Carta 112

02/07/2013 15:09

De: MARIA

Para: Pastor Solon

Data: 8 de fevereiro de 2011 11:16

Assunto: Testemunho

 

Paz pastor!

Meu nome é MARIA e sou casada há 3 anos.

Eu e meu esposo nos conhecemos na Igreja do Evangelho Quadrangular, igreja da qual meu pai é pastor titular em (...). Nós nos casamos no ano de 2008 e passamos cerca de 1 ano e meio na igreja juntos.

Há um ano atrás tivemos uma crise muito forte no nosso casamento e nos separamos. Nesse intermédio de tempo meu esposo conheceu uma mulher que apresentou a ele a ICM.

Hoje eu e meu esposo estamos juntos novamente. Graças a Deus o Senhor restaurou o nosso casamento e hoje ele é infinitamente melhor do que antes de nos separarmos.

Mas, o meu esposo continua frequentando a ICM e eu a Quadrangular, fato que tem gerado uma série de discussões em meu lar, pois ele esta praticamente alienado com as doutrinas, impedindo-me praticamente de pregar a palavra pois, segundo ele, "a mulher deve permanecer calada na congregação". Tem me impedido de usar óleo de unção e discriminado ridiculamente o meu pai em seu ministério.

Estou sofrendo muito, pois tenho visto eles praticamente sugarem o meu esposo em favor da "obra" e ele não tem encontrado mais tempo nem pra ter comunhão comigo.

As coisas estão verdadeiramente difíceis em questão de convivência entre nós. Estive pensando em ter filhos mas já tirei essa idéia da minha cabeça, pois só causaria mais discussões. Ele tem umas doutrinas que realmente não encontro base bíblica para elas. Ele ainda não me forçou a usar saia e cabelo longo, mas tem me alfinetado muito com relação as minhas calças.

Por favor pastor creio que o Senhor não restaurou o meu casamento para que ele se perdesse de novo.

Tentei ler o seu testemunho mas não consegui abrir o arquivo.

Gostaria de saber mais sobre esta igreja, pois mesmo meu esposo insistindo muito não sinto paz em frequentá-la.

Que o Senhor abençoe a ti e tua família e te livre dos ataques de satanás.

 Paz!

 

 

De: celeiros

Para: MARIA@hotmail.com

Assunto:Testemunho

Data:11/02/2011 14:03

Prezada irmã MARIA, que a paz do Senhor Jesus seja no seu lar.

Querida, o seu relato me faz lembrar várias cartas que já respondi, mas que preferi evitar tocar em alguns pontos polêmicos.

Espero que você entenda que eu respeito suas decisões e seu modo de ver as coisas. Minhas impressões, baseadas nas minhas convicções bíblicas e na minha experiência como pastor, podem não se aplicar ao seu caso, visto que eu posso não ter compreendido bem sua situação e sua angústia.

Pois bem, antes de comentar sua mensagem, quero fazer algumas considerações sobre o que eu acredito ser mais importante quando o assunto é a nossa comunhão, vida com Deus e a igreja que escolhemos frequentar e dela participar.

Eu creio que a nossa vida espiritual não depende da igreja que freqüentamos, mas do nosso relacionamento individual com Deus. Imagino que aquele que conhece a palavra de Deus e não o está servindo não poderá se justificar, diante do criador, dizendo que não o fez porque na sua cidade, ou no seu país, não tinha a denominação cristã de sua preferência.

O fato é que a nossa salvação não depende da denominação cristã que freqüentamos, mas do nosso andar no caminho, segundo a palavra de Deus. A igreja pode até nos ajudar a andar nele, mas não será a responsável pelo nosso caminhar, uma vez que somos livres. Mesmo conhecendo o caminho, e tendo entrado nele, não iremos a lugar algum se não colocarmos as nossas pernas em movimento. Assim, se você entrou pela porta estreita, resta agora andar, dia a dia, nesse caminho apertado.

E no dia a dia a qualidade do seu caráter cristão não será medido em razão da igreja que você frequenta, mas em razão do seu comportamento. Se você vive, de fato, a palavra de Deus, isso irá refletir em seu testemunho diário, seja em casa, seja no trabalho, seja no convívio com seus amigos, seja na igreja e assim por diante.

Eu sei que muitos tentam culpar suas igrejas por não lhes ensinar a palavra de Deus convenientemente, mas isso não servirá de justificativa para livrá-los de suas responsabilidades, uma vez que todo crente tem a bíblia em suas mãos. Se alguns não lêem, devem culpar a si mesmos se estiverem sendo conduzidos ao erro.

