Carta 189

02/07/2013 16:25

DATA DA PUBLICAÇÃO: 12/12/2011

 

 

De: JOÃO

Para: Pr. Sólon

Data: 9 de dezembro de 2011 21:56

Assunto: Is this true?

Now what do you say about this?   Can you speak more freely now that

This no longer anonymous?   How would you sum up this letter?  Who did what?

Anexo: Procedimento Adm PES.pdf

 

De: Pr. Sólon

Para: JOÃO

Data: 12 de dezembro de 2011 01:29

assunto Re: Is this true?

Prezado irmão, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

Li o relatório sobre o procedimento administrativo instaurado pelo Presbitério Espírito Santense da Igreja Cristã Maranata que você me enviou (PA-ICM-PES/n.01/2011). Como você mesmo disse, agora não se trata mais de denúncia anônima.

Sim, agora temos fatos apurados por uma comissão que, ao fim, constatou diversas fragilidades dos procedimentos administrativos (contábeis e financeiros) do PES, restando evidente a inexistência de controles internos eficientes naquela instituição. Ao fim, vê-se que a comissão estabeleceu o nexo de causalidade entre os fatos e os responsáveis e recomendou a instauração dos demais procedimentos que extrapolam a esfera administrativa, tendo em vista os fortes indícios de desvio de recursos financeiros da instituição.

Eu não sei como você teve acesso a esse relatório, mas parece-me que a ICM está com um sério problema de lealdade em sua liderança.

Minha surpresa com relação a tudo isso não foi menor do que a dos próprios membros da ICM. Na verdade, eu mesmo não queria acreditar que tudo isso fosse verdade.

O que eu tenho a dizer? Simplesmente, que lamento muito.

Meu irmão, eu não sei dizer como funcionam as coisas hoje nas igrejas locais da ICM, mas no meu tempo era impensável um pastor lançar mão dos recursos da igreja sem autorização, nem mesmo para gastos que eu considerava essenciais à manutenção dos cultos. Ao contrário, economizávamos ao máximo, para enviar ao Presbitério o maior valor possível.

Lembro-me que nós mesmos, os membros, comprávamos os copos descartáveis, os papéis-toalha e o sabonete líquido porque esses gastos não eram autorizados pela igreja e eu os considerava produtos de higiene básica indispensáveis em locais de aglomeração de pessoas.

 

Ventiladores? Bebedouros com água gelada? Tapetes? Coisas mais caras que a igreja não autorizava eu fazia questão de comprar (com meu dinheiro) em toda congregação por onde eu passava, para não onerar a igreja.

Nas grandes reuniões evangelísticas, nós fazíamos as “vaquinhas” para pagar o ônibus que levariam os irmãos e os convidados.

Quando alguém precisava de socorro (remédios, exames caros ou cestas básicas), a congregação contribuía com o que podia. Tudo isso para não onerar a igreja. Certa vez os pastores de Brasília fizeram uma “vaquinha” para ajudar um pastor de Goiânia que estava enfermo e não tinha condições financeiras para custear o seu tratamento. Nós sabíamos que a igreja não autorizava ajuda nesses casos, mesmo se tratando de um de seus principais colaboradores, por isso tivemos que fazer nós mesmos.

Lembro-me, também, da economia que fazíamos para diminuir a conta de energia e de água. Tudo era feito com o propósito de manter as despesas bem baixas, em atenção às orientações da igreja, já que aprendemos nos seminários (maanains) que os recursos recolhidos eram utilizados nas regiões mais carentes, que jamais teriam condições de comprar um terreno e construir um templo.

Depois de todo o esforço para economizar, pagávamos as despesas autorizadas e enviávamos todo o restante para o Presbitério, acompanhado de um minucioso relatório de prestação de contas assinado pelo tesoureiro e pelo pastor da congregação.

Enfim, o zelo e o cuidado com a utilização e com o gerenciamento do dinheiro da igreja sempre foi extremo. Todos tinham muito temor nos corações, pois sabiam que esses recursos provinham da fé que cada um depositava em Deus e nos pastores da ICM.

Essa é a imagem que eu tenho em minha mente em relação à administração dos dízimos na Igreja Cristã Maranta. É difícil de acreditar que alguém que viveu isso, como eu vivi, tenha coragem de lançar mão desses recursos em proveito próprio.

Mas, a pergunta é: isso macula toda a instituição?

