Carta 205

02/07/2013 16:35

DATA DA PUBLICAÇÃO: 10/1/2012

 

De: JOÃO

Para: Pr. Sólon

Data: 30 de dezembro de 2011 20:51

Assunto: Fwd: CIRCULAR E AUDITORIA NA ICM PES

QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA....

---------- Mensagem encaminhada ----------

De: MARIA

Data: 30 de dezembro de 2011 19:22

Assunto: CIRCULAR E AUDITORIA NA ICM PES

Para: JOÃO

Repassando...

(...)

Nossa oração é que a nenhum de nossos irmãos sejam enganados. Leiam os dois anexos, analisem com temor, mediante a Palavra de Deus. Que a Obra Verdadeira do Espírito Santo e a Sã Doutrina da Palavra de Deus possam reinar em vossas vidas. Não sejam coniventes com a mentira e heresias. Pois a Justiça do Senhor esta sendo feita e muitos nesta hora estão entendendo o Verdadeiro Evangelho. A VERDADE LIBERTA

Anexos:

- CIRCULAR ICM/PES

- DOCUMENTOS CARTORIOS ICM PES

 

De: Pr. Sólon

Para: JOÃO

data        10 de janeiro de 2012 02:34

assunto Re: CIRCULAR E AUDITORIA NA ICM PES

Prezado Pr. JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

Para ser sincero, não li o extenso conteúdo dos anexos. Também, não pretendo ler. Vou explicar o porquê.

Amanhã pego a estrada novamente. Minhas férias estão acabando. Nesses dias em que estive livre, tive tempo para ler alguma coisa lançada nos fóruns de discussão do Orkut e, pelo que vi, muitas coisas já mudaram desde que deixei a ICM. Veja, por exemplo, a carta que encontrei no fórum “Igreja Cristã Maranata – ICM” (https://bit.ly/A3705o), cujo título é: “Aos que criticam a Igreja Cristã Maranata”:

 

Aos que criticam a ICM:

Temos ciência que se existe na internet um grupo de pessoas, poucas é verdade, que criaram comunidades com o objetivo de criticar a ICM e seus membros.

(...)

A esses e a quem interessar informamos que:

Sabemos que boa parte desses (não todos) pelas próprias palavras que postam afastaram-se não de uma denominação, mas de Cristo por demonstrarem o que possuem em seu coração através de suas palavras carregadas de ódio e péssimas expressões (pois a boca fala do que o coração está cheio) não estando em condições de aconselhar qualquer que seja no que tange a vida espiritual, pois ninguém dá o que não possui.

“Pode um cego guiar outro cego? Porventura não cairão ambos no buraco?”

Não confundimos denominação – placa – rótulo com a Obra de Deus feita ao longo dos tempos e que hoje nos alcança à medida que andamos em conformidade com a Palavra de Deus, esteja onde estivermos. Se estamos na ICM é porque naturalmente a enxergamos como parte desse Projeto Eterno – Obra de Deus – e por isso nela permaneceremos até que surja uma opção melhor dentro do nosso julgamento que fazemos à luz da Palavra. De posse de tal entendimento não vemos mal algum em nomeá-la de Obra de Deus tal qual não deveria ter os críticos de assim chamarem suas respectivas denominações, se é que ainda congregam em algum lugar.

Não temos diferenças/adversidade com nenhum grupo evangélico, pelo contrário, o vemos como irmãos em Cristo, mas não nos calamos diante dos modismos que não nos atraem e são contrários à Palavra – como o pseudo louvor moderno e teologias estapafúrdias e anti-bíblicas como teologia da prosperidade, teologia do processo, teologia relacional, liberalismo teológico e todas suas perversas conseqüências.

Entendemos que como toda e qualquer denominação a ICM possui erros, que não são poucos, e são reflexos do fato de ser formada por pessoas – gente – exatamente como eu e você que me lê.

