Carta 256

02/07/2013 17:24

DATA DA PUBLICAÇÃO: 15/11/2012

 

De: JOÃO

Para: Site Celeiros

Data: 12 de novembro de 2012 14:28

Assunto: Com relação ao Pedido de desculpas a Igreja

 

A informação de que a igreja Maranata moveu um processo e segundo o email que está circulando, fez com que o Pr Mario Gomes Melo pedisse desculpas ao PES procede? É verdadeiro? No email consta que esse Pr Mario Gomes eh uns dos fundadores da IEL, mas nós sabemos que a IEL foi fundada pelo Pr Mario Moraes, então eu pergunto: Quem é esse Mario Gomes Melo? Se realmente ele for pastor, de qual igreja?

 Por favor peço que esclareça essa duvida pq nos dias de hoje está dificil ter alguma informação verdadeira,

"Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra tem uma recompensa."

 

          

De: Site Celeiros

Para: JOÃO

Data: 15 de novembro de 2012 21:07

Assunto: Re: Com relação ao Pedido de desculpas a Igreja

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

Apesar de seu e-mail não atender aos requisitos do site, foi direcionado para mim.

Como li, embora sem saber com quem eu falo, excepcionalmente, vou responder.

Sim, a Igreja Cristã Maranata moveu um processo penal contra o Pastor Mário Gomes de Melo, ex-diácono daquela denominação aqui em Brasília, onde serviu ao Senhor por mais de 20 anos.

Para que você não faça um juízo errado sobre o Pastor Mário, vou apresentar alguns esclarecimentos.

O Pr. Mário foi ordenado pela Igreja Cristã Aviva, em 9 de setembro de 2009, e, em fevereiro de 2011, já conduzindo uma igreja independente, decidiu unir-se à Comunidade Evangélica Entre as Nações, que possui um ministério disposto a apoiar quem precisa de ajuda.  

Eu conheço pessoalmente o Pastor Mário e vejo nele um homem de bom coração, quebrantado, humilde, que se arrepende quando é repreendido e que trabalha com amor pelo grupo de pessoas que Deus colocou aos seus cuidados.

Como qualquer outro homem, tem seus defeitos e limitações, mas como eu disse, ele possui uma virtude importante, e que não devemos menosprezar: a humildade.

18Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido. (Salmos 34:18)

Pelo que sei, o processo foi movido contra o pastor simplesmente pelo fato dele ter repassado e-mails contendo as notícias do desvio de dinheiro dos cofres da Igreja Cristã Maranata.

Eu nunca concordei com esse tipo de comportamento e, por isso, nunca repassei a ninguém nenhum dos diversos e-mails que recebi naquela ocasião. Mas, eu notava que o assunto já estava mais que espalhado, a contar pela quantidade de remetentes e destinatários constantes em cada e-mail que me chegava.

Mas, não quero ser juiz desta causa. Sabendo que os fatos eram públicos e que o Pastor Mário foi processado por difamação e calúnia, faço apenas uma pergunta: ele foi o responsável pela fama que a Igreja Cristã Maranata conquistou?

Para que sua resposta seja embasada em fatos reais, vou trazê-los à memória.

Antes que o Pastor Mário reenviasse algum e-mail, os fatos ocorridos no âmbito da Igreja Maranata já circulavam na internet. Observe que a ICM levou o Pastor Mário ao Tribunal em junho de 2012 e, muito antes disso, os jornais do Estado do Espírito Santo repetiam seguidas notícias sobre o suposto desvio de dinheiro dos cofres da ICM. A título de exemplo, vou citar, ipsis litteris, uma matéria jornalística publicada na internet pela Gazetaonline no dia 7/2/2012, omitindo apenas os nomes citados:

O principal líder da Igreja Cristã Maranata – (...) - vai ser o primeiro a depor no inquérito que investiga o esquema de corrupção montado na cúpula da instituição. Ele será ouvido nesta quinta-feira (09) na Delegacia de Defraudações, em Vitória. O rombo causado com o desvio de recursos do dízimo doado por fiéis, segundo estimativas da própria igreja, é de pelo menos R$ 21 milhões.

