Reino de luz e reino de trevas

Reino de luz e reino de trevas

Por mais que não gostemos da idéia, a bíblia nos informa que Satanás é o príncipe deste mundo (João 12:31 – 14:30 – 16:11), visto que exerce um governo espiritual que influencia os filhos da desobediência.

 

(Efésios 2:2 RA) “nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;”

 

Satanás é o príncipe deste mundo desde o dia em que o primeiro homem pecou. Desde então, homens e mulheres, afastados de Deus pelo pecado, passaram a integrar o âmbito de sua influência.

 

E o governo de Deus e de Jesus? Segundo o evangelho de João, o reino de Jesus não é deste mundo (João 8:23 e 18:36). O reino de Jesus é transcendente e eterno. Começa com uma composição aqui na terra e não termina jamais. Os integrantes do reino de Jesus são todos aqueles que passam a viver debaixo de suas ordens, sob o seu governo (1 Pe 2:9) e pagando-lhe o que é devido.

 

(Mt. 22:20-21) 20 E ele lhes perguntou: De quem é esta efígie e inscrição? 21 Responderam: De César. Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

 

Os integrantes do reino de Deus estão protegidos pela muralha da fé e contam com um exército de anjos que lutam por eles na região celestial, enquanto enfrentam suas batalhas aqui na terra. Neste reino não falta nada (Sl 23), pois nele há abundante provisão.

 

 Mas, temporariamente, os cidadãos dos céu (Ef. 2:19) habitam este mundo, peregrinando nele, sem lhe pertencer (Hb 11:13). Os cidadãos do reino de Deus estão às suas ordens e não sob as ordens do príncipe deste mundo. Somente aqueles que seguem o curso deste mundo atendem às ordens de seu príncipe, cujos valores são totalmente diferentes dos valores do Rei dos reis.

 

Os seguidores de Satanás, conscientes ou não, interiorizam seus valores, resultantes de seu caráter maligno, e realizam os seus projetos. Algumas características do caráter do Diabo são: vaidade, soberba, rebelião, auto-suficiência, mentira, ódio e maldade. Essas características não estão presentes no caráter de Jesus, que de modo humilde, manso e obediente demonstrou seu amor ao mundo.

 

Aqui se pode aplicar o velho ditado popular: “diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. Pelo fruto conhecereis a árvore, ou seja, é só observar o comportamento de algumas pessoas e o resultado de suas ações para saberemos quem a está influenciando. Se nela tiverem presentes, em maior proporção, as características do caráter de Deus (fruto do Espírito), podemos inferir que ela anda com Deus. Se os frutos forem bons, podemos deduzir que a árvore é boa.

 

Do contrário, se a maior proporção dos resultados do comportamento do homem evidencia as características do caráter de Satanás, podemos deduzir que o mestre desse homem é Satanás.

 

“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.” (1 João 5:19 RA), ou seja, estamos em um mundo influenciado pelo maligno. E a maioria dos habitantes do mundo são seus seguidores fiéis. E os filhos de Deus? Estão aqui neste mundo em minoria, mas para fazer a diferença e manter acesa a chama da esperança de salvação: sal para uma terra amarga e luz para um mundo em trevas.

 

Sendo assim, os filhos de Deus, que vivem no mundo, cujo príncipe é Satanás, apesar do contato direto e diário com seus seguidores e mestres (no trabalho, na escola, no trânsito etc.), só estarão livres de absorverem o caráter de Satanás se estiverem em contínuo relacionamento com Deus e com sua igreja. Os filhos de Deus devem desenvolver um íntimo relacionamento com Deus (oração, jejum e leitura da bíblia) e com os irmãos para que se unam em torno da missão deixada por Jesus à sua igreja.

 

Observando isso, estaremos absorvendo cada vez mais a luz de Jesus, tal como Moisés que, após descer do monte Sinai, onde ficou em contato contínuo com Deus, voltou com um brilho sobrenatural em seu rosto (Ex. 34:29-35). De igual modo, o cristão, convivendo com Deus, ouvindo a sua palavra e trabalhando junto com sua igreja, absorverá a luz divina e será um transmissor de dessa luz ao mundo. Se nossas atitudes e relacionamentos não estão em conformidade com a natureza de Cristo, é porque estamos tendo pouco contato com a fonte de luz. Sem luz o cristão se torna parte do problema e não da resposta para o mundo.

 

Daí a vital importância do nosso relacionamento com Deus, da nossa intimidade com Ele e com sua igreja: somos iluminados e passamos a ser transmissores da luz de Deus, que dissipa toda a treva e afasta de nós a influência do caráter do príncipe deste mundo.

 

(2 Coríntios 6:14 RA) “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?

 

(1 João 1:7 RA) “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”

 

Olhemos, pois, para os frutos que estamos produzindo enquanto cristãos. Para afirmarmos que estamos na luz, em comunhão com Deus, absorvendo seu caráter, devemos notar se, por acaso, não estamos produzindo frutos do caráter do príncipe deste mundo de trevas: vaidade, soberba, desunião etc.

 

(1 João 2:9-10 RA) “9 Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. 10  Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço.”

 

Por isso Deus chama seu povo para andar na luz: “Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do SENHOR” (Isaías 2:5 RA). Deste modo, mesmo que estejamos habitando em um mundo em trevas, se estivermos em Jesus e em comunhão com a sua igreja, seremos todos um, e as portas do inferno não podem prevalecer (Mt. 16:18), uma vez que onde há luz as trevas não subsistem.

 

Brasília/DF, em 3 de outubro de 2008.

Pr. Sólon Lopes Pereira