacateiro com 15 vidas, de repente ela ficou conhecida pelo trabalho que ela focou, pois realizávamos a obra junto a homossexuais, drogados, prostitutas e presidiários, no bairro onde ela foi fundada ela ficou conhecida como a igreja de bandidos, tivemos muitas lutas para estabelecê-la e ficar respeitada, foi muito jejum, oração e subida ao monte. Muita evangelização, em 1 ano passou de 15 vidas para 120.

Minha ex-esposa era secretária da igreja, e não demorou muito para aparecer certos escândalos.

Eu vivi nove anos com ela e após todo este tempo descobri que ela havia me traído com um ano de casamento, ou seja, em plena lua de mel, para mim foi um arraso, levei o caso ao pastor foi feito cura interior, liberado perdão colocado todas as cartas na mesa, confessados todos os pecados tanto meu quanto dela, de forma que não sobrasse mais nada de passado escondido e recomeçamos o casamento, eu tinha um trabalho para fazer a Deus e deveria da continuidade ao meu casamento para trabalhar ao Senhor...

Passado alguns dias descobri que não era só aquilo que havia acontecido tinha muito mais que não foi revelado que ficou escondido, mesmo assim eu ainda tentei dar continuidade, não tinha mais confiança nela mais achei que Deus podia mudar isso ela teria condições de mostrar que eu poderia confiar, pois agora era serva de Deus.

Só que na Igreja começou acontecer coisas estranhas, por exemplo:

(...)

Como eu pedia para mudar tal atitude e como eu não concordava (...) em relação com minha esposa e ela não queria mudar as atitudes, eu me separei dela e por isso eu fui disciplinado fiquei longe de quaisquer atividades na igreja só poderia assistir o culto. Pergunto ao Senhor. Deveria concordar com isso fazendo parte do conselho da igreja e sendo o segundo em hierarquia?

Teve um casal que eu trouxe para igreja, evangelizei, ajudei a batizar e depois eles casaram na igreja.. Só o casal era convertido todo o restante da família era católico, pois o casamento deles foi um absurdo porque o PASTOR chegou quase uma hora de atraso, ou seja, depois da noiva e dos convidados... A noiva ficou no carro esperando o pastor chegar para entrar na igreja...,Imagina que belo exemplo que nós demos aos convidados. (...)

NA  MINHA DISCIPLINA:

Eu fiquei em silêncio no Banco quase um ano esperando acabar a  disciplina, quando ele me chamou e informou que tinha acabado e eu poderia exercer todas as atividades novamente, ai sim eu pedi meu desligamento, enviei uma carta agradecendo e sai... A Igreja não sabia o motivo da disciplina, para eles eu estava em pecado por ter separado da minha esposa, ela era a pobre coitada e eu o safado. Ninguém mais me respeitava como pai de família, o conselho da igreja ficou contra eu e a favor dos atos do pastor e a única saída minha foi me desligar da igreja.

(...)

Mais algum tempo depois o pastor se separou da esposa (...) A Igreja foi assumida por outra (...) que não deu conta e acabou fechando e colocando todas a vidas na rua em busca de outra igreja, o meu caso veio a tona e a igreja descobriu o real motivo que eu sai de lá pois jamais eu tinha contado a alguém deixei as palavras do pastor como verdade.

Recebi uma carta da igreja pedindo perdão por tudo que fizeram contra mim.

Minha filha, eu preservei de todo escândalo, e ela sempre achando que eu tinha abandonado a sua mãe e ela por nada, quando ela fez 18 anos a verdade veio à tona, ou seja, 11 anos depois foi que ela descobriu a verdade pela própria boca da mãe.

Eu sei que ficou grande mais este foi o real motivo... Jamais me levantarei contra um pastor, conheço a hierarquia e respeito.

“Eu tenho certeza que a Igreja (...) não é perfeita, assim como nenhuma outra é, mas estou convicto de que suas atitudes não ajudavam muito, pois você estava piorando as coisas enquanto ficava lá dentro se queixando, reclamando, confrontando e criando mais dificuldades para o pastor. Seria melhor se você tivesse deixado aquela congregação antes de se tornar um inimigo do pastor. E a melhor maneira de sairmos do ambiente em que estamos nos sentindo desconfortáveis é em paz e não em guerra. Sair em guerra é a garantia de tormentos futuros. Já uma saída pacífica, movida por suas convicções, lhe permite buscar, com tranqüilidade, outro grupo que se aproxime mais de seus valores pessoais para, então, desenvolver seus talentos, sem traumas. Reflita sobre isso e comece o trabalho de restauração pela sua própria vida.”

Depois do que eu escrevi o Senhor ainda tem a mesmas conclusões a respeito deste assunto?

