Carta 26

02/07/2013 12:19

De: JOÃO

Em 22/03/2009 17:33

Meu Testemunho

Prezado Pr. Sólon,

Conheci a ICM quando cursava a faculdade. Uma jovem de curso, hoje minha esposa, me convidou a assistir um culto. Eu já era servo do Senhor em outra denominação e não demorou muito, passei a freqüentar e aceitar as doutrinas da ICM. Todas as doutrinas pareciam verdadeiramente inspirada pelo Espírito Santo, algo que um servo deseja viver sem nenhum questionamento. 

Fui levantado ao diaconato. Passei a ter a “obra como forma de vida”, verdadeiramente. O eixo da minha vida era ICM – Família – Estudos. Estava sempre no Maanaim. Era da equipe da segurança, e por inúmeras vezes passava lá o fim de semana, ausentando-me completamente do meu lar. Mesmo bem envolvido já não concordava com algumas posturas adotadas pela liderança. Certas concepções pareciam radicais, sem expressar o amor pregado por Jesus. Práticas de dureza, impaciência e desconsideração com a necessidade do servo ficaram mais freqüentes com o falecimento do Pr. Dodd.

Quem já foi diácono sabe da quantidade de reuniões e diversas atividades diárias a serem superadas. Obreiro e diácono recebem pressão para produzir, fazer o grupo de assistência crescer, deixar os irmãos do GA bem participativos. Uma cobrança inconveniente era ouvir: “O seu grupo não está crescendo!” A alegria de servir foi se esvaindo porque a pressão era crescente, não havia a preocupação com aquele que estava no serviço. As práticas adotadas eram semelhantes à de uma empresa em franco crescimento: devíamos atingir metas (5% no GA), tínhamos horários rigorosos a cumprir, a flexibilização de alguns procedimentos era algo bem burocrático. Essas praticas não lembram em momento algum um “ninho de amor” ou uma “casa de oração”.

A espiritualidade é medida pela participação e por isso estudar a noite ou cursas uma pós-graduação aos sábados significa frieza espiritual e conseqüente afastamento das atividades e dos irmãos.

Iniciei uma pós-graduação. Neste período, raramente alguém me ligava para dar auxílio. As reuniões de obreiros e “de pólo” se resumia em um “arrocho geral”, a mensagem de fundo era que todos deveriam produzir mais e melhor. Nestas reuniões, muito raramente era levada uma palavra de ânimo para aqueles que estavam na linha de frente do serviço da Igreja. 

O Pastor de “linha dura” (como são denominados) ignora mesmo, sem disfarçar ou minorar a antipatia que possuem por uma certa família. Percebia isso em relação a mim e a minha família. Comecei a buscar ao Senhor sobre o tratamento que estava recebendo no lugar onde me dediquei mais de 10 anos. Oramos por três anos antes me desligar das responsabilidades.  Não foi isso que aprendi e vivenciei nos primeiros momentos. A Igreja que se denomina Obra cresceu muito rapidamente e perdeu as suas características mais elementares. Certamente, esta obra não foi a fundada pelo Pr. Barros.

Não há como negar que existe acepção de pessoas. O Pastor privilegiava uns em detrimento de outros. Se o irmão era bem empregado, distinto, ‘de primeiro casamento’, era logo ‘levantado’ obreiro. Certo irmão, novo convertido, que além de rico, muito culto, educado e que ocupa um cargo de bastante notoriedade; confidenciou que percebia o tratamento diferenciado que recebia, mas queria apenas ser considerado comum.

Fui levado a me desligar da Igreja, porque já não tinha nenhum ambiente para permanecer. Eu sei perfeitamente o que é estar integrado ao corpo, ativo, participante e envolvido. Essa condição foi retirada de mim, sem que uma palavra fosse dita pelo MINISTÉRIO LOCAL. E foi o Senhor que nos levou a encontrar obra em outro grupo de irmãos, reunidos e organizados pela direção do Espírito Santo, com dons espirituais maduros.

Lembro-me de quando uma pessoa saía da ICM, diziam: “fulano não entendeu a obra”. E agora??? O que dizer quando saem pastores, servos com mais de 20 anos de dedicação ao Senhor???

Afirmo: ICM não detêm a Obra do Espírito Santo.

Abraço fraterno.

 SENHOR, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jo 21:17

 JOÃO

JOÃO@gmail.com

JOÃO@pop.com.br

 

De:pastor-solon

Para: JOÃO  

Data: 23/03/2009 09:19

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja contigo.

Como o sua mensagem é apenas um testemunho de algo que você viveu, das coisas que você percebeu e do modo como você se sentiu, creio que eu não devo fazer nenhum juízo de valor a respeito. Seu texto é claro, objetivo, bem escrito e expressa com precisão uma realidade que, acredito, você viveu.

Pelo que eu entendi você serve ao Senhor em outro lugar e parece estar bem. Graças a Deus por isso! Fico feliz em saber que o seu amor pelo Senhor Jesus continua o mesmo. Meu desejo sincero é que você continue a ser uma bênção nas mãos do Senhor onde quer que você esteja.

"1 Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas. (...) 7 Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. 8 Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo" (Filipenses 3:1, 7-8 RA)

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.