Carta 157

02/07/2013 15:57

De: MARIA

Para: Site Celeiros

Data: 6 de agosto de 2011 22:51

Assunto: Orientações diversas

 

(...)/MG, 06 de agosto de 2011.

 

Pastor Sólon

A paz do Senhor,

 Meu nome é MARIA, moro em (...)  – MG.(Rua ..., 145 –CEP ...].

Tenho (...) anos sou membro da Igreja Presbiteriana.

Estava pesquisando títulos de louvores na internet quando apareceu no Google o título do seu testemunho, desde então não parei de ler os textos e cartas no site.

Tem algumas questões que estão me angustiando muito e acredito que o pastor possa me ajudar.

Minha mãe e dois tios meus são da ICM, um dos meus tios foi levantado a pastor recentemente. Eu freqüentei a ICM por 4 anos, mas nunca tive a certeza que queria ficar ali, por isso nunca senti vontade de batizar. Gostava muito do “formato” do culto dos louvores, da reverencia, admirava muito a seriedade com que as pessoas se dedicavam a “obra”.

Porém, algumas coisas me intrigavam, às vezes pensava que era porque eu não tinha fé ou não era digna de conhecer a Deus com intimidade conforme eu achava que ocorria com os membros da ICM. Eu também não dava conta de viver segregada, sempre gostei muito de estar com minha família; primos tios, mesmo não sendo crentes. Não conseguia parar de usar calças. Às vezes ficava me perguntando se as revelações e as orações em línguas eram mesmo provenientes de Deus.

Alguns dias antes de eu ir para o seminário principiante, quando um diácono e uma irmã faziam oração pra mim, foi revelado pela oração em línguas que eu seria batizada com o espírito santo no Maanaim. No dia anterior a viagem para o Manaim de Divinópolis foi feita uma reunião e explicaram como era no seminário, mas não me falaram nada sobre vestes. No dia da viagem fui para o ônibus de calça, pois realmente eu não tinha saias e estava muito frio. Tudo pronto para ônibus sair quando uma irmã veio e me chamou fora do ônibus disse que eu não poderia ir de calça, que se eu não quisesse perder a benção eu poderia ir a casa dela e pegar umas saias das filhas dela emprestadas. Foi o que fiz, porém fiquei constrangida.

No seminário, apesar de discordar de alguns pontos tratados, teve momentos bons de quebrantamento, porém na hora do batismo com espírito santo pela consulta a palavra e segundo a interpretação do diácono, eu não fui batizada. Ele disse que deveria procurar viver mais em santidade. Voltei muito decepcionada, mas achando que o problema era comigo, que eu não era fiel a Deus e por isso não alcançava as coisas do Senhor. Ainda me pergunto, se o Senhor sabe de todas as coisas e o espírito santo não mente, como explicar essa contradição? 

Depois disso freqüentei a igreja por mais 3 anos, mais porque minha filha que na época que comecei ir a ICM estava com quatro anos, gostava muito e pedia para ir, ficava como medo de deixar de ir e minha filha não gostar de outra igreja. Minha filha sempre assistia o DVDS de Ana Paula Valadão, um dia uma irmã me disse que havia uma orientação que não deveria deixar as crianças assistirem esses DVDS, pois uma criança tinha perguntado a mãe porque Ana Paula era de Deus e usava calças. Não concordava com estas orientações, mas ficava calada, pois achava que o problema era comigo.

Há dois anos parei de freqüentar a ICM, há 9 meses estou congregando na Presbiteriana e há 03 meses batizei. Estou estudando a palavra, o meu pastor sempre afirma que crer também é pensar não me sinto oprimida como me sentia na ICM.

As questões que me angustiam e que peço uma orientação do pastor são as seguintes:

1. Batismo com espírito santo, qual o seu entendimento?

2. Meu irmão vai se casar em dezembro na igreja católica e meu pastor me disse que eu devo ir por amor ao meu irmão e também para não me afastar das pessoas que amo, o que dificultaria trazê-los para Jesus. No entanto, minha mãe, que é da ICM, provavelmente não irá. Ela disse que vai fazer jejum e orar pedindo ao Senhor para mostrar se ela deve ir. Apesar de não concordar, não falei nada. Será que devo falar pastor?