Sabemos da existência de pessoas que foram mal interpretadas ou até mal tratadas por outros que agindo fora do padrão estabelecido por Cristo as feriram, mas também estamos ciente que isso não dá a ninguém o direito de com base nisso criticar um todo em função de uma parte ínfima, pois se assim o for, não se sentirá bem em lugar algum, pois em todos os lugares há falhas, inclusive entre o colégio apostólico (Pedro desprezou de forma dissimulada e interesseira os gentios e foi repreendido por Paulo).

Informamos que estamos bem tal qual estamos, amamos o culto tal qual ele é, não somos saudosistas de questões que são pormenores como palma e longas homilias. Bem como não almejamos questões que não entendemos bíblicas como: danças litúrgicas, teatros, etc. (questões não presente no culto novo testamentário).

Deixamos claro que vivemos experiências com dons espirituais que são maravilhosas e nos marcam, bem como com o falar diário de Deus através de sua Palavra, quando o buscamos com coração anelante de uma resposta – entendemos que a Palavra é viva e Deus se revela através dela, não desconhecendo que esse é apenas um modo de Deus falar, pois o mesmo o faz de diversas formas e isso temos vivido em sua plenitude.

 

Não nos interessa os movimentos modernos de música gospel com seus desvios, graça misturada com libertinagem (sem santidade ninguém verá a Deus) e a opção dos “desigrejados” (contrária à Palavra – não deixar-vos de congregar)

Finalizando informamos que as atividades da igreja, todas com um fim único de propagar o Evangelho, não nos são um peso, ou fardo, pois se a fazemos a fazemos como gratidão sendo as mesmas pequenas diante do muito que Ele fez por nós na cruz. Fardo é para aquele que se afasta do Corpo, deixa esfriar o primeiro amor, tornando-se senhor de si mesmo esquecendo-se do muito que o verdadeiro Senhor fez por ele, indo atrás de línguas maledicentes que pervertem os bons costumes.

No mais, aos saudosos, caso não estejam congregando em outro lugar, as portas e o nosso amor de irmãos em Cristo estará sempre presente.

Findando, apropriado é citar a carta de Judas: (suprimi a citação e alterei os grifos)

Veja bem, parece-me que quem escreveu a carta fala em nome da Igreja Cristã Maranata, mas não tenho certeza de que seja alguém autorizado a falar por toda a igreja, pois a carta foi postada por um anônimo que se intitula “Servo de Deus”. Seria bom se o autor não fosse anônimo, para que atribuíssemos o devido valor à sua manifestação. Infelizmente, nem todos compreendem que “ser luz” (Mt 5:14) implica em dissipar toda treva (2 Co 6:14). Penso que quem quer fazer o bem não precisa utilizar-se de recursos escusos (inconstitucionais e injustos), pois “os fins não justificam os meios”.

Em todo caso, essa carta muito me impressionou, de modo que vou aproveitar seu contato para fazer alguns comentários sobre ela.

Para que fiquemos apenas com o que é bom, suprimi da citação a parte em que o autor tenta desmoralizar um internauta, desafeto da ICM, bem como a citação do livro de Judas que, a meu ver, no contexto da carta, assumiu um tom ameaçador desnecessário.

Pois bem, vou citar os trechos que me chamaram a atenção e fazer um breve comentário em seguida:

“Sabemos que boa parte desses (não todos) pelas próprias palavras que postam afastaram-se não de uma denominação, mas de Cristo por demonstrarem o que possuem em seu coração através de suas palavras carregadas de ódio e péssimas expressões (pois a boca fala do que o coração está cheio) não estando em condições de aconselhar qualquer que seja no que tange a vida espiritual, pois ninguém dá o que não possui. ‘Pode um cego guiar outro cego? Porventura não cairão ambos no buraco?’”

Sim, a palavra de Deus é a mais pura expressão da verdade: quem se deixa conduzir por um cego, corre risco de cair no buraco juntamente com ele. Entretanto, acho temerário afirmar que alguém tenha se afastado de Cristo. Mas, o que me chamou a atenção foi o fato do autor afirmar que há pessoas que se afastaram apenas da ICM e não de Cristo. Ora, admitir isso, no meu tempo de ICM, era impensável. Sempre que alguém deixava a igreja, criticando-a ou não, era considerado um caído.

