Carta 16

02/07/2013 12:15

De: JOÃO

Em 21/02/2009 20:12

A Paz do Senhor!

Estou tão feliz que mal consigo me expressar. Orei por mais de 5 anos esperando este momento, e o que me deixa mais feliz, é que em nenhum momento eu perdi a esperança. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, este dia iria chegar. O pastor deve estar pensando: Quem é esta pessoa? E o que ele esta dizendo? Meu nome é JOÃO, sou casado há 11 anos com a Sra. MARIA, nos convertemos na Igreja Cristã Maranata, situada na cidade (...), no dia 3 de março 1998, lá nós tivemos FILHOS e congregamos até abril de 2005.

Servi ao Senhor Jesus em vários bairros da cidade devido aos trabalhos de escala, fui levantado a diácono no dia (...) de 2003, na igreja situada no bairro (...), na mesma cidade. O pastor local era o ANTÔNIO, pastor coordenador era o pastor JOSÉ,  junto do pastor ALFREDO.

Meu amado estou sendo o mais descritivo possível, para que possamos ter confiança. Quando chegaram ao meu conhecimento os acontecimentos que na verdade vieram deturpados, segundo o que a ICM queriam passar, falaram que um pastor (Ademir) tinha ficado louco, pois bateu a cabeça, e acabou saindo da igreja.

Este comentário veio cheio de deboche, pediram para que eu reunisse todos os capitães de grupo para ler uma informação vinda do presbitério de Vitória, dizendo que alguns pastores, ungidos e diáconos estavam se levantando contra a obra e se dizendo defensores da “obra”, mas como eu já estava cansado destes tipos de adjetivos usados para atacar qualquer um que ousasse sair da igreja, fiz o que ninguém teve coragem de fazer. Comecei a questionar procurei saber o que tinha acontecido com o pastor Ademir, fiquei perplexo, me enchi de tristeza, pois pensei: Poderia ter sido com minha família.

Já estava saturado com algumas doutrinas que eu não achava certo, até ter certeza que estas doutrinas na verdade não tem fundamentos bíblicos. Comecei a observar tudo e coloquei em prova. Quando o véu caiu, meu Deus! Senti-me um peixe fora d'água, mas como diácono responsável pela igreja, não pude dividir com ninguém...

Bom, até o dia em que eu não aguentei mais ver meus irmãos serem maltratados e chamados de caídos e fora do Espírito, alguns foram "amaldiçoados" por terem se afastado da "obra". Havia duas irmãs que estavam grávidas de seus esposos que eram obreiros, porém, eles tinham questionado com o pastor da igreja sobre alguns assuntos referente ao tratamento que eles estavam recebendo, pois levaram uma mensagem em que eu fui testemunha ocular e digo que a mensagem foi uma benção, a igreja recebeu muito bem. Porém foram mal interpretados e taxados como criadores de movimento, estes obreiros se afastaram por algum tempo e o pastor disse com todas as letras: A mão do "senhor" descera sobre a vida deles e suas esposas perderão o bebê, pois se levantaram contra o ungido do senhor. Basta!...

Fui muito inocente, achei que o presbitério deveria saber, busquei ajuda de um outro pastor que disse que me ajudaria, como fui tolo... Reuniram o presbitério local para que eu contasse o que estava acontecendo, na verdade já estava tudo planejado, fiquei frente a frente com seis pastores. Acho que o final disso tudo não é difícil imaginar o que aconteceu. Tiveram uma “revelação” O pastor disse assim: JOÃO, não vejo motivo para tirar seu diaconato, mas, você vai ficar nesta igreja como diácono até Jesus voltar... Chame tua esposa ajoelha aqui que nós vamos orar...

Tirou-me da igreja onde eu era responsável sem sequer me deixar despedir da igreja. Fui exonerado... Mandaram-me para outra cidade com mulher e três filhos. Eu não quis aceitar o ponto final que eles impuseram para minha vida espiritual, (ficar como diácono ate Jesus voltar), e junto de minha família, tomei a decisão de sair da ICM. Saímos na terça-feira e na quarta-feira estávamos congregando na Assembléia de Deus, ainda estamos lá graças a Deus, mas os sonhos nunca se afastaram de nós, pois sabíamos que o senhor tinha algo diferente para nossa vida.

Meu amado, sofri por causa de meus irmãos, pois eles nunca mais conseguiram se estabilizar, sempre sonho com uma igreja em que nossos irmãos possam cultuar ao senhor sem serem acusados e desprezados.

Fico um pouco envergonhado com tudo isso, mas, no entanto, tenho deixado aqui um pouco do meu testemunho.

Obs: Foram muitos os acontecimentos durante os anos que passamos lá, mas isso é passado, gostaria de saber mais sobre vocês... Tem alguns irmãos que estão esperando por um sonho, e nós cremos que em breve a Comunidade Evangélica entre as Nações estará aqui conosco.

Há um ano e meio, eu e mais três irmãos que também saíram da ICM, começamos um trabalho na casa de uma irmã, não somos muitos, mas temos esperança. Quando reuníamos falávamos sobre este dia... Estaremos orando para que o nosso Deus prepare o caminho diante de nós.

Não quero jogar um fardo para o pastor carregar, pelo contrario quero dividir este trabalho com os irmãos. Tenho uma família estruturada graças a Deus, e estamos à disposição para receber toda a instrução e orientação.

