Carta 316

23/04/2014 20:52

Em 23/4/2014, João escreveu:

 

Pr. Sólon, a paz!

 

Perdão por não me identificar. Mas precisei fazê-lo para ter liberdade de falar-lhe sobre o seguinte: de cada 100 cartas, 97 são para tratar de assuntos da ICM. As outras 3 são de pessoas realmente interessadas em algo diferente de uma igreja em que as coisas nunca serão entendidas.

 

Me perdoe mas como o senhor encontra tanta disposição e ânimo pra responder todos os dias a mesma coisa??

 

Sei do seu testemunho, te conheço pessoalmente e você também me conhece. Mas pastor, não acho justo que com tanta coisa para oferecer, tanto conhecimento para compartilhar, você se atenha, 90% do tempo dedicado a cartas, a responder cartas de ICM.

 

Lembro-me que na época da saída do cantor Maximiliano Moraes de um grupo muito conhecido, o Diante do Trono, ele simplesmente lançou um recado a todos que perguntam sobre porque ele saiu do grupo, porque ele não volta, etc.: "Não respondo a perguntas sobre o Diante do Trono". E nunca mais falou sobre isso. Que tal?

 

Pastor, sei do seu chamado, você me ajudou por e-mail por mais de 6 anos, até que tive coragem de ir a Brasília para o seminário ainda na época intitulado Encontro com Deus. A sua capacidade vai muito além de Maranata!

 

Tudo que todo mundo precisa saber sobre a ICM está nas 300 cartas respondidas até agora. Se permita isso. Eu tenho total ciência de que as pessoas te veem como aquele que saiu e sobreviveu, mas você tem mais do que isso! Você é uma benção, um cara bacana, e Maranata...bom, Maranata continuará existindo.

Com tanto que eu aprendi com você hoje estou firme numa igreja que não possui placa. Ela possui Jesus, pastor Sólon. Ela possui amor. Eu sei que você já transmite isso nas cartas, mas coloca um aviso: "ATENÇÃO: POR TEMPO INDETERMINADO NÃO RESPONDEREMOS CARTAS QUE CONTENHAM QUESTIONAMENTOS SOBRE A ICM. TUDO QUE VOCÊS PRECISAM SABER, ESTÁ AQUI NO SITE. DEIXEM DE PREGUIÇA E PROCUREM, CAMBADA DE PREGUIÇOSOS! COM CERTEZA VOCÊS VÃO ACHAR!".

 

Obrigada por tudo!

Abraço!!

 

RESPOSTA, em 23/4/2014

 

Prezado irmão, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

 

Inicialmente, permita-me dizer que, se você me conhece e já leu o que escrevi, sabe o que penso sobre o anonimato (carta 185). Não vejo razão para você não se apresentar de modo transparente. Não há o que temer. Penso que você não me deve nada e, se é um dos que me deve, já está perdoado. Logo, sinta-se livre para dizer o que desejar, abertamente.

 

Que bom que você está preocupado comigo e até fez uma estatística sobre os temas que já abordei. Isso deve ter lhe custado muito tempo. Parabéns pela paciência e obrigado pelo amor que demonstra por mim.

 

Você tem toda razão, eu preciso de muita disposição para responder aqueles que me questionam de alguma maneira. Sobre os que me indagam sobre questões que envolvem a ICM, como você está fazendo agora, respondo porque me dispus a isso, independentemente se o que querem saber já consta de alguma outra carta. É uma questão pessoal e tem a ver com o modo como eu considero as pessoas. Imagine se eu fosse trata-lo como você sugere que eu trate os outros... ignorando-os ... Você mesmo estaria sem resposta e jamais saberia o que eu penso sobre o que você me perguntou.

 

Ao longo desses anos de site, é possível que algumas pessoas tenham ficado sem resposta. Se isso aconteceu, foi por puro descuido e não porque eu tenha desprezado alguém que, sinceramente, tenha me escrito. Somente os anônimos não têm garantia de resposta.  No seu caso, como você disse que me conhecia pessoalmente, resolvi responder.

