Aborto: o que Deus tem a dizer?

O assunto é bem extenso e intermináveis são as discussões entre teologia, ciência, humanistas, juristas etc. Mesmo assim, quero deixar uma breve reflexão sobre essa prática que vem avançando em nosso meio, com apoio, inclusive, do Bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus (vídeo ao lado).

Tomando por base a Palavra de Deus, vejamos o que nos diz Davi, homem segundo o coração de Deus:

13Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. 14 Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção. 15 Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. 16 Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. (Salmo 139:13-16 NVI)

O salmista, de forma profunda,  descreveu a onipotência, a onisciência e a onipresença de Deus. Davi afirma que Deus sonda e conhece todos os seus caminhos, seja sentado, de pé, andando ou deitado (1-3) e que para ele esse conhecimento era algo maravilhoso demais, tão elevado que os mortais não podiam compreender. E, no que diz respeito à onipresença do Senhor, Davi afirma nos versos 7 e 8 que não há como alguém esconder-se do Criador, nem no céu, nem no Seol ou memso nas extremidades do mar.

Mas, ao que nos interessa neste artigo é sua afirmação quanto à formação do homem. O que mais chama a atenção é quando ele diz que Deus o criou e o formou no ventre da sua mãe. O Soberano já o percebia desde que foi formado em secreto, mesmo quando sua mãe ainda não tinha conhecimento de sua gestação. Deus já sabia! Os olhos do Senhor não só já o haviam visto, mas o próprio desenvolvimento embrionário era uma obra do Criador.

Mesmo quando sua mãe não sabia de sua existência, em seu ventre já existia uma vida, a execução de um plano divino.  Os olhos do Senhor estavam atentos para aquela “coisinha” que muitos acham que ainda não tem vida.

Em outros relatos bíblicos, notamos que o Profeta Jeremias e o Apóstolo Paulo foram igualmente chamados por Deus antes mesmo deles terem nascido.

Antes do seu nascimento, quando voce ainda estava na barriga da sua mãe, eu o escolhi e separei para que voce fosse um profeta para as nações”. (Jeremias 1:5)

“Porém Deus na sua graça me escolheu antes mesmo de eu nascer e me chamou para serví-lo”. (Gálatas 1:15)

Outro fato bíblico interessante é quando João Batista se agita no ventre de sua mãe quando a voz de Maria, a mãe do Senhor foi ouvida por Isabel (Lc 1:41). Inclusive, é importante notar que quando o Anjo do Senhor apareceu a Zacarias para dar-lhe a notícia profética sobre o nascimento de João Batista, já lhe informou que o menino seria “cheio do Espírito Santo desde antes do seu nascimento” (Lc 1:15), ou seja, no ventre de sua mãe, antes de dar o primeiro suspiro.

Então, pelo exame das escrituras sagradas, podemos concluir que o início da formação de uma nova vida não se dá com o nascimento. Para Deus, a vida já está inclusive identificada desde o momento inicial da gestação. O bebê já tem identidade como qualquer outro nascido. Logo, eliminar um feto, segundo a informação das escrituras sagradas é eliminar a vida de um bebê.

No Antigo Testamento, há relatos de reis que chegaram a oferecer seus próprios filhos como sacrifícios, a exemplo de Acaz, Rei de Judá, que “chegou a queimar  o seu filho em sacrifício, imitando os costumes detestáveis das nações que o Senhor havia expulsado de diante dos israelitas (2 Rs 16:3).

Não há dúvida, portanto, que tal prática era condenada por Deus, até porque, desde a Lei de Moisés, estava bem claro que o Senhor abominava o oferecimento de bebês em sacrifício. Quem fizesse isso deveria pagar com a própria vida. Neste caso, a lei era severa para que ninguém ousasse atentar, em tempo de paz, contra a vida de outrem, ainda que fosse de um bebê (Lv 20:2).

Ora, o Senhor zela pela vida de cada pessoa desde o ventre materno. Foi Ele quem nos formou, que permitiu que nascêssemos. Só Ele pode dispor de nossas vidas, segundo seus soberanos propósitos. Assim, segundo as Escrituras Sagradas, do mesmo modo que uma mãe não pode eliminar vida de um bebê, também não pode tentar contra a vida que já se formou em seu ventre. Para Deus, isso é algo reprovável e grave.

NÃO MATARÁS, muito menos uma vida indefesa, pois:

8 Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.

Filhos são um dom de Deus, herança do Senhor, um bem maior. No Velho Testamento, mulheres que não podiam gerar sofriam amargamente. Sentiam-se humilhadas. A gravidez era uma dádiva! Logo, era impensável uma israelita abortar deliberadamente por achar que já tinha filhos demais, por questões orçamentárias ou por qualquer outro motivo. Filhos sempre foram bençãos de Deus.

Sabendo disso, só nos resta lamentar quando ouvimos um influente líder religioso, Edir Macedo, utilizando fundamentos humanistas e não bíblicos para defender a prática do aborto (vídeo ao lado). Também, é triste observar o modo indiscriminado, impensado e corriqueiro que mulheres jovens têm utilizado a “pílula do dia seguinte”, que nada mais é que uma prática abortiva que mata “pela raiz” eventual semente de vida que tenha se instalado em seu corpo após uma relação sexual.

Do ponto de vista político, é importante lembrar que um País pode ter leis que facilitem ou dificultem a prática do aborto. Nos Estados Unidos e em vários Países da Europa, por exemplo, já se permite a prática do aborto em qualquer mês de gestação.

Entretanto, nossa maior preocupação não é com a redução do número de abortos por força de lei. Desejamos que haja misericórdia nos corações e plena consciência sobre qual seja a vontade do Criador. Deixar de praticar o aborto por que é proibido e deixar de fazê-lo por temor a Deus é bem diferente.

Por isso, se queremos mudar esse panorama sombrio, devemos pregar o evangelho e esclarecer as pessoas sobre o modo como Deus vê a prática do aborto – algo abominável e que resulta em consequências terríveis para todas as pessoas que consentem nessa prática, mas, especialmente, para mulher, responsável pela hospedagem, pela proteção e pela preservação da vida que Deus colocou em seu ventre.

Sim, temos que nos conscientizar que isso é uma abominação, uma prática condenada por Deus e  que só Ele pode dispor da vida.  

Recomendo que o leitor assista o documentário “O grito silencioso” (vídeo ao lado). Creio que ao ver esse impactante vídeo cada um perceberá a agonia da criança abortada por sucção. Certamente, Deus escuta esse grito.

Portanto, é um erro, diante de Deus, buscar justificativas para a prática do aborto. Ainda que se admita que a mulher tenha direito sobre seu próprio corpo, é bom lembrar que, para o Criador, a partir da fecundação, a mulher tornou-se hospedeira de um outro corpo e não pode tomar o lugar de Deus para decidir se esse outro corpo pode ou não viver.

Por: Miss. Roseli Pereira

Brasília/DF, 2 de agosto de 2015.