Creio que não. Entendo que esse é um fato isolado que não deve manchar a honra de todo o grupo. Note que o Presidente da ICM em nenhum momento compactuou com a desonestidade. E assim que tomou conhecimento das denúncias, ordenou a apuração dos fatos. De outro lado, os membros da ICM, em grande maioria (já não posso mais dizer em sua totalidade), são tementes a Deus, extremamente comprometidos com a instituição e zelosos em todo o trabalho da igreja.

Portanto, acho uma grande injustiça atribuir a toda a ICM esses fatos que considero isolados. Penso que tanto o seu presidente como os seus membros não merecem isso.

Creio que foi exatamente a extrema confiança depositada em algumas pessoas que propiciou os descuidos administrativos. Ora, a comissão instaurada pelo PES identificou que a prestação de contas estava atrasada há quatro anos! Não é prudente que uma igreja que movimenta tanto dinheiro abra mão da regularidade da prestação de contas e que não tenha controles internos eficientes.

 

Mas, sejamos razoáveis: o Presidente da ICM não tem como cuidar de tantos detalhes pessoalmente sem delegar responsabilidades a algumas pessoas que ele julgar ter as qualidades para determinadas funções. Sim, essa escolha é dele e não de Deus.

Eu sei que na ICM as pessoas pensam que Deus revela todas as coisas, mas o simples fato de haver consecutivas mudanças de rumos deveria ser suficiente para mostrar aos membros que a ICM é igual a qualquer outra igreja, onde homens de Deus devem tomam decisões baseando-se em sua própria espiritualidade.

Veja que a dinâmica do culto de 5ª feira (revelado) já mudou algumas vezes. A escola bíblica (revelada até no horário) também já mudou. No período das eleições, quanta mudança!

Não há nada de mais em tomar algumas decisões erradas, desde que tenhamos disposição humildade e coragem para admitir os erros e corrigi-los quando os identificamos. Errar e não admitir é lançar erro sobre erro, pecado sobre pecado: é somar ao erro o orgulho e ficar sem esperança de perdão e correção. Se a ICM se diz ser a “obra de Davi”, deveria seguir o seu exemplo no que diz respeito ao reconhecimento do erro. Essa é a única forma de permanecer viva:

“Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás.” (2 Samuel 12:13 RA)

Eu sei que muitos dirão: “não foi a igreja que errou, mas apenas alguns de seus líderes”. Concordo. E já disse que o comportamento pontual de alguns não pode ser generalizado e macular toda a instituição. Mas, a responsabilidade pela reparação do erro perante os membros e perante o público externo é de seus representantes.

No Direito Administrativo Brasileiro há a figura da “responsabilidade civil objetiva do Estado” que ensina que o erro cometido por um agente do Estado não afasta o dever da Administração Pública de reparar o dano, ainda que o Estado não tenha sido, diretamente, o causador do prejuízo. O Estado deve assumir a responsabilidade responde pelos danos causados a terceiros e depois, se for o caso, buscar a sua própria reparação (art. 37, § 6º da CF).

Para facilitar o entendimento, vou dar um exemplo comercial: se o garçom de um restaurante for grosseiro com um freguês, é certo que o dono irá até o freguês se desculpar pela atitude de seu empregado, pois ele é o responsável pelo restaurante.

No caso da ICM não deveria ser diferente: ela deveria assumir a responsabilidade pela atuação de seus delegados, sejam pastores ou simplesmente empregados. Colocar a culpa nos corruptos dizer-se inocente é, no mínimo, uma fuga de sua responsabilidade. Afinal, a escolha dos colaboradores ou empregados cabe ao Presidente da instituição. De igual modo, a responsabilidade por vigiar também é dele, em última instância. Se ele escolheu mal e não vigiou, deve assumir sua culpa. Isso é o que chamamos no Direito Brasileiro de “culpa in eligendo” e “culpa in vigilando”.

Atacar os anônimos que denunciaram não é uma boa saída neste caso e nesta hora. Eu não estou defendendo o anonimato, que, aliás, eu repudio. Só estou dizendo que fazer isso agora é tentar mudar o foco para não enfrentar a questão principal.

É bom lembrar que Davi não colocou a culpa na mulher que se banhava nua perto da janela que dava para o seu palácio. Também, não procurou se justificar alegando a fraqueza da carne. Tampouco se irritou com o profeta que Deus enviou para repreendê-lo. Apenas admitiu o erro, clamou por perdão e recebeu a bênção de continuar vivo pela misericórdia de Deus.