“Sonhei, que estava congregando em uma igreja, e no culto vi que as pessoas estavam muito a vontade e felizes, vi irmãos que saíram da ICM, eles estavam sorrindo como criança. O que mais me chamou a  atenção, foi o semblante das pessoas, eram como se eles estivessem sonhando.  Um varão me dizia: Preparai, pois este dia esta chegando” Quando acordei comentei sobre este sonho com minha esposa, e disse a ela que esse culto só aconteceria no céu, mas agora sei que este dia é vai acontecer.

Um grande abraço!

JOÃO@ig.com.br

 

 

 

De: pastor-solon

Date: Sun, 22 Feb 2009 18:41:18 -0300

Prezado JOÃO, que a paz do Senhor Jesus seja contigo.

Compreendo e acredito em cada palavra sua. Ainda não sei exatamente o que o irmão espera de nós, mas gostaríamos de poder ajudá-los dentro do que estiver ao nosso alcance.

Como não sei o nível de conhecimento que você tem a nosso respeito, vou dar uma sugestão para que você possa, por meio do site, nos conhecer melhor. O site tem sido um importante instrumento para nossa interação com pessoas que precisam de ajuda. Por meio do site, mostramos (literalmente) a "nossa cara" e demonstramos, com clareza, nossos propósitos. Desse modo, gostaria de saber se o irmão já leu alguns textos que publicamos, em especial, os seguintes:

a) minha experiência como ex-pastor da ICM;

b) nossa história;

c) nossos valores;

d) o ministério pastoral na CEEN;

e) um acidente fatal e 15 minutos no céu.

No primeiro texto, eu relato um pouco do que vivi enquanto pastor da Igreja Cristã Maranata e a razão do meu desligamento. É claro que o meu testemunho se prende ao que eu vivi e percebi e não significa que todos os membros da ICM estejam passando o que eu passei ou percebendo o que eu percebi. Também, como se pode notar pela leitura desse texto, eu não fui exaustivo, pois sei muito mais do que escrevi e somente hoje posso compreender melhor muitas coisas que antes eu não tinha como entender.

No segundo texto, procuramos demonstrar as origens da CEEN e ressaltar que ela não se formou com as bases da rebelião ou inimizade. Não dividimos a ICM e não saímos de lá magoados ou revoltados com ninguém. Por isso, acreditando que cada um deve ficar onde se sinta melhor, desde o começo nunca assediamos ninguém para deixar a ICM e nunca pedimos ajuda a um membro da ICM para nos apoiar no projeto que Deus nos confiou - apenas seguimos o nosso caminho. O texto mostra que a CEEN iniciou seus trabalhos do ZERO e sem utilizar a estrutura institucional ou os métodos da ICM. No início tudo foi muito difícil, devido à escassez de recursos. Quem olhava para nós sentia pena. Os próprios irmãos da ICM nos viam como uns "coitados" que, como você mesmo relatou, "bateu a cabeça". Talvez, por conta desse quadro inicial, surgiram algumas profecias no meio da ICM dizendo que nós não iríamos chegar aos 6 meses de existência. É claro que a profecia não era de Deus e por isso não se cumpriu. Ao contrário, hoje já estamos bem firmados e nosso trabalho vem se consolidando cada vez mais. E o melhor de tudo é que somos livres para amar a todos os nossos irmãos, sejam de que denominação for. Não evitamos nos encontrar com quem quer que seja e sempre que somos convidados a participar de algum evento na ICM (casamentos, aniversários etc.), aceitamos sem o menor constrangimento. Outra coisa maravilhosa que desfrutamos é poder cumprimentar a todos os nossos irmãos com um amoroso "a paz do Senhor Jesus", mesmo que alguém responda com um frio "bom dia". Isso não nos incomoda nem um pouco, pois só desejamos aos outros aquilo que temos em nós - paz.

No terceiro texto, procuramos deixar claro o que nós valorizamos e buscamos para nossas vidas, nossas família e nossa igreja.

No quarto texto, relatamos o modo que ser formou o ministério na CEEN e a visão que temos de um líder.

No quinto texto, temos a história do Pastor Ademir, contada por ele mesmo. Ali, qualquer pessoa poderá ver se se trata de um doido que "bateu a cabeça" ou de um homem que aprendeu a amar a obra de Deus e a se empenhar por ela de modo que nem todos estão dispostos a fazer - sem honrarias, sem dinheiro, sem templos, sem esperar o amor das pessoas ou mesmo o reconhecimento de homem algum, mas apenas atendendo a um chamado de Deus para uma tarefa específica e sem desmerecer o trabalho dos outros. Queremos ser um canal de bênção para a vida das pessoas e jamais um canal de maldição.

Ainda, para que você possa saber um pouco mais a nosso respeito, você pode ver a nossa agenda 2009 e, também, na seção de cartas, uma amostra do alcance do nosso trabalho. Em especial, você verá que já temos um embrião no Rio de Janeiro.

Como você mesmo disse, toda essa descrição é para que haja confiança. Depois disso, você pode dizer em que podemos ajudá-lo, ok?

Se você permitir, gostaria de publicar sua carta na seção de cartas, suprimindo seu nome ou qualquer outra informação que possa identificá-lo.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.