Carta 113
From: JOAO
Date: 2011/2/10
Subject: Maranata (ICM) na América do Norte
To: prademirlima@gmail.com
I do not really speak Portuguese but was hoping you could talk to me in English about some questions I have. I'm reading through your website, and find the information very useful. I really am interested about the Palace of Solomon teaching. I think the thesis about Solomon being a type of the Holy Spirit is correct, but only in the things that Solomon did right. I'm not sure that having a luxury kingdom is a bad thing, since this could be a typology for Spiritual riches. The battles and killings in the bible, are not to be repeated by Christians of course, but Spiritually speaking, all sin inside of our heart/soul must be eliminated. I'm not sure what you think about that.
I think Solomon did go astray later on, and I think this could happen to anyone. Even to a group.
Please write back
Tradução:
Eu não falo Português, mas estava esperando que você pudesse conversar comigo em Inglês sobre algumas questões que eu tenho.
Estou lendo o seu site, e encontrei uma informação muito útil. Eu realmente estou interessado sobre o ensino do Palácio de Salomão.
Eu acho que a tese sobre Salomão ser um tipo do Espírito Santo está correta, mas só nas coisas que Salomão fez direito.
Eu não tenho certeza de que ter um reino de luxo é uma coisa ruim, uma vez que esta poderia ser uma tipologia de riquezas espirituais.
As batalhas e mortes na Bíblia, não devem ser repetidas pelos cristãos, é claro, mas espiritualmente falando, todo pecado dentro do nosso coração/alma deve ser eliminado.
Eu não tenho certeza sobre o que você pensa sobre isso.
Eu acho que Salomão errou mais tarde, mas acho que isso poderia acontecer com qualquer um. Mesmo para um grupo.
Por favor, escreva de volta.
From: JOAO
Date: Feb 10, 2011 at 1:41 PM
Subject: Maranata (ICM) na América do Norte
To: Pr. Sólon
I am from Maranatha (ICM) in North America. I've been trying to contact you on facebook, and I don't know if you got my messages or not. Please respond. I also don't know if you speak English or not. Please confirm.
Tradução:
Eu sou da Maranata (ICM) na América do Norte. Eu tenho tentado contactá-lo no Facebook, e eu não sei se você tem a minha mensagem ou não. Por favor, responda. Eu também não sei se você fala Inglês ou não. Por favor, confirme.
De: celeiros
Assunto: O palácio de Salomão
Data: 13/02/2011 23:45
Prezado irmão, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua família.
Inicialmente, peço que o irmão me perdoe por não lhe responder em inglês. Como meu inglês é precário, eu levaria muito tempo tentando ajustar o texto.
Sobre sua carta, gostaria que você soubesse que eu respeito seu entendimento sobre a tipologia de Salomão. O texto que escrevi, intitulado como “o palácio de Salomão” foi apenas uma reflexão que fiz sobre uma doutrina que me ensinaram no passado e que, no meu entender, perdeu a sustentação quando eu conheci mais profundamente a história bíblica e os fatos que envolveram o reinado de Salomão.
Sobre os “acertos” de Salomão, o livro de 1Reis nos dá conta de que foram mínimos. Afinal, a primeira notícia sobre o seu reinado é sobre sua ligação com a corte egípcia. Ele casou-se com a filha do Faraó, provavelmente Psusenés II (1Rs 3:1). Naquele tempo, o matrimônio de um monarca não era, em primeiro lugar, uma questão afetiva, mas política e econômica.