Bom, essa introdução foi para lhe dizer que, seja na sua igreja ou na igreja do seu marido, a responsabilidade por viver os princípios de Deus para o casamento é de vocês e não das igrejas. A igreja não é e não será a principal responsável pelo insucesso de seu casamento. E se o seu marido não estiver aprendendo os princípios bíblicos na igreja dele, isso não retira a sua responsabilidade de andar nesses princípios, se você os conhece.

Em resumo: sua salvação, seu caráter e o sucesso de seu casamento não dependem da igreja evangélica que você congrega, mas de sua escolha em andar segundo os princípios de Deus.

Agora, querida, permita-me falar sobre alguns ensinos bíblicos que fazem muita diferença em nossas vidas, independentemente da igreja que frequentamos.

1 - Deus em primeiro lugar

Quando a palavra de Deus nos ensina a buscar o reino de Deus e a sua justiça em primeiro lugar (Mt 6:33), o contexto bíblico refere-se a uma priorização da busca espiritual sobre a material. Nada e nem ninguém pode ocupar o lugar que deve ser reservado a Deus.

Se alguma coisa é prioritária, ela deve ser tratada primeiro. Não significa que ela seja a única coisa a ser tratada, mas que é a primeira coisa a tratar. Logo, é importante ordenarmos nossas prioridades, para que saibamos o que fazer primeiro e o que devemos fazer em seguida. Nada mais razoável do que fazer primeiro o que consideramos mais importante, não é mesmo?

Nós somos corpo, alma e espírito e temos que tratar dessas três partes de nossa vida diariamente. Nesse caso, qual deve ser a nossa prioridade?

Jesus deixou bem claro que aqueles que quisessem segui-lo em direção ao Pai, teriam que reconhecê-lo em primeiro lugar em suas vidas, na frente até mesmo das pessoas que naturalmente amamos. Ele disse: “se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo” e que “todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lc 14:26 e 33).

Como uma serva de Deus e filha de um pastor, tenho certeza que você já sabe que deve suprir suas necessidades espirituais antes de satisfazer suas demais necessidades.

2 – Família em segundo lugar e não a igreja

Na sequência, querida, a sua família é a coisa mais importante depois de Deus. Lembre-se do segundo maior mandamento: amar o teu próximo com a ti mesmo (Mt. 22:39). Deus conhece muito bem o homem e sabe o quanto ele ama a si mesmo. Por isso, disse que devemos amar o nosso próximo com a mesma intensidade que nos amamos.

Isso significa que o seu “eu” não está sozinho no segundo lugar da fila. Depois de Deus, você tem que se esforçar por colocar em prática o amor ao próximo, já que “a si mesma” você já ama sem qualquer esforço.

Ora, na ordem dos próximos que você naturalmente ama estão as seguintes pessoas: seu marido, seus filhos, seus pais e assim por diante, sem esquecer que os inimigos não ficam de fora dessa lista.

Pois bem, seu cônjuge é o mais próximo dos seus próximos. Veja que Deus dá uma especial ênfase ao amor ao cônjuge. Os versículos a seguir confirmarão o que eu já disse quanto ao amor a si mesma e ao cônjuge:

“Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.” (Efésios 5:24 RA)

“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela... Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;” (Efésios 5:25-29 RA)

 

Parece-me claro que o cônjuge é o segundo da nossa lista no cumprimento das prioridades de Deus.

Agora, vamos ver que os demais membros da nossa família são os próximos nessa ordem de prioridades:

“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente.” (1 Timóteo 5:8 RA)

No meu entendimento, negligenciar a família por causa da igreja, do ministério, ou de qualquer outra coisa, por mais espiritual que isso possa parecer, constitui um desvio da palavra de Deus.

Logo, entendo que a família vem antes da igreja na nossa escala de valores, senão vejamos:

“É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, (...)  e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito  (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)” (1 Tm 3:2-5)

Observe que o homem de Deus deve ser primeiramente um bom líder em sua casa e exemplar quanto à sua família. Caso contrário não poderá cuidar da igreja. Seu zelo pelos demais preceitos bíblicos não será suficiente para qualificá-lo ao ministério.