“Quanto ao seu primeiro casamento, perdoe-me, mas as imperfeições da igreja que você freqüentou inicialmente não podem justificar suas atitudes. Colocar a culpa de sua separação na igreja é inútil. Acredito que a igreja tinha seus problemas, mas a culpa do desfazimento do seu casamento é sua e de sua ex-mulher. Você precisa reconhecer isso para que possa se arrepender e ser justificado. Não coloque a culpa em outras pessoas pelas suas falhas, mas assuma-as e as leve ao madeiro de Cristo. As portas se abrirão para você e o passado deixará de pesar em suas costas.”

Jamais coloquei culpa e homem ou igreja, sempre tive a opinião que em nossa vida sofremos os efeitos das causas que cometemos, nossos atos são responsáveis por aquilo que sofremos, e nós podemos mudar tudo, se reconhecer os erros e dar o ponta pé inicial rumo às mudanças.

“Sobre o rompimento de uma aliança de casamento, tenho minhas próprias convicções. Entre elas, que isso só é consentido por Jesus em caso de relações sexuais ilícitas. Fora isso, classifico todas as demais razões como Jesus fez: “por causa da dureza dos corações”, mas não é essa à vontade de Deus para o homem, desde o princípio.”

Concordo plenamente com o Sr. e acho que uma pessoa separada pode até ser impedida de fazer um casamento, de ser um pastor mais chegar a ungido do Sr. (função antes de pastor na ICM) ou ser um diácono não vejo motivo.

“Certa vez presenciei uma justificativa sobre essa questão em um seminário da ICM. Foi dito o seguinte: “se não há pessoas preservadas para o ministério nesta obra, nossos pastores serão aqueles que, como Samuel, foram separados desde a infância para o ministério (filhos dos crentes da ICM)”. O que lhe dizem? Como o seu pastor lhe explica isso? Ele apenas diz que é assim porque Deus revelou? Você teve a curiosidade de perguntar como foi essa revelação. A quem foi dada? Foi um sonho? Foi uma visão?”

Sobre estas questões não existe resposta apenas dizem “espere no Sr.”,

 

De: pastor-solon

Para: JOÃO

Data: 21/5/2009

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua família.

Meu irmão, inicialmente peço-lhe sinceras desculpas se não compreendi sua primeira mensagem e pelo fato de ter lhe entristecido. Não tive essa intenção. Se não fui habilidoso na resposta, mais uma vez, perdoe-me.

Acredite, não fiquei com uma péssima impressão a seu respeito. Se você ficou com essa impressão, saiba que isso não ocorreu em momento algum. Quando me referi à sua primeira igreja, não tinha a noção exata do que havia ocorrido com você ali, por isso, fiz várias ilações tentando compreender o que teria levado você a se decepcionar com aquele ministério.  Agora, com suas explicações adicionais, vejo o quanto eu estava longe da realidade dos fatos.

Quanto ao seu primeiro casamento, vejo que você se esforçou para mantê-lo. Nos tempos modernos, poucos homens teriam se esforçado tanto para manter um relacionamento após os fatos que você narrou.

Espero que você compreenda que eu fiz inicialmente uma explanação com base em fatos um pouco vagos. Mas, para que você pudesse conhecer minha posição em relação a um assunto tão controverso no meio evangélico atual, decidi expressar meu pensamento sobre a questão do divórcio e do novo casamento. Contudo, creio que também fui claro ao afirmar que cada caso é um caso e que aquilo que defendemos em tese nem sempre se aplica a todos os casos particulares. E é essa uma das características marcantes que nos faz diferentes das máquinas.

Quanto ao fatos ocorridos na igreja após a sua saída, creio que demonstram o quanto está faltando o temor a Deus no coração dos homens. É lamentável. Fico muito triste em saber que uma igreja fechou as portas deixando um testemunho tão ruim assim.

Meu irmão, com todos esses detalhes, é claro que todo o contexto ficou alterado. Se você tivesse contado isso antes, eu não teria imaginado que o seu relacionamento como pastor não estava bom por falta de paciência sua. Contudo, mesmo assim, ainda acho que, no caso de sua separação, é bom pedir perdão a Deus, mesmo que você não tenha sido o causador do divórcio. Você não tem nada a perder, no meu ponto de vista.

Amado, eu sempre acho bom que os relacionamentos sejam sinceros e verdadeiros. Foi nesse intento que expressei minha opinião. Mas, em momento algum eu quis feri-lo. Espero, sinceramente, que você compreenda que Deus não fica limitado pelos nossos conceitos e preconceitos. Eu jamais poderei estabelecer as regras, o espaço e o jeito que Deus pode ou não pode operar.

“18 Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. 19  E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranqüilizaremos o nosso coração; 20 ¶ pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas. 21  Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; 22  e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. 23 ¶ Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.” (1 João 3:18-23 RA)

Por fim, quanto ao “descansar em Deus” eu concordo que essa é uma importante coisa a se fazer, mas isso não significa acomodação, pois fomos chamados para dar fruto.

Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.” (João 15:2 RA)

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.