3. Minha mãe mora na (...), a ICM colocou uma parabólica para receber o sinal do satélite de Vitória-ES. A igreja dá assistência realizando cultos de 15 em 15 dias na casa dela. Meu pai é um homem muito humilde praticamente não lê, já participou do seminário principiante, mas não definiu pelo batismo. Percebo que ele anda muito angustiado, fica de frente a TV e às vezes assisti vários programas evangélicos, assisti a canção nova, mas não tem uma definição. Ele questiona várias coisas na ICM, mas gosta dos cultos e sente falta quando culto é suspenso. Acho que ele está ficando deprimido porque não consegue aceitar a obra com “plenitude” e às vezes duvida de alguns dons. Mas lá na roça não tem outra igreja evangélica. A casa dos meus pais sempre foi cheia de familiares e ultimamente (depois que minha mãe converteu e por outros motivos) as pessoas estão mais distantes, porém meu pai sente muita falta. Tenho medo que venha a ter problemas mentais/psicológicos mais sérios, pois ele anda muito confuso. O que posso fazer pastor? Pensei em mostrar alguns textos seus para minha mãe, mas tenho medo causar confusão.

Entendo que por conhecer a ICM, o senhor pode me orientar. Peço que não divulgue meu nome, pois não quero criar situação difícil com meus familiares.

Obrigada

Fique na paz do Senhor

MARIA

 

 

De: Pr. Sólon

Para: MARIA

Data: 7 de agosto de 2011 17:47

Assunto            Re: Orientações diversas

Prezada irmã MARIA, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua família.

Já li todo o conteúdo de sua carta e compreendo a situação que você está passando.

Amada, peço que você tenha um pouquinho de paciência eu responderei seus questionamentos. Na verdade, eu estou com muitas cartas acumuladas para responder, pois nestes dois últimos meses não tive condições de me dedicar ao site e provavelmente só poderei fazê-lo depois do seminário que estarei realizando aqui em Brasília no próximo final de semana.

Espero contar com sua compreensão.

Enquanto isso, vamos orar para que Deus nos conceda sabedoria e vitória.

Grande abraço,

Pr. Sólon.

 

De: Pr. Sólon

Para: MARIA

Data: 28 de agosto de 2011 04:53

Assunto            Re: Orientações diversas

Prezada irmã MARIA, que a paz do Senhor Jesus seja com toda a sua família.

Inicialmente, preciso esclarecer que a melhor pessoa para orientá-la é o seu pastor. Sugiro que você compartilhe com ele o que eu vou lhe dizer e se em algum ponto ele pensar diferente, fique com o conselho dele, pois ele é quem está próximo a você, velando por sua vida:

“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.” (Hebreus 13:17 RA)

Agora, vou respondê-la por partes, ok?

“Minha mãe e dois tios meus são da ICM, um dos meus tios foi levantado a pastor recentemente. Eu freqüentei a ICM por 4 anos, mas nunca tive a certeza que queria ficar ali, por isso nunca senti vontade de batizar. Gostava muito do “formato” do culto dos louvores, da reverencia, admirava muito a seriedade com que as pessoas se dedicavam a “obra”.”

Amada, louvado seja Deus por sua família estar buscando a Deus e procurando servi-lo. Em termos de liturgia, tanto a ICM quanto a Presbiteriana são bem organizadas. Quando eu vou à cidade da minha sogra, no interior de São Paulo, costumo assistir aos cultos na Presbiteriana e acho muito agradável. Parabéns ao seu tio por desejar o episcopado!

“Porém, algumas coisas me intrigavam, às vezes pensava que era porque eu não tinha fé ou não era digna de conhecer a Deus com intimidade conforme eu achava que ocorria com os membros da ICM.”

Sobre a fé, lembre-se: a que você tem é suficiente, mesmo que pareça pequena. Certa vez os discípulos fracassaram em expelir um demônio de um jovem e quando perguntaram a Jesus a razão do insucesso, foi-lhes dito que a fé que eles tinham era menor do que um grão de mostarda. Na prática, Jesus estava dizendo que a fé deles era quase inexistente, considerando-se o tamanho de um grão de mostarda.

Veja você mesma:

“19 Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus, perguntaram em particular: Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo? 20  E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível. 21  Mas esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum.” (Mateus 17:19-21 RA)

Note bem, com uma fé muito pequena, do tamanho de um grão de mostarda, já seríamos capazes de fazer proezas, segundo disse Jesus. Entretanto, o que faz nossa fé ser inoperante, em certos casos, é a ausência de uma vida consagrada a Deus. Por isso, minha sugestão é que você mantenha seus momentos devocionais de oração e de leitura bíblica e, na medida de suas possibilidades, tenha o hábito de fazer jejuns. E, é claro, separe-se do pecado, pois sem santificação ninguém verá a Deus.