 

Como eu encontro disposição para responder a mesma coisa várias vezes? Simples. Sou pastor! Estou acostumado a falar as mesmas coisas diversas vezes. Não tenho ideia sobre quantas vezes eu já falei sobre pecado, arrependimento, confissão e perdão para as mesmas pessoas.  Creio que ainda terei que repetir isso inúmeras vezes. Sei que às vezes perco a paciência, mas logo me arrependo e procuro voltar à palavra de Deus, para não ser como os arrogantes que desprezam a necessidade dos outros:

 

“Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio; melhor é o paciente do que o arrogante.” (Eclesiastes 7:8 RA)

 

Sobre sua consideração acerca do que eu posso oferecer, fico feliz com o conceito que você formou ao meu respeito. Mas, perceba que o resultado do meu trabalho na seção de cartas do site está diretamente ligado à demanda. Se 90% dos que me escrevem perguntassem sobre pescaria, 90% das publicações seriam sobre pescaria. Não sou eu quem produz as perguntas. Eu só respondo. Mas, querido, não se preocupe, pois a minha produção vai muito além do que você pode perceber ao ler as cartas. Acredite! Minha vida não se limita a responder cartas.

 

Quanto ao Maximiliano Moraes, não  conheço, mas respeito a posição dele. Se ele decidiu ficar em silencio, para mim está bem.

 

Quanto à ajuda que você recebeu, fico feliz de ter podido participar positivamente de sua vida. Você já imaginou quantas pessoas já receberam ou podem receber o mesmo auxílio? Por que fechar as portas? Por que impedir o contato? Pessoalmente, confesso que se eu precisasse de ajuda, não escreveria a quem pudesse me ajudar. Eu me levantaria e iria até essa pessoa, pois prefiro sentir as pessoas de perto, olhar nos olhos e deixar todos os meus sentidos funcionarem. Cartas são frias e, se não nos expressamos com cuidado, podemos causar impressões erradas. Anônimos, por exemplo, são corajosos e desafiadores atrás do computador. Pessoalmente, podem não ser assim.

 

Sobre o que o mundo precisa saber sobre a Maranata, vejo que você está medindo as pessoas com a sua régua. Não seria melhor considerar que nem todos são iguais? Pessoas diferentes leem as mesmas coisas. Uns entendem, outros não. Uns precisam de esclarecimentos, outros não. Uns gostam, outros não. O fato é que nem todos possuem a mesma capacidade cognitiva ou percepção. Se Deus nos falasse do mesmo modo como poderia falar com Einstein, será que teríamos condições de entender?

 

Eu conheço pessoas que falam e eu não entendo quase nada, enquanto outros entendem tudo. Seria justo nivelar as pessoas segundo os nossos padrões de compreensão?

 

Amado, se você está bem onde está, fico feliz. Sugiro que você pare de ler minhas cartas e leia meus estudos. Você já leu o que eu escrevi sobre o “ Fogo de Deus”? Se não, sugiro que leia, pois lhe será muito mais proveitoso que ler 300 cartas. No mínimo, você terá algo bíblico para refletir. Deixe as cartas para quem precisa delas. Não se incomode com elas. Eu mesmo não perco tempo lendo o que as pessoas escrevem para outros “retirantes” que possuem sites ou blogs. Não estou desprezando os outros, mas essas coisas não me agregam nada, por isso não leio. Sugiro que você faça o mesmo. 

 

Por último, perdoe-me a sinceridade, mas não entendo como alguém que diz que me conhece pense que eu poderia chamar os leitores de “cambada de preguiçosos”. Se eu já fiz algo parecido, de modo que lhe causei essa impressão, certamente eu estava absolutamente sem comunhão com Deus.

Em todo caso, agradeço sua preocupação comigo!

 

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor  Sólon.