Autoestima na bíblia

Onde estamos?

O movimento que introduziu os ensinamentos da psicologia na igreja tem hoje grande aceitação, de modo que levantar questionamentos sobre a coerência entre alguns pontos da chamada psicologia cristã e o evangelho de Cristo pode nos render muitos antipatizantes. Mas, mesmo assim, arrisco-me a perguntar: será que posicionamos a nossa fé no lugar certo?

Se estamos no lugar certo, não há o que mudar. Mas, o inverso é verdadeiro.

A psicologia cristã e a autoestima

Em psicologia, autoestima inclui uma avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau.

Alguns pensamentos podem indicar um baixo grau de autoestima, como por exemplo:

“Não me sinto bem comigo mesmo”

“Sinto-me pior do que todas as outras pessoas”

“Ninguém me entende”

“Ninguém se importa comigo”

“Não faço nada direito”

“Eu não faço falta alguma”

“Estou completamente sem ânimo”

Qualquer psicólogo, terapeuta ou mesmo boa parte dos líderes evangélicos modernos diriam que a pessoa com tais percepções sobre si mesma está precisando elevar sua autoestima, resgatando seu valor pessoal. No meio evangélico, particularmente, há diversas mensagens motivacionais para tratar essas questões e mostrar que:

“Você é a imagem e semelhança de Deus”

“Você é filho do Rei e tem o direito ao melhor desta terra”

“Você foi criado para ser feliz”

“Deus deu seu filho único por te amar”

“Em Jesus você é mais que vencedor”

"Você só precisa amar e aceitar a si próprio como você é”

“Você precisa se perdoar"

“Tome posse da bênção!”

No ponto em que estamos hoje, a autoestima no evangelicalismo moderno tem ganhado força na medida em que as pessoas entendem que até mesmo para amar Deus e o próximo elas primeiramente precisam amar a si mesmas. Afinal, quem não consegue amar a si mesmo, como amará os outros?

Tal entendimento parece bastante razoável, até mesmo pela lógica que orienta os passageiros de aviões no caso de despressurização da cabine: “primeiro coloque a máscara em você e depois na criança ao seu lado”. Ou seja, você tem de estar bem para ajudar quem precisa.

Entretanto, as escrituras sagradas e os exemplos do cristianismo adotam essa lógica?

A lógica que governa o discípulo de Jesus

Quando Pedro foi questionado sobre o pagamento do tributo do templo, Jesus indicou o caminho contrário à lógica para que ele resolvesse aquele problema. A ordem do mestre foi aparentemente absurda:

27 Mas, para não escandalizá-los, vá ao mar e jogue o anzol. Tire o primeiro peixe que você pegar, abra-lhe a boca, e você encontrará uma moeda de quatro dracmas. Pegue-a e entregue-a a eles, para pagar o meu imposto e o seu". (Mt 17:27)

Jesus não apresentou a solução que a lógica indicaria: “vá até Judas, nosso tesoureiro, pegue uma moeda equivalente a quatro dracmas e entregue-a a eles, para pagar o meu imposto e o seu.

Portanto, antes de abraçarmos qualquer solução procedente da lógica e dos conselhos das ciências humanas, por mais razoáveis que nos pareçam, cumpre-nos ouvir o que Jesus tem a nos ensinar. É isso que procuramos fazer neste estudo.

Se a ordem é amar, devo obedecer

Ninguém tem dúvida quanto aos dois maiores mandamentos das escrituras sagradas, segundo o próprio filho de Deus: amar a Deus e o próximo.

Uma investigação minuciosa dos evangelhos irá demonstrar que o mestre nunca apontou no sentido do amor próprio. A propósito, o termo grego agapao que traduzimos como “amor” (ágape) é sempre dirigido aos outros, nunca a mim mesmo. Jesus não nos ordenou amar a nós mesmos porque o amor próprio já está implícito, não como uma ordem, mas como um fato.

Nesse sentido, uma vez que o fato implícito é que o homem já se ama naturalmente, a ordem do mestre é que se esforce para deslocar esse amor para fora de si, amando a Deus e o próximo.

