Carta 132

02/07/2013 15:28

De: JOÃO 

Para: prademirlima@gmail.com

Data: 28 de março de 2011 15:15

 

Pastor Ademir, boa tarde e a Paz do Senhor Jesus.

Quero abrir meu coração para o Senhor, pois vejo que és uma pessoa ponderada, polida e Servo do Altíssimo.

Meu nome é JOÃO, sou casado, moro em SP, sou formado em Direito. Sou Obreiro em uma igreja no interior de SP, outrora, fui Batista, quando conheci a Maranata, me encantei com a seriedade, ordem, voluntariedade, brevidade, e simplicidade dos seus cultos.

Logo, logo estava envolvido e passados 10 anos, estou ainda como Obreiro e amando a Obra do Senhor (não a Placa Maranata);

Os escândalos vividos na Maranata, são de longe os que eu vivia em outras denominações (o Senhor sabe disso, pois já viveu lá);

Só não entendo o ódio, o ressentimento, a mágoa, a cólera, a perseguição a mim, digo a mim, pois quando vejo o Dr Sólon atacar a Igreja Maranata, sinto-me ofendido, sinto-me agredido, e acho que ele ataca o Senhor Jesus.

Em uma carta desse Dr Sólon, ele diz que o objetivo dele é tirar membros da Maranata. Tudo bem, Mas onde fica a ética, o respeito, o amor.

Eu não tenho nada com essa guerra, não sou Pastor nem Diácono. Meu Pastor é uma pessoa simples, é um Pedreiro, e eu seu obreiro um Advogado;

Tirando o interesse financeiro, quem está ganhando com essa guerra? Pastor Ademir o Senhor (não o conheço) mas o espírito testifica que és Servo do Altíssimo, vamos lutar juntos em favor de uma causa: ganhar almas.

Vamos esquecer as mágoas do passado (recentemente eu também fiquei magoado) quando afastaram minha filha, depois percebi que o Senhor Deus estava nos provando. Agimos com humildade e ela já voltou às atividades;

Em nome do Senhor Jesus, peço perdão em nome de toda Igreja Maranata e pare de atacar o corpo de Cristo, pare atacar a igreja que pertenço; O Dr Sólon não percebe, mas em seus ataques, parece estar processo de mágoas. Vamos viver o presente e olhar para frente para não perdermos nossa salvação.

Se a coisa é pessoal, então o Dr. Sólon vai até Vitória e pega na porrada com o Gildeti e não conosco (400.000) membros que não tem nada com isso. (ele age como o George Bush em relação ao Iraque);

Com certeza a placa maranata tem muitos defeitos, mas qual ministério não tem?

Como diz o Chaves (aquele do seriado infantil) A vingança não é plena, mata a alma e envenena.

Mais uma vez peço perdão e vamos parar com essa guerra que somente o Sr Lúcifer sai ganhando.

JOÃO.

 

De: Ademir Soares Lima <prademirlima@gmail.com>

Para: JOÃO

Data: 29 de março de 2011 00:02

 

Prezado irmão JOÃO, a paz o Senhor Jesus.

 Amado irmão JOÃO, fique tranquilo, Deus cuida muito bem da sua obra, como você mesmo tem testemunhado.

 Nada podemos contra a verdade e sabemos que toda mentira, ainda que pequena, procede do Diabo, não é mesmo meu querido?

 Por isso, diga-me, em que carta o Pr. Sólon afirmou que "o objetivo dele é tirar membros da Maranata"?

Eu conheço o Pr. Sólon há muitos anos e essa sua informação parece não corresponder com a conduta que tenho observado nele durante todos os anos que convivemos juntos. Em todo caso, se houve uma informação absurda dessas, ou qualquer outra palavra ou aconselhamento dado pelo Pastor Sólon a quem quer que seja, que não reflita a verdade da palavra de Deus e dos fatos, basta o amado irmão nos dizer onde ela está e nós providenciaremos a imediata retratação.

 Também, vou encaminhar seu texto ao Pr. Sólon e pedir que ele lhe responda. O amado irmão deve saber que o Pr. Sólon não lê cartas anônimas, mas vou pedir que ele abra uma exceção no seu caso, já que o  irmão está assim tão angustiado e se sentindo tão ofendido.

Por fim, fica a minha admiração por você ser um obreiro da casa do Senhor há 10 anos. Continue trabalhando para que outras pessoas, assim como você, possam abraçar a obra de Deus humildemente e sem esperar qualquer reconhecimento.

A paz do Senhor Jesus!

Pr. Ademir Lima (061) 9966-4774

 

De: site celeiros

Para: JOÃO

Data: Data:03/04/2011 23:29

 

Prezado irmão JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua família.

Recebi sua mensagem por meio do Pr. Ademir, que me pediu para respondê-lo.

Eu não sei de que cidade de São Paulo você é, mas tenho um apreço especial por esse Estado. Minha mulher é paulista e eu amo passar parte de minhas férias em Itapetininga-SP, todos os anos. Quando eu me aposentar, se possível, quero morar lá.

