Carta 127
De: Pablo Cardoso Misságia
Para: celeiros
Assunto: Carta de despedida da Maranata
Data: 22/03/2011 09:06
Caro pastor, muito obrigado mesmo por ceder o espaço para a publicação da carta.
Gostaria ainda de comentar que ainda estou me libertando de alguns "conceitos" errados que trazia comigo da Maranata. E quando enviei a carta, tive somente 3 respostas dos irmãos ao qual enviei. Mas percebi que foi escrita inspirada pelo ES, pois não teria a capacidade de escrevê-la por mim.
Percebi então que a carta estava sendo usada por Deus como socorro para muitos que estão sofrendo. (Falei por muitos servos que estão lá)
Entendi então que era necessário não esconder o que estava trazendo MUITOS BENEFÍCIOS para os servos de Deus em todo o brasil.
Por isso publiquei a carta.
E sempre digo que a minha intenção JAMAIS FOI DENEGRIR OU AGREDIR A MARANATA, mas sim levar luz aqueles que estão sofrendo.
Sempre falo a todos que me questionam:
"Se você está feliz e servindo a Deus na Maranata, então fique lá e continue sua caminhada. Mas se não estiver feliz e não conseguindo viver um relacionamento sadio com Deus, então saia IMEDIATAMENTE, POIS DEUS TEM SEMPRE ALGO MELHOR PARA VOCÊ!!! E conte comigo para te ajudar."
Mas confesso que estava meio preocupado com o fato de nunca ter me escondido, e assinado tudo que digo e inclusive a própria carta, tendo em vista os muitos casos que a Maranata tem de processos na justiça.
Então lí a carta 122 onde você aborda sobre o anonimato e fiquei MUITO FELIZ E CONFORTADO COM TUDO QUE DISSE POIS ME IDENTIFICO COM TUDO, E CONCORDO.
Entretanto, gostaria de fazer algumas perguntas:
Você já foi processado pela Maranata?
O que acha (juridicamente falando, tendo em vista que é advogado) do conteúdo da carta? E abusivo?
Confesso que tenho medo, mas NÃO POSSO ME CALAR!!! TENHO QUE MOSTRAR QUE DEUS TEM SEMPRE AMOR, SALVAÇÃO, PERDÃO, E ETC........
Me identifiquei muito quando você falava sobre a forma com que falava no site e que mantinha um padrão de postura e que todos te identificavam de forma diferente. Pois no meu caso, não vejo agressividade contra minha esposa e eu por parte dos Maranatas, até mesmo ouvi muitos agradecimentos e elogios por parte de muitos, tendo em vista a postura da carta.
Se puder, por favor responda, pois sua opinião é muito importante.
Desculpe incomodar, mas preciso da opinião de alguém mais experiente.
Grato.
De:site celeiros
Para:Pablo Cardoso Misságia
Re: Carta de despedida da Maranata
Data:22/03/2011 23:15
Prezado irmão Pablo, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua família.
Quanto ao número de pessoas que responderam a sua carta, fique tranqüilo. Agora, você saberá, tanto pelo número de respostas quanto pelo conteúdo delas, quantos amigos você tem, após 15 anos de convívio na ICM.
Você disse que ficou preocupado e com medo, porque assinou a sua carta de despedida e a publicou em um blog, especialmente por saber que há muitas ações na justiça promovidas pela ICM. De fato, eu tenho conhecimento de que a Google foi processada pela ICM para tirar uma página do Orkut do “ar”, salvo engano, a “eu já fui um maranata”. Também, tive notícias, por um correspondente, que o blog “heresias ICM”, ou algo assim, também foi retirado do “ar” por intervenção jurídica da ICM, nas não sei se isso é verdade.