Mas, veja bem: eu não estou dizendo que a igreja não seja importante ou que podemos ser negligentes em participar dela. Estou afirmando que a família tem a primazia. Isto significa apenas que eu não posso me descuidar da minha casa por causa da igreja. Um pouco de organização nos dará tempo e condições para cuidar dos trabalhos da igreja sem prejuízos à nossa família e vice-versa.

“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” (Hebreus 10:25 RA)

Devo acrescentar que na igreja, além de prestarmos o nosso culto a Deus, temos a oportunidade de aprender ensinamentos bíblicos, desenvolver relacionamentos saudáveis e gozarmos de cobertura espiritual, tanto do ministério pastoral como da oração dos demais membros do corpo de Cristo.

“O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria.” (Provérbios 18:1 RA)

Em resumo: depois de Deus, sua maior preocupação deve ser com a sua família. Qualquer ordem diferente desta não atenderá a vontade de Deus.

Dois princípios de Deus para o casamento

Querida, se você compreendeu o que eu disse até aqui, já sabe onde eu quero chegar, não é mesmo? Há esposas perdendo seus maridos e vice-versa, porque não os colocaram no lugar certo na escala de valores segundo Deus.

 

Infelizmente, tenho recebido muitas cartas de mulheres que estão em “pé-de-guerra” com seus maridos porque estão colocando a igreja acima deles e vice-versa. E eu estou falando de casais crentes. Não estou me referindo a casais que vivem em jugo desigual (2 Cor 6:14-15).

Quando fazem isso, estão demonstrando que são bons religiosos, mas não compreenderam os valores e princípios de Deus.

Vamos repassar apenas dois princípios de Deus, para a nossa reflexão:

a)    O amor

O alvo de quem ama não é o seu próprio interesse, mas o da pessoa amada, ainda que tenha que sofrer com isso:

“O amor é paciente (...), não procura os seus interesses (...), tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:4-7 RA)

Jesus deixou um exemplo para seguirmos – entregou a sua vida por nós. Dificilmente vemos pessoas com disposição para segui-lo nesse particular. Quando precisam escolher entre o seu próprio bem-estar e o bem-estar de outra pessoa, ainda que seja o seu cônjuge, optam por amar a si mesmos e por satisfazer primeiramente seus próprios interesses, segundo suas preferências e gostos.

b)   A submissão à autoridade

O marido é o cabeça da mulher e uma autoridade sobre ela. Deus preza as autoridades que ele constituiu. Mesmo quando se trata de autoridades não cristãs, estamos sujeitos a elas, na medida em que são constituídas para o nosso bem:

“porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.” (Efésios 5:23-24 RA)

“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.  De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; (...) Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela,  visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem...” (Romanos 13:1-4 RA)

Nenhuma organização pode funcionar em perfeita harmonia se houver dois comandos centrais emitindo ordens diferentes. Isso é especialmente verdadeiro no lar. Um dos maiores obstáculos para um lar equilibrado é a falsa noção de que a mulher não tem de submeter-se ao seu marido.

Sabemos que a modernidade tem dado à mulher a idéia de que a submissão é uma noção antiquada, que teve seu fim junto com o século XIX. Mas, é impossível que alguém desfrute de paz e harmonia contínua se estiver em desobediência a Deus – em guerra com Ele. Quando resistimos a Deus, gastamos energia em vão e, no final, saímos cansados e frustrados, pois nada fora da vontade do soberano podes subsistir.

Ademais, por ser esse um mandamento divino, sua recusa em cumpri-lo retira Deus do seu lugar de soberano sobre as nossas vidas e o coloca em um plano inferior, onde Ele não aceita estar. Deus só admite ocupar o primeiro lugar em nossas vidas. Se Ele não estiver no primeiro lugar, não estará em lugar algum.

Os meus anos de ministério tem me mostrado que o lar dominado pela mulher é um lugar de dissensões, até que, finalmente, o marido desiste. Ele, então, se recolhe e passa a ficar indiferente com sua esposa: deixa ela fazer o que quiser. Nessa insensatez, ninguém sai ganhando. Até mesmo a mulher que tomou as rédeas da sua casa, depois percebe que não queria que seu marido se tornasse um “banana” e o despreza, comparando-o com outros homens mais ativos.

É muito comum ouvirmos mulheres reclamando que seus maridos não tomam a iniciativa. Normalmente, elas têm sua parcela de culpa nisso. Desde o início do relacionamento, buscaram impor suas vontades e depois sentem falta de um homem que saiba cuidar das finanças.