Também, fico feliz em ver que você tem apreço pelo Pastor Ademir. Todos que o conhecem têm essa mesma consideração, especialmente pelo amor e dedicação que ele tem pelas pessoas, independentemente do estado ou condição em que se encontram. Estou certo que essa é uma das razões dele ter sido escolhido para dirigir o hospital/escola que é a CEEN.

Faço das palavras do Pr. Ademir as minhas: parabéns por estar trabalhando para Deus há tanto tempo, de modo resignado.

Quanto ao amor que você diz ter pela “Obra do Senhor (não a Placa Maranata)”, se você já leu a carta de nº 41 deve saber que tenho restrições quanto a esse termo.

Pessoalmente, entendo que somos apenas cooperadores para que a obra de salvação “em Cristo Jesus” (obra de Deus já consumada no calvário) seja conhecida (Habacuque 3:2), conferindo ao homem oportunidade de aceitá-la e de se salvar. Evidentemente, devemos ser gratos a Deus e a Jesus por essa obra redentora, mas, quanto a amar, prefiro amar a Deus e ao próximo, obedecendo, assim, os mandamentos de Jesus, pois creio ser isto condizente com o ensino do nosso Senhor.

Veja a coerência do que eu estou falando: quando eu trabalho para que alguém conheça a obra de Deus é porque eu amo a pessoa pela qual estou trabalhando. A obra redentora (obra de Deus) é o “meio”, enquanto o homem é o “alvo” (a razão última do projeto redentor ter sido elaborado).

Toda a confusão está em fazer do homem o meio e da obra o alvo. Nenhuma “Obra” existiria se não fosse o propósito de Deus salvar o homem pecador. Quando valorizamos mais a “obra” do que o homem, erramos na essência do evangelho de Jesus e nos tornamos idólatras. Vou dar um exemplo: quem teve mais importância aos olhos de Jesus: a mulher adúltera, que infringiu a lei de Deus, ou a própria lei. Ora, a lei é o meio (o aio – Gl 3:24,25), mas o alvo do amor de Deus é o homem.

Mais um exemplo: quem teve mais importância aos olhos de Jesus: a mulher encurvada ou o sábado, idolatrado pelos judeus? (Lc 13:11-14). Você sabe o que o chefe da sinagoga (religioso) disse, em outras palavras, aos presentes? Que as pessoas que queriam ser curadas deveriam procurar Jesus em outro dia da semana, pois o sábado era sagrado. Esse chefe valorizava mais a religião dele do que a mulher necessitada. E nós? Será que estamos amando mais a nossa religião do que a essência do evangelho de Jesus?

Se assim fizermos, não amaremos o nosso próximo e não estaremos cumprindo com os mandamentos de Jesus. Assim, para que servirá essa obra?

“Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” (...) 39 “O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:37 e 39 RA)

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” (João 14:15 RA)

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.” (João 14:21 RA)

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.” (João 15:10 RA)

“24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; 25  e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.” (Mateus 7:24-25 RA)

Mas, querido, mesmo convicto de que não há na bíblia uma só palavra sobre “amar a Obra”, não recrimino quem entende que deve fazer assim. Eu simplesmente relevo essas expressões, pois, a meu ver, a maioria das pessoas que dizem que amam a “Obra de Deus”, podem estar se referindo a coisas diferentes. Aquilo que eu entendo ser a “obra do Senhor” pode não ser o que você entende, não é mesmo? Eu percebo que há várias pessoas que confundem a “obra de Deus” com a igreja que freqüentam. Parece que esse não é o seu caso.

Mas, veja que até instituições zelosas como a Igreja Cristã Maranata (ICM) permitem que se crie grande confusão com esse termo. Creio que a maioria de seus membros acreditam que a obra de Deus é a “obra de Davi” e que esta se refere à ICM.

Observe a dificuldade de se entender esse termo no âmbito da ICM. No seminário de primeiro período da ICM tem uma aula intitulada “Fundamentos da Obra”[1]. Essa aula começa ensinando que há dois personagens do antigo testamento que definem (tipificam) o que é a obra de Deus e o que é a obra da religião sem Deus, que terminará na morte.

Segue o texto:

Assim temos duas vidas, no Velho Testamento, Saul e Davi, que tipificam duas alas de pessoas que de maneiras distintas buscam servir ao Senhor. As maneiras de obrar se divergem.

A obra que Saul realizava objetivava servir ao Senhor

A obra que Davi realizava tinha o mesmo fim.

Acontece porém, que Saul terminou os seus dias renegado por Deus, I Sm. 16:1, atormentado por espírito malignos, I Sm. 16:14, angustiado, triste, desesperado, com o final suicídio I Sm. 31:4.

Davi, porém, terminou os seus dias glorificando o nome do Deus de sua vida, II Sam. 22, e transmitindo em meio a glorificação uma mensagem de esperança e conforto para o povo de Israel, II Sm. 23:1-4. “Haverá um justo que domine sobre os homens.”

