Carta 178

22/10/2011 16:13

17 de outubro de 2011 19:11

Assunto: email do pastor sólon

 

Olá! a paz do Senhor Jesus!

Gostaria que me enviassem o email no qual eu poderei entrar em contato com o pastor Sólon para lhe escrever uma carta.

Desde já obrigada!

A paz

MARIA

 

De: Site Celeiros

Para: MARIA

Enviadas: Terça-feira, 18 de Outubro de 2011 16:11

Assunto: Re: email do pastor sólon

Prezada irmã MARIA, a paz do Senhor Jesus.

 Você pode enviar sua mensagem neste endereço que nós encaminharemos aos cuidados do Pr. Sólon.

 Fraternalmente,

 A Secretaria

 

De: MARIA

Para: Site Celeiros

Data: 19 de outubro de 2011 17:16

 

Olá, pastor Sólon

A paz do Senhor Jesus!

Meu nome é MARIA, tenho (...) anos e congrego na ICM desde que nasci.

Apesar disso, eu só fui ter realmente entendimento da Verdade e ter um encontro com Cristo, quando me batizei em abril de (...).

Desde então, foi como se uma luz viesse sobre meus olhos, e aos poucos foi me fazendo enxergar certas coisas que acontecem dentro da ICM. Coisas estas, que as pessoas tentam abafar a todo custo, e outras, que aos olhos de pessoas esclarecidas são absurdas, e para eles são normais e até motivo de orgulho. Afinal, a ICM tem que ser sempre a igreja diferente.

Sou jovem e tenho muitas amigas e amigos de outras denominações, e pra mim sempre foi difícil compreender esse fechamento, a não aceitação da ICM das outras denominações.

O senhor pode pensar que de (...) para 2011 seja pouco tempo. E é mesmo. Mas neste pouco espaço de tempo, eu consegui ver tudo que eu precisava saber sobre a ICM, e quase nada ali me agrada. Discordo de muitas coisas. Só para citar um exemplo de algumas das discordâncias: por que eles consultam o batismo? Pode isso?

E também, neste curto tempo, eu pensei mil vezes em deixar a Maranata.

Porém, sempre relevei esse pensamento por eu ser filha de um (...), minha mãe é do (...) e eu sou também do (...).

Meu irmão nasceu e foi criado na ICM, mas por já enxergar a verdade devido a situações de 'sinais' que tiveram com ele que nada condizia com a vida dele naqueles 'cultos especiais de oração nas quintas-feiras', ele hoje pertence a Igreja (...) e está muito bem lá.

Eu já passei por vários estágios neste período de (...) anos. Estágios de pânico e terror de deixar a 'Obra'.

Sim, pastor, é isso mesmo que eu senti! Eles te prendem tanto e te ameaçam subliminarmente, que as pessoas sentem pânico e horror de deixar a ICM.

Só que, graças a Deus, eu passei por essa fase e hoje eu cheguei a um ponto que já não consigo mais ficar lá. Eu ainda estou no (...), mas estar lá tem sido muito difícil, tem sido um fardo muito difícil de carregar.

E agora, eles estão fazendo cultos especiais nos quais utilizam a vídeo conferência e o sinal do satélite que tem, na minha opinião, acabado com a comunhão e com a operação do Espírito Santo nos cultos. Tudo se tornou um vazio sem fim.

Pastor, não posso deixar de mencionar que há alguns meses eu namoro com um rapaz da igreja (...).

E quando conversei com meu pastor, aqui na ICM, sobre meu namoro, ele me disse coisas horríveis e absurdas. Ele ousou dizer que eu estaria saindo da obra verdadeira pra seguir um religioso. Eu sai dessa conversa arrasada e abalada.

Eu tenho visitado a igreja do meu namorado e lá eu sinto uma paz tão grande, sinto a presença do Senhor maravilhosamente. Lá, eu sinto uma liberdade impressionante que na ICM eu nunca senti. Tenho me identificado muito com a igreja (...).