35. Um deles, perito na lei, o pôs à prova com esta pergunta: 36. “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37. Respondeu Jesus: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. 38. Este é o primeiro e maior mandamento. 39. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. 40. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. (Mateus 22:35-40)

Não é difícil notar que o foco do amor referido por Jesus aponta para cima e para fora e não para dentro. Outra coisa que precisamos reforçar é que o amor ágape se expressa em atitudes, tanto para cima (Deus) como para fora (outrem). Somente atitudes podem ser ordenadas, uma vez que não temos controle sobre sentimentos. Neste caso, embora o amor (ágape) ainda que traga consigo sentimentos e emoções, é essencialmente uma ação cujo propósito é submeter-se à vontade de Deus e realizar o bem para os outros.

A sequência estabelecida por Jesus foi bem clara: primeiro Deus e depois o próximo. Onde está o amor próprio no ensinamento de Jesus? Ao passo que está implícito, como um fato, foi citado apenas como referência para o grau de intensidade de amor que devemos dirigir ao próximo. Desse modo, o mestre nos garante que não precisamos de nenhum esforço sobrenatural. Mas, ninguém se engane: a expressão de Jesus indica que ele sabe que já nos amamos demais, mais do que a Deus e mais do que amamos os outros.

Por isso, ordenou-nos a amarmos o próximo do mesmo modo como nos amamos. Muito ou pouco, todos os seres humanos nascem com amor próprio e instinto de autopreservação. Em alguns casos, o excesso de orgulho, que é pecado, pode produzir o efeito da baixa autoestima. Isto acontece quando o orgulhoso sente que não está sendo suficientemente atendido em suas expectativas. Isso o deixa mal e é uma das consequências do pecado do orgulho: quanto mais orgulhoso alguém é, mais expectativas cria sobre como merece ser tratado pelos outros. Eis aí o grande risco de se frustrar e acabar com baixos níveis de autoestima.

Entretanto, mesmo nesse caso, a ordem de Jesus aos seus discípulos é amar o próximo. O mestre não se preocupou em fazer qualquer tipo de avaliação do quanto alguém se ama. Independentemente da noção de valor individual que cada um tem de si mesmo, deve simplesmente direcionar seus esforços para fora de si, visando aos interesses do próximo tanto quanto teria vontade de fazer algo por si mesmo. Afinal, segundo Paulo, se estamos em Cristo, temos seguramente um mínimo de amor pela nossa vida.

29. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, 30. pois somos membros do seu corpo. (Efésios 5:29,30)

Em Cristo, onde opera o Espírito Santo, que nos leva ao altruísmo, não podemos negar compartilhar o que temos, ainda que seja apenas um peixinho (Mc 6:38). Aprendemos com Jesus que o milagre acontece quando não agimos com egoísmo, mas com confiança em sua palavra. Logo, se eu quero ver o milagre, devo obedecer ao ensino do filho de Deus, fazendo o que ele mandou, mesmo que eu sinta que amo pouco a mim mesmo. Neste caso, a obediência produzirá o efeito desejado por Jesus, mesmo que contrarie a lógica humana. Enquanto a razão diz que devemos aumentar nosso amor próprio primeiro, Jesus disse: não se preocupe com o quanto você se ama. Apenas ame o seu próximo na mesma medida que você já se ama.

Portanto, a melhor coisa a fazer é obedecer e não agir segundo a lógica – “na boca do primeiro peixe que você pescar você encontrará uma moeda de quatro dracmas”. Se todo milagre é por si só uma contrariedade da lógica humana, para experimentá-lo devo simplesmente obedecer ao mandamento do mestre e não criar teorias que me tragam soluções razoáveis para o meu problema.

O que Jesus disse sobre amar a si mesmo?

Em nenhuma de suas mensagens ou ensinamentos Jesus disse aos enfermos, angustiados ou oprimidos que o procuravam que “o problema estava no fato do homem não se amar o suficiente.”. Jesus nunca estimulou a auto piedade. Também, nunca disse que o homem nasceu para ser feliz, mesmo sabendo tudo sobre a imagem e semelhança de Deus.