Assim, foi sem que Deus pretendesse distinguir Davi de Saul, com privilégios maiores; a vontade de Deus é que todos recebam a sua bênção completa, I Tm. 2:4; Dt. 10:17, “ O Senhor Deus não faz acepção de pessoas”. Mas Saul desobedeceu, Davi, porém era um homem segundo o coração de Deus, I Sm. 13:14; Sl. 89:20 ...” (apostila do 1º Período, edição 1994, pag. 1 - negritei algumas expressões – os sublinhados constam do original)

Se você observar bem, perceberá que a ênfase está na obediência e não no projeto de salvação em Jesus – leia toda a apostila para que isso fique mais claro. A partir desse ensino, o novo membro (o 1º Período é o segundo seminário da ICM) já não tem como compreender a Obra de Deus como um projeto de salvação, cujo centro é Jesus e cuja razão de existir é a misericórdia do Senhor, que amou e ama o pecador.

Por outro lado, o novo membro passa a fazer relação da Obra de Deus com a obra de Davi, pautada em obediência[2].

Com essas bases (fundamentos) prossegue-se o ensino que vai deixar claro a quem o termo “Obra” se refere, senão vejamos:

A obra de Saul se identifica com as religiões, organizações, movimentos, que é bem diferente do EVANGELHO DO NOSSO SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO, contido na Sua Palavra Santa.

As religiões impedem a verdadeira bênção, I Sm. 14:17, enquanto o povo desfalece.

As religiões tem um fracasso maior, I Sm. 13:11, “Porquanto via que o povo se espalhava de mim”, “violentei-me”, se lançam à uma luta na carne. Enquanto Davi glorificava o nome do Senhor e anuncia o reinado de um justo. “A vinda do Senhor Jesus, o arrebatamento da Igreja”. I Sm. 23:3b. (...)

A obra de Saul chegou ao seu final em visível desagrado à vontade do Senhor”.

Sai dela povo meu”. Ap. 18:4.  (Apostila do 1º Período, edição 1994, pags. 2-3 - negritei algumas expressões – os sublinhados constam do original)

Parece-me bastante claro que, segundo ensinado nos seminários da ICM, as religiões, organizações e movimentos não apresentam o evangelho do Senhor Jesus e impedem a verdadeira bênção.

Querido, será que isso é verdade? Julgue você mesmo! O que você acha que ficará na cabeça de um novo convertido quando ele aprender que as demais igrejas (religiões e movimentos) estão no caminho da morte?

Bom, em seguida é apresentado ao novo membro a verdadeira Obra de Deus: a “obra de Davi”. Vejamos o que a citada apostila vai dizer em seguida:

2.1 – Características de Davi

(...)

2.1.4 – Foi levantado na hora que Saul, (PELA DESOBEDIÊNCIA), já não tinha mais poder para enfrentar o inimigo. I Sm. 17:19 e 24; I Sm. 17:10 e 16.

(...)

2.2 – Davi identifica a Obra que Deus amou

2.2.1 – Nas madrugadas. I Sm. 17:20; 29:10; Pv. 18:17.

2.2.2 – Na consulta ao Senhor. I Cr. 14:10, 14 e 15 – Perguntar por causa do detalhe. Observe a segunda parte de II Cr. 14:15.

(...)

2.11 - Obra de vitórias

2.11.1 – Sobre a obra de Saul. I Cr. 10:6, 13, 14; 11:9.

2.11.2 – Sobre a falsa obra de Absalão. II Sm 15:2, 5. Há sempre os descontentes que querem forjar um pastor melhor, uma igreja melhor, um presbitério melhor, à custa de uma ovelha pior. Ficam na espreita, prometendo, mentindo, adulando. É a falsa obra, criticam tudo. Nesta obra (de Davi) ninguém precisa adular ninguém. O certo é que todos que se levantam contra a Obra de Davi, morrem presos pelas suas próprias tranças (mente fértil para vaidade), terminam derrotados no sue próprio animal (mulo).

2.11.3 – Contra as nações em volta. II Sm. 8. Contra as religiões. Religião, é uma coisa, porém, Salvação, Evangelho, Poder de Deus, Autoridade do Espírito, é coisa bem diferente. (Apostila do 1º Período, edição 1994, pags. 3-5 - grifei com negrito algumas expressões – os sublinhados constam do original)

Note que a “obra de Davi” (obra que Deus amou – item 2.2) é apresentada como substituta da “obra de Saul”, ou seja: uma nova igreja veio para substituir uma velha religião, que não obedece a Deus (item 2.1.4).

Em seguida, mostra-se a identidade da “obra de Davi” com duas características marcantes da ICM, quais sejam: a prática de orações pelas “madrugadas diárias na igreja” (item 2.2.1) e a consulta à bíblia como doutrina (item 2.2.2). Desse modo, o seminarista já começa a entender que se isto é algo que identifica a “obra de Davi”, ela é a ICM. A coisa fica mais clara no item 2.11.2 quando o texto diz: “nesta obra (de Davi)”. Essa assertiva deixa claro que “este” é o lugar, ou melhor, que “esta” é a igreja que representa a “obra de Davi”.

