Carta 31

02/07/2013 12:26

De: JOÃO

Em 02/04/2009 10:53

< JOÃO@hotmail.com >

Ola

Bom Dia,

Li sua experiência como Ex pastor da ICM, como tb li sua carta de desligamento. Porém acho que faltou algo importante ta sua parte que foi relatar  a  resposta que vc recebeu do presbitério. A resposta completa sua historia, e mostra claro as duas partes. É fácil contar nossa historia e relatar nossa atitude; mas é bonito tb dizer e aceitar a resposta obtida. Como vc tornou esse assunto público, porque não mostrar a carta que vc recebeu como resposta? Eu  sei que todos que tem o mesmo ato que  vc teve recebe uma resposta do PES.

Deixo claro que acho que seu ato foi louvável, sendo que vc já não se sentia em condições de continuar.

Aguardo sua resposta

APDSJ

 

De: pastor-solon   

Para: JOÃO@hotmail.com  

Data:02/04/2009 22:11

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja contigo.

Concordo parcialmente com você.

Eu também sou adepto da dialética e estou sempre pronto para discutir qualquer assunto com quem quer que seja, sem temer o confronto de idéias (perguntar, responder e refutar). Acho isso extremamente benéfico, pois atua em favor da verdade. Tenho verdadeiro amor pela verdade e quero que ela prevaleça sempre, ainda que para chegar nela eu tenha que ser confrontado. Às vezes isso é necessário.

Perceba que eu não sou seguidor do filósofo sofista Protágoras que afirmava: "o homem é a medida de todas as coisas". Sou seguidor de Cristo Jesus ("eu sou a verdade"). Protágoras, ao contrário de Jesus, não tinha nenhuma verdade para ensinar aos seus alunos, mas apenas a terem sempre razão em qualquer circunstância, adotando a relativização da verdade.

Vejo muitas pessoas fazendo isso: quando não têm argumentos válidos e coerentes, encerram a discussão dizendo "para mim é assim e ponto final"; "eu acredito assim e não quero mais discutir esse assunto"; "essa é a minha verdade"; "essa é a minha experiência" etc. Outros, partem para as agressões pessoais, tentando desestabilizar o seu interlocutor, buscando as falhas do outro para desviar o foco da discussão. Entenda, querido: sobre a mesma questão, não há uma verdade para você e outra diferente para mim. Há apenas uma verdade. O que pode ser diferente é a interpretação que damos ao mesmo fato.

Todo cristão deveria entender isso: para nós a verdade não é relativa, mas absoluta e temos que alcançá-la pela palavra de Deus, com o auxílio do Espírito Santo, que nos conduz a toda a verdade (João 16:13). Podemos até estar equivocados na interpretação, mas a verdade é uma só. E uma vez que a encontramos, tudo o que temos a fazer é absorvê-la do modo como ela é, aceitando-a mesmo quando ela coloca em evidência a nossa própria ignorância.

Exatamente porque eu admito a minha própria ignorância sobre muitas coisas, sem pretender ser o dono da verdade, abri o "fale com o pastor" e aceito críticas e argumentos contrários, os quais não tenho qualquer problema em publicar, desde que não extrapolem o campo das idéias e descambem para o campo das agressões pessoais. Não é o seu caso, por isso vou publicar sua carta, uma vez que ela preencheu os requisitos para merecer resposta. Cartas anônimas eu nem leio (sou avesso a esse tipo de comportamento).

Mas, se amamos a verdade, não podemos odiar a dialética e temer o confronto. E como seremos confrontados se não abrirmos a porta da humildade para ouvirmos o que as pessoas têm a nos dizer? Ainda que estejamos certos, a atitude de repudiar os outros, sem dar-lhes uma chance de nos mostrar seus argumentos, é uma atitude soberba, que não corresponde ao princípio bíblico da humildade ensinado por Jesus em suas palavras e obras.

O orgulho, por outro lado, impede o conhecimento da verdade. Sou prova disso. E não quero mais viver do modo em que vivi no passado. Cheguei à conclusão de que é melhor sofrer a dor da afronta do que permanecer no engano. Às vezes dói quando somos confrontados, mas, ainda assim, é melhor conhecer a verdade. Espero que você entenda que estou dizendo isso a meu respeito. Não quero interferir em suas escolhas.