Sabe, eu tenho plena consciência que ao me casar com ele, irei com ele para a igreja (...). O que farei com muito prazer. Mas, esse nosso planejamento só poderá se concretizar em torno de um ano ou um ano e meio. Pastor, essa é grande questão pra mim!

 

Eu não sei se antecipo a minha ida pra igreja (...), afinal eu já não consigo encarar a ICM, sinto que estou chegando no meu limite. Ou se espero esse tempo até o meu casamento para então eu seguir meu noivo.

Não sei o que fazer!

Pastor Sólon, eu estou te escrevendo porque tenho lido sempre os seus estudos e cartas do site dos quais eu gosto muito, e vejo que me identifico muito com suas opiniões e pensamentos. Por isso, eu peço que se puder ler este e-mail e respondê-lo, eu agradeceria muitíssimo. Peço também que o senhor e todos os irmãos ai orem pela minha vida.

Finalizo por aqui.

Obrigada. A paz do Senhor Jesus!

 

De: Site Celeiros

Para: MARIA

Enviadas: Terça-feira, 21 de Outubro de 2011 10:27

Prezada irmã MARIA, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua casa.

Vou respondê-la com a sinceridade e com o amor de um pai, pois tenho três filhas com idades próximas à sua. Dividirei a resposta em tópicos, em ordem diferente de suas colocações.

Sobre o medo de deixar a ICM

Minha irmã, não posso falar sobre o futuro de ninguém, pois há inúmeras variáveis envolvidas nisso. No entanto, posso falar sobre minha experiência pessoal. Deixei a ICM quando minhas filhas ainda eram crianças e hoje elas já são jovens como você. Louvo muito a Deus por ter feito a coisa certa e na hora certa. Hoje, elas vivem na presença do Senhor de modo equilibrado e saudável, sem qualquer trauma ou influência espiritual negativa que poderia ter levado à divisão da minha casa.

Minhas filhas são a prova viva do quanto as mensagens que recebíamos no passado não passavam de elucubrações que não procediam de Deus.

Apenas para ilustrar, veja abaixo um trecho de uma circular do Presbitério Espírito Santense da Igreja Cristã Maranata, sem data, mas que foi distribuída a todos os pastores daquela igreja logo após a minha saída de lá:

Um triste exemplo: em determinada igreja, um obreiro foi disciplinado. O mesmo aliciou alguns neófitos, usando seus filhos e amigos para abrir um local de culto ao "todo poderoso" ($), incluindo na rebelião novos convertidos. Utilizou para tanto textos bíblicos (letra) para se colocar acima do governo e principalmente querendo ser visto como mártir por alguns, marcando encontros por telefone etc. Uma figura "negra" ficou incumbida de fazer propaganda dos cultos onde "Deus estava operando maravilhas" com muito poder e que agora todos estariam livres para freqüentar cinemas e outros ambientes, liberdade para usar roupas esporte-femininas, liberdade para gritar bobagens, tolices no meio do culto e outras asneiras que se vê em "movimentos", cujo fim é o misticismo, a idolatria (ao líder), superstição e ecumenismo. Confessar o nome de Jesus com a boca não é colocar a boca a disposição da carne. O sentido de confessar é muito mais amplo que vai desde a boca fechada por temor a Deus, passando pelas cartas cujo o intento é semear contenda entre irmãos até o caso de Estevão e Antipas (a testemunha fiel).

Romanos 16:17 - "Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles."

II Timóteo 3:9 - "Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesta a sua insensatez, como também o foi a daqueles."

I Timóteo 5:24 - "Os pecados de alguns homens são manifestos antes de entrarem em juízo, enquanto os de outros descobrem-se depois."