Ora, biblicamente, alguma coisa não vai bem com o cristianismo do nosso tempo. Vejamos o que o apóstolo Paulo ensinou à igreja que estava em Corinto:
“1 Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-lo a juízo perante os injustos e não perante os santos? 2 Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas? 3 Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida! 4 Entretanto, vós, quando tendes a julgar negócios terrenos, constituís um tribunal daqueles que não têm nenhuma aceitação na igreja. 5 Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade? 6 Mas irá um irmão a juízo contra outro irmão, e isto perante incrédulos! 7 O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano? 8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos!” (1 Coríntios 6:1-8 RA)
Mas, você diria: quem seria, então, o juiz de uma demanda entre crentes de denominações diferentes? Esse é o problema quando todos são deuses, não é mesmo? Não há ninguém isento que possa apaziguar uma guerra entre deuses. E na soberba e inflexibilidade de todos os lados, o evangelho é ridicularizado pelos próprios crentes diante dos ímpios: que vergonha! Que poder terá um “evangelho” sem amor, sem perdão, sem conciliação, sem misericórdia, sem autoridade e que não consegue ensinar o cristão a sofrer o dano? Só restará a esse “evangelho” se rebaixar à sabedoria e ao juízo dos ímpios, reconhecendo que não tem nenhum poder para mudar os corações e o caráter dos homens. Lamentável!
A seguir, vou responder suas indagações.
“Você já foi processado pela Maranata?” Confesso que tenho medo, mas NÃO POSSO ME CALAR!!! TENHO QUE MOSTRAR QUE DEUS TEM SEMPRE AMOR, SALVAÇÃO, PERDÃO, E ETC........
Não, embora qualquer um pode ser processado por qualquer coisa, uma vez que no Brasil o acesso ao Poder Judiciário é uma garantia constitucional.
A Constituição Federal Brasileira garante a todos o acesso ao Poder Judiciário (art. 5º, inc. XXXV), o qual não pode deixar de atender quem venha a juízo deduzir conflito de interesses e pedir uma solução para ele (art. 126, do CPC). Ou seja, qualquer pessoa que se sinta lesionado em seus direitos pode movimentar o aparato judicial por meio de uma petição. Segundo o princípio da inércia do Poder Judiciário, os órgãos da jurisdição são inertes até que sejam provocados, isto é, nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais.
Amado, não tenha medo, pois o Poder Judiciário existe para isso mesmo: solucionar conflitos de interesses. Ante uma contestação jurídica, é natural que se componha o litígio, mas compete ao Poder Judiciário declarar a vontade concreta da lei através do processo de cognição, ou de conhecimento. Acerta-se, assim, pela sentença, a efetiva situação jurídica das partes. O processo de cognição tem a função de levar ao “conhecimento” do juiz os fatos, circunstâncias e anseios das partes, para convencê-lo de suas razões. Se houver alguma lesão a direito, o juiz, por meio de uma sentença condenatória, irá dizê-la.
Por isso, andando retamente você não tem o que temer. A própria bíblia nos garante isso:
“3 Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, 4 visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal.” (Romanos 13:3-4 RA)
“Pois no meu caso, não vejo agressividade contra minha esposa e eu por parte dos Maranatas, até mesmo ouvi muitos agradecimentos e elogios por parte de muitos, tendo em vista a postura da carta.”
Amado, você não viu nada! Assim que o seu blog for acessado e lido pelos ferrenhos defensores da ICM você saberá do que eles são capazes. Afinal, você mantém aberto um espaço para que as pessoas postem suas opiniões livremente.
No início eu também aceitava ser interpelado por qualquer um, mesmo os anônimos. Depois percebi que alguns não mereciam meu crédito nem meu tempo. Não faço isso por maldade ou desprezo, mas porque notei que, normalmente, os anônimos viram leões furiosos sem controle. Na nossa presença, identificados, sem a máscara do anonimato, são apenas gatinhos, pois sabem com quem estão lidando. Não sou dado a brincadeiras e não tenho tempo a perder com vãs discussões. Quero apenas ajudar quem precisa, se é que alguém precisa.
Por fim, digo que você não tem o que temer. Não fez nada de errado e sua carta é apenas um desabafo dirigido a seus amigos, ou “ex-amigos”. Fique tranqüilo, pois a Igreja Cristã Maranata tem coisas mais importantes do que ficar respondendo a pessoas pequenas como nós. Eles devem se preocupar, mesmo, é com as pessoas que têm “nome” e poder de mídia, a exemplo do Pastor Caio Fábio, que está no youtube (https://www.youtube.com/watch?v=re_aVn845gs) dizendo coisas que, acredito eu, afetam o alto conceito que muitos têm da ICM.
Mas, nós? Quem somos?
O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.
Grande abraço,
Pastor Sólon.