Por fim, o estudo termina mostrando que a “obra de Davi” é vitoriosa.

Mas, contra quem ela será vitoriosa?

A resposta está no item 2.11.3: contra as “nações em volta”. E o que são essas “nações em volta”? O próprio texto da apostila diz que são “as religiões”. É curioso que a guerra que deveria ser travada contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestes (Ef. 6:12) nem é citada. O combate tem outro destinatário: as religiões.

Amado, isso parece irreal? Você acha que a ICM não rejeita, indistintamente, sem dizer nomes, todas as religiões, mesmo cristãs e evangélicas? Faça um teste: escolha uma igreja que você considere séria e avise ao seu pastor que você irá assistir a um culto lá. Esclareça que é apenas um culto e nada mais. Depois que você ouvir a resposta do seu pastor, se for positiva, peça que ele comunique essa sua visita à Comissão Local. Você sabe o que irá acontecer com você? Se sabe, consegue explicar a razão disso?

Mas, para que não reste dúvidas sobre o modo como a ICM vê as outras igrejas e a si mesma vou transcrever, a seguir, alguns trechos de mensagens gravadas nos seminários da ICM, cujos vídeos foram editados e postados no seguinte endereço do youtube (https://www.youtube.com/watch?v=C4bQPmTQLtw)[3]:

Pregador A:

“Meus irmãos... filho único, essa obra é filho único. Quem não conhecer essa obra e não amar essa obra como filho único, ele não vai... ele vai cair como o ministério de Eli. Porque esta obra, meus irmãos, esta obra... preste bem atenção no que eu estou dizendo... todos trabalham pra ela... porque os fiéis vão vir para ela, onde eles estiverem eles vão vir para essa obra, eles vão reconhecer... O fiel! ... O infiel não!... Ele vai continuar... é meia sola mesmo e vai embora. Agora, a obra, meus irmãos, é filho único (...) Meus irmãos a nossa preocupação... toda a nossa preocupação, tudo o que nós falamos, tudo o que nós vivemos é a obra... Samuel, meu filho, Samuel meu filho... como você é querido”. Essa obra é assim... essa obra é querida. Almoçamos a obra, jantamos a obra, dormimos a obra, madrugamos a obra, acordamos a obra, trabalhamos! E obra está no nosso coração. Quando não é assim não é a obra... é uma religião... é uma religião e religião ela vai acabar com a sua vida, mas a obra é filho único. É aquilo que nós temos todos os dias da nossa vida, enquanto nós vivermos. Meus irmãos, nós não temos outro lugar para ir. Não há um outro lugar para nós. Esta é a obra do Espírito!.”

Pregador B:

“E Jônatas morreu com Saul, amava Davi, mas ficou com Saul, morreu com ele. Quem ama a obra precisa vir pra obra. Eu estou lá, mas amo a obra. Não! Você ama a obra, você vem pra obra. Seja coerente, porque os seus atos é que dizem a seu respeito. Então, Davi ensinou uma obra nova. A obra de Davi, os atos de Davi, obra pra valentes. Ali os irmãos vão ver os atos de Davi... e a obra de Davi é a obra que Deus ama. Os atos de Davi são os atos que os irmãos devem procurar fazer para agradar ao Senhor. O texto que lemos no início: houve uma grande guerra, uma, aliás, uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi, mas Davi ia crescendo e Saul ia diminuindo (...). Mas, na vida do servo Davi vai crescer e a obra de Saul vai desaparecer.

Pregador C:

“Então, o crescimento da obra, o que ela alcançou, realmente é um segredo na obra. É alguma coisa... está acontecendo alguma coisa... é diferente. Então a Igreja Cristã Maranata ela não surgiu... Não, a igreja Cristã Maranata ela surgiu de um racha... não é? Rachou! Quem? Ou, a cabeça de quem? ... Não! Não! Ó, dividiu... nada disso! Então a igreja, se começa com 10, 12 pessoas, não houve racha nenhum. Não é? Ó! A igreja Maranata lá de, de tal, rachou! Como? Três pessoas saíram! Ah! Não é? A três pessoas não! Se saiu 3 pessoas, Ele tirou uma unha encravada. Não mexeu em nada do corpo, pelo contrário, deu um alívio, não é? Porque tirou um negócio ruim... deve ter sido...”

Como você pode notar, querido, quando o “pregador A” diz que todos virão para esta obra e que “esta é a obra do Espírito”, parece claro que ele está se referindo à igreja a que ele pertence.

Veja que o “pregador B” diz que “quem ama a obra precisa vir pra obra” (proselitismo?) e que “a obra de Davi é a obra que Deus ama” e que há “uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi, mas Davi ia crescendo e Saul ia diminuindo...” Ora, que guerra é essa? Os da “obra de Davi” (ICM) estão lutando contra a “obra de Saul” (religião e movimento)?

Por último, note que o “pregador C” utiliza o termo “Obra” e o nome da igreja indistintamente, porque está se referindo à mesma coisa.

