Carta 241

02/07/2013 17:16

DATA DA PUBLICAÇÃO: 18/7/2012

 

De: MARIA

Para: Pr. Sólon

Data: 3 de julho de 2012

Assunto: Outro Pr. que saiu da ICM

 

Texto suprimido devido ao conteúdo.

Apenas a resposta será publicada.

 

          

De: Pr. Sólon

Para: MARIA

Data: 18 de julho de 2012 07:53

Assunto: Re: Outro Pr. que saiu da ICM

 

Prezada irmã MARIA, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

Permita-me algumas considerações sobre o assunto que você abordou.

Por muito tempo eu estive me questionando sobre o grande número de milagres que vêm ocorrendo por meio de um pastor brasileiro cujo testemunho não me parece conferir com o caráter de Cristo. Jesus nunca extorquiu ninguém e nunca viveu no luxo com o dinheiro dos discípulos. Aliás, nunca se encontrou nenhuma propriedade registrada em seu nome. Os apóstolos seguiram nessa mesma linha, pois eram, de fato, discípulos de Cristo.

Por isso, o comportamento desse pastor me intrigava. Eu não duvido dos milagres e não questiono a experiência pessoal de ninguém, mas não posso negar que há muitos charlatões por aí. Eu mesmo já presenciei a atuação de alguns aqui em Brasília, pois quando eu deixei a ICM procurei conhecer tudo o que estava acontecendo no mundo evangélico. Visitei muitas igrejas e também convidei alguns desses pastores para visitarem a CEEN. Não me arrependo de nada, pois creio que essa experiência foi importante para o meu ministério. Hoje posso falar algumas coisas com mais propriedade e não com base em coisas que andam dizendo por aí.

Pois bem, quanto ao pastor dos milagres, ao observar seu trabalho fui despertado para buscar do Senhor algumas respostas para minhas dúvidas. Cheguei, então, a um texto que me ajudou a descansar a esse respeito. A avaliação que hoje faço acerca de tudo o que está ao meu redor está baseada em uma palavra de Jesus, que transcrevo a seguir:

“15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17  Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18  Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. 19  Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 20  Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22  Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23  Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. 24  Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; 25  e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. 26  E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; 27  e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.” (Mateus 7:15-27 RA)

Creio que esse texto tem todos os elementos que precisamos para não sermos enganados.

Primeiramente, já estamos advertidos quanto à existência de falsos profetas, ou seja, pessoas que transmitem a profecia, seja por revelação particular ou ensinando o conteúdo profético da palavra de Deus (leia o texto que escrevi sobre dons espirituais). Em outras palavras, falso profeta é aquele que está exercitando o ofício da transmissão da palavra de Deus, mas com o fermento da maldade, para fazer errar seus ouvintes e mantê-los vinculados ao engano. Sim, há falsos profetas por aí e nós precisamos identificá-los. É claro que só estaremos em condições de julgar suas obras depois que fizermos sincera e meticulosa avaliação da nossa própria conduta.

Note que o falso profeta tem que ter a forma de um profeta verdadeiro.
Caso contrário, não enganará ninguém. É por isso que Jesus disse que eles estariam disfarçados de ovelhas. Disfarce é a máscara que oculta quem está por trás dela, mostrando uma figura diferente da real. Ou seja, quem olhar para a aparência dos falsos profetas dirá, com certeza, que é um homem de Deus, um ungido do Senhor, um discípulo de Jesus. Ele tem que falar como discípulo, vestir-se como um discípulo e viver no meio dos discípulos. Também, ele tem que parecer santo, parecer justo, parecer verdadeiro, parecer honesto, parecer humilde, parecer altruísta, parecer bondoso, parecer sábio, parecer cheio do Espírito Santo, parecer um bom pai de família e parecer que ama as pessoas. Se ele não parecer tudo isso, não enganará a ninguém, até porque o homem normalmente segue orientado pelas aparências, que é o que ele vê. Certamente, um homem que não se pareça com um discípulo não será aceito como tal.

