Carta 247
DATA DA PUBLICAÇÃO: 23/10/2012
De: JOÃO
Para: pastor-solon@uol.com.br
Data: 3 de outubro de 2012 15:44
Assunto: Ajuda a um irmão
A paz de Cristo Pastor Solon,
Meu nome é JOÃO, tenho (...) anos e sou membro da ICM desde que nasci. Há algum tempo atrás, pra te ser sincero alguns anos, ouvi falar de alguns rompimentos de alguns servos com a ICM e cheguei a conhecer alguns estudos nos quais os mesmos se justificavam e apresentavam seus argumentos sobre isso. Eu via que tudo que era dito nesses estudos parecia ser tão real, como por exemplo a dominação da mente, a intitulação pela liderança da igreja como sendo a instituição sendo a "Obra do Espírito Santo" e outras doutrinas das quais nunca fui muito favorável, como por exemplo a consulta a palavra que sempre me foi ensinado com a palavra da trindade, mas me deixavam o questionamento: e se der dois positivos e um negativo? É amém? E os irmãos diziam amém.Mas se é da Trindade, como pode haver discordância?
Mas com o tempo, deixei isso adormecer dentro de mim, sempre fui muito preocupado com o que iriam pensar de mim e mais ainda, como o meu pai que tanto tem zelo comigo se sentiria e me trataria se eu também fizesse esse rompimento. Além do mais, minha família por parte de pai é muita unida e extremamente fiel aos ensinamentos da "Obra".
A questão é que, nunca tive preconceitos que sempre foram pegados na igreja em relação as outras denominações, e motivado por isso fui há alguns dias na (...). Ao chegar no culto, percebi que tinha algo diferente, chorei o culto inteiro, coisa que não acontecia há muito tempo.
Ultimamente tenho me incomodado muito em estar na ICM, onde os pensamentos são engessados e há muitas pessoas que não dão o seu melhor, não se esforçam pra fazer o melhor por Deus. Falo isso porque sou professor do Grupo de Louvor de teoria musical e também porque em questões a parte não tenho visto colaboração dos irmãos e nem me sinto motivado a ajudar.
Comecei então a pesquisar sobre esses rompimentos e vi que grandes amigos também romperam e estão muito felizes onde estão, e vi os estudos publicados no site "celeiros" e vi que tudo faz muito sentido. Essas coisas me impactaram de forma diferente agora, e tenho sentido um desejo de romper com essa denominação também e me sentir livre para adorar a Deus e buscar seus propósitos verdadeiros, além de entender de fato o que é o evangelho genuíno. Porém tenho sentido angústia em meu coração pois penso nos que estão a minha volta, pai, família, amigos, namorada e etc.
Pastor, peço ajuda pra me encorajar e me guiar sobre o que devo fazer, pra onde ir, como agir.
Desde já agradeço. Fique na paz do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
De: Celeiros celeiros.df@gmail.com
Para: JOÃO
Data: 4 de outubro de 2012 09:42
Assunto: Ajuda a um irmão
Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.
Quando eu me converti, também aos 19 anos, passei por uma verdadeira revolução. Tudo aquilo que eu acreditava ser verdade necessitava de ajustes, afinal, eu estava saindo de uma igreja, a qual eu pertencia desde o meu nascimento, e ingressando em uma outra, muito diferente. A pregação era diferente, o ritual era diferente, os valores e os costumes eram diferentes... enfim, tudo o que eu sabia sobre Deus, sobre a bíblia e sobre Cristo precisava ser revisto.
A minha nova igreja, encarregou-se de me ensinar o “evangelho certo” desta vez. Eles diziam: “Deus é assim”, “Deus quer isso de nós”, “Deus não gosta disso”, “Deus age assim”, “Deus tem uma obra” etc. Assim, eu passei a ler a bíblia a partir desses novos conceitos sobre Deus.
Também, disseram-me que eu só poderia conhecer realmente a vontade de Deus com a ajuda de revelações sobrenaturais que Deus dava a eles. A simples leitura do que estava escrito, por mais sincero que eu fosse, levar-me-ia à morte, pois a letra mata. Então, eu passei a acreditar que todas as demais igrejas, chamadas “religião”, estavam afastadas da vontade de Deus, afinal, elas não tinham essas revelações.
Assim, quanto mais eu lia a bíblia, mais eu procurava afirmação desses novos ensinos e a adequação deles às revelações que diziam ser dadas por Deus exclusivamente àquele grupo de pessoas especiais.
A partir daí eu tinha um grande quebra-cabeças e as peças estavam todas soltas em 66 livros sagrados. Eu tinha que montá-lo olhando para a figura-modelo que me deram. Curiosamente, enquanto eu montava sobravam muitas peças, que não se encaixavam em lugar nenhum. Observei, também, que tinham peças que não faziam parte do conjunto original, mas para que a figura-modelo pudesse ser montada elas tinham que ser inseridas no lugar de outras que eram descartadas.
No final do trabalho, o quebra-cabeças estava montado exatamente segundo a figura-modelo. Estava perfeito? Aparentemente, sim. Eu era um vitorioso por conseguir montar aquele quebra-cabeças, após vasculhar todas as peças disponíveis.
Somente com o tempo é que comecei a me perguntar: “E essas peças que sobraram?” Foi assim que percebi que precisava desmontar tudo e começar de novo, sem as peças extras, para ver que imagem se formaria. A partir dessa nova imagem, tive condições de tomar minhas decisões.
Sugiro que você faça o mesmo. Se, por acaso, você chegar à mesma figura que tinha antes, simplesmente fique onde está.
Grande abraço,
Pastor Sólon.
 |
celeiros.df@gmail.com