Diferentemente, o mestre nos adverte que o amor próprio pode nos levar a perdição, senão vejamos:

25. Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna. 26. Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará. (João 12:25-26)

Jesus sabia que seus seguidores deveriam estar dispostos a desprezar suas próprias vidas (negar-se a si mesmos), pois a obediência ao Pai e o amor ao próximo exigiria desapego dos valores deste mundo, entre eles: bem-estar, materialismo, reconhecimentos, glórias e poder. O caminho da cruz, entretanto, apontava para dor, desprezo, humilhação, vergonha e injustiças. É claro que sem a ação do Espírito Santo em nossas vidas, toda nossa inclinação é para o mundo e não para a cruz. E se é para nos fazer desviar da cruz, Satanás está pronto a nos dar todo incentivo, senão vejamos:

21. Desde aquele momento Jesus começou a explicar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas nas mãos dos líderes religiosos, dos chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei, e fosse morto e ressuscitasse no terceiro dia. 22. Então Pedro, chamando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: “Nunca, Senhor! Isso nunca te acontecerá!” 23. Jesus virou-se e disse a Pedro: “Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens”. 24. Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 25. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. 26. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma? 27. Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um de acordo com o que tenha feito. (Mateus 16:21-27)

Dificilmente alguém conseguirá elevar sua autoestima prevendo dor, sofrimento e humilhação. É possível que Jesus já estivesse angustiado somente em pensar em tudo o que ele teria de passar, mas nem por isso aceitaria uma mensagem procedente de Satanás para afastá-lo da cruz.

De igual modo, o crente que deseja seguir Jesus, deve estar pronto para sofrer por amor a Deus e ao próximo. São diversas as situações em que o cristão deve deixar seus interesses em segundo plano. Mortificar a carne juntamente com a imoralidade sexual, a impureza, a paixão, os desejos maus e a ganância, que é idolatria, pode ser algo doloroso (Cl 3:5). Quanto mais apegados estivermos a essas coisas, mais dor podemos sentir ao lançar tudo isso na cruz. Evidentemente, Satanás sempre usará alguém próximo com uma mensagem diferente da de Jesus para afastá-lo da cruz. Enquanto Jesus diz: prepare-se para sofrer, Satanás diz: não aceite o sofrimento! Você não nasceu para sofrer! Se Cristo ensina o homem a negar-se a si mesmo, o Diabo oferece a glória do mundo contanto que o homem se desvie da palavra de Deus.

8. Depois, o diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. 9. E lhe disse: "Tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar". 10. Jesus lhe disse: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’". (Mateus 4:8-10)

Ora, se alguém se converteu e não sentiu dor ao abandonar os prazeres da carne; se não negou a si mesmo coisas que sua carne gostava de fazer; se não sentiu nenhum tipo de rejeição do mundo e das pessoas que antes o abraçavam enquanto coparticipante de seus pecados; deve observar se realmente houve uma conversão. Toda o sofrimento que nos sobrevém quando nos convertemos é amenizado e compensado com o amor que vem sobre nós por parte de Deus e da igreja, mas ninguém se converte sem negar-se a si mesmo e isso nunca foi algo agradável à carne.

18. "Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes odiou a mim. 19. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia. (João 15:18,19)

Enfim, estudando a vida e os ensinamento de Jesus, não é possível defender a necessidade de introdução na igreja de uma mensagem cujo propósito seja elevar a autoestima dos fiéis. Ao contrário, Jesus nos advertiu que enfrentaríamos sofrimento, tribulações, injustiças, perseguições e dor pela escolha do caminho da cruz. Abandonar o pecado e tornar-se inimigo do mundo para um viver em santidade é algo que exige esforço e determinação. Quando apresentamos essa realidade aos fiéis, certamente não estamos buscando elevar a autoestima das pessoas, mas deixa-las preparadas para amar a Deus e o próximo com atitudes. Isso é possível, porque primeiramente Deus nos amou com uma atitude exemplar: entregou seu filho para nos dar a vida eterna.

Nós amamos porque ele nos amou primeiro. (1 Jo 4:19)

16 "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3:16)

Sabendo do esforço que devemos desprender para amar como Jesus nos ordenou, somos encorajados por Deus com palavras de ânimo e de esperança. Isso para que ninguém venha a desfalecer ou a desistir de enfrentar o que vier pela frente. Esta é a pauta motivacional cristã:

12. Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. (Mateus 23:12)

33 "Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". (Jo 16:33)

1. Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. 2. Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. 3. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: "Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. 4. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou". 5. Aquele que estava assentado no trono disse: "Estou fazendo novas todas as coisas! " E acrescentou: "Escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e dignas de confiança". 6. Disse-me ainda: "Está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida. 7. O vencedor herdará tudo isto, e eu serei seu Deus e ele será meu filho. (Apocalipse 21:1-7)

Paulo e o amor próprio

Sofrimentos, perseguições, rejeições, humilhações, insucessos e insatisfações pessoais não podem ser as causas da depressão de um crente em Jesus. Se sua conversão se deu pelos motivos certos, pela salvação de sua alma, ele está preparado para suportar tudo que lhe está reservado até que alcance a coroa da vida.