Esta é a questão: Jesus nos ensinou a investigarmos outras coisas além das aparências.

Jesus não disse que a aparência não é importante, mas que nós não podemos nos guiar por elas. Temos que conhecer o coração dos homens, observando suas obras, seus frutos e não somente aquilo que eles dizem de si mesmos ou o que nos mostram em público.

Se você quer conhecer uma pessoa, conviva com ela, tanto em público como nos momentos particulares, em família, no partir do pão. Essa é a razão pela qual a minha mulher, as minhas filhas e até mesmo a minha empregada, que mora na minha casa, conhece-me mais do que uma pessoa que assiste as minhas pregações todos os domingos na igreja. Os que convivem comigo sabem como eu reajo quando estou estressado, quando sou provocado, quando eu estou alegre, quando eu estou triste, quando eu estou entusiasmado ou quando estou desanimado. Os que convivem comigo, sabem se há cobradores na minha porta ou ao telefone, sabem se eu cumpro com o que prometo, se eu pago o que devo, sabem se eu sou dorminhoco ou preguiçoso, sabem se eu sou organizado ou bagunceiro etc.

Enfim, minhas atitudes públicas e particulares (frutos), seja no meu relacionamento com Deus ou com meus semelhantes revelarão o meu caráter. Por isso, Jesus andou diariamente, lado a lado, com seus discípulos por três anos, comendo e bebendo com eles, para que esses homens o conhecessem, dele aprendessem e depois dele testemunhassem.

“21 É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, 22  começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição.” (Atos 1:21-22 RA)

“37 Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judéia, tendo começado desde a Galiléia, depois do batismo que João pregou, 38  como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele; 39  e nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro. 40  A este ressuscitou Deus no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto, 41  não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos;” (Atos 10:37-41 RA)

“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte.” (Mateus 17:1 RA)

Portanto, devemos observar as duas coisas nos profetas dos nossos dias: exterior e interior. As duas coisas são igualmente importantes e uma coisa não exclui a outra. Não nos enganemos!

 Obviamente, se o interior for puro e bom, isso será refletido no exterior e o homem com um coração assim não precisará se esforçar para mostrar algo diferente às pessoas que o cercam. Ele não desejará mostrar uma aparência diferente daquilo que ele é, pois a sua pureza e a sua bondade o honrarão e não lhe trarão constrangimentos. O contrário não é verdadeiro. É muito comum que o homem de interior impuro e mau procure, ao máximo, esconder essas características, pois elas são socialmente condenáveis. Por isso, para ocultar quem ele realmente é, a máscara é um adereço necessário.

Portanto, a aparência (justiça, bondade, humildade, espiritualidade etc.) não pode ser o único fator a ser examinado quando queremos seguir alguém. Precisamos ter certeza de que o que parece por fora é o que realmente está por dentro. Não precisamos nos preocupar com os que parecem maus, pois esses normalmente são o que aparentam ser e não se preocupam em esconder sua maldade. Ora, é muito pouco provável que uma pessoa realmente boa e pura cultive a aparência do mal ou da impureza, pois isso, em si mesmo, já seria mau, segundo a palavra de Deus, que considera justo e bom um testemunho de vida justa e santa, senão vejamos:

“Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo.” (1 Timóteo 3:7 RA)

 “Um homem, chamado Ananias, piedoso conforme a lei, tendo bom testemunho de todos os judeus que ali moravam,” (Atos 22:12 RA)

“E, por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo.” (1 Coríntios 8:13 RA)

 “não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado.” (2 Coríntios 6:3 RA)

 

Em resumo, estando advertidos da existência de falsos profetas, quando o assunto é seguir alguém (igreja é feita de pessoas), não temos que nos preocupar com os que parecem maus, mas com os que parecem bons, pois estes podem ser lobos em pele de cordeiro. Segundo Jesus, só há uma forma de desmascará-los: aproximando-nos o suficiente para que conheçamos os seus frutos (caráter e atitudes) para com Deus e para com os homens.

