Carta 198

02/07/2013 16:30

DATA DA PUBLICAÇÃO: 20/12/2011

 

Date: Tue, 25 Oct 2011 08:32:36 -0200

Subject: A verdade

From: Pastor Sólon

To: lista de contatos

 

Site Celeiros: "Quem ama a verdade, jamais se irrita com ela": https://bit.ly/ozKOie

 

De: JOÃO

Para: Pastor Sólon

Data: 27 de outubro de 2011 12:08

Assunto: A verdade

Mediante esta mensagem recebida gostaria que o pastor assistisse aos vídeos no youtube: A mentira sobre o dizimo! explicação com o professor Fabio Sabino e As 10 mentiras sobre o dizimo.

Aguardando sua opinião...

JOÃO

 

De: Pr. Sólon

Para: JOÃO

Data: 20 de dezembro de 2011 02:20

Assunto: Re: A verdade

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

Perdoe-me pela demora da resposta. Como você sugeriu que eu assistisse a um vídeo, minha indisposição aumentou consideravelmente, uma vez que eu tenho pouca paciência e tempo para essas coisas. Ademais, já apresentei minha visão sobre a questão de dízimos na “Carta 52”, postada no site Celeiros.

Entretanto, mesmo considerando que já me manifestei sobre esse assunto, senti que deveria respondê-lo, pois você se referiu a uma mensagem de 25/10/2011 que enviei para minha lista de contatos, além de ter postado no devocional de “Grão em Grão”.

Ressalto que se você não deseja receber os devocionais basta me informar e seu endereço será removido da lista, sem qualquer constrangimento. Eu não me ofendo quando alguém não gosta do que eu escrevo.

Pois bem, vamos então examinar o que disse o Professor Fabio Sabino na aula postada no youtube https://www.youtube.com/watch?v=tVV4diiS6qc.

Ele inicia a aula transmitindo muita segurança no seu falar, como se fosse um profundo conhecedor da bíblia. E, se isso é verdade, fico com mais razão para achar que ele ardilosamente elaborou essa aula apenas para desacreditar as igrejas e seus pastores e, quem sabe, para que os internautas venham a contratá-lo para palestras, já que seu telefone aparece várias vezes durante o vídeo. Eu não duvido que isso possa acontecer, já que ele fala o que muitos estão ávidos para ouvir.

 Confesso que eu não sei nada sobre esse professor e nem mesmo sei se ele é ou já foi um crente em Jesus, mas consigo perceber, claramente, a quem ele está sendo útil.

Quanto ao conteúdo da aula, ele começou solicitando a leitura do texto do profeta Malaquias, capítulo 3, verso 1, que transcrevo a seguir na versão Revista e Atualizada:

“Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Malaquias 3:1 RA)

Em seguida ele afirmou o seguinte:

“Eis que vem, diz o Senhor dos exércitos. O que que vai vir? O conserto. Se vai vir o conserto é porque alguma coisa não está certa.”

Assim que percebi que o Professor (não sei de que) não sabia a diferença de conserto (com s) e concerto (com c), fiquei com vontade de desligar o vídeo, mas prossegui porque não queria deixá-lo sem uma resposta. Eu não sou um “sabe-tudo” de português (erro muito), mas tal ignorância me deixou um pouco perplexo e, confesso, indisposto quanto ao que viria em seguida.

Bom, a meu ver, o Professor (de que mesmo?) começou mal, muito mal.

Para início de conversa ele colocou na bíblia uma expressão que não está lá. O primeiro verso do capítulo 3 de Malaquias não fala nem de conserto (com s) nem de concerto (com c). Mas, pela significação que ele apresenta (arrumar o que não está certo), ele está se referindo a uma palavra que não existe nas versões “Revista e Corrigida” nem na “Revista e Atualizada”. A palavra conserto (com s) aparece uma única vez na “Nova Tradução na Linguagem de Hoje”, no texto que transcrevo a seguir:

“Mas, no ano vinte e três do reinado de Joás, os sacerdotes ainda não haviam feito nenhum conserto.” (2 Reis 12:6 NTLH)

A começar por aí já podemos perceber a astúcia do ensino que, a meu ver, perde completamente sua qualidade e credibilidade.