Logo, fiquei com a impressão de que alguma coisa está mudando na mente dos irmãos da ICM.

Não confundimos denominação – placa – rótulo com a Obra de Deus feita ao longo dos tempos e que hoje nos alcança à medida que andamos em conformidade com a Palavra de Deus, esteja onde estivermos. Se estamos na ICM é porque naturalmente a enxergamos como parte desse Projeto Eterno – Obra de Deus – e por isso nela permaneceremos até que surja uma opção melhor dentro do nosso julgamento que fazemos à luz da Palavra. De posse de tal entendimento não vemos mal algum em nomeá-la de Obra de Deus tal qual não deveria ter os críticos de assim chamarem suas respectivas denominações, se é que ainda congregam em algum lugar.

Embora o meu entendimento do que seja “Obra de Deus” seja diferente (https://bit.ly/pgKbpR), confesso que fiquei muito feliz pelo fato do autor ter admitido que a ICM não é “a própria Obra de Deus”. No meu tempo as coisas eram bem diferentes. Eu cheguei a incluir em meu “testemunho como ex-pastor da ICM” (https://bit.ly/wHurwP) o texto de uma circular do Presbitério Espírito Santense que mostrava exatamente o contrário.

Se o autor fala o que realmente reflete a realidade de hoje, só tenho que glorificar o nome do Senhor por essa evolução de entendimento da ICM.

“Não temos diferenças/adversidade com nenhum grupo evangélico, pelo contrário, o vemos como irmãos em Cristo, mas não nos calamos diante dos modismos que não nos atraem e são contrários à Palavra – como o pseudo louvor moderno e teologias estapafúrdias e anti-bíblicas como teologia da prosperidade, teologia do processo, teologia relacional, liberalismo teológico e todas suas perversas conseqüências.”

Concordo plenamente com o autor da carta sobre o nosso dever de denunciar heresias (práticas contrárias à palavra de Deus). Pessoalmente, tenho muitos argumentos para confrontar as heresias praticadas pela teologia da prosperidade e não tenho receio de expressar minha opinião a respeito. Mas, o que me deixou surpreso na leitura do parágrafo em exame foi a afirmação de que a ICM não tem diferenças/adversidades com outros grupos evangélicos e que vê a todos como irmãos em Cristo. No meu tempo, as coisas eram muito diferentes. Um membro da ICM não podia ir a outra igreja evangélica nem mesmo para participar de um casamento. Também, presenciei inúmeros ataques a outros grupos evangélicos, inclusive ao que pertenço hoje.

Mas, se a realidade atual é a que o autor apresenta em sua carta, tenho que reconhecer: a ICM mudou muito! Glória a Deus!

“Entendemos que como toda e qualquer denominação a ICM possui erros, que não são poucos, e são reflexos do fato de ser formada por pessoas – gente – exatamente como eu e você que me lê.”

A declaração citada me deixou mais uma vez impressionado! Eu pensei que nunca veria a ICM reconhecer seus erros e separá-los da ação de Deus. Atitudes simples como essa seriam suficientes para evitar muitos dos problemas que a ICM tem enfrentado hoje – a humildade precede a honra.

Para a perfeita sintonia com a vontade de Deus, só faltou um pedido de perdão àqueles que foram afetados pelos erros da igreja – até o Papa João Paulo II acertadamente fez isso (https://veja.abril.com.br/150300/p_057.html). Ora, eu penso que mesmo quando o erro é cometido por um de meus “delegados”, a responsabilidade, em última análise, recai sobre mim, porque eu posso delegar uma competência, mas não a correspondente responsabilidade. Quem é da área de Administração de Empresas sabe do que eu estou falando. Sendo assim, o pedido de perdão é um ato indispensável para a restauração de alguns vínculos espirituais e emocionais. Um coração humilde é agradável diante de Deus e um simples pedido de perdão faz milagres!