O inquérito policial foi aberto há dois dias pelo titular da Defraudações, (...), com base em reportagens publicadas sobre o assunto. Nesta terça, ele recebeu um ofício do juiz da 8ª Vara Cível Robson Albanez, solicitando que investigasse o assunto, o que, segundo o delegado, reforçou o trabalho da polícia.

Nas mãos do juiz (...) - que foi denunciado pela Operação Naufrágio por venda de sentenças - está uma ação protocolada na Justiça pela Maranata e que tramita em segredo. Nesta ação a igreja pede o ressarcimento de R$ 2,1 milhões de prejuízos causados com os desvios e aponta como cabeças do esquema o vice-presidente da instutição, (...), e o contador (...). Os dois foram afastados das funções administrativas e religiosas, como pastor e diácono, respectivamente.

O caso já está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual, que em nota adiantou que os documentos analisados apontam para várias irregularidades e crimes. Assinala que, se aproveitando da isenção de tributos que as igrejas possuem e da boa-fé dos fiéis, pastores estariam usando bens da igreja em benefício próprio. A lista de prováveis crimes praticados inclui desvio de recursos para o exterior, criação de empresa irregular, contrabando e fraudes ao Fisco e ao sistema financeiro.

O golpe era viabilizado por notas fiscais frias emitidas por fornecedores do Presbitério que administra as igrejas, em Vila Velha. Há indícios até de que foram criadas empresas em nome de laranjas. O dinheiro desviado foi destinado a compra de carros a imóveis, além de dólares que eram levados para o exterior nas malas de fiéis[1].

Como eu disse, não quero ser juiz desta causa, mas imagino que você tenha capacidade de valorar adequadamente os fatos e julgar em seu coração se é razoável que um pastor seja processado como caluniador, ou como difamador, em relação a fatos públicos e sabendo, em especial, que a ICM já havia admitido que foram seus próprios membros, detentores de funções de confiança, que a expuseram à censura pública.

Digo isso porque tenho em minhas mãos o relatório sobre o procedimento administrativo instaurado pelo Presbitério Espírito Santense da Igreja Cristã Maranata (PA-ICM-PES/n.01/2011), no qual a comissão constituída para investigar internamente o caso concluiu, entre outras coisas, o seguinte:

“Assim sendo, conclui-se que houve negligência do Sr. (...), que na qualidade de Vice-Presidente, investido no poder e no dever de bem administrar, deixou de observar regras comezinhas, levando a instituição a uma situação constrangedora a ordem, denegrindo o bom nome da Igreja e, via de consequência, aos assistidos da ICM-PES…” (o grifo não consta do original)

Como visto, a comissão reconhece que, se há algum responsável pela situação delicada em que se viu a ICM, essa pessoa estava dentro e não fora dela. Ou seja, se alguém deu causa a isso, foram os próprios envolvidos nos fatos merecedores de reprovação, os quais serão futuramente condenados pela justiça, caso se confirmem as denúncias que vieram a público.

O erro do Pastor Mário, a meu ver, foi se envolver com essa questão que não lhe dizia respeito.

17Quem se mete em questão alheia é como aquele que toma pelas orelhas um cão que passa. (Provérbios 26:17)

E sua infelicidade foi ser o escolhido para ser processado, entre tantos outros que repassaram o mesmo e-mail.

E, por que justamente ele?

Essa pergunta, somente a Igreja Cristã Maranata pode responder.

Mas, como diz o ditado, “só se atiram pedras em árvores que dão bons frutos”.

E disso nós somos testemunhas. Após ser processado, o Pastor Mário, que nunca foi um anônimo, assumindo a inconveniência de ter se metido em questão alheia, percebeu que não valia a pena deixar que essa questão se alongasse e fosse levada ao juízo de um ímpio.

Assim, agiu como um discípulo de Jesus e preferiu a conciliação, assinando um termo proposto pelos advogados da Igreja Cristã Maranata, cujos termos prefiro não comentar, especialmente porque os processos que envolvem a Igreja Cristã Maranata ainda não foram julgados pelo Poder Judiciário.