Agora, diga-me querido: por que você imaginou que eu teria ocultado a resposta do Presbitério Espírito Santense à minha carta de desligamento? O que o levou a pensar que eu faria isso? Você me conhece?  Se você não me conhece, porque supôs que eu teria um comportamento dissimulado e traiçoeiro, a ponto de mostrar apenas uma versão dos fatos para induzir as pessoas a falsas conclusões? Com quem você me comparou? Você conhece pessoas que fazem isso? Você conhece pessoas que, depois de mostrarem suas próprias qualidades, têm prazer em mostrar as supostas falhas dos outros sem abrir espaço para que os ofendidos se defendam? Você conhece pessoas que ridicularizam os outros, condenando-os, e depois dizem para que ninguém se aproxime deles para não ouvir o que eles têm a dizer?

Meu irmão, falar daquilo que não se conhece é muito temeroso. Não seria mais prudente de sua parte primeiramente perguntar se eu recebi alguma resposta do Presbitério da Igreja Cristã Maranata, antes de afirmar que eu recebi e não quis publicá-la? Vou repetir suas palavras para você repensar sua atitude:

"É fácil contar nossa historia e relatar nossa atitude; mas é bonito tb dizer e aceitar a resposta obtida. Como vc  tornou esse assunto publico, porque não mostrar a carta que vc recebeu como resposta? Eu  sei que todos que tem o mesmo ato que  vc teve recebe uma resposta do PES."

Vou fazer uma releitura de suas afirmações. Se eu entendi bem, você disse que eu: fiz uma coisa feia ao ocultar a resposta do público, agindo de má-fé, com o intuito de enganar as pessoas e que não adianta eu dizer que não recebi resposta, pois todos os que já fizeram o que eu fiz receberam resposta e comigo não poderia ser diferente. Foi isso que você quis dizer, querido?

Se foi, então, mesmo que você não acredite em mim, devo lhe dizer não recebi sequer um telefonema, de nenhum pastor - pessoas com as quais eu convivi por longos anos. Nenhum deles fez contato comigo. Nem o meu Coordenador de Polo, nem o meu Coordenador de Área, nem o meu Coordenador de Região. De igual modo, não recebi nenhum contato de nenhum representante do Presbitério Espírito Santense da Igreja Cristã Maranata. Enfim, nenhum telefonema, nenhuma carta. A única pessoa que me ligou foi o diácono da última igreja que eu pastoreei na ICM.

Amado, eu não publiquei a resposta do Presbitério porque ela não existe. Se você não acredita em mim, pergunte a eles.

Finalizando, espero ter respondido seu questionamento e agradeço a oportunidade que você me deu para esclarecer este ponto, pois o juízo que você fez a meu respeito pode ser o mesmo de muitas outras pessoas.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.

 

De: JOÃO

Para: pastor-solon

Data: 03/04/2009 00:46

A Paz do Senhor Jesus,

 Gostaria antes de tudo de lhe pedir desculpas pela forma que lhe escrevi e lhe apresentei minha duvida, sei que fui muito afirmativo quando na verdade deveria ter sido mais prudente ao lhe perguntar se recebeu resposta do PES.

Sei que na grande maioria dos casos o presbitério responde cartas escrita a eles, ainda mais quando julga de um caso serio como o seu foi.

Mas bem, não ponho em duvida sua afirmação, e me desculpo e lhe peço que não anuncie minha duvida no seu site, não acho que isso seje algo que edifique as pessoas pois se trata de assunto seu com o Senhor, minha duvida era só aquela e já esta esclarecida, se alguém mais tem essa duvida que faça como eu de uma forma talvez mais sensata e escreva a vc. nao quero que minha pergunta fique esposta em seu site, não tenho interesse nisso.