O cabeça, sem a benção, sem a autoridade, sem discernimento acabou-se. Infelizmente seus filhos foram para o mundo, e outros entusiasmados desiludidos, envergonhados; instrumentista foi tocar em bares e boates; "o grande avivamento", que não passou de alguns meses, acabou, e os que voltaram estão lutando para sair do emaranhado. O pouco tempo fora da Obra trouxe marcas de opressão e muitas lutas. Naquela região, depois da limpeza, a Obra despontou com grandes bênçãos em todos os sentidos.

Não vou comentar a carta citada, até porque ela fala por si só e serve de prova do quanto esses conceitos são desconectados da verdade e do conhecimento da realidade. Quero apenas mostrar que toda a maldição sutilmente lançada contra as famílias que deixam a ICM não tem qualquer poder de agir sobre nós. Afinal, contra Jacó não vale encantamento:

“20 Eis que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar. 21 Não viu iniqüidade em Jacó, nem contemplou desventura em Israel; o SENHOR, seu Deus, está com ele, no meio dele se ouvem aclamações ao seu Rei. 22  Deus os tirou do Egito; as forças deles são como as do boi selvagem. 23  Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; agora, se poderá dizer de Jacó e de Israel: Que coisas tem feito Deus!” (Números 23:20-23 RA)

Hoje sinto grande satisfação em ver que, com a graça de Deus, temos conseguido viver muito melhor que outrora. Qualquer uma das minhas filhas pode dar esse mesmo testemunho. Saímos e isso nos trouxe uma melhora da nossa qualidade de vida e do nosso relacionamento familiar. Além disso, minhas filhas não trazem ódio no coração e são livres para ter comunhão com todo o corpo de Cristo sem preconceitos, sabendo exatamente a que se presta o evangelho do Senhor Jesus. Louvado seja o Senhor!

Quanto a você, não posso dizer para sair e nem para ficar. Essa é uma decisão somente sua. Eu posso apenas sugerir alguma reflexão, mas, seja qual for a sua escolha, simplesmente, não tenha medo.

“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (1 João 4:18 RA)

Sobre a reação do seu pastor

“E Quando conversei com meu pastor, aqui na ICM, sobre meu namoro, ele me disse coisas horríveis e absurdas. Ele ousou dizer que eu estaria saindo da obra verdadeira pra seguir um religioso. Eu sai dessa conversa arrasada e abalada.”

Amada, o modo como o seu pastor tratou o assunto do seu namoro não significa que ele seja um mau pastor. Isso apenas mostra que ele é um “bom maranata”, comprometido com o ensino da igreja, como era de se esperar. Na verdade ele apenas repete o que ouve constantemente. Faz isso sem pensar, como todos os outros.

De tanto ouvirmos uma mentira como se fosse uma verdade, repetidamente, passamos a acreditar nela e paramos de refletir para nossa mente não entrar em parafuso.

Quando vejo alguns membros da ICM dizendo que eles não ensinam que a “obra” tem a exclusividade da salvação eu fico a pensar: será que essa pessoa é realmente da ICM? Será que ela está fingindo que não sabe de nada, para defender toda a estrutura de fé que construiu ao longo de muitos anos? Será que essa pessoa consegue fazer associações lógicas?

O raciocínio é muito simples. Vou usar apenas os argumentos que você mesma trouxe ao meu conhecimento:

·         se você não pode visitar outra igreja sem se sentir culpada (a sensação de culpa decorre do sentimento de que você está fazendo alguma coisa errada – no mínimo, alguém colocou em você essa noção de “certo x errado”);

·         se você não pode manter um relacionamento afetivo com alguém de outra denominação evangélica sem ser repreendida (só se repreende quem está fazendo algo errado);

·         se você não pode nem pensar em mudar de igreja que já fica aterrorizada (o medo vem da expectativa de punição ou de conseqüências graves de ações arriscadas – mais uma vez, alguém criou em você essas expectativas baseadas nas noções de certo x errado; justo x injusto; bem x mal; ação x conseqüências);

·         se quem recrimina e ensina todas essas coisas diz que tem a revelação de Deus e quer o seu bem e está lhe protegendo do mal;

·         se Deus é bom, é amor e não faz mal aos seus filhos;

Logo, por conseqüência lógica, você não pode visitar outras igrejas ou relacionar-se com seus membros, pois isso é mal, errado, não vem de Deus e trará conseqüências desastrosas para sua vida.