“38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;” (Mateus 5:38-9 RA)

Querido, se você queria saber quem é Mário Gomes Melo, posso lhe dizer que é um pastor que está tentando ser um cristão de verdade. Se errou, não sou eu quem vai julgá-lo. O mais importante de tudo isso é que ele demonstrou, com suas ações, que tem um coração humilde e arrependido, e essas são virtudes cristãs que muitos só conhecem em pregações.

Por fim, amado, se o Pastor Mário agiu como Simei eu não sei, mas que a ICM não agiu como Davi, disso eu tenho certeza. Vou citar o trecho bíblico para sua meditação:

5Tendo chegado o rei Davi a Baurim, eis que dali saiu um homem da família da casa de Saul, cujo nome era Simei, filho de Gera; saiu e ia amaldiçoando. 6Atirava pedras contra Davi e contra todos os seus servos, ainda que todo o povo e todos os valentes estavam à direita e à esquerda do rei. (...) 9Então, Abisai, filho de Zeruia, disse ao rei: Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei, meu senhor? Deixa-me passar e lhe tirarei a cabeça. 10Respondeu o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ora, deixai-o amaldiçoar; pois, se o Senhor lhe disse: Amaldiçoa a Davi, quem diria: Por que assim fizeste? 11Disse mais Davi a Abisai e a todos os seus servos: Eis que meu próprio filho procura tirar-me a vida, quanto mais ainda este benjamita? Deixai-o; que amaldiçoe, pois o Senhor lhe ordenou. 12Talvez o Senhor olhará para a minha aflição e o Senhor me pagará com bem a sua maldição deste dia. (2 Samuel 16:5-6, 8-12)

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.

 

 
 

 

 

 

De: JOÃO

Para: Site Celeiros

Data: 12 de novembro de 2012 14:28

Assunto: Com relação ao Pedido de desculpas a Igreja

Meu irmão, muito obrigado pelos esclarecimentos. Nesses últimos tempos está complicado acreditar em qualquer informação  que chega, isso me entristece muito, pq o único foco deveria ser a nossa salvação, a eternidade, mas hoje têm tanta coisa em evidencia que estão esquecendo o principal objetivo da obra do Senhor... Ao invés disso ficam um acusando o outro

Como diz o texto em Salmos 133:1 "Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.

Mais uma vez agradeço pela atenção

"Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra tem uma recompensa."

 

 
 

 

 

 

De: Site Celeiros

Para: JOÃO

Data: 21 de novembro de 2012 12:25

Assunto: Re: Com relação ao Pedido de desculpas a Igreja

Prezado irmão, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

Foi um prazer conhecê-lo.

Quanto às divergências, são comuns em todos os agrupamentos de pessoas. Na igreja primitiva não era diferente, nem mesmo entre os apóstolos.

"46 Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior." (Lucas 9:46)

"2 Tendo havido, da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não pequena discussão com eles, resolveram que esses dois e alguns outros dentre eles subissem a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros, com respeito a esta questão." (Atos 15:2)

No entanto, precisamos ter maturidade e aprender a respeitar uns aos outros e a não deixar que nossas diferenças nos tornem inimigos e afastados dos principais mandamentos de Jesus: amar a Deus e ao próximo.

Opiniões diversas são boas para nos fazer enxergar que não existe apenas um modo de ver as coisas. Mas, nem todos sabem lidar com isso e, sem argumentos lógicos, bíblicos ou sensatos, deixam de lado o objeto da divergência e partem para agressões pessoais com desejo de vingança e de oprimir os outros. E daí, chegando aos extremos, temos os processos judiciais submetidos aos incrédulos, para vergonha nossa.

Então, querido, o problema não é divergir, mas saber divergir sem perder de vista que somos discípulos de Jesus e que devemos praticar sua palavra, em especial, o mandamento do amor.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.

 

 
 

 

 

 

celeiros.df@gmail.com



[1] Gazetaonline, de 7/2/2012 (https://migre.me/bS6ad) - acesso em 15/11/2012.