Quanto ao seu ato de desistir do ministério onde o Senhor te chamou acho que em parte foi bonito da sua parte já que não se sentia mais em condições de continuar pastor vivendo o que diz ter vivido, porem não vejo que esse seje o melhor exemplo a ser seguido se caso outros viverem o que vc viveu, te explico>

Jesus em seu ministério teve como principal objetivo mostrar ao homem não como se comportava um Rei, mas como se comporta um servo escolhido por Deus, muitos não entenderam isso durante o seu ministério, e o julgaram, o interpretou mal, alguns traíram, outros o deixaram, outros o crucificam, no dia da sua morte ele estava sozinho e ate o pai virou o rosto. Mas ele não entregou seu ministério. a igreja dele não o entendia, somente uma minoria, mas isso não pesou para que ele deixasse o seu propósito naquilo que foi chamado. sei que hoje é bem provável que vivemos coisas parecidas, mas não pode justificar o abandono da verdade absoluta que um dia recebemos que é o chamado para realizar um propósito. Não estou lhe julgando, deixo claro que o fato de não querer eu participar publicamente do seu assunto em seu site é por acreditar que esse não é o melhor exemplo a ser seguido, mesmo que o senhor teve razoes para decidir como decidiu.

Obrigado pela resposta,

Abraços

 

De: pastor-solon   

Para: JOÃO  

Data: 03/04/2009 11:14

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja contigo.

Não tenho dúvidas: você é um servo do Senhor. Louvado seja Deus por isso. Pode ser que eu não esteja compreendendo adequadamente suas palavras - isso é possível. Às vezes não conseguimos nos expressar de modo satisfatório. Isso acontece comigo freqüentemente. Todas as vezes que percebo que as pessoas não estão compreendendo o que eu quis dizer em meus textos, faço alterações para esclarecer aquilo que gerou dúvidas.

Esse é um dos benefícios do “fale com o pastor”: posso sentir a reação das pessoas e adequar meus textos para que eles possam ser claros, objetivos e respeitosos. Mas, há outro benefício importante: as próprias pessoas provocam a inclusão de assuntos que eu nem pensava em tratar. A partir das cartas que recebo, percebo que há pessoas que precisam de algumas explicações e, então, trato do assunto.

Essa é a razão pela qual publiquei a sua carta. O assunto que você trouxe me alertou para um fato que eu nunca tinha pensado. Eu jamais imaginei que alguém pudesse pensar que eu estaria omitindo a resposta à minha carta de desligamento. Se você achou que isso era normal, vejo que os leitores do site também precisam deste esclarecimento.

Espero que você compreenda que você foi usado por Deus ao trazer este assunto. Sua vida não será exposta, uma vez que sua carta não foi divulgada com sua identificação. Portanto, querido, não há o que temer.

Como eu havia dito, às vezes não compreendo o que as pessoas me escrevem. No seu caso, fiquei com outras dúvidas nesta sua nova mensagem. Vou procurar comentar os pontos que não entendi, para que você mesmo analise suas palavras e veja que tipo de juízo se formou em sua mente a meu respeito.

“(...) Mas bem, não ponho em duvida sua afirmação, e me desculpo e lhe peço que não anuncie minha duvida no seu site, não acho que isso seje algo que edifique as pessoas pois se trata de assunto seu com o Senhor, (...)”

Meu irmão, se este é um assunto meu com o Senhor, como você mesmo afirmou, então já não tenho opção, tenho que publicar sua carta, já que estou debaixo de uma direção de Deus para minha vida.

Mas, para que sua consciência não pese, vou tentar ajudá-lo a pensar de um modo diferente. Responda para você mesmo: você acha que a dúvida edifica as pessoas? O juízo equivocado sobre a conduta de um irmão edifica as pessoas? O engano edifica? Creio que não. Logo, é mais razoável que um cristão verdadeiro preze pela verdade e não tenha medo que ela seja apresentada, pois a verdade edifica as pessoas, não é mesmo? Não creio que depois desta explicação você ainda preferirá que o engano sobreponha a verdade.

“Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade.” (2 Coríntios 13:8 RA)

“(...) minha duvida era só aquela e já esta esclarecida, se alguém mais tem essa duvida que faça como eu de uma forma talvez mais sensata e escreva a vc. não quero que minha pergunta fique esposta em seu site, não tenho interesse nisso.”