15. Mas o Senhor disse a Ananias: "Vá! Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel. 16. Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu nome". (Atos 9:15,16)

12. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. 13. Tudo posso naquele que me fortalece. (Filipenses 4:12,13)

Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. (1 Coríntios 9:25)

Devemos crer, firmemente, que tudo o que tivermos de suportar no exercício do amor que nos foi ordenado nos conduzirá à glória preparada para os filhos de Deus. Isso se chama esperança de vida eterna. Mas, é claro que, na condição de seres humanos, enquanto estamos passando por momentos difíceis, se olharmos para os lados podemos nos sentir menores. O sucesso dos outros parece nos afetar negativamente. Por exemplo, há igrejas grandes, ricas e exuberantes fazendo propaganda de seu “poder” que leva homens e mulheres a uma vitória excepcional neste mundo. São inúmeros os testemunhos que aparentemente atestam que Deus está aprovando tudo o que eles fazem. Tais circunstâncias chegam a ofuscar nossas vistas e nos levam a pensar, por um instante, que estamos no caminho errado.

Entretanto, quando voltamos os olhos para o nosso alvo e firmamos a nossa fé no testemunho da Palavra de Deus, sentimos segurança e temos a certeza de que este é o caminho certo, independentemente das aparências. O apóstolo Paulo, por exemplo, sofreu demais: foi açoitado, humilhado, apedrejado, encarcerado e abandonado, além de ter enfrentado naufrágios e diversos perigos (2 Co 11:23-27). Porém, não se deixou abater diante de tantas aparentes derrotas. Certamente, passou por muitos momentos de tristeza, mas nunca deixou de fazer o que sabia ser o certo. Não há registro na bíblia que nos leve à conclusão de que precisava se valorizar e cuidar mais de si mesmo. Por que não? Por que sua esperança não estava posta em nada terreno, senão vejamos:

"Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno." (2 Co 4:16-18)

7. Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. 8. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo 9. e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. 10. Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte 11. para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos. 12. Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. 13. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, 14. prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. (Filipenses 3:7-14)

Paulo sabia que ele era um instrumento nas mãos de Deus e desde o início de seu ministério já sabia que isso importava em sofrimento (At 9:15-16). Em nenhum momento pensou que Deus estava sendo injusto com ele, porque olhando para Cristo sabia qual era o seu lugar. Suas antigas credenciais que lhe proporcionavam honras como fariseu foram reputadas como esterco (Fp 3:7-9). Em sintonia com os ensinamentos de Jesus, não valorizava sua vida neste mundo, chegando a afirmar que para ele o viver era Cristo e o morrer era lucro (Fp 1:21). A graça de Deus bastava para ele (2 Co 12:9-10).  Em Deus, Paulo tinha força para viver contente em qualquer situação (Fp 4:10-13). Tudo isso evidentemente só era possível porque ele fixava seus olhos, não em si mesmo nem em suas circunstâncias, mas em Deus e na eternidade.

Além de seus exemplos de vida, Paulo nos deixa conselhos de Deus, para que não sejamos levados a pensar que merecemos mais do que temos recebido do Senhor ou que sejamos mais especiais do que realmente somos:

3. Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu. (Romanos 12:3)

2. Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. 3. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. 4. Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, 5. pois cada um deverá levar a própria carga. (Gálatas 6:2-5)

Ainda, na mesma linha espiritual do mestre Jesus, Paulo nos mostra que o egoísmo não faz parte do viver cristão. Ao contrário, nossa vida deve considerar a vontade de Deus e a necessidade dos outros acima das nossas:

14. Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. 15. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. (2 Coríntios 5:14-15)

1. Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. 2. No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade. 3. Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. Por iniciativa própria 4. eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos. 5. E não somente fizeram o que esperávamos, mas entregaram-se primeiramente a si mesmos ao Senhor e, depois, a nós, pela vontade de Deus. (2 Coríntios 8:1-5)

3. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. 4. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. 5. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6. que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; 7. mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. 8. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! 9. Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, (Filipenses 2:3-9)