Agora me diga: supondo que isso que eu disse seja assim mesmo, uma igreja que introduz tais pensamentos na mente de seus membros está ou não fazendo deles seus reféns, ainda que pensem que são livres? O que você poderá esperar de um pastor que, no mínimo, está há dez anos nesse sistema?

Não o culpe, querida. Ele é apenas mais uma vítima.

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.” (Gálatas 5:1 RA)

Sobre a escola bíblica

Se você está sentindo falta de estudos bíblicos, especialmente nos cultos que antes eram uma escola bíblica dominical, tire um dia para ir à escola bíblica da igreja a que o seu namorado pertence. Certamente, a igreja (...) valoriza o ensino bíblico e não deixará que esse tempo se destine à “vacinação” contra o “vírus” do “quero sair daqui”.

Sobre frequentar uma igreja diferente da dos seus pais

Querida, em relação ao seu desejo de deixar a ICM enquanto seus pais ainda estão lá, sugiro que você converse com eles e seja bem sincera, revelando sua angústia. Seus pais merecem todo seu respeito, admiração e amor. Se eles não enxergam as coisas que estamos comentando, saiba que a culpa não é deles. Mas, se eles já conseguem perceber que algo não está muito certo em suas rotinas religiosas, eles a compreenderão e até a apoiarão.

Caso contrário, se é importante para eles que você continue na ICM, creio que você pode ficar junto deles sem qualquer problema. Não é o lugar que fará de você uma adoradora ou uma serva, mas a disposição de sua alma. Se sua mente é livre, você será uma bênção onde você estiver. Lembre-se da jovem que estava na casa do general Naamã. Ela não podia sair dali, fisicamente, mas sua mente era livre, inclusive para influenciar positivamente as pessoas com as quais convivia (2 Rs 5:2-6).

Sobre o momento de mudar de igreja, se for o caso.

Amada, enquanto você não se casa, como eu disse, não vejo problema algum de você ficar na ICM com sua família. Só estou estranhando o fato de você ainda não ter sido disciplinada em razão de seu namoro com um jovem de outra denominação evangélica.

Seja como for, viva em paz com seus pais enquanto vocês estão juntos, pois após seu casamento você será uma só carne com seu marido e, a meu ver, você deve acompanhá-lo e apoiá‑lo.

Ao se casar, você romperá, necessariamente o laço de submissão com seus pais e se submeterá ao seu marido. O segundo vínculo só será forte se o primeiro for rompido. É por isso que a bíblia nos diz: “... deixará o homem a seu pai e mãe e unir-se-á a sua mulher,” (Marcos 10:7 RA). Isso não significa que você não deve honrar seus pais, mas que você estará sujeita a uma nova direção, pois o cabeça de sua vida será seu marido.

Sobre a igreja e a união familiar

Pelo que percebi, você já está bem consciente sobre a igreja que frequentará após o seu casamento.

Acho adequada sua atitude. Sobre essa questão há muitas pessoas que não conseguem enxergar a influência dessa escolha para a unidade familiar. Eu, porém, não vejo essa escolha como algo sem importância. Ao contrário, penso ser esta uma das maiores guerras hoje travadas em alguns lares cristãos.