Sabemos da existência de pessoas que foram mal interpretadas ou até mal tratadas por outros que agindo fora do padrão estabelecido por Cristo as feriram, mas também estamos ciente que isso não dá a ninguém o direito de com base nisso criticar um todo em função de uma parte ínfima, pois se assim o for, não se sentirá bem em lugar algum, pois em todos os lugares há falhas, inclusive entre o colégio apostólico (Pedro desprezou de forma dissimulada e interesseira os gentios e foi repreendido por Paulo).

Vi muita verdade nesse parágrafo. Concordo plenamente que as falhas de uma instituição não merecem relevo acima de suas virtudes, especialmente por nós cristãos, que queremos todos a mesma coisa – a salvação do homem por meio de Jesus Cristo.

“São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas.” (Lucas 11:34 RA)

Não posso deixar de dizer que fiquei surpreso ao ver que o autor reconhece que a ICM, por meio de seus ministros delegados, já interpretou e mal e maltratou muitas pessoas. Mas, como eles ainda não têm o hábito de pedir perdão aos ofendidos, creio que o simples reconhecimento do que já fizeram já é um bom começo. Afinal, eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer.

E por falar em falhas, gostaria de fazer aqui um parêntese sobre o que observei em minhas consultas aos fóruns do Orkut nestes últimos dias.

Notei que há pessoas que só tem olhos para o erro dos outros. Não conseguem ver o bem, mas somente o mal. Parece-me que estão de plantão para ver defeitos e criticá-los, sem piedade. Quando o alvo é a ICM, por exemplo, deixam a impressão de que desejam o seu extermínio a qualquer custo e com todas as armas disponíveis, inclusive as injustas.

Percebi, também, que os maiores inimigos da ICM estão dentro dela. São pessoas que a freqüentam e a atacam de um modo traiçoeiro, a meu ver – lobos em pele de cordeiro. Estão misturados ao rebanho para atacá-lo. Para se chegar a essa conclusão, basta ver que tudo o que se passa lá dentro é lançado na internet (até mesmo documentos restritos) como um pedaço de carne lançada aos abutres.

Mais uma vez, fica a pergunta: “os fins justificam os meios?” Nesse contexto, podemos ainda perguntar: a quem servimos? Será que Deus aprova esse tipo de comportamento?

Deus não se agrada de covardes, pois os coloca no mesmo nível de incrédulos, abomináveis, assassinos, impuros, feiticeiros, mentirosos e idólatras, senão vejamos:

“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Apocalipse 21:8 RA)

Acredito que, à semelhança do Bom Pastor, que entra pela porta e não por brechas, assim devemos mostrar quem realmente somos e qual é a nossa verdadeira intenção.

 

“1 Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. 2  Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas.” (João 10:1-2 RA)

Creio que ninguém dirá que uma luta onde um dos combatentes está vendado é justa. Por isso, a palavra de Deus tira as vendas de nossos olhos para que possamos enxergar quem são nossos verdadeiros inimigos. Também, o próprio Jesus desmascarou Satanás, para que conhecêssemos suas obras e o combatêssemos “de frente” e sem medo. Satanás só tem vantagem sobre o crente que não o conhece e não sabe como ele age.

“porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Efésios 6:12 RA)

Essas são questões importantes: quem são os nossos inimigos? Sabemos identificá-los? Sabemos como eles agem?

Se não sabemos responder a essas indagações, corremos o risco de ferir as pessoas erradas.

Meu senso de justiça, mesmo precário, impede-me de atacar alguém pelas costas. Também, força-me a reconhecer as virtudes daqueles que não gostam de mim ou que não fazem o que eu acho que deveriam fazer. Mesmo não concordando com muitas práticas da ICM (creio que muitas já mudaram) e com algumas de suas doutrinas, reconheço que é uma igreja que tem os seus méritos. Eu já disse isso em outras correspondências, mas vou repetir: a ICM é uma igreja muito bem organizada e seus membros são, em sua grande maioria, tementes a Deus e honestos no proceder, o que é coisa rara nos tempos modernos.

Por isso, não posso fazer coro com aqueles que querem classificá-la como uma igreja de corruptos. Não é justo. A meu ver, os fatos denunciados no final de 2011 podem ser classificados como uma exceção e não como regra.