Querida, quando a mulher se submete ao seu marido, está se submetendo a Deus. Isso pode ser até difícil, mas não é impossível.  Deus nunca exige de nós o impossível. E ninguém que se submete a Deus sai perdendo. A bíblia nos ensina que até mesmo quando há jugo desigual, a mulher que se submete ao seu esposo pode sair vitoriosa por meio do seu procedimento:

“Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa,” (1 Pedro 3:1 RA)

Lamentavelmente, sabemos que a realidade dos nossos dias tem sido outra. A recusa de muitas esposas cristãs em aceitar o princípio da submissão é cada vez mais comum. Elas querem independência em suas vidas particulares e acabam se tornando independentes até de Deus.

É importante observar que a mulher que se submete a esse princípio bíblico, adota a sabedoria de Deus e não corre o risco de se tornar uma escrava. Submissão não significa que uma mulher não pode dar sua opinião, mas que ela deve respeitar se o marido decidir de modo diverso. Há ocasiões em que ela terá de fazer alguma coisa que realmente não queira, mas semeando as sementes da obediência a Deus, com sabedoria, será honrada por Ele, mais cedo ou mais tarde.

“7 O princípio da sabedoria é: Adquire a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento. 8 Estima-a, e ela te exaltará; se a abraçares, ela te honrará; 9  dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará.” (Provérbios 4:7-9 RA)

“Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.” (João 12:26 RA)

Também, devemos lembrar que o marido que ama a sua esposa, tem total disposição em satisfazê-la, pois ele não busca seus interesses, mas os dela. Por sua esposa, o marido deve até mesmo entregar a sua vida, conforme o exemplo de Jesus.

Eu estou certo de que a mulher que tem um marido disposto a obedecer a Deus, especialmente nesse particular, nunca se arrependerá por se submeter a ele.

Em resumo: se você ama o seu marido, segundo o amor bíblico, não terá a menor dificuldade em se submeter a ele. Assim, você estará em perfeita harmonia com dois importantes princípios bíblicos. E o resultado disso será a harmonia em seu lar.

A mulher sábia

“A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba.” (Provérbios 14:1 RA)

Toda mulher crente, que ama a sabedoria de Deus, deveria buscar a unidade de seu lar e o bom andamento de sua casa, amando a sua família segundo o amor bíblico, submetendo-se ao seu marido e criando seus filhos no evangelho de modo coerente e responsável. É mais ou menos isso que significa edificar uma casa.

“A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que procede vergonhosamente é como podridão nos seus ossos.” (Provérbios 12:4 RA)

“10 Mulher virtuosa, quem a achará? (...) 11  O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho. 12  Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida. (...) 26  Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua. 27  Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça. 28  Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: 29  Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.” (Provérbios 31:10-29 RA)

Ora, como é possível edificar um lar dividindo-o? Como se pode edificar um lar fora dos princípios de Deus? Como é possível edificar uma casa em ambiente de conflitos e dissensões, especialmente por causa da intolerância? Como edificar um lar deixando os filhos confusos com relação ao melhor caminho a seguir? Como edificar um lar sob as bases do egoísmo e das preferências pessoais e não do amor bíblico?

Não estou dizendo que esse seja o seu caso, mas conheço muitas mulheres tolas governando suas casas. Essas desprezam a ordem das prioridades estabelecidas por Deus e estão dividindo seus lares, rejeitando os princípios bíblicos citados. E o que é pior: fazem isso como se estivessem agradando a Deus com sua fidelidade à igreja.

Mas, ao invés disso, seu egoísmo e suas vaidades pessoais as fazem ignorar o que seus maridos e filhos podem estar sofrendo com suas atitudes. A mensagem que seus filhos recebem em um lar evangélico dividido é absolutamente incoerente, no meu modo de entender. Com o passar do tempo, seus filhos vão perceber que há algo errado nesse evangelho pregado por seus pais. Afinal, ambos possuem o mesmo livro como regra de fé, mas cada um segue por um caminho diferente. Que Deus é esse que fala uma coisa para um e outra coisa para o outro? Que evangelho é esse que anuncia o amor como princípio básico, mas que promove a intransigência e a desunião? Que evangelho é esse que separa os seus pais?

Segundo meu modo de ver, essas mulheres estão muito distantes de receberem os títulos de virtuosas ou de sábias, segundo a palavra de Deus. Onde está a sabedoria dessas mulheres? Será que não estão preferindo a sabedoria mundana, segundo os valores terrenos, ao invés da sabedoria segundo Deus?