Imagine um casamento de crentes que não se entendem quanto ao melhor lugar onde congregarão. Ficarão divididos? Acham isso normal? Que casamento é esse? Que união é essa? Que comunhão? Acham que é melhor ficarem separados para não brigarem? Foi isso que Jesus e os apóstolos ensinaram? Cada um para um lado? Imagine como ficam as cabeças dos filhos? “Quem está certo, papai ou mamãe? Papai é batista e mamãe e Maranata: um não ‘pisa’ na igreja do outro e, quando fazem isso, por obrigação, saem irritados e brigando”. Isso é normal?

Ora, se o local que frequentamos fosse apenas uma questão de preferência, será que não poderíamos preferir a união do nosso lar? Mas, o problema é mais complexo. Certas facções da igreja moderna estão disputando crentes/seguidores a ponto de incutirem em suas mentes que a escolha da denominação evangélica não é uma simples questão de preferência, mas uma questão de salvação da alma.

Vamos relembrar um trecho da circular da ICM que transcrevi no início:

“...outras asneiras que se vê em "movimentos", cujo fim é o misticismo, a idolatria (ao líder), superstição e ecumenismo. (o grifo não consta do original)

Ora, uma afirmação dessas é o mesmo que dizer que quem está em outra denominação (chamada de movimento) vai para o inferno. Daí, podemos compreender o porquê algumas mulheres preferem dividir seus lares a frequentar outra igreja. E olhe que eu estou falando de denominações reconhecidamente evangélicas.

Eu me referi às mulheres porque na minha opinião (não precisa concordar comigo), somente uma impregnação intensa de falsos conceitos espirituais em suas mentes pode fazer com que se afastem tanto assim do conceito bíblico de “mulher virtuosa”. Veja que a mulher virtuosa a que a bíblia se refere é extremamente preocupada com sua casa, com seu marido e com seus filhos, senão vejamos:

“10 Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias. 11  O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho. 12  Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida. 13  (...) 21  No tocante à sua casa, não teme a neve, pois todos andam vestidos de lã escarlate. 22  Faz para si cobertas, veste-se de linho fino e de púrpura. 23  Seu marido é estimado entre os juízes, quando se assenta com os anciãos da terra. (...) 27 Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça. 28  Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: 29  Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.” (Provérbios 31:10-29 RA)

Mas, não é só. A bíblia nos diz que a mulher sábia edifica a sua casa (Pv 14:1); é auxiliadora  de seu marido (Gn 2:18), tendo-o por cabeça (1Co 11:3 – Ef 5:23), respeitando-o (Ef 5:33), sujeitando-se a ele no Senhor (Ef. 5:24), confiando que ele a amará como Cristo amou a sua igreja (Ef 5:25) e que só lhe fará bem, como o faz a si mesmo (Ef 5:28).

Parece-me que a mulher que pensa em si mesma, não auxilia o seu marido, resiste ao seu chamado e não se doa por seus filhos e por sua casa está muito distante desses ensinamentos bíblicos.

Por isso, entendo que a mulher que anda segundo a palavra de Deus deve acompanhar o seu marido e procurar ajudá-lo em seu ministério, seja em que denominação evangélica for.

 “26 E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; 27  e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.” (Mateus 7:26-27 RA)

“A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba.” (Provérbios 14:1 RA)

Ora, se a preocupação da mulher é, de fato, a sua casa, ela não se importará nem um pouco em frequentar a igreja do seu marido. Mas, se ela caminhar segundo o curso deste mundo, pensará em si mesma: será egoísta, vaidosa, intransigente e mostrará quem é a cabeça em sua casa.

De outro modo, se a mulher anda segundo o curso das religiões que não se importam com a família, ainda que pense estar seguindo a Deus, estará seguindo a Satanás, que desde sempre pretendeu a divisão e o enfraquecimento das famílias. Ora, a mulher que não é capaz de sujeitar-se ao seu marido, nos termos bíblicos, não se sujeita a Deus, que foi quem estabeleceu as coisas assim, gostemos ou não.