Mas, isso só é possível onde há humildade e coragem. Vociferar contra o denunciante não resolve; disciplinar os corruptos não resolve; e esconder a verdade não resolve. O que manterá a ICM viva é admitir que errou, mesmo que indiretamente; arrepender-se; pedir perdão a Deus e aos que foram prejudicados (os dizimistas) e deixar o resto com Deus, pois Ele dá honra aos humildes, mas abate os orgulhosos:

“A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra.” (Provérbios 29:23 RA)

Amado, esse é apenas o modo como eu enxerguei os fatos que chegaram ao meu conhecimento. Expressei minha opinião do ponto de vista espiritual e do ponto de vista administrativo, mas eu posso estar errado em minhas avaliações, especialmente no que diz respeito às questões administrativas. Eu trabalhei na Polícia Federal por sete anos e depois passei à carreira de auditoria pública federal, mas não tenho como fazer uma avaliação precisa apenas com o relatório que você me enviou, pois eu não tenho acesso aos autos dessa investigação. Sobre a tecnicidade do relatório, prefiro não comentar, pois não quero avaliar o trabalho de outras pessoas.

Você pediu minha avaliação e eu a apresentei, já que mantenho esse canal de comunicação aberto.

Não publiquei o relatório que você me enviou porque trata de questões internas da ICM, além de apresentar nomes das pessoas envolvidas.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pr. Sólon.

 

De: JOÃO

Para: Pr. Sólon

Data: 12 de dezembro de 2011 13:57

Assunto: Re: Is this true?

It's sad news. I found this report on Orkut, where someone posted a link to the document on 4shared. I think it's important for folks to realize that the actions of a few do not reflect the actions of many.

That's true.

But it's also a symptom of a deeper problem. Maranatha has set a VERY high standard for itself.   They seem to claim/imply that EVERYTHING is revealed.

 

So corrupt this DEEP and HIGH UP in the organization is a very serious problem.   The meeting of the PES I used to imagine as Jesus meeting with His disciples.  Now I see these meetings are nothing more than mere men, just like in ANY OTHER DENOMINATION.

But I still believe much of the doctrine (if not all) is biblical.

However... I have serious doubts about if EVERY orientation is from the Holy Spirit (as we've been told repeatedly).

My advice for anyone still in Marnatha is this: Stay if you are still receiving a blessing, and if you're still growing, etc.

I personally have no problem following a "revealed" orientation if it's biblical.  For example, if we are told "the Lord revealed for us to pray for X no date Y" - no problem.  It's biblical to pray.   It's great to pray together with hundrends and thousand of brethern as a BODY.  That's a blessing. Why not continue?  That's a blessing.

But to be made to feel guilty about little legalistic details that the bible does not require, I think is something people can feel some freedom from.

Peace

 

De: Pr. Sólon

Para: JOÃO

Data: 12 de dezembro de 2011 21:27

Assunto: Re: Is this true?

Prezado irmão, que paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

Sim, é bom que você siga sua consciência, pois nós bem sabemos que somos livres para semear, mas depois que semeamos somos obrigados a colher o que plantamos, ou seja, a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória.

“A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.” (Romanos 14:22 RA)

Grande abraço,

Pr. Sólon

 

De: Pr. Sólon

Para: JOÃO

Data13 de dezembro de 2011 08:38

Assunto: Re: Is this true?

Prezado irmão, que paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

Sim, você está certo. A própria bíblia nos garante que não há perfeição no homem e que todos estão sujeitos às paixões humanas e à queda, mesmo aqueles que pensam que são melhores, mais sábios, mais santos, mais dignos e mais justos:

“Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.” (1 Coríntios 10:12 RA)

Mas, o fato do homem ser falho não pode ser justificativa para a nossa acomodação. Ao contrário, muito mais precisamos lutar contra o engano, contra o pecado, contra a heresia, contra a soberba, contra a injustiça e contra o "esfriamento" espiritual, pois fomos chamados para ser luz neste mundo de trevas (Mt 5:14).

Por isso, não podemos desistir de tentar melhorar a cada dia. Temos que imitar aqueles que fazem o que é certo, justo e bom diante de Deus:

“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1 Coríntios 11:1 RA)

Quanto àqueles que renegam a palavra de Deus, apostatando da fé e produzindo escândalos que afastam o homem da salvação, só podemos lamentar e pedir a Deus que tenha misericórdia deles:

“Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm!” (Lucas 17:1 RA)

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pr. Sólon.