Carta 264

02/07/2013 17:35

DATA DA PUBLICAÇÃO: 14/2/2013

 

De: Pr. Sólon

Para: lista CeenRJ

Data: 14 de fevereiro de 2013 11:58

Assunto: Lucas Raybollt

Amados, eu lamento profundamente o ocorrido com o nosso querido Lucas.
Gostaria muito de estar aí, presente, para dar-lhes meu apoio neste momento difícil, mas infelizmente isso não foi possível.

Recebam meu carinho e abraço. O meu coração está muito apertado. Permitam-me dizer as palavras que eu gostaria de expressar se eu estivesse presente aí com vocês.

A esperança da glória

Para os salvos, a morte não é o fim e nem o começo, mas uma continuação da vida em um lugar melhor.

Para nós, que ainda estamos neste mundo, resta-nos, buscar consolo e renovo no Senhor. Esta semana sonhei com o cerco da morte e compreendi que tudo isto que estamos passando estava nos planos do nosso Deus. No sonho ouvia acerca da esperança da glória e sobre isso gostaria de falar com vocês. Leiam, primeiramente, o texto a seguir:

“1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; 2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. 3  E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; 4  e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. 5  Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” (Romanos 5:1-5 RA)

Os mortos e a lembrança da vida aqui na terra

Amados, sei que o Lucas está com o Senhor, na glória, junto com Sarinha, aguardando a nossa chegada. A passagem bíblica do “Rico e Lázaro”, contada por Jesus nos dá um indicativo claro de que aqueles que partem preservam suas lembranças, ou seja, eles sabem quem são e quem somos. Eles nos aguardam.

 “25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. 26  E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós. 27  Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, 28  porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. 29  Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.” (Lucas 16:25-29 RA)

Por isso, a esperança da glória é o nosso consolo, pois sabemos que um dia estaremos juntos novamente.

Os salvos que passaram para o Senhor nos aguardam, sem ansiedade

Como vimos na passagem do “rico e Lázaro”, nossos queridos que partiram para o Senhor nos aguardam, confiantes que Moisés (a lei) e os profetas (demais livros da bíblia, todos proféticos) podem nos encaminhar à eternidade com Deus. Não há ansiedade no seio de Abraão.

Nós é que devemos seguir o caminho da vida, orientados pela palavra de Deus para nos encontrarmos com nossos queridos em breve.

O parentesco na eternidade de Deus: uma nova identidade!

Para onde vamos, embora tenhamos lembranças das primeiras coisas, os vínculos de parentesco terrenos se desfazem para a formação de um novo e único vínculo de filiação e paternidade com o nosso Senhor.

7 O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho.” (Apocalipse 21:7 RA)

Segundo a palavra de Deus, receberemos um novo nome, uma nova identidade.

“Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome.” (Apocalipse 3:12 RA)

E os nossos parentes amados?

Ao sermos definitivamente unidos ao nosso Senhor seremos como os anjos de Deus, que não formam novos laços familiares.  Lembraremos uns dos outros, mas seremos todos somente irmãos e filhos de Deus:

“Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém, são como os anjos nos céus.” (Marcos 12:25 RA)

Saudades e ansiedade!

Somente nós sofremos saudades que parecem intermináveis e ficamos angustiados. Nossos amados não passam por este desconforto. Como para Deus um dia é como mil anos e na eternidade o tempo não é contado como nós o contamos, certamente eles estão nos aguardando para “daqui a pouco”. Sim, para eles, “daqui a pouco” estaremos todos juntos.

“Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia.” (2 Pedro 3:8 RA)

Angústia e dor!

O lugar reservado à igreja de Jesus é livre de sofrimento. Não há dor, não há pranto, não há tribulações, não há guerras, não há vaidades e nem angústia. O sofrimento cessou. Eles já passaram por tudo isso aqui, como nós hoje passamos. Sabemos que a vida nos reserva muitas angústias, mas elas acabam com a vitória sobre a morte.

“2  Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. 3  Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. 4  E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. 5  E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. 6  Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. 7  O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho.” (Apocalipse 21:2-7 RA)

Nascendo e morrendo.

Quem nasce apenas uma vez, morre duas vezes, permanecendo na morte, mas quem nasce duas vezes e morre duas vezes, permanece na vida.