Na verdade, acho que estão apenas satisfazendo seus desejos egoístas e suas preferências pessoais. Só pensam em si mesmas. Não amam nem seus maridos nem seus filhos.  Permitem que discussões sobre qual é a melhor igreja afetem seus momentos de comunhão familiar. Toda a religiosidade dessas mulheres é vã!

 

“Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.” (Tiago 1:26 RA)

É verdade que há mulheres que acham que se mudarem de denominação evangélica vão perder a salvação. Elas aprenderam que só há salvação na igreja em que estão e, por isso, sair da igreja que estão, significa abandonar a Deus.

Mas, mesmo nesses casos, eu acredito que são indesculpáveis, pois a bíblia que está em suas mãos e o Espírito Santo de Deus pode falar aos seus corações, se elas forem humildes para deixar Deus falar.

O fato é que as mulheres tolas, segundo a bíblia, correm grande risco de destruírem suas casas com suas atitudes. Seus lares nunca serão abençoados como poderiam ser. Em um lar dividido todos saem perdendo.

Dito isso, vamos considerar sua situação de fato.

Como você me disse que é uma mulher crente, sou levado a pensar que você já sabia sobre as prioridades de Deus e sobre o exercício do amor e do princípio bíblico da submissão ao seu marido.

Além disso, você mesma afirmou que seu marido, na igreja em que ele está, é infinitamente melhor para você hoje do que era antes.

Logo, com base naquilo que eu acredito, acho que você deveria acompanhá-lo, já que ele está em uma igreja evangélica e, por pior que seja, se você acompanhá-lo estará dando prioridade ao seu casamento prioritariamente e cumprindo com os dois princípios bíblicos que citei.

E é melhor estar ajustada com a palavra de Deus do que resistindo a ela. Se você resistir a Deus, tudo o que conseguirá é perder a paz, a comunhão e amargar as conseqüências disso. De todo modo, se você pretende desenvolver algo para Deus, não poderá fazê-lo se sua casa não está em ordem. Assim, de que adiantaria você ficar em uma igreja boa e sem comunhão com Deus?

Como eu já disse, não é a igreja que determinará a sua comunhão com Deus, mas as suas escolhas. Se você estiver bem com Deus, Ele estará com você, seja na ICM ou na Quadrangular. De outro modo, se você não for capaz de se submeter a Deus, o Senhor não estará comprometido com você, nem na ICM nem na Quadrangular.

O que você prefere?

Se você entende que Deus estará com você, independentemente do local onde você irá se reunir como igreja, tenho certeza que você também entenderá que é melhor estar na igreja pior, aos seus olhos e ter uma família unida do que ficar na igreja que mais lhe agrada às custas de seu casamento.

Vale a pena?

O que você acha que tem mais valor? Na sua escala de prioridades, quem está na frente? A família ou a denominação? Que preço você estaria disposta a pagar para ter um lar unido?

Lembre-se: até nos casos em que o jugo é desigual (crente com incrédulo), a postura submissa da mulher sábia pode levá-la a ganhar o seu marido (1 Pedro 3:1). No seu caso, se você estiver na posição certa, acompanhando o seu esposo, você terá condições de ajudá-lo quando ele precisar de você, mesmo que agora você tenha que ficar calada.

Eu sei exatamente do que você está falando quanto à alienação do seu esposo. Tudo o que você tem a fazer é estimulá-lo a ler a bíblia diariamente, examinando as escrituras com cuidado. Sugiro, também, que de vez em quando você compre um bom livro para ele ler. Deixe o resto com Deus.

Não deixe que o óleo da unção seja motivo de discussão em sua casa. O amor e a sua submissão ao seu marido será mais significativa para Deus do que muitos litros de óleo.

Sobre o modo que seu marido tem ridicularizado o seu pai, fique tranqüila. Seu pai é um pastor e sabe se colocar acima disso. Nesse particular, eu sei o que estou dizendo, pois também sou alvo de coisas desse tipo.

Quanto à exploração de seu esposo, você disse que ele não tem mais tempo para estar com você. Recomendo, então, mais uma vez, que você fique mais perto dele, acompanhando-o para as reuniões que você puder estar com ele.

Por fim, quanto à saia, sei o quanto isso é difícil para você, mas continuo achando que seu casamento vale muito mais que isso.

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Grande abraço,

Pastor Sólon.