Há, ainda, um importante alerta de Jesus, que não podemos negligenciar. Milagres, curas, expulsão de demônios, profecias, revelações de segredos do passado e do presente das pessoas ou qualquer outra manifestação sobrenatural não serve de critério para a nossa avaliação. Jesus deixou claríssimo que nenhuma manifestação sobrenatural substitui a análise do caráter (frutos) dos homens para separar o verdadeiro do falso.

Jesus conclui dizendo que se nós não formos praticantes dos seus ensinamentos, estaremos fadados à ruína espiritual. Temos que acordar em relação a isso.

A propósito disso, passo agora a um outro assunto que considero relevante neste contexto: o que a palavra de Deus nos ensina sobre a conivência consciente com o erro?

Amada, eu considero esse assunto tão sério que um dia decidi arrumar as minhas malas e deixar uma confortável e honrada posição que eu ocupava como pastor da Igreja Cristã Maranata para me ajuntar a um bando de excluídos. Naquele tempo, há quase 10 anos, isso era uma loucura! Nenhum pastor em sã consciência deixaria uma estrutura tão boa (instrumentalizada e aparentemente impecável) para ser chamado de caído, ser desprezado pelos velhos amigos e irmãos e ser atacado em sua moral. Então, por que eu fiz isso? Porque eu comecei a pensar de modo diferente da liderança da igreja e, por isso, não seria honesto da minha parte ficar dentro daquela estrutura ensinando coisas diferentes do que ela pregava. Tal atitude seria uma deslealdade. E como eu não queria ser desleal à instituição e também não queria ser desonesto com os membros que eu pastoreava, pregando o que eu não acreditava, decidi sair para não me tornar conivente com aquilo que eu entendia estar errado.

Pois bem, quanto à conivência com o erro, creio que a palavra de Deus nos ensina algo a esse respeito.

Em primeiro lugar, temos que observar que Deus não ocultou o pecado dos seus filhos amados quando eles erraram. Deus poderia ter silenciado e orientado seus servos a registrarem somente as boas obras dos seus escolhidos. Note que Deus não ocultou o pecado de Moisés (Nm 20:11-12), o grande líder do povo hebreu. Também, não ocultou o pecado do sacerdote Arão (Nm 12:1-9), da profetiza Miriã e nem do grande Rei Davi (2 Sm 12:1-9).

Veja que a idéia natural do homem é manter o pecado encoberto, ocultado dos demais homens, para evitar exposição. Até algumas lideranças da igreja fazem isso quando descobrem o pecado em seu meio. Pensam que “jogando a sujeira para debaixo do tapete” estarão preservando a igreja de escândalos. Entretanto, esquecem-se que a igreja de Jesus deve estar comprometida com a prática de seus princípios (casa na rocha). E no caso do pecado, os princípios de Deus são a confissão, o arrependimento e o perdão. Por mais doloroso que seja, é melhor andar segundo os princípios e exemplos do Senhor, uma vez que o próprio Deus não ocultou o pecado dos seus grande líderes. Antes, os expôs e nos deixou o ensino de que é melhor reconhecer o erro e confessar o pecado com coração arrependido do que ocultá-lo. Quando não seguimos os princípios de Deus perdemos a oportunidade de sermos remidos e tratados. E, mais cedo ou mais tarde, o pecador ficará exposto e terá que responder pelos seus atos, pois Deus não é conivente com o erro de ninguém.

“25  Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos? 26  Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido.” (Mateus 10:25-26 RA)

“pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas.” (Colossenses 3:25 RA)

Em segundo lugar, devemos observar que, do mesmo modo que Deus não compactua com o erro de seus escolhidos, ele determinou que não sejamos coniventes com o erro de ninguém, para que não nos tornemos dignos do mesmo juízo do pecador.