Isso não me parece nada com a ação do Espírito Santo de Deus, uma vez que esse tipo de aliança não agradava ao Senhor e foi a brecha aberta, desde o início de seu reinado, para a sua decadência moral e espiritual, senão vejamos:
“Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus.” (Levítico 20:26 RA)
“Porei os teus limites desde o mar Vermelho até ao mar dos filisteus e desde o deserto até ao Eufrates; porque darei nas tuas mãos os moradores da terra, para que os lances de diante de ti. Não farás aliança nenhuma com eles, nem com os seus deuses. Eles não habitarão na tua terra, para que te não façam pecar contra mim; se servires aos seus deuses, isso te será cilada.” (Êxodo 23:31-33 RA)
Essa regra bíblica foi confirmada no novo testamento, sob o aspecto espiritual, mas com o objetivo de aplicação prática. Isso foi feito de modo muito claro por Paulo, que nos ensinou que não devemos firmar, nos estreitos laços do matrimônio, comunhão com aqueles que não crêem no Senhor Deus.
“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?” (2 Coríntios 6:14-15 RA)
Meu irmão, eu não estou dizendo que as passagens bíblicas que relatam os atos nobres que Salomão praticou não possam ser usadas como referência para o nosso procedimento, tal qual o seu desejo de Salomão de receber de Deus sabedoria para liderar o seu povo. Eu mesmo tenho algumas mensagens sobre atos exemplares de Salomão. Entretanto, eu creio que eles são insuficientes para elevá-lo a um tipo do Espírito Santo de Deus.
Faça uma varredura no Novo Testamento e você verá que não há nenhum indicativo que permita se firmar essa tipologia. Observe, também, que a maioria dos absurdos e heresias que atualmente são praticadas no mundo evangélico tem suas raízes no velho testamento, que é apenas uma sombra do que haveria de vir.
O fato é que “o real” (Jesus e sua mensagem) se manifestou no novo testamento, mas as pessoas preferem continuar firmando suas doutrinas nas sombras do velho testamento. Isso faz o evangelho de Cristo ficar mais complicado e reservado apenas a alguns homens que pretensamente “vêem o que os outros não conseguem ver”. A teologia da prosperidade, por exemplo, tem a maioria de seus fundamentos no velho testamento.
Amado, eu também não creio que conforto e riquezas sejam coisas ruins em si mesmas. O mau uso das riquezas, seja no adquiri-las, buscá-las ou usufruí-las, é que podem torná-las um laço na vida do homem. Observe que Deus nos advertiu que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Deus não disse que ter dinheiro é a raiz de todos os males, mas amá-lo.
“Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (1 Timóteo 6:10 RA)
Eu concordo com você quando disse que ter um reino de luxo não é uma coisa ruim, mas não posso concordar que essa riqueza seja um tipo de riqueza espiritual, se ela foi reunida com base na exploração do povo de Deus. Não posso concordar que uma riqueza conquistada por meios ilícitos e injustos seja exemplo das riquezas espirituais lícitas e justas.
Também, concordo com você que todo pecado deve ser eliminado de nossas vidas, mas não entendi qual a relação disso com as batalhas e mortes registradas na Bíblia. É por essa razão quer prefiro utilizar textos claros e diretos sobre essa questão, sem utilizar metáforas. A mensagem chegará ao destinatário com muito mais clareza e sem fazer confusão em sua mente.
“Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua.” (1 Coríntios 14:19 RA)
Sobre o fato de que estamos sujeitos ao erro tanto quanto Salomão, mais uma vez concordo com você. Mas, o erro de Salomão não justifica o nosso. Eu não posso utilizar esse argumento para afrouxar a minha vigilância quanto à injustiça e quanto às alianças proibidas por Deus.
Amado, reforço, mais uma vez, que respeito a sua interpretação bíblica e espero que você entenda que meus textos apenas expressam o meu modo de ver as coisas. Não sou e nem pretendo ser o detentor exclusivo da verdade.
Em todo caso, fico feliz em saber que um de meus textos levou-o à reflexão, ainda que você continue não concordando comigo.
O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.
Grande abraço,
Pastor Sólon.
De: JOÃO
Para: celeiros
Data: 2011/2/13
Obrigado por escrever de volta.
Eu acho que você pode ter um bom argumento sobre Salomão, em alguns exemplos, não ser um tipo do Espírito Santo.
É bom saber que você está aberto a Salomão ser o Espírito Santo em certos casos bons, a exemplo da construção do templo.