Para que não reste dúvidas de que o altruísmo é a alternativa cristã, quando Paulo fala em dar honras ao homem, não tem em conta cantores e pastores que exploram a fé dos cristãos ou que desfrutam de vida regalada com dinheiro recolhido dos santos. Antes, aponta para Timóteo que, segundo conta, não buscava seus próprios interesses e preocupava-se com o bem-estar dos filipenses:

19. Espero no Senhor Jesus enviar-lhes Timóteo brevemente, para que eu também me sinta animado quando receber notícias de vocês. 20. Não tenho ninguém que, como ele, tenha interesse sincero pelo bem-estar de vocês, 21. pois todos buscam os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo. (...) 29. E peço que vocês o recebam no Senhor com grande alegria e honrem homens como este, 30. porque ele quase morreu por amor à causa de Cristo, arriscando a vida para suprir a ajuda que vocês não me podiam dar. (Filipenses 2:19-21; 29-30)

Portanto, nem no livro dos Atos dos Apóstolos ou em alguma outra carta de Paulo às igrejas, há registros que nos levem a admitir o ensino moderno da autoestima. Nesse aspecto, tudo o que aprendemos com Paulo é o mesmo que aprendemos com Jesus: amar a Deus e ao próximo com total desapego material, sem vaidade, egoísmo, orgulho ou soberba.

Onde está o problema?

Chegando ao final deste estudo, resta-nos entender as razões pelas quais as igrejas são hoje esse campo fértil para toda sorte de ensinos sobre a elevação da autoestima dos cristãos. 

Por que tantos cristãos do nosso tempo se sentem abatidos e precisam de palestras motivacionais para ensiná-los a se amarem mais? Será que o problema dos cristãos é de baixa autoestima? Ou, quem sabe, estão apenas sofrendo efeitos do modo de vida cristã deste século?

Se o problema é falta de otimismo acerca de si mesmos, a solução não passa necessariamente por Jesus e pode ser alcançada com métodos das ciências humanas. Palestras motivacionais de mestres da autoajuda e um acompanhamento psicológico têm sido suficientes para elevar a autoestima de qualquer tipo de pessoa, cristã ou não.

Mas, se o problema é o distanciamento de Deus, de seus valores, de seus princípios e da santidade esperada para um discípulo de Jesus, só em Jesus estará a solução.  Afinal, fora de Jesus não há remédio eficaz para uma alma pecadora.

É bom lembrar que uma pessoa de vida sofrida pode ser salva (Tg 5:10), mas um pecador sem arrependimento e sem perdão não, de modo nenhum! A igreja pode até não ser eficaz para elevar a autoestima dos fiéis, mas jamais pode deixar de ser eficaz na apresentação do projeto de salvação de Deus. E isso implica em mostrar o quanto o incrédulo pecador é um inimigo do Criador e o quanto Deus é perfeitamente bom e oposto a todo o egoísmo. A mensagem que pretende apresentar a verdade não pode, portanto, mascará-la, atraindo o homem pelo engano, fazendo-o pensar que Deus é um vendedor de bênçãos ou um terapeuta que está à sua disposição para ajudá-lo a ser feliz nesta terra.

Ao contrário disso, a pregação do evangelho que aponta para a eternidade ajuda o homem a tomar consciência de sua culpabilidade diante de Deus e das más consequências que o pecado atrai. Isso porque, na sua maioria, os homens afastados do Criador não sentem o fardo do pecado, não têm senso de condenação e nem a percepção de estarem perdidos. Se a igreja não lhes conduzir a essa convicção não entenderão nem apreciarão a salvação do evangelho. De fato, ninguém pode inteligentemente e de coração, pedir ou aceitar perdão enquanto não percebe como é real e justa a sua condenação. Se a mensagem apresentada ao pecador for correta e verdadeira, o pecador terá oportunidade de se arrepender sinceramente e de valorizar a misericórdia de Deus.

Atrair os homens para a igreja para eliminar seus vícios e melhorar seus hábitos, seus relacionamentos, seus negócios e sua autoestima é igualar o sacrifício de Jesus ao trabalho dos terapeutas, dos psiquiatras e dos psicólogos do nosso tempo. O trabalho dos Alcoólicos Anônimos, da “Seicho No Ie” e de tantas outras religiões são capazes de falar de amor e produzir resultados semelhantes sem levar o homem à convicção de seu pecado e sem alertá-lo de que a justiça de Deus exige arrependimento e perdão, e que isso se alcança, exclusivamente, por meio do sacrifício de Jesus na cruz do calvário.