“Quando alguém pecar nisto: tendo ouvido a voz da imprecação, sendo testemunha de um fato, por ter visto ou sabido e, contudo, não o revelar, levará a sua iniqüidade;” (Levítico 5:1 RA)

Esta é a questão essencial: o conhecimento. Deus não exige nada de quem não tem o conhecimento do erro. Entretanto, quando o erro se torna conhecido por nós, passamos a ser coniventes se não agimos para repudiá-lo. Se nos calamos, nos conformamos e buscamos nosso conforto dizendo que “isso não me diz respeito”, nos tornamos co-responsáveis juntamente com o pecador e estamos sujeitos às mesmas conseqüências daquele pecado.

Também, notamos que Jesus não se omitiu e não se acovardou diante dos fariseus. Jesus sabia que seria perseguido até a morte, mas mesmo assim revelou as práticas ocultas dos religiosos que enganavam o povo com suas tradições e aparência de santidade:

“14  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo! (...) 23  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! (...) 27  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!” (Mateus 23:14, 23, 27 RA)

Como se pode ver, Jesus não se acovardou, mesmo sabendo das conseqüências de sua denúncia. Nosso mestre demonstrou força e coragem e foi exemplo para Paulo, para Estevão, para Pedro, para Tiago, para João e para todos os mártires da igreja primitiva que defenderam a verdade diante dos religiosos e poderosos de seu tempo.

Assim sendo, que outro exemplo seguiríamos?

“Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.” (2 Timóteo 1:7 RA)

Mais adiante, o apóstolo Paulo orientou a igreja a não ser passiva diante de crentes pecadores que não se arrependem de seu pecado mesmo quando são revelados e notórios.

“9 Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; 10  refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. 11  Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. 12  Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro?” (1 Coríntios 5:9-12 RA)

Paulo insiste em dizer que a igreja não pode deixar seus membros vivendo no pecado sem constrangê-los ao arrependimento, julgando suas práticas impuras e as reprovando com firmeza. Se há alguém no Corpo de Cristo que não quer ser ajudado e tratado para viver em santidade, não poderá se sentir à vontade no meio da congregação dos santos. Mas, se os santos não rechaçam o comportamento incompatível com santidade que convém ao Corpo de Cristo é porque não estão dispostos a lutar pela mesma causa que Jesus morreu. Esses querem apenas uma “boa” denominação religiosa para realizar suas práticas ritualísticas e sentirem-se com suas consciências aplacadas como se estivessem fazendo a vontade de Deus.

Creio que esta é uma das razões pela qual as denominações estão se transformando em ambientes propícios à profusão de toda sorte de assaltos que partem de seu próprio interior: a passividade dos santos em lutar contra o pecado. Se as denominações cristãs não colocarem o pecado para fora, deixarão de ser um ambiente para os santos.

É bem verdade que muitos estão acomodados e preferem se tornar coniventes com o erro para que não tenham que sair de sua zona de conforto. Alguns, tentando se justificar dizem que não adianta mudar, pois há engano em todos os lugares.

Penso que Deus jamais aceitará justificativas como essas, pois isso seria contraditório com seus princípios e exemplos bíblicos. Deus não é conivente com o pecado e com o engano e nos ensina a não sermos também. Se todos disserem que não tem jeito, então não terá jeito mesmo. Mas, se um se renovar na esperança e decidir batalhar pela essência do evangelho do Senhor Jesus, descobrirá que não está sozinho.

Elias estava desanimado e desesperançoso porque pensava que estava lutando sozinho pela causa do Senhor. Ele estava tão cansado da situação que vivia que procurou isolamento e chegou a desejar a morte:

“Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais.” (1 Reis 19:4 RA)

Mas Deus, o reanimou e mandou que se levantasse e seguisse em frente:

“5 Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come. 6  Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. 7  Voltou segunda vez o anjo do SENHOR, tocou-o e lhe disse: Levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo.” (1 Reis 19:5-7 RA)

Chegando ao monte de Deus, Elias se refugia em uma caverna, mas Deus manda que ele saia da caverna para poder falar com ele. Do lado de fora havia manifestações “tremendas” (vento, terremoto e fogo) “sem Deus”, mas também havia uma manifestação suave que trazia a voz do Senhor. Certamente, o homem de Deus não será confundido em meio a tantas manifestações em nosso tempo, pois há uma voz que sempre fala suavemente ao nosso coração e nos diz que não estamos sozinhos nessa jornada.