Veja bem, querido, qualquer novo convertido que tenha lido a bíblia uma única vez saberá a quem Deus se refere quando diz: “preparará o caminho diante de mim” e “ele vem”. É tão simples que o próprio versículo nos dá dica clara sobre quem é “o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim” e quem é aquele “quem vem”, senão vejamos:

“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia:  Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.  Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” (Mateus 3:1-3 RA)

“Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho;  voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas;  apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados.” (Marcos 1:2-4 RA)

“Tendo-se retirado os mensageiros, passou Jesus a dizer ao povo a respeito de João: Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?  Que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Os que se vestem bem e vivem no luxo assistem nos palácios dos reis.  Sim, que saístes a ver? Um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta.  Este é aquele de quem está escrito: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti.” (Lucas 7:24-27 RA)

Você ainda tem alguma dúvida de que o mensageiro que preparará o caminho do Senhor é João Batista?

Então, mais fácil ainda é responder quem é “aquele que vem”. Será que algum crente não sabe quem é? Vejamos novamente o texto:

“Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; [João Batista]

[observe o ponto e vírgula que separa a primeira sentença da segunda]

de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Malaquias 3:1 RA)

Afinal quem vem? Será que não está suficientemente claro que quem virá é o messias, a quem todo o povo esperava e desejava? O Senhor... a quem vós desejais, ... ele vem.

Fico absolutamente impressionado de não ter naquela classe uma única pessoa que soubesse disso. Prefiro imaginar que a turma era secular e não de crentes. Não consigo nem imaginar como o Professor (de que mesmo?) chegou à conclusão de que o que vem é “o conserto” (com s).

Meu amado, daí por diante toda a interpretação do Professor (de que mesmo?) me parece maliciosa e perde seu valor, pois ele continua sua lição nos versos seguintes se referindo a alguma coisa que nem mesmo foi pronunciada na bíblia.

Esse foi o primeiro erro crasso do Professor (de que mesmo?).

Agora, para fazermos a leitura correta, sem paixão e sem a intenção de conduzi-lo para onde a bíblia não pretende nos levar, observe que a primeira profecia refere-se à primeira vinda de nosso Senhor Jesus, anunciada por João Batista, mas na sequência, o Senhor dá ênfase à sua segunda vinda em julgamento. Quando ele vier, provará que Deus é justo ao purifica seu povo e julgar os pecadores rebeldes.

Sim, Deus nos ensina que o mesmo desejo que eles tinham de contemplar o messias é o mesmo que muitos crentes dizem que tem hoje. Mas, do mesmo modo que os sacerdotes e o povo de Deus naquele tempo não emendam seus caminhos, hoje se vê algo semelhante.  Há constantes notícias de pastores e membros de igrejas que praticam as mesmas coisas que o profeta citou: feitiçaria, adultério, língua mentirosa e enganadora, roubo de dízimos, exploração de mão-de-obra (até de crentes), utilização dos recursos de Deus para proveito pessoal enquanto as viúvas, os órfãos e os estrangeiros são desprezados. Além disso, notamos que o dinheiro dos dízimos destina-se, em sua maior parte, para edificação de templos luxuosos e para gastos com televisão, enquanto os missionários passam necessidades em lugares longínquos e perigosos onde ninguém quer ir.