“1 Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. 2  De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.” (Romanos 13:1-2 RA)

Vamos nos lembrar do que aconteceu quando Moisés queria partir com o povo do Egito? Uma das propostas de Faraó foi: podem ir os homens, mas deixem as mulheres e as crianças. Em outras palavras, a proposta era: sirvam a Deus sem suas famílias!

“8 Então, Moisés e Arão foram conduzidos à presença de Faraó; e este lhes disse: Ide, servi ao SENHOR, vosso Deus; porém quais são os que hão de ir? 9  Respondeu-lhe Moisés: Havemos de ir com os nossos jovens, e com os nossos velhos, e com os filhos, e com as filhas, e com os nossos rebanhos, e com os nossos gados; havemos de ir, porque temos de celebrar festa ao SENHOR. 10  Replicou-lhes Faraó: Seja o SENHOR convosco, caso eu vos deixe ir e as crianças. Vede, pois tendes conosco más intenções. 11  Não há de ser assim; ide somente vós, os homens, e servi ao SENHOR; pois isso é o que pedistes. E os expulsaram da presença de Faraó.” (Êxodo 10:8-11 RA)

Observe a astúcia de Faraó. Ele quis fazer com que Moisés se sentisse culpado, acusando-o de ser astucioso e mal intencionado. Moisés, entretanto, ciente da vontade de Deus, afirmou que só sairiam com suas famílias, pois esse era o propósito de Deus: nem uma unha ficará para trás!

26 E também os nossos rebanhos irão conosco, nem uma unha ficará; porque deles havemos de tomar, para servir ao SENHOR, nosso Deus, e não sabemos com que havemos de servir ao SENHOR, até que cheguemos lá.” (Êxodo 10:8-26 RA)

Eu sei que há pessoas intransigentes e outras que não suportam a ideia de renúncia de seus interesses pessoais em favor da estabilidade de suas famílias, mas Deus ainda é Deus. Eu creio em um Deus poderoso que muda o mundo pelo exercício do amor. Jesus fez isso e não nos ensinou coisa diferente.

“33  e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios. 34  Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava interrogá-lo.” (Marcos 12:33-34 RA)

Afinal, de que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria família?

Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente.” (1 Timóteo 5:8 RA)

É isto que o Diabo quer: enfraquecer a unidade familiar, provocar divisão e aniquilar a nossa descendência, fazendo com que os homens fiquem sem mulheres e que as mulheres e as crianças fiquem a mercê de faraó.

Infelizmente, muitas famílias têm admitido a divisão, cooperando com a obra do Diabo e sofrendo as consequências.

Em resumo: penso que o casal deve ser capaz de conviver em harmonia e frequentar a mesma igreja. E quem deve seguir quem? A mulher, se é que é crente (virtuosa), deve seguir o homem, por amor à família e à missão do marido, ainda que tenha que sacrificar preferências pessoais, uma vez que o local e a liturgia de culto nada têm a ver com salvação, tampouco podem impedir a sua comunhão com Deus.

“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias.” (Provérbios 31:10 RA)

Ora, se alguém não está acostumado a sacrifícios pessoais não pode ser discípulo de Jesus.

“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24 RA)

Só para registro, essa é uma opinião pessoal minha e, nesse pensamento, não tenho o apoio de boa parte dos cristãos modernos.

Sobre a prática de consultar a Deus para batizar os novos convertidos

Quanto à consulta à palavra de Deus para se obter autorização para batizar um novo convertido, isso pode até ser um ato bem intencionado, mas totalmente antibíblico. Ainda que a consulta à palavra de Deus, de modo aleatório, fosse uma prática bíblica (veja estudo a esse respeito em: https://migre.me/5Y4kz), não se aplicaria ao batismo, visto que os exemplos bíblicos são claros quanto aos requisitos do batismo.