Fazendo assim, mesmo que sua fé seja pequena, suas investidas espirituais serão positivas. Não olhe para o que os outros fazem ou deixam de fazer. Simplesmente, faça o que você deve fazer. Uso de saia não santifica ninguém. De nada adianta uma saia longa e uma língua incendiária, por exemplo. Ademais, se você for observadora, verá que ter visões e falar em línguas estranhas não é sinônimo de vida consagrada ou de intimidade com Deus. Tanto o homem consagrado como o que vive em pecado podem ter visões, só que de origens diferentes.

Em minha experiência pessoal, notei que alguns homens repletos de visões e línguas estranhas eram muito carnais. Apenas a título de exemplo, acompanhei a vida de um pastor que ao fechar os olhos, em qualquer reunião, sempre tinha, no mínimo, uma visão para “consultar” a Deus. Depois de algum tempo, suas atitudes carnais acabaram aparecendo: ele tinha o péssimo hábito de investigar como andava a vida sexual das irmãs da igreja, sempre com perguntas indiscretas e com intenções duvidosas. Ao ser denunciado, foi transferido de Estado, de modo que o caso ficou abafado.

Querida, o homem espiritual não precisa constantemente mostrar sua espiritualidade com visões e rituais. Isso mais parece vaidade e carnalidade. Quem faz algo para Deus, não faz para aparecer. Ao contrário, faz de modo silencioso e oculto, quando isso é possível:

“2 Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. 3  Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; 4  para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. 5 ¶ E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. 6  Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mateus 6:2-6 RA)

“Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estrangeiro, e não os teus lábios.” (Provérbios 27:2 RA)

Quer saber quem é espiritual? Então seja observadora, pois o homem espiritual não vai lhe dizer que é espiritual e nem vai gastar seu tempo falando de suas proezas espirituais. Você vai descobrir a espiritualidade dos homens olhando para as suas atitudes, começando pelo modo como tratam seus familiares. Um homem grosseiro ou que trate a esposa como uma empregada, mesmo que seja amável com as irmãs da igreja, denuncia que não tem nada de espiritual em sua vida.

Em resumo, a fé que você tem é suficiente: acredite nisso! Apenas associe a ela a santificação e a consagração de sua vida a Deus e não faça comparações com outras pessoas, ainda que pareçam espirituais.

“Eu também não dava conta de viver segregada, sempre gostei muito de estar com minha família; primos tios, mesmo não sendo crentes.”

Seu pastor está correto: você deve estar próxima de seus familiares para que eles tenham sempre a oportunidade de observar a sua vida. Se você é luz, iluminará o ambiente com seu testemunho, com o amor para com eles e com palavras de sabedoria. Há uma frase atribuída a São Francisco de Assis que vale a pena observarmos: “Pregue sempre, e, se necessário, use palavras.”

Nossos filhos estão constantemente aprendendo conosco, mesmo quando não estamos pregando, fazendo discursos moralistas ou dando ordens. Eles estão próximos de nós o suficiente para ver como agimos e para verificar se o nosso discurso confere com a nossa prática. De igual modo, todas as pessoas ao nosso redor, crentes ou não, podem ser influenciadas para a salvação, se somos sal e se somos luz.

Em resumo: deixe a segregação para os fracos, pois esses ao invés de influenciarem, são influenciados.

“Não conseguia parar de usar calças. Às vezes ficava me perguntando se as revelações e as orações em línguas eram mesmo provenientes de Deus.”

Como eu já disse, uma coisa nada tem a ver com a outra. É claro que a decência é necessária para a nossa separação do pecado, mas a definição dos padrões morais de decência variam de acordo com a cultura. Sugiro que você leia o texto que escrevi sobre “Usos e costumes” no seguinte endereço: https://www.celeiros.com.br/artigos.htm.