Amado, você se lembra que eu disse no início que tenho restrições ao uso desse termo, não é mesmo? Pois é, além do que está escrito na carta de nº 41, estou acrescentando que esse termo (“Obra”) parece-me, hoje, indefinido, aplicando-se a várias definições. Para mim, o centro desse termo deveria ser Jesus, mas parece que para outras pessoas é Davi.

Ora, se eu posso basear a Obra de Deus (da salvação) nos próprios atos do Senhor Jesus, por que dificultar as coisas e apresentá-la por meio de Davi? Se eu posso usar o personagem ideal, por que utilizar uma figura? Se eu tenho ao meu dispor o objeto real, por que me basear na sombra?

“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.” (Hebreus 10:1 RA)

Por isso, querido, quando você disse que ama a “Obra do Senhor (não a Placa Maranata)”, eu nem sei exatamente a que você se refere.

Bom, a partir de agora, vou respondê-lo, ponto a ponto, para tentar atenuar suas angústias, se é que isso é possível, já que você tem suas restrições quanto à minha pessoa.

“Meu nome é (...), sou casado, moro em SP, sou formado em Direito. Sou Obreiro em uma igreja no interior de SP, outrora, fui Batista, quando conheci a Maranata, me encantei com a seriedade, ordem, voluntariedade, brevidade, e simplicidade dos seus cultos. (...) Os escândalos vividos na Maranata, são de longe os que eu vivia em outras denominações (o Senhor sabe disso, pois já viveu lá);”

Querido, eu só posso lamentar pelas más experiências que você teve no passado. Porém, não acho que sejam bastantes para comportar uma generalização. Se uma igreja Batista, entre tantas, lhe causou decepções não significa que sejam todas assim. E se alguma coisa não fluiu como deveria fluir, tenho certeza que não foi por causa da doutrina adotada pela igreja batista, mas por algum problema localizado.

Eu concordo com você quanto à seriedade, ordem, voluntariedade, brevidade e simplicidade dos cultos da ICM. Aliás, esses eram os elogios que eu escutava quando levava visitantes aos cultos.

“Só não entendo o ódio, o ressentimento, a mágoa, a cólera, a perseguição a mim, digo a mim, pois quando vejo o Dr Sólon atacar a Igreja Maranata, sinto-me ofendido, sinto-me agredido, e acho que ele ataca o Senhor Jesus.”

Amado, nenhum de meus argumentos são dirigidos aos membros da ICM, mas se você se sente ofendido, só tenho que lhe pedir perdão, pois eu nunca tive a intenção de ofender quem quer que seja, muito menos você.

Para ser bem objetivo: não o odeio, não estou ressentido nem magoado com você. Afinal, você nunca me fez mal algum e não me entristeceu de forma alguma. Também, não me lembro de ter expressado nenhuma cólera. Igualmente, não odeio a Maranata e não estou ressentido com ela. Eu conheço muitas e muitas pessoas que, de fato, odeiam-na, mas esse não é o meu caso, sinceramente.

Descanse em Deus, querido, e faça a sua parte, pois Deus sabe cuidar do resto. Lembre-se que certa vez Jesus corrigiu dois de seus discípulos que desejaram a morte dos homens que o  desprezaram. Eles desejaram que viesse um juízo de Deus sobre eles. Desejaram o mal! Mas, Jesus os repreendeu, dizendo que eles não sabiam que aquele comportamento não era condizente com o Espírito Santo de Deus.

Ora, aqueles homens andavam com Jesus e gozavam de momentos privilegiados com ele, mas ainda não haviam entendido que o espírito de ódio, de ressentimento, de vingança não procedia de Deus, mas de Satanás. Veja o texto abaixo e medite sobre ele:

"51 E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém 52 e enviou mensageiros que o antecedessem. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada. 53 Mas não o receberam, porque o aspecto dele era de quem, decisivamente, ia para Jerusalém. 54 Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir? 55 Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. 56 Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E seguiram para outra aldeia." (Lucas 9:51-56 RA)

Não busque vingança e não tome as dores sobre algo que você não tem domínio. Descanse em Deus, querido! Se alguém está fazendo alguma coisa errada, colherá os frutos do seu comportamento. A bíblia nos ensina que para os perversos não há paz (Is 57:21).

Se Deus não puder resolver este problema, você também não poderá.

Portanto, aceite o conselho de Gamaliel (At 5:38-39), que sabiamente pacificou os judeus quando estavam enfurecidos pelo movimento iniciado pelos apóstolos de Jesus. Os fariseus estavam plenamente convictos de que aquela obra não procedia de Deus e que os apóstolos feriam a religião sagrada dos judeus, causando tumultos e muitos prejuízos. Entretanto, Gamaliel os tranqüilizou dizendo o seguinte:

"38 Agora, vos digo: dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; 39 mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus. E concordaram com ele." (Atos 5:38-39 RA)

“Em uma carta desse Dr Sólon, ele diz que o objetivo dele é tirar membros da Maranata. Tudo bem, Mas onde fica a ética, o respeito, o amor.”