Note-se que a deficiência de controles internos da ICM revela a grande confiança que a instituição tinha nas pessoas que cuidavam da sua área administrativa. Normalmente, quando não confiamos nas pessoas somos mais cuidadosos. Isso já aconteceu comigo. Algumas vezes fiz negócios com homens crentes (evangélicos) e sofri dano por presumir que estava tratando com pessoas de um caráter diferenciado. Confiei demais e deixei de tomar alguns cuidados que tomaria se estivesse fazendo negócio com um ímpio. Creio que foi exatamente pelo fato dos pastores da ICM gozarem de um histórico de honestidade que o PES mantinha um controle interno deficiente, dando ocasião a um desvio dos recursos da igreja.

Posso estar sendo muito ingênuo, mas, do ângulo que eu consigo ver, entendo que o Presidente da ICM já fez o que devia ser feito e eu não tenho nenhum motivo para duvidar do bom caráter dele.

 

“Informamos que estamos bem tal qual estamos, amamos o culto tal qual ele é, não somos saudosistas de questões que são pormenores como palma e longas homilias. Bem como não almejamos questões que não entendemos bíblicas como: danças litúrgicas, teatros, etc. (questões não presente no culto novo testamentário).”

 Perfeito! Se estão bem, ótimo! A liberdade foi conferida por Deus ao homem desde o Éden. Só não acho razoável que as lideranças religiosas dificultem aos seus membros o acesso ao conhecimento e à informação, pois quem não conhece as opções não pode exercer seu livre arbítrio.

No princípio, Deus mostrou a Adão o que ele podia e o que ele não podia fazer e o deixou livre para escolher. Não seria mais fácil se Deus tivesse escondido a árvore do conhecimento do bem e do mal dos olhos de Adão? Pois é, mas Deus não fez isso! Ao contrário, informou-lhe sobre a existência da árvore e apenas lhe disse que ele não deveria comer do fruto dela.

Curiosamente, hoje há líderes que pensam que estão fazendo bem aos seus liderados ao proibi-los de ter acesso às opções. Fazendo assim, retiram deles a liberdade de escolha, pois desse modo não podem optar por outra coisa que não seja aquilo que o líder está oferecendo. Ou seja, fazem o que o próprio Deus não faz: retirar a liberdade do homem. [sobre liberdade e autoridade: https://bit.ly/pJ4W3D]

Por isso, entendo que todo crente deve ser informado acerca dos diversos entendimentos que existem sobre uma determinada doutrina ou texto bíblico, para que possa, livremente, escolher os que lhe pareçam mais razoáveis.

Quando eu apresento no site Celeiros artigos que mostram o meu entendimento sobre doutrinas praticadas pela ICM, pela Adventista do Sétimo Dia ou pela Igreja Universal do Reino de Deus, não pretendo destruir a fé das pessoas que as seguem, mas acho que é importante que todos conheçam posicionamentos diferentes dos seus para, depois, seguir com mais convicção o caminho que acharem mais ajustado à vontade de Deus. Afinal, todos nós queremos agradar a Deus com nossas vidas, cultos e celebrações. Isso é liberdade! E quando agimos com liberdade, não podemos culpar ninguém, além de nós mesmos, pelos resultados de nossas decisões.

“Deixamos claro que vivemos experiências com dons espirituais que são maravilhosas e nos marcam, bem como com o falar diário de Deus através de sua Palavra, quando o buscamos com coração anelante de uma resposta – entendemos que a Palavra é viva e Deus se revela através dela, não desconhecendo que esse é apenas um modo de Deus falar, pois o mesmo o faz de diversas formas e isso temos vivido em sua plenitude.”

É isso mesmo! As experiências pessoais não podem ser questionadas. Se a pessoa diz que vivencia ou vivenciou certa situação, só nos resta acreditar nelas. Afinal, por que mentiriam? Quando eu li os livros da Rebecca Brown, eu não duvidei das experiências que ela disse ter vivido, embora eu não tenha encontrado fundamentação bíblica para alguns de seus relatos. Nesses casos, eu sempre opto por não trazer essas experiências pessoais para a minha vida, pois acho que se eu me mantiver cumprindo somente o que a bíblia nos ensina estarei mais seguro.