JOÃO, que bom que sua dúvida foi esclarecida. Que bom que você teve coragem para apresentá-la. Continuo crendo que você fez isso porque foi movido por Deus. Louvei o Senhor quando vi sua carta. Saiba que depois que eu mudei o critério quanto à publicação (aviso no cabeçalho que as cartas serão publicadas), a quantidade de cartas que eu recebia caiu 90%. Enquanto eu admitia que as pessoas agissem no anonimato, eu recebia muitas cartas em um só dia, mas depois que passei a exigir a identificação e avisei que as cartas seriam publicadas, recebo pouquíssimas cartas por semana. Isso mostra o quanto as pessoas não têm coragem de perguntar aquilo que querem saber. Imagino que haja muitas pessoas que pensem como você pensava e não têm coragem de perguntar. Seria egoísta de nossa parte não publicar seu texto presumindo que outras pessoas farão a mesma pergunta, se quiserem. Tenho certeza que muitos querem, mas não têm coragem de fazê-lo.

“(...) Quanto ao seu ato de desistir do ministério onde o Senhor te chamou acho que em parte foi bonito da sua parte já que não se sentia mais em condições de continuar pastor vivendo o que diz ter vivido, porem não vejo que esse seje o melhor exemplo a ser seguido se caso outros viverem o que vc viveu, te explico> (...)”

JOÃO, eu deixei de comentar essa sua afirmação no texto anterior porque temi que a minha resposta parecesse muito ofensiva. Mas, como você insistiu no assunto, vou dizer o que já deveria ter lhe falado antes.

Em primeiro lugar, não sei por que razão você imagina que eu estava sem condições de exercer meu ministério. Eu nunca deixei de estar em condições de exercer meu ministério. Nunca! Enquanto estive na ICM, frutifiquei na medida em que me foram dadas condições para isso. Hoje, como Pastor da CEEN, tenho frutificado ainda mais, uma vez que me são dadas melhores condições para isso.

Você é uma bênção! Está me dando outra oportunidade neste momento. Vou dizer a você o que ainda não havia dito a ninguém.

No ano de 2003 o PES produziu uma série de mudanças em Brasília (a meu ver impróprias) e no início de 2004, conforme você pode ver na minha carta de desligamento, houve uma série de descontroles no ministério em nossa região. Desde então, percebi que eu estava participando de algo que não concordava, mas, mesmo assim, continuei realizando o meu trabalho com o mesmo vigor de sempre. Nunca me senti sem condições de ser pastor – em nenhum momento. Mesmo cansado de tudo aquilo (refiro-me a procedimentos da liderança da igreja e não ao rebanho), servi ao Senhor com todo amor e dedicação até o meu último dia na ICM. Aliás, passei o meu último dia na ICM coordenando o Grupo de Apoio em uma “Grande Evangelização” no ginásio Nilson Nelson. Trabalhei com toda responsabilidade e conduzi o grupo com a mesma garra que sempre tive.

O fato é que eu já vinha orando intensamente para que Deus me mostrasse o que eu deveria fazer – ficar ou sair? Estive orando ao Senhor de fevereiro de 2004 até março de 2005, quando obtive a resposta que eu pedia. Enquanto eu orava em minha casa, preparando-me para o culto, tive uma revelação: Deus me falou que naquela mesma noite Ele me concederia dois sinais sobre a questão que eu vinha apresentando a ele. O Senhor me disse que o primeiro sinal seria físico (eu veria com os meus olhos – um fato que ocorreria naquela mesma noite na igreja) e o outro sinal seria um sonho que eu teria também naquela noite.

Pois bem, fui ao culto e lá presenciei com meus próprios olhos o sinal que Deus havia falado que eu veria. Aconteceu exatamente como Deus me disse. Ao dormir, de noite, tive um sonho que me mostrou coisas que eu não posso relatar para você (espero que compreenda). Quando acordei, fiquei atônito com o sonho. Guardei-o em meu coração e tomei as providências que me foram orientadas.

Então, veja bem: tive uma revelação seguida de um sinal físico (profético) e um sonho que me orientaram o que eu deveria fazer. Eu não tive dúvidas de que estava na direção de Deus quando entreguei a minha carta de desligamento, embora tenha ficado mais de um mês remoendo a ordem do Senhor até ter coragem de colocá-la em prática, uma vez que eu já sabia sobre outras coisas que iriam acontecer – e aconteceram.

Agora pense: você ainda acha que eu estava sem condições de exercer o meu ministério? Com base em que você pensou assim? Alguém, algum dia, falou-lhe que eu fui desidioso na condução do rebanho que Deus colocou em minhas mãos? Você ainda acha que ouvir a voz de Deus e fazer o que Ele manda não é o melhor exemplo a ser seguido? Sinceramente, creio que você, na condição de um servo de Deus, tem condições de compreender o que eu estou falando.