Amado, estou pronto para me retratar publicamente se você encontrar no site qualquer afirmação nesse sentido. Pode vasculhar o site e também perguntar a qualquer pessoa que tenha conversado comigo ou que esteja próxima a mim e saberá que eu jamais sugeri tal coisa.

Quanto ao que você acha que eu posso ou não posso fazer, devo esclarecer que eu sou livre para ajudar quem precisa de ajuda. E neste particular, não posso negligenciar o meu chamado para lhe agradar.

O que você acha que devemos fazer com uma pessoa que está abandonada no caminho após levar uma surra de salteadores? Será que podemos descansar pelo fato do sacerdote e do levita terem passado por aquele homem sem nada fazer? Poderíamos dizer: se o sacerdote de Deus, escolhido para uma nobre missão, não ajudou, por que eu ajudaria? Pois bem, essa é a questão: o samaritano ajudou o judeu caído que não foi ajudado por seu líder espiritual. Veja que os judeus detestavam os samaritanos, mas isso não impediu que aquele samaritano estendesse a mão para o judeu abandonado à sorte.

Em casos como esse, devemos observar a ética ou o amor?

Eu conheço muitas pessoas que um dia me mandaram mensagens como a sua e que hoje mudaram completamente de visão, depois de sofrerem o que achavam que nunca iriam sofrer: desprezo das pessoas que deveriam amá-las.

Meu irmão, muitas pessoas têm sido restauradas pelo trabalho que estamos fazendo. Essa restauração tem alcançado aqueles que foram descartados pela ICM e não aqueles que estão vivendo em pleno sucesso onde estão. Esse pode ser o seu caso hoje.

Eu não tenho nada com essa guerra, não sou Pastor nem Diácono. Meu Pastor é uma pessoa simples, é um Pedreiro, e eu seu obreiro um Advogado;

Sobre essa guerra, se ela existe, creio que já demonstrei que ela é anterior à minha saída da ICM e parece-me que foi instaurada pela própria Maranata (“obra de Davi”) contra a religião e contra os movimentos (“Obra de Saul”). Só para relembrar o que está escrito na apostila do seminário de 1º período da ICM, edição de 1994, temos que a “obra de Davi” é uma “Obra de vitórias  sobre a obra de Saul ... contra as nações em volta. ... Contra as religiões.”

O fato é que colhemos tudo o que plantamos. Pode ser que tenha chegado o tempo da colheita dos frutos da árvore plantada pela ICM tempos atrás.

Quanto à sua última observação, perdoe-me, querido, mas ser pedreiro não faz de seu pastor uma pessoa inferior a você, um advogado.

Tirando o interesse financeiro, quem está ganhando com essa guerra?

Querido, você tem como provar que eu tenha tirado um centavo de proveito financeiro de alguém? O que o leva a crer que eu tenha algum interesse financeiro? Apesar da insinuação maliciosa, vou respondê-lo: eu não tenho a menor necessidade de ajuda financeira de ninguém, muito menos da igreja do Senhor. Eu e minha esposa estamos bem empregados, moramos bem, comemos bem e vivemos bem. Todo o meu serviço prestado para a igreja é voluntário e gratuito. Mesmo quando atuei como contador da igreja (minha primeira formação), nunca recebi por esses serviços.

Eu não estou julgando os pastores que recebem salário para servir à igreja do Senhor, mas dou graças a Deus por não precisar das contribuições dos membros da igreja para sobreviver. Pergunte a qualquer membro da CEEN, seja em Brasília ou em outro Estado, se alguém já me viu, ainda que uma única vez, pedindo ofertas durante algum de nossos cultos ou reuniões.

Mas, amado, eu não estou ofendido com sua insinuação. Eu respondi, dando explicações, porque o próprio apóstolo Paulo também o fez no passado, provavelmente porque alguém o estava acusando de ser um aproveitador, senão vejamos:

“Eis que, pela terceira vez, estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado; pois não vou atrás dos vossos bens, mas procuro a vós outros. Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos.” (2 Coríntios 12:14 RA)

“Pastor Ademir o Senhor (não o conheço) mas o espírito testifica que és Servo do Altíssimo, vamos lutar juntos em favor de uma causa: ganhar almas.”

Adorei sua proposta dirigida ao Pr. Ademir. Sugiro apenas que você procure saber o que a liderança da ICM pensa a esse respeito. Tenho certeza que as centenas de igrejas que foram agredidas nesses 42 anos, chamadas pejorativamente de “religião”, de “movimento” e, agora, de “mescla” adorarão saber que podem contar com mais uma igreja cristã para unir forças na busca das almas que se perdem na trevas deste mundo.

“Vamos esquecer as mágoas do passado (recentemente eu também fiquei magoado) quando afastaram minha filha, depois percebi que o Senhor Deus estava nos provando. Agimos com humildade e ela já voltou às atividades;”

Fico feliz por sua filha. Quanto às supostas mágoas do passado, elas não existem, pelo menos da minha parte. Espero que você observe que todas essas minhas colocações não seriam feitas se você não tivesse enviado uma mensagem ao Pr. Ademir, que, por sua vez, me pediu para respondê-lo. Amado, não que eu não possa dar-lhe atenção, mas confesso que falar sobre essas questões não é a minha prioridade. Só estou fazendo porque fui provocado e o meu pastor me pediu para fazê-lo.