O próprio Senhor Jesus deu ordem a seus discípulos para selarem com o batismo os homens que cressem no testemunho a seu respeito (Mt 28:19). É por isso que quem aceita o Senhor Jesus como Senhor e Salvador deve ser batizado. Embora o batismo, por si só, não salve ninguém, faz parte do processo da salvação, senão vejamos:

(Marcos 16:16 RA) “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.”

Não há letra morta na bíblia. A conjunção “e” que liga “crer e for batizado” faz uma soma de duas condições para a salvação. Desse modo, não basta crer somente. É necessário que aquele que creu seja batizado. E, exatamente por isso, o batismo deveria ser encarado com mais seriedade e responsabilidade, inclusive por parte daqueles que criam situações para impedi-lo.

Ora, ninguém pode tomar a decisão do batismo no lugar daquele que creu. Ele é que deve saber sobre sua atitude e disposição mental. A responsabilidade pela verdade da declaração é dele e de ninguém mais. Assim, se após conhecer o testemunho de Jesus ele quiser ser batizado, não podemos impedir, restringir, dizer que não está na hora ou que ele não está apto para receber o batismo. Quem faz isso assume o lugar da pessoa e certamente se tornará responsável por usurpar uma decisão que não lhe pertence.

Pretender colocar essa responsabilidade em Deus, consultando a bíblia, a meu ver, é uma atitude irresponsável. Seria melhor se os homens aprendessem a assumir a responsabilidade por seus atos.

Digo isso porque, na prática, como você deve saber, os candidatos ao batismo na ICM são avaliados por coisas que jamais poderiam impedir alguém de ser batizado. Por exemplo: no meu tempo, uma mulher que usasse calça comprida, mesmo que tivesse se arrependido de seus pecados e aceitado Jesus como seu Senhor e Salvador, não seria batizada na ICM. O mesmo ocorria com o homem que usasse barba. Quem é o responsável por isso? Deus?

Vejamos qual foi a resposta de Filipe a um homem que havia acabado de aceitar o testemunho acerca de Jesus:

“35 Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus. 36  Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? 37  Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. 38  Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco.” (Atos 8:35-38 RA)

Então, qual o requisito bíblico para que um homem, ainda que recém convertido, seja batizado? Quem decide sobre a conveniência e oportunidade do batismo? Filipe fez uma investigação prévia para saber se o eunuco tinha hábitos que ele não concordava? O etíope se vestia como um judeu? Deus foi consultado primeiro? Que direito temos de consultar a Deus sobre algo que nos foi ordenado?

“Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tiago 4:17 RA)

Qualquer novo convertido que leia a bíblia saberá que o único requisito para o batismo é crer no testemunho de Jesus com arrependimento pelos pecados. É óbvio que essa decisão e atitude é pessoal e intransferível. Nós só temos que levar as pessoas a esse conhecimento e estimulá-las a tomarem suas próprias decisões, facilitando as coisas e não as complicando. Veja como Pedro incentivou e agiu em relação às pessoas que ouviram sua primeira pregação:

“36 Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. 37 ¶ Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? 38  Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. 39  Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. 40  Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. 41  Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas.” (Atos 2:36-41 RA)

Mais uma vez, vemos que nenhum outro requisito foi exigido para o batismo além da fé em Jesus e do arrependimento de pecados. Os apóstolos não criaram nenhum obstáculo ao batismo e nem mesmo investigaram detalhes da vida pessoal para aprovarem os que queriam ser batizados. Afinal, essa decisão é de quem crê e de ninguém mais. Nós apenas cumprimos o que nos foi ordenado, se é que cremos na palavra de Deus.

Conclusão

Portanto, querida, perdoe-me se fui além do que deveria, mas espero que esses conselhos possam lhe ser úteis, hoje ou futuramente.

 

Seja uma serva do Senhor, obediente a Deus, e não uma mulher “moderna”, daquelas que se dizem crentes piedosas e submissas, mas que, no fundo, seguem o curso deste mundo, revelando em suas ações a vaidade, a insubmissão, o egoísmo e a religiosidade aparente.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pr. Sólon.