Meu testemunho foi escrito em 2008 e, certamente, muita coisa já mudou desde então. Mesmo assim, percebo que, ainda hoje, há pessoas que se identificam com os fatos que narrei.

Quanto à história do surgimento da ICM, eu também fiquei bastante decepcionado quando percebi que a estória espiritualizada que nos contaram durante vários anos apenas buscava disfarçar e esconder os mesmos atos de rebelião que vemos em muitas outras igrejas que hoje se dividem.

A esse respeito, ouvi ontem uma gravação postada no facebook onde o Pr. Gedelti critica os retirantes e diz que aqueles que saíram têm um problema de caráter, pois negam o que pregaram durante muitos anos. Honestamente, acho que ele foi muito infeliz em sua afirmação, especialmente quando ele próprio saiu da Igreja Presbiteriana após pregar por muitos anos as doutrinas calvinistas. 

Curioso é que a saída dele foi algo "de Deus" e a dos retirantes da ICM é uma "falha de caráter". 

No meu modo de pensar, falha de caráter é enganar as pessoas, ocultar a verdade e faltar com a sinceridade quando os fiéis confiam em nós.

Outro fato que ele não considerou é que nós podemos errar e pregar doutrinas equivocadas somente até descobrirmos a verdade. Depois disso, defender o erro e permanecer associado a quem deliberadamente se desvia do bem, ai sim, é uma falha de caráter.

Também, há uma outra observação que mostra a insensatez da afirmação que pretende macular a imagem de quem sai da ICM. Veja bem, eu estive na Igreja Católica por 20 anos e lá defendi os seus dogmas, mas no dia em que descobri que muitas de suas doutrinas não podiam ser conciliadas com a palavra de Deus, saí. Será que isso pode ser considerado uma falha de caráter?

Enfim, querida, fiz esses comentários porque você também já saiu e, certamente, como muitos que fizeram o mesmo, não possui nenhuma falha de caráter por ter escolhido outra igreja para frequentar.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,
Pastor Sólon.