“Não nos interessa os movimentos modernos de música gospel com seus desvios, graça misturada com libertinagem (sem santidade ninguém verá a Deus) e a opção dos “desigrejados” (contrária à Palavra – não deixar-vos de congregar)”

Mais uma vez, trata-se de uma questão de liberdade. Se a ICM acha que agradará mais a Deus contando apenas os louvores feitos por eles, está ótimo! Entretanto, acho precipitadas as conclusões sobre a motivação daqueles que cantam outro tipo de música. Afirmar que os “movimentos modernos de música gospel” são libertinos e impuros (sem santidade) é fazer exatamente o que se acabou de criticar na carta: generalizar: olhar para os defeitos e fechar os olhos para as virtudes. Afinal, são todos libertinos e impuros? Será que o autor da carta conseguiu fazer a leitura interior dessas pessoas, assim como Deus faz? É possível julgar o coração das pessoas sem conhecê-las ou contemplando apenas o exterior?

Neste ponto, infelizmente, parece-me que nada mudou. O autor faz um julgamento precipitado, a meu ver, e sem fundamentos bíblicos para dar suporte ao que se julga ser santo e agradável a Deus.

“Finalizando informamos que as atividades da igreja, todas com um fim único de propagar o Evangelho, não nos são um peso, ou fardo, pois se a fazemos a fazemos como gratidão sendo as mesmas pequenas diante do muito que Ele fez por nós na cruz. Fardo é para aquele que se afasta do Corpo, deixa esfriar o primeiro amor, tornando-se senhor de si mesmo esquecendo-se do muito que o verdadeiro Senhor fez por ele, indo atrás de línguas maledicentes que pervertem os bons costumes.”

Sim, se há liberdade e amor, mesmo que o trabalho seja árduo, é gratificante.

Encerrando meus comentários sobre a carta postada no Orkut, é bom esclarecer que eu já estou afastado da ICM há sete anos e, por isso, não tenho mais como saber se o discurso apresentado condiz com a prática.

Se sim, é possível afirmar que muita coisa tem mudado por lá.

E o meu sincero desejo é que esses nossos irmãos progridam cada vez mais na fé cristã, especialmente no que diz respeito à união e à comunhão do corpo de Cristo, respeitada a liberdade de servir e cultuar a Deus do modo como lhes parecer melhor.

Quanto aos textos que me foram enviados sobre questões administrativas da ICM, não tenho paciência para lê-los, pois isso não me diz respeito e não me interessa. Aliás, percebo que já fiz o que podia fazer. Dediquei muitas horas de meu tempo nos últimos anos tentando ajudar aqueles que pediram apoio para se levantar. Agora, percebo há várias outras pessoas, igualmente capacitadas e mais atualizadas do que eu para fazê-lo. Na carta 202 (https://bit.ly/w9L1E1) fiz uma relação de sites e comunidades do Orkut que trazem muitas informações e agregam, ao todo, quase 10.000 pessoas, de modo que creio que minha parcela de contribuição pode se encerrar por aqui. Já retirei o “fale conosco” do site Celeiros.

Pretendo, doravante, dedicar-me a outras causas. Preciso de mais tempo para preparar estudos de grupos de comunhão e para a formulação de novos seminários de ensino de princípios bíblicos. Eventualmente, publicarei no site alguns artigos, estudos e mensagens sobre temas polêmicos apenas para expressar meu ponto de vista e não para abrir debates. Ninguém tem que concordar comigo. Nem na CEEN eu encontro apoio para alguns de meus posicionamentos e nem por isso há espaço para desrespeito. É muito bom sermos livres para ler, investigar, pensar e falar. Quem age com amor, responsabilidade e respeito e não precisa temer nada e nem se esconder atrás do anonimato. Assim eu creio:

“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (1 João 4:18 RA)

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pr. Sólon.