Alguns dias antes de eu ir para o seminário principiante, quando um diácono e uma irmã faziam oração pra mim, foi revelado pela oração em línguas que eu seria batizada com o espírito santo no Maanaim. No dia anterior a viagem para o Manaim de Divinópolis foi feita uma reunião e explicaram como era no seminário, mas não me falaram nada sobre vestes. No dia da viagem fui para o ônibus de calça, pois realmente eu não tinha saias e estava muito frio. Tudo pronto para ônibus sair quando uma irmã veio e me chamou fora do ônibus disse que eu não poderia ir de calça, que se eu não quisesse perder a benção eu poderia ir a casa dela e pegar umas saias das filhas dela emprestadas. Foi o que fiz, porém fiquei constrangida.

 

Graças a Deus você perseverou, apesar do modo como descobriu que a ICM adota alguns usos e costumes. Eu penso que seria mais honesto se as cartas fossem colocadas na mesa, de modo claro, desde o momento em que a pessoa é evangelizada. Afinal, não há problema algum se uma igreja adota como regra usos e costumes. Sei disso, mas, pense comigo: não seria mais saudável dizer isso às pessoas, para que elas soubessem, de antemão, as regras do jogo? Isso é honesto e verdadeiro, como devem ser tratadas as coisas de Deus. Se não pode, alguém deveria dizer que não pode, sem medo de defender o que acreditam. Se crêem que a saia faz a mulher mais santa, deveriam dizer isso abertamente. Ora, devemos ter coragem e ousadia para falar aquilo que cremos. Não há nenhum demérito nisso. A meu ver, a sabedoria não pode ser utilizada como pretexto para ir conduzindo a pessoa sorrateiramente até ela ficar emaranhada e não conseguir mais agir de modo livre.

“No seminário, apesar de discordar de alguns pontos tratados, teve momentos bons de quebrantamento, porém na hora do batismo com espírito santo pela consulta a palavra e segundo a interpretação do diácono, eu não fui batizada. Ele disse que deveria procurar viver mais em santidade.”

Sim, também creio que sempre que nos reunimos com sincero coração para buscar a Deus, o Espírito de Deus se manifesta, independentemente dos erros e falhas comuns a todos os homens.

Porém, quanto ao método de consultar a palavra de Deus para saber se alguém foi batizado com o Espírito Santo, não há qualquer explicação bíblica para isso. Talvez, essa seja uma das maiores heresias ensinadas na ICM. Digo heresia, não para escarnecer, mas colocando a palavra em seu sentido exato, qual seja: “hairesis” (preferência e escolha). Nesse sentido, a ICM fez a opção de criar um modo objetivo para verificar se a pessoa foi batizada com o Espírito Santo, método este não encontrado a bíblia. Para agravar a situação, outra pessoa lê o seu texto e se acha em condições de dizer o que se passa naquele momento entre você e o Espírito Santo de Deus. Mas, não é só! Completa dizendo o óbvio, após deduzir que você não foi batizada.

Sobre a consulta à palavra, sugiro a leitura do estudo que escrevi a esse respeito no seguinte endereço: https://www.celeiros.com.br/estudos.htm.

Voltei muito decepcionada, mas achando que o problema era comigo, que eu não era fiel a Deus e por isso não alcançava as coisas do Senhor. Ainda me pergunto, se o Senhor sabe de todas as coisas e o espírito santo não mente, como explicar essa contradição? 

Se entendi bem, a contradição a que você se refere diz respeito ao fato de que, alguns dias antes de você ir ao seminário, um diácono e uma irmã fizeram uma oração por você e, mediante oração em línguas, lhe disseram (interpretação?) que você seria batizada com o espírito santo no Maanaim. Seja por interpretação de línguas ou como revelação, o fato é que Deus disse que iria batizá-la com o Espírito Santo no Maanaim e depois o “mesmo Deus”, no Maanaim, lhe disse por meio da consulta à palavra, e mediante a interpretação de um diácono, que você não foi batizada.

Se foi isso, creio que você não deve se preocupar. Deus não é Deus de confusão. Uma dessas duas manifestações, ou as duas, não procedem de Deus.

“32 Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas; 33  porque Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos,” (1 Coríntios 14:32-33 RA)

Não quero que você pense que eu não creio nos dons espirituais, pois eu creio e muito, mas penso que uma manifestação espiritual não é uma brincadeira de tentativa e erro. Sobre essa questão, sugiro a leitura do estudo que preparei sobre “Dons Espirituais” no seguinte endereço: https://www.celeiros.com.br/estudos.htm.