O edifício do palácio e os casamentos com mulheres estrangeiras não parecem ser representativos exemplos. Estou considerando cuidadosamente o que você escreveu.
O que quero dizer por "guerras e batalhas", foi quaisquer conflitos que vemos, como quando Salomão eliminou Abiatar e Joabe - esses são bons. Eles são bons exemplos porque eles representam, dentro de nós, a necessidade de eliminar as más qualidades de nossa vida espiritual. Nós não podemos ter Joabe dentro de nós. Nós não podemos ter Abiatar dentro de nós. Nós não podemos ser como esses homens. Salomão se livrou daqueles homens por isso estar de acordo com a vontade de Deus.
Por outro lado, eu não acho que a violência literal/física é algo que Deus quer hoje. Assim, as batalhas físicas, o animal sacrifice da VT, estão representando e apoiando verdades espirituais descrito claramente no NT.
Eu também queria saber se você viu qualquer relação sobre o que a ICM escreveu aqui: https://www.igrejacristamaranata.org.br/eng/?p=928 e o que você estava dizendo no "palácio" sobre o povo (os pobres).
Achei muito estranho a ICM postar esta lição de história sobre feudalismo. Você acha que eles vão fazer uma doutrina desta no futuro para justificar a sua hierarquia?
Finalmente, ... texto suprimido a pedido do correspondente...
De: celeiros
Para: JOÃO
Assunto: Re: O palácio de Salomão
Data: 14/02/2011 23:18
Prezado irmão, que a paz do Senhor Jesus seja com sua família.
Como lhe disse na carta anterior, não pretendo demovê-lo de suas crenças, mas vou apresentar apenas alguns argumentos que me vieram à mente ao ler sua carta.
Todas as passagens bíblicas tem lições a nos dar. Deus não ocultou nem mesmo os pecados mais mesquinhos dos seus escolhidos para nos apresentar uma história disfarçada de perfeição.
Ao contrário, Deus revelou na bíblia, o livro mais vendido do mundo, a fraqueza de seus estimados vasos, como foi o caso de Abraão, Jacó, Moisés, Davi, Jonas, Pedro etc. Nossa vida e nossa pregação também tem que ser assim: sincera, acima de tudo.
Nossas fraquezas e falhas não estão encobertas diante de Deus. Tentar parecer perfeitos diante dos homens é pura vaidade humana. Isso é carnal e não espiritual. Cedo ou tarde, a máscara cai.
Desse modo, todo texto bíblico nos serve de ensino e exemplo daquilo que devemos ser e daquilo que temos que evitar. Foi por essa razão que eu lhe disse que a história de Salomão contém bons e maus exemplos. Devemos seguir os que são bons e evitar os que são maus. Mas, no meu entender, isso não nos autoriza a afirmar que Salomão é um tipo do Espírito Santo de Deus. Não encontro respaldo bíblico para essa doutrina.
Querido, não me leve a mal, mas sobre a questão de Abiatar, Joabe e Simei eu também tenho muitas restrições quanto ao ensino da ICM.
Eu não discordo que Deus estava agindo para firmar o trono de Salomão, que estava purificando o sangue inocente que havia sido derramado por Joabe, que estava eliminando a rebelião promovida por Adonias, pondo fim à maledicência de Simei e, ainda, que estava se cumprindo uma profecia sobre a casa de Abiatar, dada por Eli, quando profetizou que sua família não permaneceria no sacerdócio (1Sm 2:27-36).
Entretanto, amado, você bem sabe que essa passagem é utilizada para justificar um tratamento severo dispensado às pessoas que falham na ICM, mesmo no tempo da graça. Sei que a intenção pode até ser boa e justificada no zelo pela obra de Deus, mas precisamos compreender exatamente os limites cristãos desse zelo e o que vem a ser a obra de Deus. Não vou me estender neste assunto, pois você já deve conhecer o que eu penso a esse respeito, já que você é um leitor de minhas publicações.