Todos os nascidos da carne podem, ou não, nascer do espírito. Jesus chamou o nascimento do espírito de “novo nascimento”:

“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. 4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? 5  Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. 6  O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. 7  Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.” (João 3:3-7 RA)

Mas para que alguém nasça de novo, é necessário morrer primeiro:

“Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.” (João 12:24 RA)

“sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;” (Romanos 6:6 RA)

Então, a morte do que existe na carne precede a vida. No nosso caso, primeiro nascemos da carne e, se morremos com Cristo, iniciamos a segunda vida:

 “Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele;” (2 Timóteo 2:11 RA)

Portanto, quem “nasce de novo”, nasce duas vezes e morre duas vezes. Nasce da carne e nasce do espírito; morre para o mundo (por decisão) e morre fisicamente, mas continua a vida do espírito, eternamente, escapando do que a bíblia chama de “segunda morte”. Chama-se “segunda morte”, pois são consideradas apenas a morte do corpo e a morte da alma, deixando de contar a morte por decisão:

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.” (Apocalipse 2:11 RA)

Quem não “nasce de novo” nasce apenas da carne, ou seja, nasce uma única vez. Este, entretanto, morre duas vezes. Morre a morte da carne e não escapa da “segunda morte”, que é a condenação da alma ao inferno, no lugar separado para Satanás, seus demônios e todos os espíritos malignos.

Somente sofrerão a segunda morte aqueles que não nasceram do espírito e que escolheram desobedecer ou desconsiderar os mandamentos do Senhor Deus. Vejamos o que a palavra de Deus nos diz sobre a segunda morte:

“Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.” (Apocalipse 20:14 RA)

“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Apocalipse 21:8 RA)

Vitória sobre a morte!

A vitória sobre a morte só é conquistada quando vivermos, até o dia da nossa morte física, sob a luz de Deus, sua palavra (Sl 119:105; Is 2:5), praticando os mandamentos e princípios de Jesus (Mt 7:24). Quando morremos em Jesus, superando todas as tentações desta vida, sem negá-lo, vencemos a morte, ou seja, escapamos da segunda morte.

Por isso, a palavra de Deus nos chama de “mais que vencedores”. Além de vencermos sobre a vida, triunfamos sobre a morte. Quem apenas vence nesta vida é um vencedor, mas quem vence a morte é “mais que vencedor”.

Nossos amados que passaram para o Senhor, triunfaram!

Aleluia! Nossos queridos permaneceram fiéis a Jesus até o dia de suas mortes físicas! Eles já venceram a maior batalha que todos temos que enfrentar. Por isso, a morte dos santos é preciosa aos olhos do Senhor. Eles morreram para o mundo e, quando morreram fisicamente, triunfaram!

“Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.” (Salmos 116:15 RA)

Sim, eles venceram primeiro que nós!  Cabe-nos, agora, lutar para sermos vencedores também, e nos encontrarmos com eles na glória de Deus. Essa é a nossa esperança e consolo.

A vida terrena continua

Amados, Davi chorou, jejuou e orou por seu filho enquanto ele estava presente fisicamente com ele. Mas, aprouve ao Senhor tomar a criança. Davi, resignadamente, firme na esperança da glória, após a morte do menino, levantou-se e seguiu a vida. Ele sabia que a criança não poderia voltar, mas que ele estaria com seu filho oportunamente.

“21 Disseram-lhe seus servos: Que é isto que fizeste? Pela criança viva jejuaste e choraste; porém, depois que ela morreu, te levantaste e comeste pão. 22  Respondeu ele: Vivendo ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se o SENHOR se compadecerá de mim, e continuará viva a criança? 23  Porém, agora que é morta, por que jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim.” (2 Samuel 12:21-23 RA)

Amados, é muito duro enterrarmos um filho, mas querer preservar o que Deus quer tomar para si é inútil. Não podemos ser egoístas a ponto de dizer a Deus que Ele não tem o direito de tomar para si o que é Dele. Nossos filhos são do Senhor e fazem parte do jardim de Deus. Se cremos nisso, não podemos esperar que Deus deixe de colher as suas rosas  simplesmente porque queremos que elas fiquem conosco para alegrar os nossos corações. Mesmo quando questionamos o momento certo para isso, temos que entender que há propósitos divinos que, muitas vezes, não compreendemos. Apenas devemos confiar, pois Deus sabe o que faz.

Sim, nossos queridos alegram os nossos corações, mas pertencem ao Senhor e a vontade Dele dever prevalecer sobre a nossa.

Amanhã, estaremos todos juntos, na glória!

Lucas e Sara não morreram. Eles vivem e nos esperam! Vamos a eles, seguindo o mesmo caminho que trilharam.

Recebam meu carinho e abraço consternado, pois só nós sofremos agora.

Pastor Sólon.

 

          

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