E se você ainda não foi batizada no Espírito Santo, peça a Deus:

“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11:13 RA)

“Depois disso freqüentei a igreja por mais 3 anos, mais porque minha filha que na época que comecei ir a ICM estava com quatro anos, gostava muito e pedia para ir, ficava como medo de deixar de ir e minha filha não gostar de outra igreja.”

Sim, vou concordar com você: minhas filhas também tiveram excelentes professoras nas classes de crianças da ICM. Tirando os excessos, considero que esse é um dos melhores trabalhos desenvolvidos no âmbito da Maranta.

“Minha filha sempre assistia o DVDS de Ana Paula Valadão, um dia uma irmã me disse que havia uma orientação que não deveria deixar as crianças assistirem esses DVDS, pois uma criança tinha perguntado a mãe porque Ana Paula era de Deus e usava calças. Não concordava com estas orientações, mas ficava calada, pois achava que o problema era comigo.”

Eu gostaria muito de saber o que responderam à criança que, inocentemente, fez a pergunta que muitos adultos não têm coragem de fazer.

“As questões que me angustiam e que peço uma orientação do pastor são as seguintes:

1. Batismo com espírito santo, qual o seu entendimento?”

Querida, sua pergunta é bastante abrangente e eu precisaria fazer um estudo bíblico para tentar tratar essa questão e, mesmo assim, creio que não conseguiria fechar bem essa questão. Mas, vou falar um pouco sobre o assunto para não deixá-la decepcionada, já que a fiz esperar tanto pela resposta à sua correspondência.

A experiência do batismo com o Espírito Santo é relatada na Bíblia valendo-se de algumas expressões diferentes, como se vê a seguir:

“Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” (Atos 1:5 RA)

"E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra." (AT 10:44)

Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.” (Atos 2:4 RA)

“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam.” (Atos 19:6 RA)

No meu modo de entender, o batismo com o Espírito Santo deve ser uma experiência bem definida, francamente perceptível ao que foi batizado e àqueles que estão à sua volta. Ora, se eu preciso consultar a Deus para saber se fui batizado, provavelmente eu não fui.

Ao afirmar que a experiência do batismo é notória, baseio-me em algumas passagens da palavra de Deus. Por exemplo, no texto em que Jesus ordena que os seus discípulos permanecessem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lucas 24:49), notamos que esse fato deveria ser evidente e bem definido. Caso contrário, como os discípulos saberiam se os dias de espera já haviam terminado? E foi exatamente isso que aconteceu. No dia do pentecostes, a experiência foi tão marcante, definida, perceptível e real que todos os batizados sabiam que tinham sido batizados. E o que dizer dos que presenciaram o fato? Aquela experiência também foi percebida por eles, mesmo que no primeiro momento não a tenham entendido.

“1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2  de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. 3  E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. 4  Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. 5 ¶ Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. 6  Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. (...) 12  Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer? 13  Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados!” (Atos 2:1-6; 12,13 RA)

Como se pode ver no texto transcrito, o fato foi notório a todos os que o presenciaram.

A mesma coisa é clara na pergunta definida feita pelo apóstolo Paulo aos discípulos em Éfeso: "Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes?" (Atos 19:2) É evidente que Paulo esperava, como resposta, um "sim" ou um "não", sem rodeios.

A menos que eles pudessem saber se receberam ou não o Espírito Santo, como poderiam responder a pergunta de Paulo? É bom lembrar que eles não praticavam a “consulta às escrituras”. Assim, eles teriam que saber se foram batizados por outro modo, quem sabe se por meio da operação de algum sinal visível ou de uma sensação qualquer. Se isso não fosse possível ou esperado por Paulo, sua pergunta seria absolutamente ilógica. Seria o mesmo que eu perguntar se alguém já leu o capítulo 17 do Evangelho de Marcos, se eu sei que ele não existe.

Note-se que, se Paulo tivesse feito essa pergunta logo após o batismo, que ocorreu em seguida, esses discípulos não teriam qualquer dúvida em responder à pergunta de Paulo, dada a evidência que acompanhou o batismo:

“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam.” (Atos 19:6 RA)

Imagine, querida, se após a aula do Maanaim sobre batismo com o Espírito Santo, no seminário de principiantes, em vez de se consultar a bíblia, os diáconos saíssem entre o povo apenas perguntando: foi batizado, meu irmão? O que você acha que aconteceria? Eu imagino que a maioria das pessoas não saberia responder a pergunta. Entretanto, com a abertura aleatória da bíblia, tudo fica mais fácil. Se há alguma sensação envolvida naquele instante é a de alívio para aqueles que “tiraram” um texto positivo. Esses saem “cheios” de alegria e acabam experimentando uma sensação gostosa que se confunde com o próprio batismo.