Eu espero, sinceramente, que isso já tenha mudado, mas até onde eu acompanhei, os homens que falhavam na ICM eram tratados como Joabe, Adonias, Simei e Abiatar.
Mas, creio que, diante de algumas situações, devemos optar, primeiro, pela mensagem de Cristo. Se algum outro ensino não estiver condizente com a mensagem de Jesus, devemos rever nosso modo de interpretá-lo, para que não venhamos a ser “mais realistas que o rei”.
Veja que mesmo Paulo, após muitas experiências no trato com a igreja, compreendeu que o melhor a fazer era a reabilitação daqueles que falhavam e se arrependiam:
“Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.” (Lucas 6:35 RA)
Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. 4 Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. (Lucas 17:3-4)
Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes. (Lucas 23:34)
“Ora, se alguém causou tristeza, não o fez apenas a mim, mas, para que eu não seja demasiadamente áspero, digo que em parte a todos vós; basta-lhe a punição pela maioria. De modo que deveis, pelo contrário, perdoar-lhe e confortá-lo, para que não seja o mesmo consumido por excessiva tristeza. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor.” (2 Coríntios 2:5-8 RA)
Eu não estou defendendo que a disciplina não possa ser exercida na igreja, de modo nenhum. A verdadeira disciplina é sinal de amor (Hb 12). Eu sei, perfeitamente, que não se deve varrer a sujeira para debaixo do tapete em vez de obedecer à palavra de Deus e enfrentar essas questões com ousadia e autoridade, seguindo a verdade em amor (Ef. 4:15).
A paz, a qualquer custo, não é um princípio bíblico, pois não há paz onde o pecado reina.
“Para os perversos, todavia, não há paz, diz o SENHOR.” (Isaías 48:22 RA)
Mas, observe que no texto citado, Paulo instou a congregação a perdoar o homem que havia lhe criado oposição e dividido a igreja. Ele fundamentou sua admoestação no amor ao pecador. O perdão é o remédio que ajuda a curar o coração ferido. É importante que a igreja demonstre claramente seu amor pelo membro arrependido.
Não creio que o ensino sobre “virar as costas” àqueles que falham seja sustentável ante a palavra de Jesus. Acho lamentável que um pastor seja capaz de orientar a congregação a não manter contato com alguém que esteja em desacordo com a sua orientação.
Querido, no passado, por orientação de minha liderança, eu já tive que conclamar a igreja a não manter contato com uma pessoa só porque ela decidiu congregar em outra igreja evangélica. Hoje, consigo perceber o quanto eu estava cego!
É claro que naquele tempo eu justificava esse rigor no velho testamento e na passagem em que Paulo orienta a igreja a não estar associada a homens ímpios que, dizendo-se irmãos, não eram. Ao contrário, eram maldizentes, beberrões, ladrões, idólatras, avarentos e impuros (1Coríntios 5:11).
Você consegue enxergar a diferença entre uma coisa e outra? Se sim, como você pode estar em paz ao ver uma coisa dessas acontecer? Como você pode supor que essas atitudes sejam a espiritualização da passagem em que Salomão executou seus opositores?
Perdoe-me, querido, mas eu não posso concordar com você nesse particular.
Sobre a eliminação (execução) do pecado em nossas vidas, aí sim, estamos de acordo. Temos que tratar seriamente com o pecado, sem concessões.
Por fim, sobre o texto sobre do feudalismo, cujo endereço você me enviou, não sei onde a ICM pretende chegar com aquele fato histórico. Nem vou arriscar nenhum palpite.
O que eu vou dizer agora não será publicado, conforme você solicitou, ok?
Sim, é claro que eu me lembro da Martinha. Fiquei imensamente feliz em saber que ela está bem e já edificou um lar segundo o modelo cristão. Percebo que ela casou-se com um homem de Deus, sábio e estudioso da palavra do Senhor. Aleluia!
Faça-me a gentileza de dar nela um forte abraço por mim.
O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.
Grande abraço,
Pastor Sólon.