“Em nome do Senhor Jesus, peço perdão em nome de toda Igreja Maranata e pare de atacar o corpo de Cristo, pare atacar a igreja que pertenço;”

Querido, é nobre a sua atitude, mas não tem nenhum valor no mundo espiritual, pois o arrependimento é uma atitude personalíssima. Eu não posso me arrepender por outra pessoa. De igual modo, você não pode se arrepender pelo seu pastor ou presbitério. Cada um tem que se arrepender de seus próprios erros:

“Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.” (Romanos 14:12 RA)

“Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.” (Lucas 17:3 RA)

Outra coisa estranha é que ao mesmo tempo que você pede perdão, você nos dá uma ordem. Creio que uma atitude não está compatível com a outra.

Em todo caso, amado, aceite nossas sinceras desculpas se alguma palavra da nossa parte o feriu. Saiba que não há qualquer intenção de atingir pessoas, do mesmo modo que vocês não pretendem ferir os católicos, mas produzem muito material que contraria e ataca os interesses da igreja católica.

Observe o que está no site da Maranata no seguinte endereço: (https://escoladominical.presbiterio.org.br/?p=269 – acesso em 1/4/2011):

MOTIVOS QUE LEVARAM O SENHOR DEUS A REJEITAR A CONDUTA DO SEU POVO ISRAEL:

1 – ABOMINAÇÃO: VS.4

2 – CONTAMINAÇÃO COM A IDOLATRIA: VS.7

3 – REBELIÃO CONTRA O SENHOR: VS.8

4 – REJEIÇÃO AOS JUÍZOS E ESTATUTOS DO SENHOR: VS.16

Agora, dê uma olhada na apostila doutrinária da ICM (principiantes, pags. 2-5) e você encontrará as seguintes afirmações:

"2.1 - Que é ídolo? É qualquer objeto de abominação ao Senhor. Muitas pessoas possuem objetos abomináveis e dizem que simplesmente os têm, sem adorá-los ou venerá-los. É bom lembrar que o inimigo gosta das coisas abomináveis ao Senhor, e onde elas existem, aí ele está; isto porque tem sede de adoração e assim se põe junto ao ídolo para ser respeitado e venerado." (apostila de principiantes, pag. 2 – os grifos não constam do original).

Meu amado, você não acha que esse ensino fere o católico, que adora, ou venera, suas imagens de escultura? Pois é, mas vocês ensinam isso nos seus seminários. E isso não significa que vocês odeiem os católicos, não é mesmo?

Afinal, por que vocês acham que podem pregar contra a doutrina dos católicos (idolatria, purgatório, batismo de crianças etc.) e não suportam que ninguém pregue contra as doutrinas ensinadas pela ICM (consulta bíblica, clamor pelo sangue de Jesus, 5 meios de graça etc.)? Será que só vocês podem criticar os outros?

E se um católico ficasse indignado ao ver o que vocês pregam contra a doutrina deles, vocês parariam de anunciar esse ensino para não prejudicar o sistema católico? Será que vocês parariam com “essa guerra” para não prejudicar o trabalho dos católicos e não ofender os irmãozinhos que lá congregam?

Se você não está concordando comigo, faça você mesmo um teste. Procure um católico praticante, mostre a ele os seus ensinos doutrinários e diga-lhe o que vocês pregam em seus seminários contra a doutrina dele. Depois pergunte como ele se sente em relação a isso.

Amado, agora seja sincero e justo. Procure se lembrar das inúmeras reuniões que você já participou onde seus pastores atacavam, indistintamente, outras igrejas.

Sobre os “ataques” que hoje vocês estão recebendo (já vi vários na internet, inclusive o do Pastor Caio Fábio), só posso imaginar que isso seja a colheita dos frutos daquilo que vocês plantaram.

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:7 RA)

“O Dr Sólon não percebe, mas em seus ataques, parece estar processo de mágoas. Vamos viver o presente e olhar para frente para não perdermos nossa salvação.”

Eu já expliquei isso em detalhes no meu testemunho pessoal e no texto que escrevi sob o título: “Resposta a diversas cartas”, mas vou tentar ser mais claro: eu nunca dirigi qualquer ofensa ao comportamento de pessoas, nem mesmo presumi sentimentos de outros. Tudo o que eu fiz e faço agora, atendendo ao pedido que me foi enviado, é colocar em questão as doutrinas que eu acredito que não estão bem alinhadas com a palavra de Deus, do mesmo modo que vocês fazem com relação à doutrina católica e em relação aos ensinamentos dos crentes de outras igrejas. Até hoje ninguém procurou me mostrar, com fundamentos bíblicos, que eu estou equivocado.