Hoje, eu entendo que após o batismo com o Espírito Santo, o homem deve saber que foi batizado e isso lhe deve ser muito claro a ponto dele saber responder “Sim! Eu fui batizado!”

Apenas a título de comparação, experimente responder a esta pergunta: você é salva?

Se alguém tem alguma dúvida quanto a isso, provavelmente ainda não passou pela experiência da conversão. Ora, nenhum convertido tem qualquer dúvida quanto à sua salvação, pois ele sabe exatamente o que aconteceu na sua vida no momento em que aceitou o Senhor Jesus como Salvador e Senhor.

Veja que a Bíblia é um livro muito definido sobre esses assuntos, seja na questão da salvação seja na questão do batismo com o Espírito Santo.

Mas, como disse antes, não é só o batizado que fica convicto de que foi batizado. O batismo com o Espírito Santo também se torna notório à vista das pessoas que o cercam. Exemplo disso é a escolha de Estevão como diácono da igreja apostólica. Um dos requisitos da escolha era que o candidato fosse “cheio do Espírito Santo”. Ora, se esse enchimento não fosse notório, como saberiam aqueles que o elegeram?

Ora, como eu já havia comentado, as atitudes de um homem é que revelam a sua espiritualidade.

 “3 Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; (...) 5 O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. (Atos 6:3 e 5 RA)

Ainda, sobre o assunto, entendo que o batismo com o Espírito Santo é uma operação distinta de sua obra regeneradora. Ser regenerado pelo Espírito Santo é uma coisa, e ser batizado com o Espírito Santo é algo totalmente diferente.

Jesus deixou claro que a regeneração (novo nascimento) é um nascer da água (arrependimento e purificação de pecados) associado ao nascer do Espírito (ação regeneradora do Espírito Santo) para um andar em Espírito a partir daí:

Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. 6  O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. 7  Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. 8  O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito. (João 3:5-8)

Entretanto, essa ação regeneradora não pode ser confundida com o batismo com o Espírito Santo, senão vejamos:

 “Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” (Atos 1:5 RA)

Quando Jesus disse isso os discípulos ainda não haviam sido "batizados com o Espírito Santo", mas já eram homens regenerados pela fé na palavra de Jesus que estavam ouvindo:

 “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado;” (João 15:3 RA)

Os discípulos já haviam sido regenerados e também já haviam sido batizados nas águas por João Batista, mas ainda não eram batizados com o Espírito Santo. Desses, apenas Judas Iscariotes não teve sua regeneração confirmada por Jesus, conforme se vê a seguir:

"Ora, vós estais limpos, mas nem todos." (João 13:10)

E para que não se suponha que essa condição de regeneração antes do batismo foi um privilégio apenas dos apóstolos, é possível notar a mesma evidência nos tempos da igreja primitiva na seguinte passagem:

“12 Quando, porém, deram crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, iam sendo batizados [nas águas], assim homens como mulheres. 13  O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados. 14 Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João; 15  os quais, descendo para lá, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo; 16  porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em o nome do Senhor Jesus.” (Atos 8:12-16 RA)

De modo semelhante, há outra passagem que indica que o batismo com o Espírito Santo ocorreu em ocasião distinta do novo nascimento. Quando Paulo passou por Éfeso encontrou ali alguns discípulos, ou seja, homens que já haviam crido na salvação de Jesus e já haviam aceitado o batismo do arrependimento, indicando a regeneração, mas que ainda não eram batizados com o Espírito Santo.

1 Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. 3  Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João [nas águas]. 4  Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. 5  Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus. 6  E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam. 7  Eram, ao todo, uns doze homens. (Atos 19:1-7)

Parece claro, portanto, que alguém pode ser crente, pode ser um homem regenerado, e contudo não ter ainda o batismo com o Espírito Santo. Em outras palavras, o batismo com o Espírito Santo é algo distinto, e mais do que Sua obra regeneradora. Nem todo crente regenerado tem o batismo com o Espírito Santo, embora todo homem regenerado possa receber esse batismo, bastando, para tanto, crer e pedir.