“(...) Jesus em seu ministério teve como principal objetivo mostrar ao homem não como se comportava um Rei, mas como se comporta um servo escolhido por Deus, (...)”

Querido, sua interpretação quanto ao principal objetivo de Jesus é muito bonita, mas eu ainda prefiro passagens mais claras a respeito do assunto:

“14 Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, 15  dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.” (Marcos 1:14-15 RA)

“Jesus, porém, lhes disse: Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue também ali, pois para isso é que eu vim.” (Marcos 1:38 RA)

“Ele, porém, lhes disse: É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado.” (Lucas 4:43 RA)

Ademais, quando lemos Jesus enfrentando os Fariseus, os Saduceus e aqueles que defendiam a lei e a tradição, mas não defendiam as pessoas, temos a sensação de que ele não era omisso diante do engano daquela casta religiosa.

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!” (Mateus 23:15 RA)

“Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.” (Mateus 23:4 RA)

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mateus 23:23 RA)

Querido, por que você acha que eu não posso tentar levantar aqueles que estão caídos? Isso parece mal aos seus olhos? Por que você acha que eu não tenho o direito de estimular a fé daqueles que foram rejeitados por quem deveria amá-los? Por que você acha que não podemos exercer misericórdia?

“(...) muitos não entenderam isso durante o seu ministério, e o julgaram, o interpretou mal, alguns traíram, outros o deixaram, outros o crucificam, no dia da sua morte ele estava sozinho e ate o pai virou o rosto. Mas ele não entregou seu ministério. a igreja dele não o entendia, somente uma minoria, mas isso não pesou para que ele deixasse o seu propósito naquilo que foi chamado. (...)”

Simplesmente, não consigo entender sua colocação. Parece-me que você sugere que eu tenha abandonado meu ministério. Neste caso, devo convidá-lo para passar um dia de sua vida comigo e saberá o quanto o meu ministério é ativo e operante. Palavras aqui não adiantarão.

“(...) sei que hoje é bem provável que vivemos coisas parecidas, mas não pode justificar o abandono da verdade absoluta que um dia recebemos que é o chamado para realizar um propósito. (...)”

Apesar do meu esforço, parece que você não compreendeu o que falei sobre a verdade. Sou defensor dela e não creio que ela seja relativa. Peço que releia a minha primeira resposta. Quanto à insinuação de que eu tenha abandonado a verdade, que você chama de “realização de um propósito”, posso acrescentar que creio no meu chamado e vocação. Não preciso que você creia nele. Você poderá continuar servindo a Deus na ICM, sem problema algum, já que Deus tem um chamado diferente para cada um.

Entretanto, não estou sugerindo que você mude de lugar se o seu chamado está aí. De igual modo, não compreendo a razão pela qual você acha que pelo fato de eu não ser mais pastor da ICM não estou cumprindo com meu chamado ou com o propósito de Deus para minha vida. Isso me parece resquício do pensamento que lhe foi ensinado sobre as pessoas que não freqüentam a ICM. Perdoe-me a sinceridade, mas estou tentando ser o mais claro possível sem ofendê-lo.

“(...) Não estou lhe julgando, deixo claro que o fato de não querer eu participar publicamente do seu assunto em seu site é por acreditar que esse não é o melhor exemplo a ser seguido, mesmo que o senhor teve razoes para decidir como decidiu.”

Querido, o assunto agora é meu, como você mesmo disse. Por isso, sinto-me na obrigação de esclarecer aos leitores do site esta dúvida que você levantou a meu respeito. Tanto a passada como a presente. Fique tranqüilo, pois ninguém saberá quem você é. Quanto a achar que eu não estou dando um bom exemplo, creio que já lhe mostrei que faço isso porque tenho uma direção segura para fazê-lo e creio sinceramente nisso.

Da mesma maneira que você pensa estar fazendo aquilo que Deus quer que você faça, eu também penso do mesmo modo. Será que só você pode ter esta convicção?

A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.” (Romanos 14:22 RA)

Agradeço, mais uma vez, a oportunidade que você me abriu de esclarecer aos leitores essas questões que eu nem imaginava que passavam pela mente dos meus irmãos da ICM.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.