Enfim, esses crentes modernos dizem que anelam pela vinda de Jesus, mas não temem a Deus e não estão preparados para aquele grande e terrível dia:

“Ai de vós que desejais o Dia do SENHOR! Para que desejais vós o Dia do SENHOR? É dia de trevas e não de luz.  Como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encostando a mão à parede, fosse mordido de uma cobra.  Não será, pois, o Dia do SENHOR trevas e não luz? Não será completa escuridão, sem nenhuma claridade?” (Amós 5:18-20 RA)

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR;” (Malaquias 4:5 RA)

Foi por isso que o profeta Malaquias advertiu: “Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda?” E quem poderá subsistir quando ele aparecer?” E, em seguida, descreveu o que o Messias faria quando viesse: “Porque ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros.” (...) 3  Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata...” (Malaquias 3:2-3 RA)

Mas, a profecia não deixa de pronunciar o escape aos que se arrependem. Na Lei de Moisés, Deus havia providenciado três formas de purificar as pessoas e as coisas e de torná-las aceitáveis diante dele: água, fogo e sangue. Nessa passagem de Malaquias o sangue não é mencionado porque Jesus morreu pelos pecadores em sua primeira vinda. Porém, lavaria a nação impura como um lavandeiro lava roupas sujas. Purificaria a tribo de Levi como o ourives depura metais preciosos em sua fornalha:

Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza.” (Zacarias 13:1 RA)

Uma vez que a nação e os sacerdotes estiverem purificados, podem tornar-se sacrifícios aceitáveis ao Senhor (Ml 3:4), e ele se agradará deles. É verdade que os sacerdotes do tempo de Malaquias estavam oferecendo sacrifícios inaceitáveis (Ml 1:7-8), e os próprios sacerdotes eram inaceitáveis, mas naquele grande dia, o messias viria para tornar seu povo “sacrifícios vivos” aceitáveis ao Senhor (Rm 12:1).

Agora, já temos os elementos iniciais para não cometermos heresias no ensino aos homens incautos. Parece que o Professor (de que mesmo?) não teve esse cuidado ao se dirigir aos seus alunos.

O segundo erro, malicioso (por que isso?) foi desvirtuar o texto de modo que o seu conteúdo parecesse dirigido somente aos sacerdotes.

De onde ele tirou que “quando a bíblia se refere aos filhos de Jacó” só está se referindo às cabeças tribais?

Por meio de qual versículo bíblico podemos presumir isso? Isso ele não diz! Vejamos o que afirmou o Professor (de que mesmo?):

Filhos de Israel é uma coisa. Filhos de Jacó é outra coisa. Quando a bíblia utilizar o termo filhos de Israel, o texto está lidando com a nação de Israel, com o povo de Israel. Quando a bíblia falar filhos de Jacó, a bíblia está lidando com cabeças tribais. Porque cada tribo de Israel tem o seu chefe, que é aquele que pega toda a oferta e leva para o sumo sacerdote. Não é o povo que leva para o sacerdote. É o sumo sacerdote ... é a cabeça tribal que é os filhos de Jacó. (...) quem desviou dos estatutos?... (os alunos respondem: os filhos de Jacó). Não, não, não! Os sacerdotes. (...) (os grifos são meus)

Aqui o Professor (de que mesmo?) faz uma tremenda miscelânea e conclui, ao final, que os sacerdotes são cabeças tribais, pois após a pergunta: “...quem desviou dos estatutos?” ele afirma: “...Os sacerdotes”, referindo-se ao texto de Ml 3:7, o qual é complemento do verso anterior (Ml 3:6) que aponta para os filhos de Jacó.

Vamos juntar os dois versículos e ver se a resposta do professor condiz com o que o texto afirma:

“...vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos [filhos de Jacó] e não os guardastes [filhos de Jacó];...

Você ainda tem dúvidas de que quem se desviou dos estatutos do Senhor foram os filhos de Jacó? Ora, por que o Professor (não sei de que) afirma que quem se desviou dos estatutos do Senhor foram os sacerdotes, se o texto expressamente diz que foram os filhos de Jacó?

O que se pode notar dessa confusão toda feita pelo Professor (de que mesmo?), é que ele, intencionalmente, leva seus alunos (de que mesmo?) a concluírem que os filhos de Jacó são cabeças tribais e que esses são sacerdotes. Que doideira?

Para piorar, ele faz uma afirmação absurda! Ele diz que os cabeças tribais eram os responsáveis por levar os dízimos ao Senhor

De onde o Professor (de que mesmo?) tirou a informação de que os cabeças tribais é que levavam todas as ofertas para o sumo sacerdote? Será que naquele tempo já tinham trens de carga saindo de todos os termos de Israel com destino a Jerusalém?