Na comunidade Evangélica Entre as Nações, fazemos um seminário para novos convertidos e simpatizantes da igreja, mas ainda não convertidos. Nesse seminário, depois de várias aulas sobre o projeto de Deus para a salvação do homem, sobre o perdão de pecados, sobre o perdão aos ofensores e sobre a santificação, a última aula é sobre o batismo com o Espírito Santo. Após essa aula, temos um longo momento de oração que chamamos de ministração. Nesse período, colocamos em prática o que a bíblia nos ensina a fazer: suplicamos a Deus para que desça sobre as pessoas o Espírito Santo de Deus. Sabe o que acontece? Ele vem! Depois de encerrada a reunião, basta fazer a pergunta: “foi batizado?” Ninguém tem dúvida para responder.

 

Por fim, gostaria de dizer que eu entendo que o Batismo é um enchimento do Espírito Santo de Deus num determinado momento. Chama-se “batismo” exatamente porque é o momento inaugural dessa experiência que deve ser permanente na vida do homem e da mulher de Deus. Num certo momento, em que o homem está anulando seu “eu” e está se entregando à oração e à submissão à vontade de Deus, o Espírito Santo, tão desejado, vem sobre ele. A primeira vez que isso acontece é chamada de “batismo”.

Entretanto, o batismo não significa que a pessoa vá ter dali em diante uma vida cheia do Espírito Santo de Deus. Isso vai depender de um caminhar reto e constante na presença do Senhor. Se o homem batizado volta ao pecado ou passa a uma vida dedicada às coisas desta vida, sem se submeter à vontade do Soberano ou sem se empenhar pela comunhão diária com Ele, certamente tornar-se-á um homem vazio de Deus e cheio de si mesmo novamente.

Ter uma vida cheia do Espírito Santo de Deus é mais que ter sido cheio no dia do batismo. Para ser cheio é preciso deixar o Espírito Santo ocupar todas as áreas das nossas vidas, plenamente. Isso é ser cheio: ser pleno. Se deixamos Deus interferir apenas em algumas áreas das nossas vidas, não podemos pretender ser cheios do Espírito Santo. Ser cheio é não ter reservas pessoais. Afinal, não se pode encher o que já está cheio. Por isso, o homem deve se esvaziar de si mesmo, de suas pretensões, de suas vaidades, de seu orgulho, de sua sabedoria secular e deixar Deus ser o dono de seu ser. Esse, sim, permanecerá cheio do Espírito Santo de Deus.

“2. Meu irmão vai se casar em dezembro na igreja católica e meu pastor me disse que eu devo ir por amor ao meu irmão e também para não me afastar das pessoas que amo, o que dificultaria trazê-los para Jesus. No entanto, minha mãe, que é da ICM, provavelmente não irá. Ela disse que vai fazer jejum e orar pedindo ao Senhor para mostrar se ela deve ir. Apesar de não concordar, não falei nada. Será que devo falar pastor?”

Eu penso como o seu pastor. Você irá ao casamento não para cultuar qualquer tipo de santo, mas apenas para prestigiar o seu irmão neste dia tão importante em sua vida. Vou lhe contar minha experiência: minhas três irmãs se casaram na igreja católica. Eu já era obreiro da ICM e não perguntei a ninguém se eu poderia ir. Eu simplesmente fui. Veja que eu não me tornei católico por isso. Também, não fiquei oprimido com isso (veja a carta nº 19). Ao contrário, minha vida espiritual se desenvolveu normalmente e eu fui levantado por Deus como diácono, depois como ungido e depois como pastor. E minhas irmãs? Converteram-se na igreja em que eu era pastor na ICM: elas e meus cunhados.

Eu nem sei lhe dizer o que aconteceria se elas tivessem se sentido desprezadas por mim. Será que depois disso elas aceitariam o convite para participar de um culto na minha igreja? Enfim, só sei que Deus me honrou nessa questão.

Sobre sua mãe estar orando para que Deus lhe fale se ela deve ir ao casamento de seu próprio filho, creio que você deve lhe falar sobre o amor e sobre a importância da família, esclarecendo, inclusive, sobre as barreiras que podem ser colocadas entre eles.