“9 Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do SENHOR e lhe disse: Que fazes aqui, Elias? (...) 11 Disse-lhe Deus: Sai e põe-te neste monte perante o SENHOR. Eis que passava o SENHOR; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do SENHOR, porém o SENHOR não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto; 12  depois do terremoto, um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave. 13  Ouvindo-o Elias, envolveu o rosto no seu manto e, saindo, pôs-se à entrada da caverna. Eis que lhe veio uma voz e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?” (1 Reis 19:9, 11-13 RA)

Elias se queixa dizendo que estava lutando sozinho pela causa do Senhor, mas Deus manda que ele continue seu trabalho, pois ele encontraria outros com mesma índole e propósitos dele. Havia mais sete mil joelhos que não se curvaram perante Baal:

“14 Ele respondeu: Tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida. 15  Disse-lhe o SENHOR: Vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. 16  A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. 17  Quem escapar à espada de Hazael, Jeú o matará; quem escapar à espada de Jeú, Eliseu o matará. 18  Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou.” (1 Reis 19:14-18 RA)

Se Elias não tivesse se levantado, em vez de ser arrebatado teria morrido no deserto e nem por isso os propósitos de Deus seriam interrompidos, pois o Senhor ainda tinha outros sete mil com quem ele poderia contar para fazer o trabalho.

No meu modo de ver, há espalhado por todo o mundo muitas pessoas sinceras que desejam servir a Deus segundo os seus princípios. Há muitas manifestações vazias (sem Deus), mas há também uma voz suave nos chamando para fora, dizendo-nos que há muito serviço a ser feito e que nós não estamos sozinhos.

Não morrerei no deserto!

E você, querida, pensa que está sozinha?

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.

 

 
 

 

 

 

celeiros.df@gmail.com

yout-g�-!md@B�B4 Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho; 15 eu, porém, não me tenho servido de nenhuma destas coisas e não escrevo isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, antes que alguém me anule esta glória. 16  Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! 17  Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada. 18  Nesse caso, qual é o meu galardão? É que, evangelizando, proponha, de graça, o evangelho, para não me valer do direito que ele me dá.” (1 Coríntios 9:14-18 RA)

 

“13 Porque, em que tendes vós sido inferiores às demais igrejas, senão neste fato de não vos ter sido pesado? Perdoai-me esta injustiça. 14  Eis que, pela terceira vez, estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado; pois não vou atrás dos vossos bens, mas procuro a vós outros. Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos. 15  Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma. Se mais vos amo, serei menos amado? 16  Pois seja assim, eu não vos fui pesado; porém, sendo astuto, vos prendi com dolo. 17  Porventura, vos explorei por intermédio de algum daqueles que vos enviei? 18  Roguei a Tito e enviei com ele outro irmão; porventura, Tito vos explorou? Acaso, não temos andado no mesmo espírito? Não seguimos nas mesmas pisadas?” (2 Coríntios 12:13-18 RA)

“6  Também jamais andamos buscando glória de homens, nem de vós, nem de outros. 7 ¶ Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos; 8  assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida; por isso que vos tornastes muito amados de nós. 9  Porque, vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus.” (1 Ts 2:6-9 RA)

“8  nem jamais comemos pão à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; 9  não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes.” (2 Ts 3:8-9 RA)

“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1 Coríntios 11:1 RA)

Enfim, mesmo quando Paulo diz que teria direito de ser sustentado, no mínimo para suas necessidades mais essenciais, afirma que abriu mão disso para nos dar exemplo a ser imitado. Por essa razão, ainda não me sinto à vontade quando vejo pastores vivendo em alto estilo de vida às custas do evangelho.

Deixo, agora, uma palavra de Jesus para sua meditação:

“25 Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. 26  Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; 27  e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; 28  tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mateus 20:25-28 RA)

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.

 

 
 

 

 

 

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