Veja o que a bíblia diz sobre quem levaria os dízimos ao local determinado por Deus:

“22 Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo. 23  E, perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu vinho, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer o SENHOR, teu Deus, todos os dias. 24  Quando o caminho te for comprido demais, que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR, teu Deus, te tiver abençoado, 25  então, vende-os, e leva o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher. 26  Esse dinheiro, dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer coisa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR, teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua casa;” (Deuteronômio 14:22-26 RA)

Por que razão o Professor (de que mesmo?) mudou a bíblia? Qual a sua intenção? Será que ele fez essa mudança bíblica por ignorância ou com um propósito específico?

Em seguida, para sustentar sua teoria, ele forja um entendimento que altera o que está claramente escrito na bíblia. Ao analisar o texto que diz claramente que toda a nação estava roubando a Deus (Ml 3:9) ele diz o seguinte:

Por que toda a nação? Porque os filhos de Jacó, que eram as cabeças tribais, estava influenciado pelo sacerdote, ou seja, o povo, coitado, não sabia disso. O povo estava dando suas contribuições, o povo estava ofertando, mas as cabeças tribais, os sacerdotes ... um bando de ladrão... desviava dinheiro. (os grifos são meus)

(...)

Chega a ser difícil entender o que ele quis dizer. Pouco antes ele deu a entender que os filhos de Jacó eram cabeças tribais, que eram sacerdotes. Agora ele diz que os sacerdotes estavam influenciando as cabeças tribais. Como pode ser isso? Não se trata da mesma pessoa?

Mesmo que eu desprezasse a falácia anterior e considerasse que as cabeças tribais eram “príncipes” de tribos, ainda assim, isso não explica o fato do profeta estar se dirigindo a “toda a nação”. Ora “toda a nação” inclui todos os seus habitantes, obviamente, e não apenas os seus príncipes. O fato dos sacerdotes, supostamente, estarem influenciando os príncipes não seria motivo para fazer o profeta dirigir a maldição a “toda a nação”. Ao contrário! Aí é que os príncipes seriam citados especificamente. Se o povo estivesse inocente em toda essa história, Deus, que é justo, e ama o seu povo, não dirigiria a maldição a “toda a nação” pelo pecado de apenas algumas pessoas?

Mais uma vez fica a pergunta: por que razão o Professor (de que mesmo?) mudou a bíblia, dizendo que a expressão “toda a nação” se refere apenas a algumas pessoas? Qual a sua intenção? Será que ele fez essa mudança bíblica por ignorância ou por algum interesse específico?

Enfim, o Professor (de que mesmo?) faz uma ginástica para ao final concluir que os sacerdotes é que estavam roubando a Deus e que o povo não tinha nada a ver com isso – uns coitados.

Amado, não acho honesto fazer afirmações como se fossem verdades bíblicas sem ao menos demonstrar de onde saíram. Isso me cheira a astúcia e heresia propositalmente construída para desacreditar as instituições divinas.

Agora, atente para a verdade bíblica com calma e responda:

a)    o que você entende que o profeta quis dizer quando se dirigiu aos filhos de Jacó?

b)    o que você entende que o profeta quis dizer quando se referiu à toda a nação?

c)    você acha possível entender que essas referências se dirigiam exclusivamente aos sacerdotes?

No meu modo de entender, quando o profeta diz “filhos de Jacó” está se referindo à descendência de Jacó, ou seja, a todo o povo que foi dividido em tribos. Eu nunca vi nem mesmo um leigo afirmar que os cabeças tribais são os sacerdotes. Ora, os sacerdotes poderiam ser, no máximo, cabeças na tribo de Levi e não em todas as tribos. É lamentável que alguém possa fazer isso com um texto bíblico.

Não precisa de muita inteligência para perceber que o profeta Malaquias está se referindo aos filhos de Levi (sacerdotes) e a todo o povo, igualmente. Cada um sabia o que se aplicava a si.