Mas, eu não estou dizendo que ela deve agir como nós agiríamos, pois nossa consciência é diferente da dela. Enquanto nós temos a capacidade de entrar em um ambiente idólatra sem sermos afetados por isso, ela pode não conseguir fazer essa abstração. É provável que sua mãe, devido ao ensino que recebeu na ICM sinta que o simples entrar em um ambiente idólatra já faça dela uma adoradora de ídolos. E isso por causa do seguinte texto bíblico:

“18 Considerai o Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que se alimentam dos sacrifícios são participantes do altar? 19  Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? 20  Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios. 21  Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.” (1 Coríntios 10:18-21 RA)

Embora esse texto se refira a sacrifícios e a comer a carne de animais oferecidos em rituais idólatras, a ICM apresenta esse texto como justificativa para que seus membros não pisem em uma igreja católica.

Por isso, se a consciência de sua mãe diz que ao assistir um casamento em uma igreja católica ela estará cultuando os ídolos que ali estão colocados, significa que ela não consegue separar uma coisa da outra. Então, é melhor ela não ir do que ir e depois ficar com a consciência pesada, sentindo culpa por ter cultuado demônios.

É até possível que isso a incomodará tanto que ela acabará sonhando com alguma coisa nesse sentido.

No nosso caso, talvez sejamos como Sadraque, Mezaque e Abede-Nego que viviam na Babilônia, mas não se dobraram diante da estátua do Rei Nabucodonossor. De igual modo, o povo de Deus viveu no Egito, mas não se envolveu com o culto dos egípcios. Fisicamente, eles estavam lá, mas na hora de adorar, só adoravam a Deus.

“3. Minha mãe mora na (...), a ICM colocou uma parabólica para receber o sinal do satélite de Vitória-ES. A igreja da assistência realizando cultos de 15 em 15 dias na casa dela. Meu pai é um homem muito humilde praticamente não lê, já participou do seminário principiante, mas não definiu pelo batismo. Percebo que ele anda muito angustiado, fica de frente a TV e às vezes assisti vários programas evangélicos, assisti a canção nova, mas não tem uma definição. Ele questiona várias coisas na ICM, mas gosta dos cultos e sente falta quando culto é suspenso. Acho que ele está ficando deprimido porque não consegue aceitar a obra com “plenitude” e às vezes duvida de alguns dons. Mas lá na roça não tem outra igreja evangélica. A casa dos meus pais sempre foi cheia de familiares e ultimamente (depois que minha mãe converteu e por outros motivos) as pessoas estão mais distantes, porém meu pai sente muita falta. Tenho medo que venha a ter problemas mentais/psicológicos mais sérios, pois ele anda muito confuso. O que posso fazer pastor? Pensei em mostrar alguns textos seus para minha mãe, mas tenho medo causar confusão.”

Amada, o fato de sua mãe pertencer à ICM não significa que ela não possa viver a verdade do evangelho. Por isso, sugiro que você sempre a ajude na compreensão da palavra de Deus, mas sem entrar no mérito do que as igrejas estão fazendo ou deixando de fazer. Não faça isso para afastá-la da ICM, mas simplesmente para que ela possa viver sem jugo.

A mãe da minha concunhada é uma senhora idosa que é membro ativa da ICM. Ela sabe de tudo e não está vivendo enganada. Entretanto, nós e ela sabemos que o melhor lugar para uma idosa e viúva, como ela, é na ICM: o culto é rápido; as pessoas ficam sentadas todo o tempo; o louvor é suave; e os irmãos são atenciosos. Para um idoso, nada melhor. E, no que diz respeito aos princípios bíblicos, ela não vive o que é ensinado na ICM, mas o que aprende conosco, especialmente na casa de sua filha, onde ela está sempre aprendendo, tanto pelo que ouve quanto pelo que vê no comportamento de sua filha, de seu genro e de sua neta, todos comprometidos com o evangelho do Senhor Jesus como ele é.

Por isso, se seus pais estão sendo assistidos pela ICM, incentive-os a continuar nessa comunhão, mas sem deixar de falar sempre francamente com eles quando o assunto for princípios da palavra de Deus.

E quanto às reuniões que faziam, estimule-os a continuar fazendo, aproveitando, inclusive, as oportunidades para falar da salvação que está em Jesus.

“2 Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. 3  Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado; 4  para que eu o manifeste, como devo fazer. 5 Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades. 6  A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” (Colossenses 4:2-6 RA)

Bom, querida, agradeço a compreensão pela demora da resposta e espero ter contribuído de algum modo para a sua reflexão quanto às decisões que precisa tomar.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.