Inclusive você, querido, em vez de argumentar biblicamente sobre os pontos doutrinários que você acha que eu estou errado, buscou apenas referir-se a mim por meio de ilações baseadas em fatos que não passam de presunções, tais como: está magoado! Está com ódio! Está encolerizado! Está ressentido! Tem interesse financeiro! Quer tirar membros da ICM! Ora, isso nada mais é que uma tática para mudar o foco do mérito da questão e lançá-lo na direção das ofensas pessoais.

Meu desejo é que você pense a respeito do que já foi dito até aqui. Você não precisa concordar comigo, mas espero que minhas palavras sirvam para a sua reflexão. E se você tem argumentos bíblicos para defender a doutrina que você segue, pode apresentá-los que eu vou pensar a respeito e, se for o caso, vou apresentar minhas discordâncias, mas sempre de modo maduro e respeitoso. Afinal, “posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” (Voltaire)

Questionar não ofende pessoas que têm respostas a dar. Defender pontos de vista não é ofensivo quando o diálogo é mantido entre pessoas esclarecidas, mas infelizmente aqueles que não conseguem reunir argumentos para defender suas crenças, logo partem para as agressões pessoais. Isso é lamentável!

 

“Se a coisa é pessoal, então o Dr. Sólon vai até Vitória e pega na porrada com o Gildeti e não conosco (400.000) membros que não tem nada com isso. (ele age como o George Bush em relação ao Iraque);”

Eu prefiro não comentar frases dessa natureza, mas aproveito para dizer, querido, que eu não tenho absolutamente nada contra o seu pastor. Eu até o admiro por seu empreendedorismo, firmeza e dedicação à causa que ele defende. Só não posso aplaudi-lo por disseminar certos ensinamentos prejudiciais à comunhão entre irmãos, a exemplo da doutrina que restringe o corpo de Cristo à Igreja Cristã Maranata ou à orientação de não receber em casa alguém que tenha deixado a igreja. Nisso não o louvo!

“Com certeza a placa maranata tem muitos defeitos, mas qual ministério não tem?”

É verdade. O difícil é admitirmos isso e buscar apoio uns nos outros para sermos aperfeiçoados na unidade.

“20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; 21  a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. 22  Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; 23  eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” (João 17:20-23 RA)

“Mais uma vez peço perdão e vamos parar com essa guerra que somente o Sr Lúcifer sai ganhando.”

Novamente, concordo com você. Renovo minha sugestão sobre o contato que você pode fazer com o Presbitério Espírito Santense da Igreja Cristã Maranata. Para começar, você pode solicitar uma alteração nas apostilas dos seminários da ICM, a exemplo da apostila do 1º Período, que trata sobre os “Fundamentos da Obra” a qual diz que “a obra de Saul se identifica com as religiões, organizações, movimentos, que é bem diferente do EVANGELHO DO NOSSO SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO, contido na Sua Palavra Santa” e que “as religiões impedem a verdadeira bênção”.

Minha sugestão é que a nova edição dessa apostila explique melhor o que vem a ser essas “religiões”, porque os participantes ficam sem saber se a igreja Batista, se a Assembléia de Deus, se a Igreja Presbiteriana, se a igreja Quadrangular, se a Metodista, por exemplo, estão incluídas no rol desses religiões. Também, pode ser explicado quais igrejas estão incluídas no rol dos “movimentos”.

Creio que essa seria uma atitude responsável, evitando-se a generalização e a indução dos membros ao pecado do isolamento ou do desprezo a todos os crentes de outras denominações, indistintamente.

Depois disso, identificadas as igrejas que, realmente, se encaixam nessas definições (religião, movimento e mescla), creio que seria uma atitude condizente com a fé cristã se o PES providenciasse uma retratação pública, com pedido de perdão, aos milhões de evangélicos atingidos, indevidamente, pelas palavras ditas em seus seminários ridicularizando indistintamente todos os nossos irmãos em Cristo espalhados por todo o mundo, a exemplo dos diversos vídeos demonstrativos postados no youtube.

Por fim, querido, espero não ter sido muito rude com você. Mais uma vez peço perdão se lhe ofendi, mesmo sem intenção. Eu gostaria de manter esse canal de comunicação aberto, pois nós nunca sabemos quem será o próximo a se beneficiar dele. Procure não fechar a porta que um dia pode lhe servir como passagem. Estou lhe dizendo isso, pois foi o que aconteceu comigo outrora.

Deixo um forte abraço a todos os irmãos que se reúnem com você aí no interior de São Paulo.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Pastor Sólon.

 



[1] A versão da minha apostila é de 1994, mas eu a utilizei, sem qualquer alteração, até o ano de 2005.

[2] Não estou dizendo que obediência a Deus não seja importante, mas apenas mostrando como se construirá o entendimento do que vem a ser Obra de Deus para a ICM.

[3] O endereço em que está postado o vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=C4bQPmTQLtw) não me pertence e eu não sei de quem é. Por isso, eventualmente o vídeo pode mudar de endereço ou mesmo sair do “ar” dando lugar a outro vídeo. Em todo caso, tenho o arquivo desse vídeo comigo, se for necessário provar que transliterei as palavras com toda fidelidade.