Infelizmente, há duas mensagens que, embora semelhantes em diversos aspectos, podem levar o homem para lugares diferentes. A primeira atrai o homem para a religião da autoajuda e da satisfação de seus anseios terrenos, uma vez que coloca o homem no centro de sua atividade. A segunda mensagem, a do evangelho, atrai o homem para Jesus, uma vez que exige que se trilhe o único caminho que o leva a Deus.

Enquanto a religião da autoajuda apresenta o homem como o centro do amor de Deus, o evangelho apresenta Jesus como o centro do amor de Deus. O incrédulo, na visão da religião da autoajuda, é um pobre coitado que precisa saber o quanto Deus gosta dele (amor sentimento) e quer lhe oferecer o melhor desta terra, se ele for fiel nos dízimos e nas ofertas. O incrédulo, na visão o evangelho de Jesus, é um rebelde que precisa tomar consciência de sua rebelião para que, arrependido, experimente a misericórdia e alcance a eternidade, se permanecer fiel a Deus, independentemente do que possa perder nesta vida.

Apesar do bem que a religião da autoajuda possa fazer ao homem, é preciso entender que qualquer religião onde Cristo não seja o personagem central ou que a mensagem do evangelho não seja praticada do modo como exposto por Jesus, todo esforço do homem não o habilitará a entrar no Reino dos Céus.

19. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. 20. Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão! 21. "Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 22. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? ’ 23. Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’" (Mateus 7:19-23)

Sabendo disso, é preciso ter muito cuidado para não desenvolvermos uma “teologia” onde Cristo seja apenas um coadjuvante ou onde o essencial seja saber utilizar textos bíblicos para elevar a autoestima das pessoas e até promover curas emocionais. Uma limonada pode ser feita sem água ou sem açúcar, mas jamais sem o limão. De igual modo, uma teologia sem Cristo, por mais eficaz que seja para solucionar conflitos da alma, é apenas uma água com açúcar.

Segundo Charles Finney, “ninguém, seja crente ou incrédulo, deve ser deixado em paz enquanto tolerar em si qualquer pecado. Se pudermos impedir, não devemos permitir que ninguém nutra esperanças do céu, enquanto estiver consentindo no pecado, seja ele qual for. Ao invés de tentarmos agradar o povo nos seus pecados, devemos continuamente procurar induzi-los a abandonar esses pecados.” Elevar a autoestima de um pecador que não esteja sinceramente convencido e arrependido de seus pecados pode fazê-lo frequentar a igreja, participar de cultos e seminários, dar dízimos etc., mas isso não significa que sua alma esteja salva. Neste caso, podemos apenas oferecer condições melhores de vida terrena a um pecador.

Ciente disso, voltamos à pergunta: onde está o problema?

Por que há tantos cristãos na igreja precisando elevar sua autoestima?

Há pessoas na igreja que consentem com divórcios por quaisquer motivos, inclusive de suas lideranças; fecham os olhos para a imoralidade e não enxergam a indecência; compactuam com o misticismo e outras heresias; aplaudem as vaidades dos homens; desenvolvem a avareza; participam de contendas por disputas de poder; fundamentam suas relações interpessoais no egoísmo; estimulam o orgulho e a soberba; e depois, quando exaustos dessa labuta inglória, buscam no evangelho uma autoajuda para elevar sua autoestima.

Na verdade, o que está acontecendo é que suas vidas estão padecendo efeitos do pecado. A autoestima pode estar baixa porque o orgulho pode estar alto, por exemplo. Neste caso, buscar soluções da lógica humana para elevar a autoestima só poderá trazer resultados temporários, assim como as vestes de folhas de figueira que Adão e Eva fizeram para si mesmos.

Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se. (Gn 3:7)

Entretanto, para permanecer na presença de Deus, eternamente, o recurso humano não é aceito. É indispensável que o pecador seja confrontado, saiba as consequências do seu pecado e, arrependido, admita a única providência aceitável diante do Senhor: o sacrifício do cordeiro para a sua salvação.