Veja, inclusive, que os sacerdotes não tinham jornaleiros para defraudar seus salários, porque todo o trabalho de seus ofícios era realizado pelos levitas que trabalhavam na tenda da congregação e tinham as ofertas como recompensa. Eles não possuíam terras para plantio ou criação de gado e ovelhas.

“20 Disse também o SENHOR a Arão: Na sua terra, herança nenhuma terás e, no meio deles, nenhuma porção terás. Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel. 21  Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação. 22  E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. 23  Mas os levitas farão o serviço da tenda da congregação e responderão por suas faltas; estatuto perpétuo é este para todas as vossas gerações. E não terão eles nenhuma herança no meio dos filhos de Israel. 24  Porque os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao SENHOR em oferta, dei-os por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel, nenhuma herança tereis.” (Números 18:20-24 RA)

Essa é mais uma prova de que o profeta se dirigia ao povo, que contratava trabalhadores para suas lavouras e demais ofícios. Apenas a título de esclarecimento, os jornaleiros eram diaristas que trabalhavam por uma jornada no campo, normalmente nas lavouras.

Pois bem, creio que não é difícil perceber que as transgressões citadas por Malaquias 3:5 eram cometidas umas pelos sacerdotes e outras pelo povo. Ambos tinham perdido o temor a Deus. Achavam que o Senhor era como eles e que faria “vista grossa” para o pecado, deixando de julgá-los por transgredirem sua lei. O mesmo se aplica aos cristãos de mau caráter que estão em todos os lugares hoje.

Observe, também, que no verso 7 o Profeta diz que o povo estava se desviando “desde os dias de vossos pais”. Será que somente os sacerdotes se desviaram da lei do Senhor por todo o tempo em que Deus tratou com eles?

Amado, eu fico triste ao ver as pessoas sendo enredadas com argumentos falaciosos e sem fundamentos bíblicos. Quando alguém apresenta o fundamento bíblico pode até errar, mas pelo menos demonstra que tentou acertar. Isso pode acontecer com qualquer um. O que eu acho reprovável é “levar” a platéia com frases rápidas sem fundamento bíblico e sem dar tempo ao povo para pensar, de modo que as idéias falaciosas vão sendo construídas rapidamente com base em premissas falsas e conduzindo o raciocínio das pessoas a uma conclusão equivocada sem que percebam.

O Professor (de que mesmo?) repetiu insistentemente, versículo após versículo, que o profeta se referia somente aos sacerdotes, quando se sabe que essa afirmação não se sustenta pela simples leitura do texto em questão. Qualquer um de seus alunos (de que mesmo?) poderia afastar essa falácia se lessem o texto sozinhos sem ser pressionados pelas insistentes colocações maliciosas do Professor, sempre ditas em tom de superioridade e sabedoria inquestionável.

Evidentemente, a conclusão a que chegaram apressadamente, após utilizar uma premissa falsa, foi que os sacerdotes é que estavam roubando a Deus. Lamentável!

Vejamos, agora, mais um argumento malicioso do Professor (de que mesmo?).

Após a leitura da primeira parte de Ml 3:10 (“Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro...”) ele diz o seguinte:

É trazei todo o dízimo, singular, ou é trazei todos os dízimos, no plural. Então existe mais do que um dízimo? Então é mais do que um? Se tá no plural? Dízimos é plural? Se é de tudo o que a terra produzia... se é animal é animal, se é vegetal é vegetal se é ... por isso é que está no plural.

Uma coisa ficou muito clara nesse vídeo. O Professor (de que mesmo?) não é professor de português.

Vamos ser um pouco mais simples: João traz o seu dízimo. João e Maria trazem os seus dízimos. É óbvio que o profeta estava se referindo aos dízimos de várias pessoas (do povo) e por isso o termo está no plural. Não sei como ele consegue forjar tanto a bíblia como o português dessa forma, para dizer que há mais de um tipo (espécie) de dízimo. É claro que é aí que ele está formando mais uma falsa premissa para depois chegar a uma conclusão falsa.

Mas o Professor (de que mesmo?) não para por aí. Ele sente prazer em mudar o que está escrito (por que?) Ele diz que as janelas do céu que Deus prometeu abrir são chuvas e que não são bênçãos. Mas Deus diz expressamente que são bênçãos. Veja a transliteração da afirmação do Professor (de que mesmo?) e depois compare com o texto bíblico em seguida:

O que que é as janelas do céu aí? [alguém diz: bênção]. [Ele corrige]: Não! Que diz... aí no texto! Chuva! Aí é chuva porque eles dependiam da agricultura e tava havendo seca. A maldição é que Deus reteve as chuvas  Com maldição sois amaldiçoados...

Agora vejamos o texto bíblico:

“Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.” (Malaquias 3:10 RA)

Ao ver o Professor (de que mesmo?) calar seus alunos dizendo que “aí no texto” está escrito “chuva” quando todos já haviam constatado que estava escrito “bênção” eu só posso chegar à conclusão de que eles estavam hipnotizados ou que não sabiam o que é bênção e, por isso, aceitaram substituir a palavra do texto bíblico para colocar outra que eles compreendessem.

Se não for assim, por que mudar o que está escrito? Ora, se é chuva, é chuva, mas se Deus diz que é bênção, é bênção!

Mais uma vez eu pergunto: por que razão o Professor (de que mesmo?) muda os textos bíblicos para ensinar suas teorias? Qual a sua intenção? Será que ele faz essa mudança bíblica por ignorância ou com um propósito específico?

Amado, daí por diante você ainda acha que as palavras, o método e o ensino do Professor (de que mesmo?) são confiáveis? Ele fez acréscimos e alterações nos textos bíblicos e, segundo o que o Senhor nos diz acerca do livro de Apocalipse, a prática de alterar o que o Senhor disse é reprovada por ele:

“Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro;” (Apocalipse 22:18 RA)

Depois de todo o seu esforço, o Professor (não sei de que) conclui deixando clara uma mensagem que os ímpios e as ovelhas desgarradas e auto-suficientes adoram: que templo corrompe, que sacerdotes são ladrões e que o dízimo é coisa do passado, portanto desnecessário. Os avarentos e egoístas dizem com júbilo: “amém!”

A que interesses atendem a mensagem desse professor? Aos interesses do Senhor?

Nós, crentes em Jesus, que amamos a palavra de Deus e a aceitamos como ela é (Sl 119) não podemos ficar felizes ao ver alguém astutamente estimulando as pessoas a rejeitarem as instituições de Deus, criadas para o nosso bem.

Eu sei que é mais fácil abandonarmos as estruturas divinas sob o argumento de que as instituições religiosas e os homens são falhos e corruptos, mas não fomos chamados para isso. Somos guardiões da palavra de Deus e devemos afirmá-la, mesmo diante de uma geração corrupta e sem temor a Deus. Em nossos corações deve haver esperança!

“Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé.” (Gálatas 5:5 RA)

Se os sacerdotes do nosso tempo (pastores) estão praticando a injustiça e defendendo seus interesses mesquinhos, devemos fazer como Malaquias fez: denunciá-los e reprová-los e não desistir das instituições criadas por Deus, perfeitas em seu ideal. Por exemplo, se não queremos pastores ladrões, devemos reprová-los e substituí-los por outros que andem segundo a palavra de Deus e não consentir com os homens malignos que acham que pastores e igrejas são absolutamente desnecessários e nocivos à humanidade. Os filósofos iluministas do passado tentaram desacreditar a fé em Deus e em suas instituições, mas grandes homens resistiram com coragem, conhecimento de Deus e fé. Por isso não sucumbimos no passado.

Para encerrar, querido, leia a carta 52 e você conhecerá minha visão acerta dos dízimos e, depois disso, faça o que sua consciência mandar.

“Quem ama a verdade, jamais se irrita com ela”

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pr. Sólon.