11. E Deus perguntou: "Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore da qual lhe proibi comer? " (...) 21. O Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher. (Gênesis 3:11-21)

Portanto, partindo do princípio de que todo o mal da humanidade começou no Éden com o pecado, antes de buscarmos métodos lógicos da “autoajuda cristã” para a elevação da nossa autoestima, devemos fazer uma reflexão sincera para saber se o problema, na verdade, não é o pecado entranhado em nossas vidas, cujo arrependimento sincero ainda não se manifestou, talvez, por falta de orientação espiritual adequada.

Pastores da autoajuda

Se, porventura, o povo de Deus está perecendo por falta de conhecimento da verdade, não é por falta de conselho da parte do Senhor. Talvez, estejam faltando pastores comprometidos com o evangelho de Jesus, mas não podemos descartar a hipótese de que esses pastores estejam cada vez mais raros porque a própria população de crentes não suporta mais a sã doutrina, preferindo financiar aqueles que falam o que lhe convém:

2. Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. 3. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. 4. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. (2 Timóteo 4:2-4)

Quanto aos que se aproveitam da fé cristã para buscar seus interesses materialistas em vez de ensinarem a verdade e conduzirem os homens ao arrependimento de seus pecados, fica a advertência de Deus:

4. Pois certos homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios, e transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor. (...) 11. Ai deles! Pois seguiram o caminho de Caim, buscando o lucro caíram no erro de Balaão, e foram destruídos na rebelião de Corá. 12. Esses homens são rochas submersas nas festas de fraternidade que vocês fazem, comendo com vocês de maneira desonrosa. São pastores que só cuidam de si mesmos. São nuvens sem água, impelidas pelo vento; árvores de outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz. (Judas 1:4; 11-12)

Conclusão

Embora seja muito atraente o ensinamento sobre a necessidade de elevação autoestima dos crentes em Jesus, fazendo-os amarem mais a si mesmos para que possam amar o próximo, tal entendimento não encontra amparo nem nas palavras de Jesus, nem nas de Paulo.

Mesmo compreendendo a lógica desse tipo de ensinamento, se vivemos pela fé, devemos simplesmente aceitar a ordem de Jesus e amar o próximo do mesmo modo que nos amamos, independentemente do quanto nos amamos. O milagre, se necessário, virá pela obediência.

Ao analisarmos a vida e as palavras de Jesus e de Paulo chegamos à conclusão de que sofrimento, perseguições, obstáculos, humilhações e aparentes insucessos não são motivos para que alguém perca a vontade de viver e de realizar seus propósitos. O que descobrimos com a leitura da palavra de Deus é que a origem de todos os males humanos se chama pecado, muito embora alguns deles já sejam tão aceitos pela igreja que não são combatidos e, por isso, continuam a produzir efeitos negativos na vida das pessoas sem que elas sequer pensem em abandoná-los.

Assim, é possível que por trás da suposta “baixa autoestima” estejam o orgulho, o egoísmo, a ingratidão, a soberba, os relacionamentos proibidos, as heresias ou outro pecado que a igreja do nosso tempo esteja aceitando com naturalidade.

Uma pessoa com “baixa autoestima” pode ser, na verdade, um orgulhoso que não recebeu aplausos ou o reconhecimento que achava que merecia. Neste caso, arrepender-se do seu orgulho e aprender a viver com humildade será a solução e não uma palestra para ajudá-lo a elevar sua autoestima.

Portanto, se a causa da baixa autoestima é decorrente de algum pecado, a solução é arrependimento e confiança no perdão de Cristo. Curiosamente, o que muitos chamam de “baixa autoestima” pode ser, na verdade, uma elevada autoestima e falta de confiança nas palavras de Jesus sobre o negar-se a si mesmo e sobre o não amar a própria vida. Essas verdades podem não estar mais sendo pregadas por falta de pastores comprometidos com o evangelho de Jesus ou porque o crente moderno não quer mais se submeter à sã doutrina, preferindo ouvir pregadores que falem o que não lhe constranja.

Por Pastor Sólon Pereira,

Em 17 de julho de 2016.

Bibliografia:

1 – “Amantes de Si Mesmos”, Martin e Deidre Bobgan e Dave Hunt. Editora Actual;

2 – “Auto-Estima, Psicologia e o Movimento de Recuperação”, John Ankerberg e John Weldon. Editora Chamada da Meia Noite.

3 – “Como Ganhar Almas”. Charles G. Finney

4 – Baixa autoestima? https://www.jovemcrente.net/2013/02/baixa-autoestima.html (acesso em 16/7/2016)